quarta-feira, 22 de abril de 2015

OneDrive receberá suporte para Apple Watch

Mais cedo informamos que a Microsoft atualizou o seu aplicativo PowerPoint para transformar o Apple Watch em um controle remoto para apresentações de slides. Mas isso seria pouco, se a companhia quer estabelecer sua presença entre os usuários do relógio da Maçã. Por isso, ela está integrando mais serviços para o dispositivo, o que também inclui o OneDrive.
Com a integração do Apple Watch com o serviço de nuvem da Microsoft, os usuários serão capazes de encontrar suas fotos através de tags, visualizar álbuns e deletar imagens a partir do pulso. Os recursos parecem ainda um tanto obscuros e com pouca finalidade, mas por se tratar de uma primeira versão para um dispositivo que ainda não chegou aos usuários, é possível que os planos sejam de incrementar aos poucos as suas funcionalidades.
Essa jogada a Microsoft pode ser muito interessante, já que os futuros donos de Apple Watch não são necessariamente compostos apenas por usuários iOS e OS X. É bem possível que pessoas que utilizam os produtos e serviços da Microsoft também adquiram um relógio da Apple, já que a empresa de Redmond não possui um produto similar, embora haja planos para um lançamento de um wearable universal. Ainda assim, a companhia segue seu plano de se manter presente em múltiplas plataformas, o que obviamente não poderia deixar de lado o Apple Watch

Senado pode votar nesta quarta projeto sobre dívidas dos estados Matéria está na pauta de votações do Senado desde o dia 31 de março. Projeto deve sofrer alterações no Plenário da Casa e voltar para a Câmara.

O Senado pode votar nesta quarta-feira (22) a proposta que desobriga a regulamentação, com vigência imediata, da lei que muda o indexador das dívidas de estados e municípios com a União. A discussão em plenário poderá ser retomada nesta quarta após intensas negociações entre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e a base aliada no Congresso.
O texto está na pauta de votações da Casa desde o dia 31 de março e teve a votação adiada em pelo menos três sessões. Na última semana, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a dar início à deliberação da matéria mas, por falta de acordo, os senadores decidiram adiar a análise novamente.
Na última quarta (15), a senadora Marta Suplicy (PT-SP), relatora do projeto, deu parecer contrário à emenda que sugeria que o novo indexador valesse apenas em 2016, apresentada pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR). Segundo a senadora, não é possível saber se, até lá, o governo conseguirá reajustar as contas públicas a ponto de poder arcar com possíveis perdas no Orçamento.A lei que altera o indexador e facilita o pagamento de dívidas com a União foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff no ano passado, mas o governo não enviou ao Congresso o projeto que a regulamenta. A proposta atualmente em tramitação estabelece prazo de 30 dias para o governo federal aplicar os novos indexadores aos contratos aditivos, a partir da manifestação do devedor.
A posição da senadora petista contraria os interesses do governo federal. Segundo o ministro da Fazenda, a aprovação do projeto sem a emenda de Jucá provocaria um impacto negativo de R$ 3 bilhões no chamado "superávit primário" do setor público - em um momento de esforço fiscal para o reequilíbrio das contas públicas. Mesmo com parecer contrário da relatora, a emenda pode ser aprovada pelos senadores nesta quarta.
Depósitos judiciais
Também na última quarta, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), sugeriu que Marta incorporasse como emenda ao texto que altera o indexador das dívidas um projeto de lei do senador José Serra (PSDB-SP) que permite a estados e municípios o uso de parte dos depósitos judiciais e administrativos de processos em andamento como receita.
O texto do senador tucano determina que bancos transfiram para conta única do Tesouro do estado, do Distrito Federal ou do município 70% do valor atualizado dos depósitos referentes a processos judiciais e administrativos. Segundo Serra, muitos desses depósitos são feitos por contribuintes enquanto a Justiça ou a instância administrativa analisa pendências relativos a impostos ou contribuições.
Os 30% restantes, de acordo com o projeto, constituirão um fundo de reserva para garantir a restituição de parcelas, caso o contribuinte obtenha vitória no processo judicial ou administrativo. O senador paulista prevê no texto um acréscimo ao orçamento de estados e municípios de R$ 21,1 bilhões em 2015 e de R$ 1,6 bilhão anuais nos próximos anos.
A ideia de incorporar o texto ao projeto da dívida dos estados e municípios com a União foi bem recebida por Marta Suplicy. A senadora pediu na última quarta o reexame da matéria para permitir que o texto de Serra possa ser incorporado ao projeto.
Pelas normas do Congresso, um projeto de iniciativa de uma das Casas e aprovado com alterações na outra deve ser submetido à nova análise pela Casa de origem do texto. Assim, caso o projeto seja aprovado pelo Senado com qualquer emenda, o texto retornará à Câmara para que os deputados decidam se aceitam ou não a alteração na matéria.

