terça-feira, 12 de maio de 2015

Doleiro reafirma que Lula ordenou pagamento a empresa ligada à Petrobras

O doleiro Alberto Youssef confirmou à CPI da Petrobras teor de depoimento feito por ele à Polícia Federal em que afirmou que o ex-presidente Lula mandou fazer um pagamento para a agência Muranno Marketing, que prestava serviços à Petrobras.

“Quem me contou isso foi o Paulo Roberto Costa”, disse Youssef, em referência ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras apontado como beneficiário de propinas de empresas contratadas pela Petrobras para o financiamento de partidos políticos.

Youssef disse à CPI que recebeu de Costa a ordem para que procurasse os dirigentes da Muranno e que o dinheiro saiu da parte que cabia ao PT e ao PP.

“Paulo disse que, na época, foi R$ 6 milhões e pouco e que isso o PT teria que operacionalizar metade. A outra seria do PP. Em determinado momento, Julio Camargo [representante da empresa Toyo] me fez esse repasse de R$ 3 milhões para o PT”, disse.

O Chile de Bachelet, uma lição para Dilma Rousseff? Até quando a presidenta do Brasil vai resistir a tomar uma decisão, pelo menos simbólica, mostrando que aceita com humildade que o país está em crise e irritado? 'A vaidade ferida do Chile', por JOHN CARLIN

Chile e Brasil se pareciam muito dentro do continente latino-americano. Ambos os países manifestavam orgulho em se sentir moralmente superiores aos outros e de ter criado um milagre econômico, como destacou neste jornal John Carlin.
Os dois países estão governados por duas mulheres de valor, ambas de esquerda. O pai de Michelle Bachelet foi assassinado pela ditadura do general Pinochet e Dilma Rousseff foi torturada durante outra ditadura militar. Hoje, ambos os países e Governos e suas duas mandatárias vivem momentos de baixa, fustigados por uma grave crise política, econômica e ética. Já não podem se apresentar no continente como líderes da mudança. A popularidade das duas presidentas despencou do céu ao inferno. A de Rousseff, muito mais do que a de Bachelet.
E Dilma? Os últimos eventos mostram um Congresso no qual sua maioria se desgasta a cada hora, ao mesmo tempo em que a presidenta se vê obrigada a isolar-se e a proteger-se da rua por medo de ser criticada. Tudo isso somado a um partido que põe obstáculos às suas medidas de ajuste e a uma opinião pública que continua gritando “Fora Dilma” e “Fora PT”, um partido que é recebido com panelaços em vários Estados durante seu programa transmitido em cadeia nacional na TV, apesar de ter sido protagonizado pelo carismático ex-presidente Lula, diante da ausência da presidenta.Acusadas de não reagir diante da queda da confiança de seus respectivos eleitores, ambas tentando minimizar uma crise que as pesquisas revelavam com evidência, Bachelet acabou tomando uma decisão drástica como resposta aos protestos populares: substituir todo o Governo e anunciar que o Chile terá um novo ministério em um prazo de 74 horas.
Se as crises nunca são iguais, não resta dúvida que as vividas pelo Chile e pelo Brasil, protagonizadas por dois Governos de esquerda e progressistas, parecem reflexos uma da outra. Assim como Bachelet tentou fazer em vão —acusada de ser lenta em suas reações frente à crise—, Dilma continua na ilusão de negar a crise, classificando-a de “passageira”, sem entender o sentimento das ruas, cada vez mais crítico contra ela e seu partido.
A mandatária chilena rendeu-se e passou uma rasteira em seu Governo para começar de novo. Talvez isso não seja suficiente, mas é um gesto com o qual tenta dizer à opinião pública que entendeu o motivo pelo qual perdeu a confiança dos eleitores. Até quando Dilma vai resistir a tomar uma decisão, pelo menos simbólica, mostrando que aceita com humildade que o país está em crise e irritado, à espera de algo que resgate sua confiança?
Em entrevista recente ao jornalista Roberto D'Ávila na Globo News, o senador do PSDB José Serra afirmou que o problema do Brasil não é apenas a corrupção ou a economia, mas sobretudo a fragilidade do Governo Dilma. “É um Governo fraco”, afirmou. Tão fraco que, como demonstra diariamente, açoitado e humilhado pelo Congresso Nacional, perdeu sua iniciativa diante da crise.
Dilma, em um gesto de Pilatos, lavou as mãos frente à crise terceirizando suas duas maiores responsabilidades: a econômica, nas mãos de Joaquim Levy, mais próximo da visão liberal da oposição do que da sua; e a política, ao aliado PMDB, na figura de seu vice-presidente Michel Temer, do partido que hoje já é de clara oposição no Parlamento.
Será suficiente para Dilma lavar as mãos para recuperar a confiança perdida dos 54 milhões de brasileiros que a reelegeram nas urnas? Ou necessitaria fazer, como no caso chileno, um gesto de ruptura? Um reconhecimento de que a gestão econômica de seu primeiro mandato foi equivocada e que provocou uma crise que a obriga a fazer ajustes que afetarão os trabalhadores e os mais pobres. Reconhecerá que a crise da Petrobras, uma empresa que esteve tantos anos sob seus cuidados, não foi apenas ética, mas também de má gestão e de falcatruas de políticos e de executivos sem escrúpulos, seus aliados, que transformaram a companhia no quintal de sua própria casa?
Quando os brasileiros gritam nas ruas “Fora Dilma”, talvez estejam esperando, pelo menos, um gesto inequívoco dizendo que a presidenta entendeu a crise e está disposta a enfrentá-la. Não enterrando a cabeça, nem terceirizando, mas oferecendo uma medida radical como a de Bachelet.

