terça-feira, 18 de abril de 2017

Um ano do golpe: lamaçal de corruptos, ofensiva contra trabalhadores e trégua das centrais



1 ANO DO GOLPE


Há um ano, quando o Golpe foi vitorioso na Câmara, mostrando sua cara reacionária ao fazer a dupla Temer e Cunha alcançar o poder com apoio da FIESP e da Globo, já apontávamos que o alvo do golpe institucional era atacar os direitos dos trabalhadores, denunciando a trégua das centrais sindicais com os golpistas ao insistirem em não organizar de fato a resistência dos trabalhadores em troca de um clima favorável ao ‘projeto Lula-2018’.
Twitter: @Mouro_77

terça-feira 18 de abril| Edição do dia








Foi no fatídico 17 de abril de 2016, quando centenas de deputados, donos de intermináveis privilégios e denunciados (alguns, como Cunha, já até condenados) por corrupção e diversos outros crimes, sequestraram a vontade de milhões de votantes para impor um rumo ao país ainda mais reacionário do que o que já vinha sendo implementado pelos ajustes de Dilma. Hoje, um ano depois, o projeto de ataques está evidenciado com as reformas da previdência, trabalhista, PL de terceirização, privatizações e entrega das estatais, aeroportos e até dos recursos naturais ao capital estrangeiro.
Da alta cúpula do governo Temer, passando por Aécio, Cunha, até MBL: de um ano pra cá, a ficha criminal da direita golpista só aumentou
Se lembrarmos das declarações de votos dos deputados na Câmara em defesa do impeachment, recordaremos o banho de reacionarismo, que foi desde a defesa da polícia militar, Forças Armadas, defesa de coronéis que mataram e torturaram na ditadura, até a defesa da família tradicional brasileira, em nome de Deus e pela “revolução de 64”. Quase todos se unificavam no discurso da moralização e busca hipócrita da “ética na política”. Ao mesmo tempo, aqueles deputados reafirmavam a moral conservadora e burguesa contra os direitos das mulheres, negros, juventude e LGBTs.
Mas, para além do discurso retrógado, o que também os unifica é a hipocrisia da autoproclamação de baluartes da luta contra a corrupção dos governos Lula e Dilma, estando eles mesmos envolvidos em mil laços nas mesmas relações escusas com empreiteiras e desvios de verbas públicas, caixa 2, lavagem de dinheiro, trafico de influência etc.
O ex-presidente da câmara dos deputados, Eduardo Cunha, logo após ter cumprido seu papel de golpista renegado, foi um dos primeiros a ser rifado pelos seus, e é hoje condenado a 15 anos de prisão.
Mas o mais simbólico da composição do governo golpista foram os 9 ministros de Temer, 24 senadores, 42 deputados e 3 governadores indiciados na lista do Ministro do STF Edison Fachin, abrindo novos inquéritos na operação Lava Jato com base nas delações dos executivos da Odebrecht, e deixando claro que entre os partidos da ordem – que governam a serviço dos capitalistas e são parte do regime político apodrecido – não se salva nenhum!
Também o PSDB de Alckmin e Aécio, rei das citações na Lava Jato, esteve no cerne da lista, sendo citado novamente por delatores da Odebrecht, fazendo com que o partido já não possa surfar tanto da onda de “moralização da política”.
O “satélite” dos golpistas, conhecido como MBL, que ajudou a mobilizar a expressão da direita nas ruas a favor do golpe – e inclusive pela intervenção militar –, viu sua máscara cair ao serem revelados também os podres da sua coligação, e principalmente a prática de Caixa 2 na eleição do vereador de São Paulo e líder reacionário do MBL, Fernando Holiday.
Os crimes dos políticos do PSDB, PMDB e seus sócios menores, todos a serviço dos patrões através dos esquemas de corrupção e propinas da Odebrecht, são apenas uma pequena amostra de que, no capitalismo e no regime político que serve a esse sistema, a regra é essa.
Não podemos esquecer que o PT, em todos os seus 14 anos de governo, sempre esteve em aliança com esses setores, abrindo espaço para o avanço desta direita e negociando com os direitos democráticos dos trabalhadores, das mulheres, dos negros e LGBTs. A direita nunca foi combatida pelo PT, e muitos dos votos pró-impeachment e dos discursos reacionários vieram de ex-aliados do PT, como o PSC, de Marco Feliciano, que chegou a ser presidente da Comissão de Direitos Humanos com apoio do PT; o PP, de Maluf e o PSD, de Kassab.
