segunda-feira, 18 de maio de 2015

Kerry confia que avanço do Estado Islâmico em Ramadi será revertido

SEUL (Reuters) - O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse nesta segunda-feira estar confiante que a tentativa do Estado Islâmico de tomar a cidade iraquiana de Ramadi será revertida nas próximas semanas.
Kerry afirmou, durante entrevista coletiva em Seul, que Ramadi foi um alvo de oportunidade para os militantes do Estado Islâmico.
"Estou convencido de que, à medida que as forças forem reenviadas e os dias passarem nas próximas semanas, isto vai mudar, eles serão retirados... estou absolutamente confiante que nos próximos dias isso será revertido", disse.
Militantes do Estado Islâmico disseram que tomaram controle total de Ramadi no domingo, na maior derrota para o governo de Bagdá desde o ano passado.
No sábado, autoridades norte-americanas disseram que forças especiais realizaram um ataque dentro da Síria que matou um homem identificado como um líder sênior do Estado Islâmico, Abu Sayyaf.
Kerry disse que o ataque eliminou um "líder importante" e resultou em "um ganhou significativo de inteligência".
(Reportagem de David Brunnstrom)

Estado Islâmico alega controlo sobre Ramadi, 500 mortos em dois dias O Estado Islâmico garante ter tomado total controlo sobre a cidade iraquiana de Ramadi, onde dois dias de combate se saldaram em mais de 500 mortos Ler mais: http://visao.sapo.pt/estado-islamico-alega-controlo-sobre-ramadi-500-mortos-em-dois-dias=f819972#ixzz3aUBxFxtS

Estado Islâmico alega controlo sobre Ramadi, 500 mortos em dois dias
A vitória foi reivindicada pelo Estado Islâmico em fóruns 'jihadistas': "Deus permitiu aos soldados do califado limpar toda a cidade de Ramadi. Eles controlam-na, com os batalhões de tanques e lançadores de mísseis que aí se encontram, bem como o centro de comando das operações (da província de Al-Anbar)".
"Dezenas [de membros das forças pró-governamentais] foram mortos e centenas de renegados fugiram", congratulou-se o EI, referindo-se com o termo "renegados" aos combatentes das tribos sunitas aliados ao Governo iraquiano.
Nas contas do porta-voz do governador da província de Al-Anbar da qual Ramadi é a capital, cerca de 500 pessoas, civis e membros das forças de segurança, morreram em dois dias de combates na cidade.
"Não temos de momento o balanço exato das vítimas, mas cremos que pelo menos 500 pessoas, civis e militares, foram mortos nestes dois últimos dias", declarou à agência France Presse Muhannad Haimur.


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Próxima fronteira na Internet: a ‘nuvem’ A Amazon lidera o negócio de armazenamento de dados, avaliado em 460 bilhões de reais

Internet está nas nuvens. No sentido literal. A vida diária de qualquer usuário na rede que escute música no Spotify, envie uma mensagem por WhatsApp ou de uma empresa que gerencie milhões de megabytes, depende cada vez mais dos servidores remotos que armazenam e processam uma quantidade enorme de informações: anuvem. Seja o time Barça para administrar uma venda em massa de camisetas ou o Netflix para oferecer seus filmes a milhares de usuários, a nuvem se transformou no principal fator de desenvolvimento na Internet. Eric Schmidt, do Google, definiu recentemente o futuro da Internet como um mundo “dominado pelos smartphones, uma rede muito rápida e pela nuvem”. Em meados de abril, a Amazon anunciou pela primeira vez os resultados de sua divisão dedicada à nuvem, a Amazon Web Services (AWS), que teve receitas de 15 bilhões de reais em 2014, um crescimento de 50% na comparação anual. Para a revista The Economist, esses dados demonstram que “a nuvem já é maior de idade”.