Bachelet faz mudança drástica ao trocar nove ministros de sua equipe Após pedir a renúncia de todo o seu gabinete, a presidenta mantém 14 dirigentes Demite seus homens de confiança dos ministérios da Fazenda e do Interior Bachelet desenha seu novo gabinete em completo segredo

Cambio de gabinete en Chile
O ex-ministro de Defesa de Chile, Jorge Burgos, assina como novo ministro do Interior. /FELIPE TRUEBA (EFE)
Depois de 108 horas em que o gabinete de Michelle Bacheletpermaneceu à espera de seu futuro e com a renúncia coletivaapresentada, a presidenta chilena anunciou mudanças drástica em seu Governo, as de maior profundidade que um mandatário realizou no Chile desde a volta à democracia, em 1990. Catorze meses após ter assumido seu segundo mandato, em março de 2014, a governante socialista não só removeu toda a equipe política que a acompanhava no palácio de La Moneda, encabeçada por Rodrigo Peñailillo, como também demitiu o ministro da Fazenda, Alberto Arenas. A saída do líder econômico do Executivo chileno é uma novidade histórica: nenhum chefe de Estado dos governos pós-ditadura havia tomado a decisão de promover mudanças nessa área.
“É tempo de dar um novo impulso à missão do Governo, e nessa nova fase, tão exigente quanto estimulante, é preciso colocar energia renovada e rostos novos à frente das tarefas que prometemos ao país e que os chilenos nos pedem. Por essa razão decidi, no uso de minhas prerrogativas constitucionais, convocar uma nova equipe ministerial”, disse Bachelet.
Num discurso esperado pelos políticos e pela população desde quarta-feira passada, quando anunciou a dissolução de seu gabinete pela televisão, a socialista fez mudanças em 9 dos 23 ministérios. As saídas dos titulares do Interior e da Fazenda são, sem dúvida, as de maior impacto. Desde os tempos em que Bachelet vivia em Nova York, como diretora da ONU Mulheres (entre setembro de 2010 e março de 2013), Peñailillo e Arenas foram seus dois homens de confiança e os arquitetos de sua volta ao Chile, de seu programa de governo e de sua segunda campanha à presidência. Nesse primeiro ano de governo, ocupando os cargos mais importantes do gabinete, ambos estiveram à frente das principais reformas do Executivo, como a tributária e as alterações no sistema eleitoral binominal.
Com essas duas mudanças-chave e pelos perfis dos substitutos de Peñailillo e Arenas, pode-se concluir que, ao recomeçar seu governo, Bachelet quis demonstrar uma disposição à negociação e ao diálogo. Como membro de diversos governos de centro-esquerda desde 1990 e depois de três mandatos de deputado, Burgos é um especialista em negociações complexas e um político experimente, com conexões profundas em todos os setores. A nomeação de Valdés para a Fazenda vai na mesma direção. Num governo que pretende realizar uma ambiciosa agenda de reformas, para a qual restam menos de três anos, Bachelet optou por um interlocutor respeitado no mundo empresarial, onde Arenas enfrentou vários problemas, e, depois de 14 meses, havia perdido a legitimidade necessária para levar adiante sua difícil tarefa.A presidenta nomeou para o Interior o democrata-cristão Jorge Burgos, que tem longa carreira no Executivo e no Congresso e que até agora era ministro da Defesa, e para a Fazenda, Rodrigo Valdés, do Partido pela Democracia (PPD), reconhecido por sua capacidade de realização e que era presidente executivo do Banco Estado.
A equipe política do palácio de La Moneda, composta por três ministros, ficou sem a presença de mulheres. Na Secretaria-Geral do Governo, que faz o trabalho de porta-voz, saiu o socialista Álvaro Elizalde e entrou Marcelo Díaz, também militante do PS, que vinha exercendo o cargo de embaixador na Argentina. À Secretaria-Geral da Presidência, encarregada da agenda legislativa do Executivo e do contato com o Congresso, aportou o deputado Jorge Insunza, do PPD, que substitui Ximena Rincón, a partir de agora no Ministério do Trabalho.
Nessa reforma de gabinete aconteceram outras trocas entre membros da equipe: além do deslocamento de Burgos e Rincón, José Antonio Gómez, do Partido Radical, passou da Justiça para a Defesa. Javiera Blanco, independente, foi transferida do Trabalho para encabeçar o Ministério da Justiça. No Ministério da Cultura entra Ernesto Ottone Ramírez, substituindo Claudia Barattini, enquanto no Desenvolvimento Social toma posse o segundo político comunista do Executivo, Marcos Barraza, que fica no lugar de Fernanda Villegas. Nessa profunda transformação, cinco ministros deixaram o Governo Bachelet.