Dentro das organizações de esquerda, o golpe institucional também foi um divisor de águas para alguns. O mais emblemático foi a crise do PSTU e a ruptura de militantes do partido em torno de posições politicas, que dentre outras, a polêmica acerca do impeachment e a posição escandalosa do partido em chamar o “Fora Todos Eles” – praticamente igualando as frações e interesses burgueses dos partidos da ordem que aplicavam os ataques – que acabou gerando uma crise sem precedentes e o surgimento do grupo MAIS.
Correntes do PSOL também se viram a deriva diante do golpe, porém foi o MES, corrente de Luciana Genro, que demonstrou um tímido – porém vergonhoso – golpismo, através da defesa do autoritarismo judiciário, exigindo o prosseguimento de um dos sustentáculos do golpe, a pró-imperialista Lava Jato, e apoiando o direitista Sérgio Moro em suas “10 medidas contra a corrupção”, que buscam substituir o esquema de corrupção com cara petista por um com o rosto da direita.
Um ano depois, a tarefa de superar o conformismo e a trégua da burocracia, construindo uma forte Greve Geral, segue como a ordem do dia.
As reformas de Temer seguem a todo vapor apesar da crise política e dos envolvidos na Lava Jato. Antes, durante e depois do golpe não vimos a tal ‘resistência’ prometida pela burocracia petista. Ao contrário: às portas do chamado para greve geral do dia 28 de abril, os trabalhadores, além de lutar contra as patronais, ainda encontram o clima de trégua das centrais sindicais que já desviam a disposição de luta dos trabalhadores para o ‘projeto Lula-2018’.
As demonstrações do #15M comprovaram nossa aposta na disposição de luta dos trabalhadores e que sua ação independente poderia ter sido a única força capaz de impedir o golpe institucional e os ataques aos direitos democráticos, além do fortalecimento superestrutural da direita golpista visto durante as eleições de 2014.
A CUT, CTB, UNE e demais direções petistas do movimento de massas impediram que os sindicatos lutassem contra os ajustes e a impunidade do “seu governo”, fazendo meras críticas formais aos aspectos mais direitistas do mesmo, porque seu verdadeiro plano era preparar a campanha para o retorno de Lula em 2018. Uma verdadeira traição, pela qual o movimento operário brasileiro segue pagando a conta. Além disso, ficou claro que os burocratas temem muito mais a espontaneidade de sua base do que os patrões e a direita.
Ainda é possível – e tarefa imediata – efetivar uma grande greve geral. Para isso, é tarefa dos partidos, grupos e organizações de esquerda e dos trabalhadores, que as mobilizações do dia 28 venham a partir de comitês de auto organização de base. Que ampliemos para os locais de trabalho e estudo o objetivo de massificar a luta e que se debata um plano concretizando ações para a construção de uma Greve Geral de fato, elegendo delegados de base para não permitir que sejam os burocratas sindicais que em portas fechadas definam os rumos do movimento.
Que o dia 28 de abril seja o começo de uma aliança efetiva e independente de trabalhadores com a juventude aos demais setores oprimidos como trabalhadores sem-terra e sem-teto. Já foram dadas mil provas de disposição de luta contra os ataques dos golpistas e dos patrões e levantando nossas bandeiras comuns, como a luta contra a terceirização e a reforma da previdência e trabalhista, assim como contra o entreguismo e o plano de privatizações de Temer, é possível vencê-los!

Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira
É lamentavelmente inacreditavelmente, verdadeiramente.
Absolutamente,
Reconhecidamente,
Inegavelmente,
Que esse País foi descoberto por pessoas de índole e mente perigosa e que o nosso futuro a Deus dará?



A pátria não é ninguém; são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à ideia, à palavra, à associação.
A pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade.



Vocês já pararam pra pensar quantas escolas, creches, moradias dignas, cestas básicas, quantos brasileiros pobres foram prejudicados pela ânsia desenfreada de um grupo de corrupção.

Interessante chamar de vossa excelência quem se encontra na lava-jato e chamar de “vagabundo” o honrado trabalhador? Brasileiro, desempregado por causa da corrupção.

Indivíduo que pratica atividades criminosas com legitimidade de poder público deveria devolver em dobro tudo que recebeu, sem dó e sem piedade, inclusive os salários.

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