As empresas ajudam a oferecer uma quantidade enorme de informações com muito pouca infraestrutura, assim como armazenar e processar dados com maior velocidade e menor custo. No entanto, também tem seus problemas: não é uma decisão simples ceder informações sensíveis a um terceiro, por mais protegidas que estejam, além da questão da segurança. Mesmo com várias medidas, o fato de os dados estarem em um mesmo lugar os transforma num bem muito valioso. O caso mais extremo foi o chamadocelebgate; em 2014, hackers entraram na nuvem da Apple e se apropriaram de milhares de fotos íntimas de famosos. “Nossas lembranças, nossas vidas, estão cada vez mais na nuvem”, afirma Isaac Hernández, responsável na Espanha da divisão do Google para empresas. As gigantes da Internet disputam o suculento e crescente mercado —que a consultoria norte-americana Gartner avaliou em 460 bilhões de reais em 2015— no qual entraram as pessoas físicas, as pequenas e médias empresas, a administração pública, como a prefeitura de Barcelona, ou grandes companhias espanholas como o banco BBVA ou a seguradora Mapfre. Por enquanto, a Amazon é, de longe, a principal empresa, com 28% de participação de mercado, à frente da Microsoft, com 10%, e da IBM, com 7%. O próximo passo, segundo a Gartner, será a Internet das coisas: objetos (geladeiras, televisores, celulares, tablets, carros...) conectados através da nuvem. Segundo essa consultoria, em 2020 existirão 26 bilhões de objetos conectados à Internet. “A nuvem é um facilitador da Internet das coisas”, concorda Guillem Veiga, responsável pela Amazon Web Services na Espanha.A nuvem (os profissionais de tecnologia da informação preferem o termo em inglês cloud) permite às pessoas físicas acessarem seus dados a partir de qualquer dispositivo.
As grandes empresas da nuvem oferecem diferentes tarifas, de acordo com a velocidade de acesso aos dados, e dispõem de serviços chamados de congelador, através dos quais um número imenso de informações pode ser armazenado por um preço muito baixo, com a única desvantagem de a velocidade de processamento ser um pouco mais lenta. Ramón Arbós, da consultoria Delloite, acrescenta: “A nuvem ajudou a criar muitas startups e lojas virtuais, porque podem começar imediatamente e com pouco orçamento”.
Para Veiga, da Amazon, a chave para o crescimento dos negócios na nuvem está apoiada tanto na quantidade de informações armazenadas quanto na flexibilidade: por exemplo, uma empresa do setor de turismo, como a Airbnb, não precisa da mesma quantidade de gigas no verão e na baixa temporada.
O Governo espanhol lançou um programa para impulsionar o uso danuvem entre as pequenas e médias empresas. Segundo o instituto oficial Red.es, ligado ao Ministério da Indústria, “a Comissão Europeia estima que a adoção generalizada do cloud computingpoderia elevar o produto interno bruto da UE em 160 milhões de euros [560 milhões de reais] ao ano e criar 3,5 milhões de empregos até 2020”.
El reparto de la nube
Um relatório da Delloite publicado em 2014 afirma que 58% das empresas espanholas já utilizam anuvem. A mesma pesquisa revelava que cerca de 48% das que não utilizavam tinham previsão de implantar o modelo nos próximos dois anos; 26% estavam estudando o assunto; e outros 26% nem sequer tinham planos.
“O estudo confirma que a maioria das empresas está presente”, diz Arbós, da Deloitte. Sobre o uso da nuvem por pessoas físicas, os dados mais recentes são do Instituto Nacional de Estatística da Espanha, na pesquisa de 2014 sobre equipamentos e uso de tecnologias da informação e comunicação nos lares: cerca de 30,9% dos usuários de Internet utilizam espaços de armazenamento na nuvem, e 26% compartilham arquivos com o mesmo sistema. No total, 8,5 milhões de usuários utilizam serviços na nuvem.
Nas três dimensões, a nuvem consiste nas chamadas fazendas de servidores, imensos centros de armazenamento de dados. Embora grande parte dessa informação seja confidencial, Isaac Hernández, executivo do Google, explica que a empresa, por exemplo, dispõe de 14 centros de dados em todo o mundo e qualquer informação está armazenada em, pelo menos, cinco deles para que, no caso de um desastre, não seja perdida.
Desde que Edward Snowden revelou os casos de espionagem generalizada, Hernández disse que “foram intensificadas as medidas de segurança” e, principalmente, de criptografia.
No caso espanhol, os dados não só devem estar em um lugar seguro, mas também não podem sair da UE. “Além de tomar uma série de medidas segurança, também é preciso levar em conta o tipo de informações que recebemos”, afirma Mariano J. Benito, responsável de segurança da GMV, especializada em desenvolvimento tecnológico aplicado para empresas, e também coordenador do Comitê Técnico de Operação da Cloud Security Alliance na Espanha. “Isso exige que as empresas de cloud proporcionem informações ao cliente sobre o lugar físico onde se encontram, que atualmente nem sempre são fornecidas”.