Gritaria e o “sentimento” do doleiro Youssef na viagem da CPI a Curitiba Delator da Lava Jato reafirma que Planalto sabia de desvios, mas diz não ter provas disso

Alberto Youssef na sessão da CPI em Curitiba. / RODOLFO BUHRER (REUTERS)
No primeiro dia de sessões da CPI da Petrobras em Curitiba, epicentro das investigações da Operação Lava Jato, o saldo foi magro. Gritaria, perguntas insólitas e troca de acusações emolduraram o longo depoimento do doleiro Alberto Youssef, peça-chave no caso, que repetiu informações já conhecidas, mas voltou a constranger o Governo e o PT ao reafirmar que os esquemas de desvios da estatal  “serviam aos interesses do partido [PT] e da base aliada”. Youssef fechou acordo de delação premiada com Justiça, que inclui apresentação de provas de suas denúncias, mas disse aos deputados da comissão não poder comprovar suas acusações contra o Planalto. "A opinião é minha, é meu sentimento. Agora, provas eu não tenho."
A CPI, de já abalada credibilidade pela blindagem de acusados do PMDB, teve de lidar com outro revés, o fato de que o relator da comissão, o petista Luiz Sérgio, ter sido convocado como testemunha de defesa do ex-tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, preso preventivamente por suposta participação nos desvios da Petrobras. Nos corredores, vários dos parlamentares julgavam "urgente e necessária" uma escolha de Luiz Sérgio - ou o testemunho, ou a permanência na relatoria da CPI.
“Pedirei para que o meu nome seja excluído. Se não houver a possibilidade, me julgarei impedido”, se comprometeu o petista do Rio, que se esquivava das câmaras. Ele afirmou que sua indicação como testemunha foi um erro e justificou sua proximidade com Vaccari: “Normal, [o contato de parlamentares com tesoureiros de seus partidos], durante o período eleitoral há uma choradeira permanente de candidatos que dizem que estão sem recursos para campanha”.

"O senhor é o Papai Noel?"