Comboio japonês bate recorde mundial ao passar os 600 km/hora O comboio de levitação magnética em fase de testes operado pela ferroviária japonesa Central Japan Railway bateu esta terça-feira o seu próprio recorde mundial de velocidade ao atingir 603 quilómetros por hora Ler mais: http://visao.sapo.pt/comboio-japones-bate-recorde-mundial-ao-passar-os-600-kmhora=f817149#ixzz3Y2BKM6XN

O título foi alcançado na linha de provas de 42 quilómetros, localizada na prefeitura de Yamanashi, a cerca de 35 quilómetros a oeste de Tóquio.
Os comboios "Maglev" funcionam através de um sistema de levitação magnética que usa motores lineares instalados pertos dos carris.
O campo magnético permite que se eleve até dez centímetros acima dos carris, eliminando o contato e deixando o ar como único elemento de atrito, favorecendo assim a velocidade.
O mesmo comboio tinha batido o recorde mundial de velocidade, na passada quinta-feira, dia 16, quando alcançou os 590 quilómetros por hora.
A Central Japan Railway espera proporcionar a primeira viagem comercial entre as cidades de Tóquio e Nagoya em 2027, um trajeto de 286 quilómetros que o novo modelo terá capacidade para completar em aproximadamente 40 minutos, em vez dos 88 que demora o serviço de alta velocidade Shinkansen (`comboio bala`).
Espera-se que o comboio circule a uma velocidade máxima de 500 quilómetros por hora no arranque das suas operações.
A Central Japan Railway pretende depois estender o serviço de Nagoya a Osaka, no oeste do país, em 2045. 


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Derrotado nas eleições, ex-deputado amigo de Lula ganha emprego no Sesi

Um dos mais íntimos amigos do ex-presidente Lula, de quem foi colega de fábrica quando os dois eram metalúrgicos, o ex-deputado petista Devanir Ribeiro não conseguiu se reeleger, mas não ficou desamparado. Por exigência de Lula, foi nomeado para o conselho nacional do SESI com um gordo salário. Durante o segundo mandato do ex-presidente, Devanir lançou a ideia de alterar a constituição para permitir mais uma reeleição de Lula. O ex-parlamentar trabalha junto com outro amigo de Lula, o ex-ministro Gilberto Carvalho, que preside o conselho do SESI.

Petrobras divulga balanço auditado nesta quarta-feira Demonstrações revisadas do 3º trimestre e de 2014 serão divulgadas. Sem resultados auditados, é difícil empresa captar e atrair investidor.