Petrobras confirma histórico de estratégias de expansão e enxugamento do grupo

Até chegar à situação em que se encontra hoje, em meio ao escândalo de corrupção em contratos e a desvalorização de ativos, a Petrobras passou por altos e baixos. Criada num ambiente de monopólio, em 1953, a estatal ampliou expressivamente sua atuação a partir da década de 1970. Depois da Operação Lava-Jato, que investiga os desvios na estatal do petróleo, com a necessidade de, novamente, focar os negócios em exploração e produção de petróleo, a ampliação do grupo Petrobras deve ser revertida. A empresa se agigantou demais. O governo se vê forçado a desistir de projetos, paralisar obras e vender partes do conglomerado estatal. Até o fim de 2016, segundo plano definido pelo Conselho de Administração, a empresa deverá se desfazer de US$ 13,7 bilhões em ativos que detém no Brasil e no exterior.

No balanço do ano passado, a Petrobras admitiu um rombo de R$ 6,2 bilhões com a corrupção e de R$ 44,6 bilhões com ativos que se desvalorizaram. Para recompor o caixa, estuda um plano de desinvestimentos e cogita, inclusive, dividir a menina dos olhos, o pré-sal, com a iniciativa privada — o que depende de mudanças na legislação. Algo antes impensável para o PT, um partido que aboliu a palavra privatização do dicionário. Além da prospecção, produção e refino de petróleo, com a descoberta de novos campos, a companhia investiu fortemente em novas áreas, passando a ter posição dominante em setores como petroquímica e fertilizantes.

A primeira reviravolta na história da estatal ocorreu em 1990, quando empresas do grupo entraram no Plano Nacional de Desestatização (PND). Até 2002, várias subsidiárias foram privatizadas e ofertas de ações ao público abriram o capital da companhia. O processo foi revertido assim que o governo petista assumiu o país e fez a Petrobras recomprar algumas empresas, ampliar a participação acionária em outras e investir em novos setores.

O primeiro grande inchaço da Petrobras foi promovido pelo general Ernesto Geisel, que, antes de ser presidente da República, comandou a petroleira entre 1969 a 1973. A empresa cresceu, dominando áreas de exploração, produção, refino de petróleo, distribuição de combustíveis, petroquímica, fertilizantes e mineração. Nasceram a BR Distribuidora, a Petrofértil, a Petromisa e a Petroquisa. A Petrobras se agigantou até 1990, quando o governo Collor instituiu a Lei 8.031 e criou o PND, iniciando a venda de estatais dos setores siderúrgico, petroquímico e de fertilizantes. O governo desestatizou 33 empresas, 18 controladas e 15 participações minoritárias da Petroquisa. A Petrofértil e todas suas subsidiárias — Nitrofértil, Fosfértil, Goiasfértil, Arafértil — foram vendidas à iniciativa privada.