“O senhor é o Papai Noel?”, perguntou o deputado Delegado Waldir (PSDB) ao ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró. “É que fica doando apartamento por aí...", completou, em referência à transferência de imóveis feita pelo acusado na Lava Jato a parentes antes de ser preso. Esse trecho do interrogatório de Cerveró, que já havia anunciado que permaneceria calado, dá dimensão do circo armado na sessão em Curitiba que constrangeu a audiência. Waldir interpelaria ainda Cerveró, apontando seus sapatos "de 500 reais", e o chamando de "bonitão" com "esse terno caro". 
Coube também a Waldir elaborar uma pergunta para "entender a coincidência" de tantos protagonistas dos esquemas de corrupção e da investigação serem naturais da cidade paranaense de Londrina, que acumula casos de corrupção e lavagem de dinheiro, mas também desenvolveu práticas de vigilância e investigação.  “Tem coisas que a gente não explica, elas acontecem naturalmente”, respondeu, serenamente, Alberto Youssef, protagonista de outro escândalo, o do Banestado, arrancando risadas da plateia. 
Houve também momentos de tensão. Durante o depoimento do combalido empresário Mario Goes, que está preso no complexo médico de Curitiba, houve um rápido entrevero entre o advogado David Teixeira e deputados que insistiam em perguntar, apesar da prerrogativa de ficar em silêncio adotada pelo depoente. A discussão virou uma gritaria, com dedos em riste e acusações mútuas de falta de decoro e desacato.
A sessão de interrogatórios, que correu sem intervalos ao longo do dia, foi aberta perto das 9h. O de Youssef levou quatro horas. O doleiro negou ter qualquer contato com o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, mas voltou a citar repasses para a campanha dos senadores Gleisy Hoffman (PT) e Valdir Raupp (PMDB) e integrantes do PT. Ele disse nunca ter tido contato com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e não conhecer o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ambos do PMDB. No caso de Cunha, afirmou ter repassado valores para campanha indiretamente, a pedido do empreiteiro Julio Camargo. Segundo deputados da CPI ouvidos por esse jornal, a convocatória de Julio Camargo tem sido barrada pela cúpula da CPI, dominada por aliados. Pela sede da Justiça Federal, em Curitiba, onde acontecem os interrogatórios, passaram ainda o empresário Mario Goes, o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, Fernando Baiano, acusado de intermediar o recebimento de propinas para o PMDB, e os empresários Guilherme Esteves e Adir Assad. Nenhum deles respondeu a perguntas dos deputados. A última convocada, a operadora Iara Galdino, falou, admitiu culpa por contratar laranjas, mas afirmou que a delação que a incriminam por 90 contratos é "mentirosa".O doleiro foi questionado ainda sobre sua participação em outro escândalo, o do Banestado, em 2004, quando teve o benefício da delação premiada pela primeira vez. A aceitação de Youssef pela segunda vez como delator é um dos pontos questionados pelos defensores dos acusados na Lava Jato para tentar invalidar suas denúncias.
Os depoimentos da CPI continuam até quarta-feira, se o cronograma for cumprido à risca. Nesta terça, Carlos Habib Chater, dono do posto em Brasília que batizou a operação da Polícia Federal fala -ou não- com os deputados. Além dele, responderão aos questionamentos da comissão a doleira Nelma Kodama, o operador René Luiz Pereira, os ex-deputados Luiz Argôlo (SDD), André Vargas (sem partido) e Pedro Corrêa (PP).

Senadores sabatinam nesta terça Luiz Fachin, indicado por Dilma para o STF Jurista gaúcho foi escolhido para vaga deixada por Joaquim Barbosa. Ele será questionado por comissão antes de ter nome votado em plenário.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado vai sabatinar a partir das 10h desta terça-feira (12) o advogado Luiz Edson Fachin, indicado pela presidente Dilma Rousseff para ocupar vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

Na sessão, os senadores que compõem a CCJ questionam o indicado antes de decidirem, em voto secreto, se aprovam ou rejeitam a indicação. Aprovado, o nome do indicado segue para votação no plenário do Senado, último passo para posse e efetivação do novo ministro no STF.

Advogado e professor titular de direito civil da Faculdade de Direito do Paraná, Fachin, 57 anos, também é professor visitante da King’s College, na Inglaterra, e pesquisador convidado do Instituto Max Planck, na Alemanha. Ele também atuou como procurador de estado do Paraná.

Apadrinhado por forças políticas de diferentes frentes do Paraná – estado onde atuou durante sua carreira –, o jurista tem repetido, desde 14 de abril, uma rotina de visitas a gabinetes de senadores para tentar assegurar os votos que garantam a aprovação dele para a vaga.

De acordo com alguns dos senadores visitados por Fachin, ele tem feito visitas de cortesia, apresentando o currículo e se colocando à disposição para esclarecer eventuais dúvidas em relação às suas credenciais para o cargo.Na última semana, o relator do processo de indicação do advogado para o Supremo, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), deu parecer favorável ao nome de Fachin e recomendou a aprovação do nome do jurista para a Corte.

No relatório, Dias, que é um dos principais defensores de Fachin no Senado, ressaltou manifestações de apoio ao indicado pela presidente Dilma Rousseff e por parte da comunidade jurídica do país. Na avaliação do senador tucano, o jurista tem experiência profissional, formação jurídica e reúne todos os atributos necessários ao exercício do cargo de ministro do STF.

Polêmicas
Apesar do relatório favorável de Dias, o nome de Fachin não é unanimidade entre os parlamentares. Entre as polêmicas que cercam o nome do advogado, está o fato de ele ser supostamente ligado ao PT, partido de Dilma.

Em um vídeo da campanha presidencial de 2010, Fachin leu um manifesto de apoio à então candidata Dilma Rousseff, ao lado do atual vice-presidente Michel Temer e dos hoje ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justiça).

Fachin também é criticado por ter exercido entre 1990 e 2006, ao mesmo tempo, a função de procurador de estado do Paraná e a atividade de advocacia privada.