A diretoria da Petrobras apresentará, nesta quarta-feira (22), após as 18h, as demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014, revisadas pelos auditores independentes, e também as demonstrações contábeis auditadas relativas exercício de 2014.
Os dados serão analisados pelo Conselho de Administração da companhia e, em seguida, apresentados à imprensa.
A publicação dos dois resultados está atrasada devido às investigações da Operação Lava Jato sobre o esquema de corrupção envolvendo a estatal. Os números que serão apresentados devem conter as perdas referentes aos desvios.
A empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers (PwC) se recusou a assinar o balanço da Petrobras do segundo semestre do ano passado, depois que a Operação Lava Jato revelou a escala do esquema de corrupção que envolvia o superfaturamento de projetos da empresa.
Um dos principais problemas é que a Petrobras ainda não conseguiu calcular como esse esquema afetou seu patrimônio. A metodologia para fazer esse cálculo precisa atender às exigências de órgãos reguladores não só do Brasil (CVM), mas também dos Estados Unidos (SEC), onde papéis da empresa são negociados.
A conta, porém, não distinguia quanto desses recursos teriam sido desviados e quanto diriam respeito a problemas na execução de projetos e mudanças no câmbio.Em janeiro, após adiar a publicação do balanço duas vezes, a Petrobras divulgou um resultado não auditado para o terceiro trimestre e uma estimativa preliminar de que seus ativos estariam superestimados em R$ 88 bilhões.
Para alguns analistas, o valor muito alto e a forma como a estimativa foi divulgada teriam tornado insustentável a posição da então presidente da empresa, Maria das Graças Foster, que foi substituída pelo ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine.
Mais um passo na 'reconstrução' da empresa
Nesta segunda-feira (20), em Nova York (Estados Unidos), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que a apresentação do balanço da Petrobras será "mais um passo" na reconstrução da empresa.
"Há expectativa de que, em alguns dias, eles [Petrobras] irão superar a questão do balanço auditado. A expectativa é de que eles conseguirão publicar o balanço auditado e que será muito bom", disse o ministro na ocasião.
Segundo ele, há expectativas em relação a uma renovação do Conselho de Administração da Petrobras com mais profissionais do mercado em detrimento de indicações políticas.
O ministro acrescentou ainda que investidores estão nervosos com a transparência no Brasil após a crise na estatal, mas defendeu que mudanças positivas de governança estão acontecendo na companhia e que ele tem confiança na estatal.
Importância da divulgação
Sem resultados auditados, fica difícil para a empresa captar recursos e atrair investidores.
Parte dos seus credores também pode pedir o vencimento antecipado de suas dívidas se a publicação do balanço for novamente adiada, o que, segundo analistas, poderia levar a empresa à insolvência e exigir uma operação de injeção de capital pelo governo.
Wilber Colmerauer, diretor da consultoria Emerging Markets Funding, com sede em Londres, explica que esses demonstrativos financeiros servem de base para que investidores analisem a saúde financeira e as perspectivas da empresa. Sem eles, investir na Petrobras seria dar um tiro no escuro.
"O balanço vai permitir que o mercado e a própria Petrobras estimem o desafio que a empresa tem pela frente", avaliou Colmerauer. "Fazer o cálculo do estrago o mais rápido possível é essencial para que a companhia deixe esse escândalo de corrupção de lado e se concentre nos seus projetos de exploração. A Lava Jato é assunto da polícia."
Para Paulo Paiva, professor da Fundação Dom Cabral, o balanço de 2014 pode ser "um marco" para a Petrobras. "Ele pode começar a virar a página dessa situação de falta de transparência e má gestão na empresa. Por isso, as ações da Petrobras estão subindo na expectativa de sua divulgação

Pimentel defende Justiça e critica "ansiedade do condenar e execrar" Governador entregou Grande Colar da Inconfidência ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski

Orador oficial da 64ª solenidade de entrega da Medalha da Inconfidência, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, abriu seu discurso nesta terça-feira (21), em Ouro Preto, saudando a presença e a participação da população na festividade, uma novidade se comparado a anos anteriores. “Que alegria ver essa praça, depois de 12 anos, aberta finalmente, para o povo comemorar o 21 de abril. Que alegria ouvir as vozes da democracia ecoando em Ouro Preto. As vozes da liberdade”, afirmou.
Ao lado de dezenas de autoridades, entre elas o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, agraciado com a principal honraria, o Grande Colar da Inconfidência, Pimentel pautou seu discurso na defesa da justiça e da democracia e fez homenagens ao mártir da Inconfidência, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, considerado por ele um exemplo de luta pela cidadania.
“Não poderia ser mais adequado estarmos aqui, neste momento da história brasileira, reverenciando a figura do Tiradentes. É sua passagem pela vida que deve guiar nossa reflexão”, afirmou o governador ao relembrar a trajetória do inconfidente. “A história desse homem nos ensina que, quanto mais seletiva for a punição, mais coletiva será a impunidade. A conveniência política, momentânea, desequilibrada, não patrocina a justiça. Ao contrário, é a irmã do arbítrio e a mãe da injustiça. Tiradentes é exemplo disso”, ressaltou Pimentel. 
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Justiça
Dirigindo-se ao ministro Ricardo Lewandowski, o governador de Minas Gerais afirmou a importância de se dar amplo direito de defesa à sociedade e relembrou o período na ditadura militar em que esteve na posição de réu.
“É a preocupação de quem já foi réu, julgado e condenado pelas leis de exceção do regime autoritário, e que hoje, abençoado pela democracia e ungido pelo voto popular, ocupa o mais honroso posto que um mineiro pode almejar: o de governador de nosso Estado”, disse Pimentel, que ao lado do vice-governador Antônio Andrade entregou a Medalha da Inconfidência a cada um dos homenageados presentes.
Ainda segundo Pimentel, não se pode atropelar, “pela ansiedade do condenar e execrar”, o processo penal. “Todo réu é inocente até que sejam esgotadas todas as possibilidades de defesa. Há tempo de acusar, há tempo de defender, mas o tempo de justiça deve ser guiado pelo eterno”, completou, durante seu discurso.
O governador também citou personalidades políticas referências para a história de Minas Gerais, como Milton Campos, Tancredo Neves e Juscelino Kubitscheck, defensores da democracia e combatentes da tirania. “Temos nesse Estado a ordem democrática, baseada no voto popular e republicana, fundada nas leis e na justiça independente e soberana”, salientou.
Pimentel encerrou seu discurso relembrando que hoje, em um país democrático, estava colocando medalhas onde, no passado, Tiradentes recebeu a corda da opressão. E reverenciou nomes que contribuem para a democracia. “Que o equilíbrio e a moderação presidam sempre os poderes da nossa República”, finalizou o governador de Minas Gerais.