Estratégia de gigante A partir de 1995, o governo Fernando Henrique Cardoso deu seguimento ao PND e conclui a desestatização do setor petroquímico, com a venda de mais 12 participações acionárias da Petroquisa e da Petrofértil. “A estratégia do Fernando Henrique era transformar a Petrobras numa empresa internacional centrada em exploração e produção de petróleo, por isso ele se desfez de negócios satélites e ampliou a abertura do capital”, avalia o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires.

A medida mais importante e controversa do governo FHC, contudo, foi a quebra do monopólio da Petrobras. A Lei 9.478, de 1997, revogou o monopólio da estatal e permitiu que outras empresas pudessem atuar em todos os elos da cadeia do petróleo. O vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), Fernando Siqueira, é um dos que criticam a decisão. “A lei deu a propriedade do petróleo para quem produz, sendo que o governo recebe 10% de royalties e 20% de impostos, em dinheiro, enquanto em qualquer outro lugar do mundo, o poder público fica com 80% em petróleo”, argumenta.

Em 2000, a Petrobras colocou à venda uma quantidade de ações que excedia o mínimo necessário para a União se manter controladora e vendeu 31,72% do capital votante da Petrobras e 18,52% do capital total, com uma estratégia inovadora, que permitiu aos trabalhadores utilizarem parte do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para se tornarem acionistas. Com isso, minimizou a crítica, feita pela oposição, de que planejava a venda da petroleira ao capital estrangeiro.

“O problema foi a segunda oferta, na qual 81% dos papéis — equivalente a 36% do total — foram vendidos na Bolsa de Nova York. Ou seja, como, com a Lei 9.478, o dono é quem produz, 36% do petróleo brasileiro está na mão dos estrangeiros”, afirma Fernando Siqueira. O engenheiro lembra outra operação de privatização, que classifica de desastrosa.

Em 2002, o saldo do PND era de 15 empresas de petróleo e gás vendidas por R$ 6 bilhões, o que representou 7,7% das privatizações. No setor petroquímico, foram 27 empresas vendidas, por R$ 2,7 bilhões, cerca de 4% do PND. No mesmo ano, o governo também decidiu fechar o capital da BR Distribuidora, criada em 1971, como subsidiária de comercialização e distribuição de combustíveis e derivados do petróleo, com o objetivo de vendê-la depois. Privatizar é mais fácil, de acordo com especialistas, se o capital for fechado.

Arsénico e urina encontrados em cosméticos falsificados A polícia britânica está a alertar para o perigo dos produtos de beleza falsificados vendidos online Ler mais: http://visao.sapo.pt/arsenico-e-urina-encontrados-em-cosmeticos-falsificados=f820011#ixzz3aU8o6p1B

Arsénico e urina  encontrados em cosméticos falsificados
Reuters
Entre urina de rato e humana e arsénico, as autoridades britânicas encontraram várias substâncias perigosas em cosméticos falsificados vendido no Reino Unido, o que as levou a lançar uma campanha dedicada ao tema. 
Segundo a polícia, a crescente popularidade das compras através da Internet tem tornado a identificação dos produtos falsificados mais difícel, uma vez que os compradores fazem a aquisição através de uma imagem apenas e os vendedores colocam muitas vezes as imagens dos produtos originais.
Testes em laboratório a perfumes falsificados, por exemplo, encontraram químicos perigosos, incluindo cianeto. Mas da lista dos items analisados fazem ainda parte produtos de maquilhagem, protetores solares e produtos para o cabelo.
o longo dos últimos 18 meses, as autoridades britânicas suspenderam mais de 5.500 sites que vendiam produtos de luxo falsificados. 
"A nossa regra: se parece bom demais para ser verdade, então provavelmente é", alerta a superintendente Maria Woodall, na Unidade de Crime contra a Propriedade Intelectual.


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Após polêmica na Câmara, ajuste fiscal começa a ser votado no Senado MP do seguro-desemprego está na pauta de votações desta terça-feira. Fator previdenciário e pensão por morte chegam à Casa para discussão.