Na semana passada, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) divulgou um parecer que ele encomendou à consultoria legislativa do Senado segundo o qual a atuação de Fachin nas duas atividades ao mesmo tempo foi ilegal.
Outro parecer, encomendado e divulgado pelo senaodr Álvaro Dias (PSDB-PR), contradiz o documento divulgado por Ferraço e afirma que a atuação de Fachin foi legal. O material também foi elaborado pela Consultoria Legislativa do Senado, mas por um técnico diferente do responsável pelo texto apresentado por Ferraço.

O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), emitiu nota para dizer que os pareceres  não representam a posição institucional do Senado. Para Renan Calheiros, a Casa só se manifesta por meio de vontade da maioria dos membros.

'Muito boa impressão'
No último mês, após se reunir com Fachin, Renan Calheiros comentou a indicação do jurista para ocupar a Suprema Corte. O peemedebista afirmou a jornalistas que teve "muito boa impressão" do advogado.

"Eu tive muito boa impressão dele [Fachin] e isso se soma à certeza de que, ao mandar seu nome, a presidente conhecia a necessidade do perfil que mandaria", ressaltou.

Renan também disse na ocasião que não foi consultado por Dilma sobre o nome de Fachin antes da indicação.

A sabatina de Fachin estava prevista inicialmente para ocorrer há duas semanas. Entretanto, foi adiada por "trâmites burocráticos", informou a secretaria da CCJ. Segundo a comissão, como a mensagem oficial da presidente da República comunicando a indicação só foi enviada ao Senado no dia 22 de abril, não houve tempo suficiente para viabilizar a sabatina para aquela sessão.

Conab eleva previsão de safra de soja 14/15; reduz estimativa para milho


SÃO PAULO (Reuters) - A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou nesta terça-feira a sua previsão de safra de soja do Brasil 2014/15 para um recorde de 95,1 milhões de toneladas, ante 94,3 milhões de toneladas na previsão de abril.
Com a colheita da oleaginosa na fase final, a Conab vê um aumento de 10,4 por cento na produção em relação à temporada anterior, com as lavouras sendo beneficiadas por um tempo favorável de uma maneira geral. Além disso, produtores elevaram em 4,6 por cento a área plantada em 14/15 ante 13/14.
Já a safra total de milho do Brasil 14/15 foi prevista em 78,6 milhões de toneladas, ante 79 milhões na previsão de abril, com a Conab reduzindo a projeção para a segunda safra do cereal para 47,9 milhões de toneladas, ante 48,7 milhões no mês passado.
Na temporada anterior, a produção total de milho do país somou pouco mais de 80 milhões de toneladas.
Já a safra de trigo, cujo plantio está começando, pode atingir históricas 7 milhões de toneladas, segundo a Conab, ante 6 milhões na colheita do ano passado.
A previsão para a safra 14/15 de algodão em pluma, por sua vez, foi mantida em 1,5 milhão de tonelada, contra 1,73 milhão na temporada anterior.
(Por Roberto Samora)

Vários soldados russos foram mortos no leste da Ucrânia, diz relatório da oposição

Por Maria Tsvetkova
MOSCOU (Reuters) - Moscou gastou mais de 1 bilhão de dólares em apoio aos rebeldes separatistas no leste da Ucrânia e pelo menos 220 soldados russos foram mortos na região, de acordo com relatório de ativistas da oposição russa divulgado nesta terça-feira.
O relatório era o último projeto de Boris Nemtsov, figura de oposição e crítico ao Kremlim assassinado neste ano, que usou informações de fontes abertas e entrevistas com famílias para contradizer o argumento de Moscou de que não existem tropas russas servindo no confronto na Ucrânia.
Nemtsov foi morto a tiros em Moscou em fevereiro e membros de seu partido, o liberal RPR-Parnas, e diversos jornalistas da oposição ajudaram a terminar o relatório de 65 páginas.
Um porta-voz do Kremlin se negou a comentar sobre o assunto, dizendo que não era familiar com a questão e não poderia dizer se o presidente russo, Vladimir Putin, iria analisar.
"A guerra com a Ucrânia é uma guerra não declarada, uma guerra cínica, que representa um crime contra toda a nação russa. Putin irá entrar para a história como o presidente que fez russos e ucranianos inimigos", disse Ilya Yashin, ajudante de Nemtsov no relatório, durante entrevista coletiva.
O Ocidente acusa a Rússia de prover armas e tropas para os separatistas que lutam contra forças do governo ucraniano, assim como treinamentos e informações de inteligência. Foram impostas sanções contra Moscou por conta do conflito, que já matou mais de 6.100 pessoas.