10 coisas que o mundo me ensinou e tive que desaprender

Pretendo escrever um texto curto sobre esse assunto que para mim é tão vasto. Listar 10 coisas que tive que desaprender na vida é quase como escrever a biografia do meu descaminho, já que na maioria dos dias, eu levo minha vida justamente num remar contra a maré, num contestar padrões e num contradizer valores. Mas prometo ser sucinta desta vez, apontar essas 10 coisas escolhidas ao léu nessa terça-feira ensolarada, depois de tantos dias nublados e nessa casa cheia de janelas insinuantes e convidativas olhando pra mim enquanto escrevo e dizendo “vem logo pra vida!” Pretendo ser sucinta no texto porque hoje o dia é lá fora, e a introspecção ficará esperando a quarta-feira. A boa consequência é que você também poderá ler isso aqui rapidinho. Então vamos lá!
10 coisas que o mundo me ensinou e eu tive que desaprender

1. Aprender a desaprender

Acho que quero dizer com isso que aprendi a analisar antes de concordar com o que já vem pronto, e analisar pode ser uma atividade profunda, tem muito a ver com se conhecer, com não se deixar levar por ideias de grupos, amigos, namorados, família. Tem a ver com um diálogo interno e um afastamento das situações, por mais que elas envolvam emoções e vontade de pertencer e compartilhar ideias que o tornariam uma pessoa legal aos olhos alheios. Ouvir, entender e falar consigo mesmo, eu realmente acredito nisso. Qual é o outro lado da moeda? Qual é a opinião contrária? Enfim, tudo, absolutamente tudo, é contestável, tem dois lados e deve ser refletido.

2. O silêncio fala mais do que grandes conversas

A fala excessiva anestesia os sentidos e outras formas de perceber o mundo. O mundo sempre me ensinou que quem fala, quem se comunica, quem tem o dom da palavra dita alta é poderoso, inteligente, conhecedor de coisas desse mundo. Pode ser mesmo, mas o silêncio, o aprender a escutar e sentir não só as pessoas, mas os olhares, os gestos, as estações, os sorrisos ou as faltas deles, te leva a conhecer coisas além desse mundo. Shh! Fiquemos um pouco quietos e escutemos os ecos dentro de nós que sempre são abafados pela fala excessiva. O silêncio tem tanto para nos dizer!

3. É melhor ser inteira do que ser boa demais

Escrevi assim esses dias “o meu lado mais bonito é a minha amizade com o meu lado mais feio”. Eu não quero eliminar o meu lado feio, mas quero entende-lo e deixa-lo ficar, porque acredito que o lado feio sempre fica de todo jeito e acredito que ser muito bom é só uma habilidade de esconder esse lado debaixo do tapete e não olhar pra ele. Mas ele mostra as caras cedo ou tarde. Acho que conhece-lo é também saber lidar com ele. Estou desaprendendo a ser linda e boa para ser inteira!

4. “A preocupação é um desperdício da imaginação”

Li essa frase em algum lugar esses dias. E acho que é uma coisa que desaprendi, a não me preocupar tanto. Essa vida louca que nos faz pensar que devemos ser sérios, e termos sempre algo para nos preocupar. Claro que sempre há problemas: pessoais, sociais, políticos, culturais, ambientais… Evitar a preocupação exagerada não quer dizer fingir que os problemas não existem, mas é manter a calma para lidar com eles, é deixar de se preocupar sempre para poder usar o cérebro para algo mais prazeroso: imaginar! Lembrei agora de uma outra frase: “a imaginação é a inteligência se divertindo”. E eu acabo de criar mais uma frase agora: “a preocupação é a inteligência se poluindo”.