Após votações conturbadas na Câmara, as principais medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo federal vão pautar as discussões no Senado a partir desta semana.
Os senadores devem dar início nesta terça (19) à analise da medida provisória 665, que muda as regras do seguro-desemprego e do abono salarial.
Depois que a matéria for votada, começam as discussões sobre o acesso à pensão por morte, objeto de outra medida provisória, a MP 664, e sobre alterações no fator previdenciário.
A medida provisória 665 foi aprovada pelos deputados no dia 7, mas o texto enviado pelo Executivo sofreu alterações. Na Câmara, o projeto gerou uma rebelião na base governista. Até mesmo parlamentares do PT votaram contra a proposta do governo, embora o partido tenha fechado questão em torno da matéria (veja aqui como votou cada deputado).
Assim como na Câmara, a votação da MP 665 no Senado promete polêmicas. Líder do governo na Casa, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) admitiu que o governo terá uma agenda "dura e difícil” a partir desta semana.
O Palácio do Planalto se articula para tentar evitar novas rebeliões na base aliada durante a análise das MPs no Senado, especialmente, na bancada petista. Na Câmara, o governo teve de contar com votos de parlamentares oposicionistas, como o DEM, para passar a matéria.
Além disso, também há expectativa de novos protestos de movimentos sindicais durante a votação no plenário do Senado.
Na Câmara, integrantes da Força Sindical se manifestaram contrariamente ao texto. Eles chegaram a jogar papéis que imitam dólares no plenário e no Salão Verde da Casa (veja vídeo ao lado).
No Senado, segundo Renan Calheiros, será permitida a entrada de pessoas nas galerias do plenário para acompanhar a votação "desde que se faça com respeito".
Alterações nas MPs
Os projetos que mudam os critérios para o acesso à concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas sofreram alterações na Câmara que contrariam interesses do Palácio do Planalto.
O pacote de medidas de ajuste enviados pelo Executivo ao Congresso Nacional é, até o momento, o principal esforço da equipe econômica da presidente Dilma Rousseff para reequilibrar as contas públicas.
Nos últimos meses, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem atuado como um dos principais articuladores políticos dos projetos no Legislativo. Levy se reuniu, quase que semanalmente, com parlamentares da base governista e da oposição para explicar os impactos positivos que, na avaliação do governo, a aprovação das matérias traria para os cofres públicos.
A principal crítica da oposição é de que o governo está cortando direitos trabalhistas e agindo como inimigo dos trabalhadores o que, na opinião dos parlamentares contrários ao PT, é uma “contradição”.Desde que foram anunciadas, as medidas provisórias têm sido criticadas pelos oposicionistas e até mesmo por aliados do governo.

O governo também tem de conviver com críticas de aliados, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O peemedebista tem repetido nas últimas semanas que as medidas "sequer podem ser chamadas de ajuste fiscal", já que afetam direitos trabalhistas e previdenciários.
A posição do presidente do Senado tem preocupado o Planalto, já que ele é o responsável por pautar e articular votações na Casa. Nesta quinta, por exemplo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se com Renan, em uma tentativa de pacificar as relações entre governo e o presidente do Senado.
Fator previdenciário
Após a votação da MP 665, os senadores deverão se debruçar sobre a outra medida provisória de ajuste das contas públicas.Aprovada nesta semana pela Câmara, a MP 664, que restringe o acesso à pensão por morte, deve motivar intensos debates na Casa porque recebeu na Câmara umaemenda que altera o fator previdenciário.

Atualmente o fator reduz o valor do benefício de quem se aposenta por tempo de contribuição antes de atingir 65 anos (nos casos de homens) ou 60 (mulheres). O tempo mínimo de contribuição para aposentadoria é de 35 anos para homens e de 30 para mulheres.

