sábado, 18 de julho de 2015

Denúncias contra Cunha embaralham a crise política brasileira Presidente da Câmara divide atenções com o PT na investigação da Lava Jato Tabuleiro político se reacomoda com tática de “cada um por si”, segundo analistas Cunha vai do céu ao inferno após seis meses ‘governando’ o Brasil

Parlamentares protestam contra Cunha na quinta-feira. / JOSÉ CRUZ (AGÊNCIA BRASIL)
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, entrou de vez para o olho do furacão político brasileiro nesta quinta-feira, horas depois de afirmar que se o Brasil vivesse o parlamentarismo “esta crise não existiria”. A aposta de que deputados mais fortes seriam a panaceia para o curto circuito em que o país se encontra caiu por terra com as revelações do consultor Júlio Camargo ao juiz Sergio Moro. Camargo relatou a pressão de Cunha para receber 5 milhões de dólares em véspera de campanha.
O vazamento da delação de Julio Camargo vem embaralhar a crise, revelando que o peso da investigação da Lava Jato começou a ser repartido. Até então, os petistas argumentavam que o juiz Sergio Moro só mantinha a sua mira contra os petistas. Agora, um tiro de canhão acerta o centro do poder Legislativo. “O 'parlamentarismo' de Cunha acabou e ele vai desidratar”, prevê o cientista político Rudá Ricci.As palavras contundentes do consultor revelam que Cunha deve muitas explicações. Segundo ele, o presidente da Câmara se disse “merecedor de 5 milhões de dólares” dos 10 milhões que Camargo devia a Fernando Soares, o Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema da Petrobras. Mais ainda, insinuou que houve intimidação da parte dele pois teria 260 parlamentares em seu nome.
Há quem questione essa tese. Cunha ainda tem poder para acender o rastilho de pólvora do processo de impeachment da presidenta Dilma no Congresso, se estiver no cargo quando o recesso parlamentar terminar em agosto. Nesta sexta, último dia trabalho, ele deu início a sua artilharia horas depois de anunciar que romperia com a mandatária. Autorizou a instauração de quatro Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), sendo que duas delas servirão para desgastar ainda mais o Governo: uma que investiga os empréstimos do BNDES, e outra sobre irregularidades de fundos de pensão estatais.
Pelo sim pelo não, o fato é que o  todo poderoso do Congresso assume, mesmo que temporariamente, o protagonismo da crise política. Ele, que disse em março ao EL PAÍS que “a corrupção está no Governo, não no Parlamento”, fica sob suspeita. Sangrando ou atirando, Cunha passa a dividir o ônus da crise, que, até então, estava monotemática, com os ataques diários ao Governo Dilma e ao PT, que ajudaram a derrubar a popularidade da mandatária a 9%. Esse quadro gerou uma falsa sensação de segurança para os 47 políticos que estão na lista de investigados da Lava Jato, divulgada em março deste ano, às vésperas do primeiro panelaço contra Dilma Rousseff.
De lá para cá, ela apanhou mais do que nunca, gerando uma espécie de amnésia coletiva de que outros nomes estavam na mira de Sergio Moro. Cunha não deve ser o único exposto em praça pública pela Lava Jato, lembram observadores do Planalto. Detalhes de outros nomes graúdos envolvidos em movimentações suspeitas devem vir a público, chacoalhando ainda mais a República. Independentemente do partido.
  • “A corrupçãAnalistas apontam que Brasília vive um clima generalizado de “cada um por si”, num rearranjo do xadrez eleitoral muito mais profundo do que aparenta. Lula e Dilma, por exemplo, já estariam definitivamente em trincheiras opostas para salvar o respectivo capital político. A mandatária estaria disposta a deixar o barco correr, e até a desembarcar do PT, se necessário, para salvar sua biografia. “O que me preocupa é o que meu neto [Gabriel] vai ler sobre mim no futuro”, teria dito ela a um assessor nos últimos dias.
Alguns personagens passaram a suavizar posições diante da mudança de cenário. É o caso do senador tucano Aloysio Nunes, que disse ver pouco em comum entre Dilma e o senador e ex-presidente Fernando Collor quando o assunto é impeachment. “Collor era um político sozinho, sem partido, e teve um comportamento pessoal chocante como presidente. Era um personagem burlesco no poder. Dilma tem respeitabilidade pessoal, tem um partido e tem o apoio de movimentos sociais”, afirmou ele à Folha de S.Paulo nesta terça. Sua posição mais amena sobre a presidenta chamou a atenção por ter sido ele um dos primeiros a defender, com veemência, que Dilma deveria “sangrar” até 2018.
Mas o estado geral de quem acompanha de perto a classe política é de enorme apreensão. “Estão todos vulneráveis”, diz Ricci. O pânico atende pelo nome “Lava Jato”. “Trata-se de uma nuvem fora do controle desses indivíduos e do Governo”, afirma o analista político Thiago de Aragão. Segundo ele, os representantes do poder tinham certeza de que o período de denúncias ocorreria em dezembro. Mas, as buscas e apreensões na casa dos senadores Fernando Collor e Fernando Bezerra nesta semana pegou Brasília de surpresa. “Quebrou o planejamento geral”, avalia Aragão.
Agora, o Brasil parece governado por instituições que estão se colocando em primeiro plano, como é o caso do Ministério Público Federal, o Tribunal de Contas da União, e até o Executivo defendido não por Dilma, que fraqueja com seus 9%, mas por Michel Temer, que será testado no cargo, negociando com a presidenta e com Cunha. Ninguém pode ter certezas absolutas daqui em diante sobre o futuro político do Brasil. Apenas, que de monotonia o país não vai padecer.

