O juiz federal Sergio Moro deu prazo de seis dias, a partir desta terça-feira (7), para que a empreiteira Odebrecht explique os 135 telefonemas feitos pelo diretor Rogério Araújo a Bernardo Schiller Freiburghaus, apontado como operador da Lava Jato, entre julho de 2010 e fevereiro de 2013.
De acordo com o Ministério Público Federal(MPF), a Odebrecht utilizava os serviços de Freiburghaus para efetuar o pagamento de propinas em contas no exterior para os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco e Renato de Souza Duque.
A data da ligações telefônicas coincide com a dos depósitos efetuados na conta de Paulo Roberto Costa, afirma Moro no despacho. Os depoimentos dos delatores também corroboram a ligação entre os executivos da empreteira e Freiburghaus.
Araújo foi preso no dia 19 de junho, na 14ª fase da Operação Lava Jato, que investiga crimes de corrupção na Petrobras. Com ele, no mesmo dia, também foram para a cadeia os ex-diretores da empreiteira Marcio Faria e Alexandrino Alencar, além do presidente Marcelo Odebrecht.
"Resolvo a bem da ampla defesa, antes de decidir sobre o novo pedido de prisão preventiva, conceder nova oportunidade à Odebrecht e aos seus executivos para que se manifestem sobre o requerido e prestem esclarecimentos sobre os fatos, não só sobre as aludidas contas apontadas pelo MPF no evento 268 [as transferências para o exterior] mas agora também sobre as afirmadas cento e trinta ligações entre Rogério Santos de Araújo e Bernardo Shciller Freiburghaus", ordenou o magistrado.
Depois o fim do prazo, o juiz decidirá, com base na resposta da empresa, se decreta ou não nova prisão preventiva a executivos da companhia.
Embora existam várias provas obtidas pela Justiça, a empresa nunca admitiu ter relação com o operador. Araújo e Marcelo Odebrecht seguem presos na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba. Freiburghaus está foragido na Suíça, país do qual é considerado cidadão.
Em nota, a Odebrecht se limitou a dizer que "responderá ao despacho no momento oportuno”.