A proposta aprovada nesta terça-feira na Câmara institui a fórmula conhecida como 85/95, na qual o trabalhador se aposenta com proventos integrais se a soma da idade e do tempo de contribuição resultar 85 (mulheres) ou 95 (homens).
A flexibilização da regra que inibe as aposentadorias precoces foi vista pelo Planalto como mais uma derrota do governo já que, de acordo com estimativa inicial do Ministério da Previdência Social – mencionada pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães –, o impacto da mudança nas contas públicas será de R$ 40 bilhões em dez anos e de R$ 300 bilhões em 20 anos.

Petistas defendem mudanças
Apesar do impacto para a União, alguns senadores petistas já se posicionaram a favor da mudança no fator previdenciário, como Paulo Paim (RS) e Walter Pinheiro (BA).
Pinheiro, inclusive, deu declarações afirmando que está mobilizando outros parlamentares para "engrossar o coro" dos favoráveis à mudança. O petista também declarou que quer o compromisso de que o Executivo manterÁ o texto. "Caso haja veto, vamos também trabalhar para a derrubada dele”, ameaçou.
"O líder [do governo] sempre sofre. Sofre muito. Mas, na verdade, eu acho que a posição deles é uma posição coerente. [...] Vamos discutir [o tema] com tranquilidade”, disse Delcídio, ao responder perguntas sobre se a posição dos petistas trazia algum problema para ele resolver no Senado.
Segundo informações do Blog da Cristiana Lôbo, o governo está convencido de que não há como arcar com as futuras despesas da flexibilização do previdenciário e, se o Senado acolher as alterações feitas na Câmara, a presidente Dilma Rousseff  mandou avisar aos líderes partidários que o caminho será vetar a proposta aprovada.

Pequenos notáveis Bolívia, Paraguai, Panamá, Nicarágua e República Dominicana crescem acima da média