Oracle libera atualização que corrige falhas graves no Java

Oracle

A Oracle anunciou que consertou 25 falhas da linguagem Java, inclusive uma que já era explorada em ataques. Foram liberados o Update 51 para o Java 8, o Update 85 para o Java 7 e o Update 101 para Java 6, sendo público apenas o primeiro. O suporte para as versões anteriores se esgotou já há alguns anos e só está disponível para clientes com contratos de extensão.
Segundo Eric Maurice, diretor de segurança de software da Oracle, entre os reparos feitos pela companhia está um específico para Mac e quatro para Java Secure Socket Extension (JSSE). Também foi atualizada uma gama de outros produtos, como o Oracle Database, Oracle Fusion Middleware, Oracle Hyperion, Oracle Enterprise Manager, Oracle E-Business Suite, Oracle Supply Chain Suite, Oracle PeopleSoft Enterprise, Oracle Siebel CRM, Oracle Communications Applications, Oracle Java SE, Oracle Sun Systems Products Suite, Oracle Linux and Virtualization e Oracle MySQL. Ao todo, foram 193 vulnerabilidades reparadas pelos patches de segurança, sendo 44% decorrentes de componentes externos.
Entre as 25 falhas que foram corrigidas na plataforma, 23 delas podem ser exploradas de maneira remota, sem autenticação. 16 delas afetaram somente a implementação para clientes e cinco atingiram a implementação de clientes e servidores. O update também reparou a falha CVE-2015-2590, que possuía status de dia zero, o que significa que era explorada por agressores enquanto não contava com uma solução.
A descoberta foi feita por pesquisadores da Trend Micro em ataques às forças armadas de um país da OTAN não identificado e aos Estados Unidos. As agressões foram identificadas como do grupo de ciberespionagem Pawn Storm, ou APT28, que, supostamente, tem ligação com o serviço secreto da Rússia e é ativo desde 2007.

Delator relata que fez 'delivery' de até R$ 200 mil por vez a políticos do PP Rafael Ângulo disse ter feito entregas em estacionamentos e aeroportos. Braço direito de Youssef também contou ter carregado dinheiro no corpo.