5. Ser distraído e bobo te levam além

Como o mundo prega a importância de estar o tempo todo ligado, preocupado, ativo, útil, maquinal… Como o mundo é um joguinho em que os espertos vencem, te deixam para trás, te usam se preciso, ambicionam e alcançam a qualquer custo. E os bobos, os do mundo da lua, os que conseguem imaginar histórias e ver detalhes, os distraídos que dormem e ainda sonham, que acordam e ainda sonham, que proliferam sentimentos, que conservam a capacidade de sentir ao invés de entender, esses vivem! E os que entendem tanto tudo e todos, que não caem em armadilhas, também desaprendem a se entregar e a viver profundamente, porque ao entender demais o medo surge e domina tudo. Benditos os distraídos que ainda conseguem, mesmo que por um tempo limitado, naufragar na beleza das emoções e das pessoas.

6. O meio termo e o equilíbrio não me servem

O mundo fica ensinando a ir em busca de um tipo de conforto que me parece, às vezes, nos fazer viver como zumbis – cegos e sonâmbulos. Queremos ver a vida através dos nosso olhos preocupados e da vontade atenta de não fazermos papel de bobo, e o nosso gol se torna alcançar um pedacinho no mundo em que sejamos mais espertinhos, em que conheçamos todos os cantos, em que nos relacionemos sem grandes conflitos e que possamos seguir uma rotina sem grandes descobertas. Para mim isso parece, além é claro de uma monotonia, um viver em cima do muro, num equilíbrio estático, chato e pobre. Prefiro o inferno ou o polo norte, o morno me exaure e me mata lentamente.

7. “Onde não puder amar não se demore”

Gosto muito dessa frase do escritor brasileiro Augusto Branco. Acho que a vida ensina a sermos rasos e insistentes, frios e comprometidos, focados e calculistas. Eu não. Sou profunda e não me demoro quando encontro campos inférteis, só fico se há amor, paixão, interesse… Há de haver um tempo dos amores crescerem e frutificarem? Sim, acredito nisso, tento cultivar amor, mas se ele não desponta, nem devagar, nem naturalmente, acredito na partida. Amor que é bom é orgânico, não precisa de tanta luta, nasce e cresce sozinho. Mas há pessoas que pavimentaram o próprio coração. E aí eu pergunto: para que desperdiçar sementes no asfalto? Desenvolvamos olhos para ver terras férteis! Maturidade é saber onde derramar a intensidade.

8. O trabalho não é a coisa mais importante do mundo

Pode até ser que seja, se for por uma causa, uma missão, uma paixão… Mas desacredito na ideia de que trabalho enobrece. Nem sempre, nem sempre. Muitas vezes, é bem o contrário disso. É triste ver que pagar as contas e construir uma aposentadoria, garantir um futuro confortável, seja o maior objetivo da vida das pessoas. Sei que pagar as contas é um mal necessário, mas não acho que esse deva ser o maior objetivo de todos.

9. A loucura é saudável

Loucura, palavra tão ampla de significados. Pode ser uma extravagancia, um exagero, uma imprudência. Pode ser uma fuga, uma tentativa cega no desconhecido, um experimento, um contato com o novo, uma curiosidade que te faz querer ir além do sensato. A minha loucura é apenas uma incapacidade de pertencer a estereótipos. Loucuras sensatas me interessam.

10. Eu não sou o que como, eu não sou o que tenho

Desaprendendo isso também, acredito apenas que: “Eu sou o que sonho”.
E agora eu vou para a vida lá fora! ;)
Arriverderci!
Nota da Conti outra: O texto acima foi publicado neste espaço com a autorização da autora.
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Clara Baccarin

clara 3

Paulista de nascimento e estrangeira de coração. Clara mora hoje em Budapeste,
na Hungria. Mestre em Estudos Literários, é redatora e tradutora. Escreve poemas, prosas e letras de música. Lançou este ano o seu primeiro livro, um romance poético intitulado CASTELOS TROPICAIS (Ed. Chiado) e está trabalhando no segundo, MESA DE BAR.