Vista das eclusas do Canal do Panamá. / MARIAN STOEV (GETTY)
América Latina está fadada a reduzir seu crescimento. Pelo menos em 2015. As grandes economias exportadoras de matérias primas – cujos preços desabaram no último ano – mergulharam a região numa onda de prognósticos cada vez mais negativos. Os organismos internacionais anteveem que a expansão do PIB na região não passará de 1%. Neste cenário, cinco economias pequenas destoam: Panamá, Bolívia, Paraguai, Nicarágua e República Dominicana. Tudo indica que esses países fecharão o ano com um crescimento superior a 4%.
A receita do sucesso desses países é heterogênea. Alguns apostam na estabilidade e na proteção da sua política macroeconômica, enquanto outros centram suas atenções na abertura do seu mercado, nos investimentos em infraestrutura, no crescimento do turismo e na diversificação das exportações. Ángel Melguizo, diretor da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)para a América Latina e o Caribe, comenta que Panamá, Nicarágua e República Dominicana, por serem importadores de matérias-primas, se beneficiaram da queda nos preços desses produtos. O especialista menciona também que essas nações aproveitaram a chegada de grandes fluxos de capital externo e o aumento das exportações para os EUA.
Projeção de crescimento do PIB feita pelo FMI para 2015.
O contrário acontece com a Bolívia, uma economia totalmente dependente dos hidrocarbonetos, em particular do gás natural. As vendas desse produto para o exterior representam 53% do total das exportações nacionais. A nação andina – que promoveu 21 nacionalizações de empresas desde 2006 – soube administrar os frutos do boom das matérias-primas, diz César Arias, analista da agência de qualificação de crédito Fitch. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o país sul-americano crescerá 4,3% neste ano, quase um ponto percentual a menos que em 2014. “A queda não é tão pronunciada, porque os recursos derivados do gás financiaram na última década um aumento nos investimentos públicos, e uma elevação nos salários impulsionou o consumo interno”, salienta Arias.
O Paraguai, sexto maior exportador mundial de soja, se tornou um dos países mais dinâmicos da região. Apesar de 40% do seu PIB depender do setor agrícola, o FMI prevê que essa nação de sete milhões de habitantes – dos quais 24% vivem abaixo da linha de pobreza – crescerá 4% em 2015, ou 0,4 ponto percentual a menos que em 2014. Juan Carlos Martínez Lázaro, professor da escola de gestão IE Business School, afirma que, apesar da desaceleração da economia paraguaia, o Governo soube aproveitar as exportações de carne e abrir novos mercados, uma vez que chegou a uma posição privilegiada, a de oitavo maior produtor e exportador mundial de carne bovina.
Alguns apostaram numa maior abertura, e outros em preservar a estabilidade
O crescimento em conjunto dessas cinco economias, que representam apenas 3,2% do PIB da região, contribuirá um pouco para que a região feche o ano com dados positivos, segundo Melguizo, da OCDE. O maior empurrão virá de México, Colômbia, Chile e Peru, que deverão crescer em torno de 3%, tendo conseguido até agora resistir à queda na cotação das commodities, apesar de serem países produtores, diz Álex Ruiz, economista do Caixabank.
Do outro lado da moeda estão o Brasil (com a previsão de um recuo de 1% no PIB deste ano, o que representaria a pior recessão em mais de duas décadas), a Argentina (retração de 0,3%) e a Venezuela (queda expressiva de 7%). O cenário da região, segundo o FMI, é “desafiador”. O organismo internacional prevê que o PIB total da região voltará a cair pelo quinto ano consecutivo.
Arias, da agência Fitch, argumenta que os países com maior diversificação econômica nos últimos anos, como o Panamá, são justamente os que apresentarão as maiores taxas de crescimento na região. O Panamá, aliás, encabeça a lista de previsões em todos os organismos internacionais. Uma das estimativas mais elevadas é a do FMI, que estima uma expansão de 6,1% até o fim do ano. Para obter e manter essa ascensão, o Panamá precisará capitalizar o desenvolvimento da sua infraestrutura, ancorado na ampliação do canal do Panamá, diz José Gonzáles, diretor da consultoria financeira ECG Asset Management. “Precisará aproveitar sua posição estratégica. Circulam pelo canal 5% do comércio mundial, e além disso o país se tornou um grande centro financeiro e poderá chegar a ser a Hong Kong da América Latina”, salienta.
República Dominicana é outra amostra dessa diversidade. O país – que cresceu em média 5,5% entre 1991 e 2013 – aposta no turismo e nas telecomunicações, assim como nas exportações de alimentos processados, equipamentos médicos e calçados, principalmente para os EUA, segundo o Banco Mundial. Esse organismo internacional, entretanto, avalia que o desenvolvimento do país tem sido desigual, pois 40% dos 11 milhões de cidadãos dominicanos vivem na pobreza.

A Bolívia, que na última década se destacou por manter um superávit fiscal médio de 1,2% do PIB, deverá mitigar sua dependência em relação ao gás natural – cujo preço está ligado à cotação do petróleo – por meio de um programa mais agressivo de investimentos públicos, diz Arias. O Paraguai, que até 2012 nem cobrava imposto de renda dos seus cidadãos, tem a tarefa de ampliar sua base tributária para investir mais em infraestrutura e educação, ressalta o BBVA. “O maior risco é uma desaceleração mais profunda de seus principais sócios comerciais, entre eles o Brasil e Argentina”, acrescenta.No caso da Nicarágua, os analistas concordam que o incipiente sucesso econômico do país, com seis milhões de habitantes, se baseia na expansão das exportações (café, ouro, açúcar e produtos têxteis) e na entrada de investimentos estrangeiros. “A Nicarágua buscou manter um equilíbrio em seus indicadores. Em 2008, por exemplo, tinha uma inflação de 25%, e agora está em 6,5%”, enfatiza Gonzáles.
Os avanços econômicos desses cinco países, segundo Arias, serviram para lançar as bases de um crescimento maior nos próximos anos. O grande desafio dessas economias, enfatiza Gonzáles, é reduzir a desigualdade. “Se uma economia crescer a um ritmo intenso e ao mesmo tempo oferecer melhor qualidade de vida a seus cidadãos, então a lição de casa está feita”, conclui.