O braço direito do doleiro Alberto Youssef, Rafael Ângulo, afirmou em acordo de delação premiada firmado na Operação Lava Jato que cada "delivery" de propina a políticos ligados ao Partido Progressista (PP) chegou a até R$ 200 mil.
O acordo de delação de Rafael Ângulo foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e ainda está sob sigilo. Os depoimentos do delator ajudaram a Polícia Federal (PF) a cumprir, na última terça-feira (14), 53 mandados de busca e apreensão na casa de políticos. Ângulo citou na delação nomes de diversos políticos com foro privilegiado, entre eles o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), para quem relatou ter entregue em mãos R$ 60 mil.
Aos investigadores, o entregador de Youssef contou que, no começo de 2008, passou a participar de almoços com políticos em razão do papel que iria exercer: o repasse da propina.
Segundo ele, a partir de então, começou a ver políticos no escritório do doleiro. Entre eles, estariam os ex-deputados do PP Pedro Corrêa(PE), Mário Negromonte (atual conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia) e João Pizzolatti (SC), além do deputado federal Nelson Meurer (PP-PR). Os políticos negam envolvimento no esquema de corrupção (veja detalhes abaixo).
Conforme a investigação da Lava Jato, o dinheiro repassado a esses políticos foi desviado de contratos da Petrobras– o PP mantinha o comando de uma diretoria na estatal e dividia parte do dinheiro desviado entre parlamentares da legenda, segundo investigadores.
A pedido de Youssef, enquanto trabalhava no escritório do doleiro, Ângulo separava o dinheiro em envelopes ou sacolas – valores de R$ 10 mil a R$ 300 mil. A quantidade que cada um pegava dependia da frequência, segundo o delator, que informou que quem ia mais frequentemente ao escritório pegava valores fracionados.Dinheiro em meiões
Ângulo relatou na delação que carregava o dinheiro dos subornos preso ao corpo, geralmente em meiões de futebol, e que realizava entregas principalmente em apartamentos funcionais em Brasília, em endereços indicados pelos políticos nos estados e até em ambientes públicos, como estacionamentos e aeroportos.
O entregador relatou que, a partir de 2009, passou a fazer viagens para entrega de dinheiro e que levou quantias em envelopes para Pedro Corrêa, Mário Negromonte, João Pizzolatti e Nelson Meurer. Os "deliveries" de propina, disse ele, oscilavam entre R$ 50 mil a R$ 200 mil.
Segundo Ângulo, às vezes a entrega era para funcionários dos políticos, em restaurantes, flats, hotéis, casas, e em ambientes públicos, como aeroportos e estacionamentos de supermercados. Em Brasília, disse ele, houve diversas entregas em apartamentos funcionais de deputados.
Rafael Ângulo também contou que muitas vezes não entregava a terceiros, mas tinha certeza quem era o destinatário porque outra de suas funções era "lançar" em tabela de controle o pagamento da propina.
Quando viajava para outro estado, também escondia o dinheiro ao corpo, e nunca carregava consigo o nome da pessoa destinatária, para evitar incriminar alguém caso fosse pego com o dinheiro. Ele, no entanto, destacou que nunca chegou a ser parado. O delator disse que, ao anotar os nomes, usava a abreviação "band", já que Alberto Youssef se referia aos políticos como "bandido": "Anota para tal bandido".
Rafael Ângulo citou entregas na casa de Pizzolatti, no apartamento funcional de quando era deputado, e também afirmou ter levado dinheiro às mãos de Negromonte duas vezes, em valores superiores a R$ 100 mil em cada oportunidade. Lembrou ainda que, em uma das vezes, chegou a receber do então conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia uma "caixinha" de R$ 500.
Segundo as apurações em andamento sobre a Lava Jato, Pizzolatti e Negromonte comandavam a distribuição de propina entre os demais políticos do PP.

O que dizem os políticos:
João Alberto Pizzolatti Júnior (PP) assumiu a Seapi em fevereiro deste ano (Foto: Valéria Oliveira/ G1 RR)O ex-deputado João Alberto Pizzolatti Júnior (PP).
(Foto: Valéria Oliveira/ G1 RR)
João Pizzollatti
O advogado Michel Saliba, que defende o ex-deputado João Pizzolatti, disse que o cliente nega veementemente qualquer entrega de dinheiro em espécie por parte de Rafael Ângulo ou de qualquer pessoa que represente esquema de corrupção.

Saliba disse que o cliente tinha conhecimento de caixa-dois de campanha realizado pelo então tesoureiro do PP José Janene nas eleições de 2010, e que, após a morte de Janene, Youssef efetuou pagamentos de pendências de campanha. Segundo a defesa, Pizzolatti admite que pode, sim, ter recebido depósito de dinheiro por conta de valores referentes à campanha eleitoral.
Deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) (Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)O deputado federal Nelson Meurer (PP-PR).
(Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)
Nelson Meurer
O criminalista Michel Saliba, que também defende o deputado Nelson Meurer no processo da Lava Jato, disse que o cliente dele nega ter recebido dinheiro por parte de Rafael Ângulo ou de qualquer outra pessoa.

 


Pedro Corrêa, durante depoimento na CPI da Petrobras, em Curitiba (Foto: Reprodução/RPC)O ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE).
(Foto: Reprodução/RPC)
Pedro Corrêa
Saliba, que também defende o ex-deputado Pedro Corrêa, afirmou que o cliente recebeu dinheiro de Youssef porque tinha negócios com José Janene na área de agropecuária. Segundo ele, com a morte de Janene, Alberto Youssef assumiu o negócio. Por conta disso, Youssef repassava valores a Pedro Corrêa. "Pedro Corrêa afirma e vai provar que os valores são fruto dos negócios que ele tinha com José Janene e que ficaram sob comando de Alberto Youssef."
 
O ex-ministro das Cidades e deputado federal Mário Negromonte (PP-BA) (Foto: Rodrigo Nunes/MCidades)O ex-ministro e ex-deputado Mário Negromonte
(PP-BA) (Foto: Rodrigo Nunes/MCidades)
Mário Negromonte
O advogado Carlos Fauaze, que defende Mário Negromonte na Lava Jato, disse que o cliente dele nega "peremptoriamente" qualquer envolvimento em esquema de corrupção.
Ainda segundo o criminalista Carlos Fauze, somente após ele concluir a análise dos depoimentos do braço direito de Youssef, é que ele irá comentar as acusações de Rafael Ângulo.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

SAMPA 2015










"Apesar dos assaltos, explosões de caixas eletrônicos, estupros, furto de veículos e dos sequestros relâmpagos, o governo Rollemberg diz que a Segurança Pública vai muito bem obrigada".