Geraldo Pereira Oliveira, 54, aposentado, morador de Belo Horizonte, tem muito a contar à Lava Jato. Ele foi funcionário da Transnacional, transportadora usada por doleiros e operadores para levar propinas a seus destinatários, e já compareceu à Polícia Federal pelo menos duas vezes – uma para contar sobre o dia em que bateu à porta de um assessor do presidente do PP, Ciro Nogueira, e outra quando deixou seu nome registrado na portaria do prédio onde trabalha o marqueteiro da presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
Gleisi foi denunciada nesta segunda-feira, 30, por supostas vantagens indevidas de R$ 5 milhões nas eleições de 2014. Ciro é investigado por propinas de R$ 1,6 milhão nos pleitos de 2010 e 2014. Sobre ambos, recai a suspeita de que o dinheiro teria partido da Odebrecht.
A maior construtora do país confessou, em delação premiada de seus executivos, que se utilizava do doleiro Álvaro Novis para operacionalizar pagamentos do ‘departamento de propinas’ a políticos.
Novis, por sua vez, admitiu, também em acordo com as autoridades, que sua empresa, a Hoya Corretora, se utilizava dos serviços da Transnacional.
Também conhecida como Trans-Expert, a empresa é citada diversas vezes na Operação Lava Jato. Especialmente, no Rio de Janeiro a empresa teria sido utilizada para o transporte de valores envolvendo os esquemas ligados ao ex-governador Sérgio Cabral, cujas penas somas chegam aos 100 anos de prisão.
Os veículos blindados da Transnacional, bloqueados judicialmente, chegaram a ser oferecidos pela Justiça ao governo fluminense para fins de segurança pública.
Funcionários da Transacional têm sido chamados a depor pelas autoridades, que buscam o rastro de propinas da empreiteira a políticos.
Geraldo é peça importante nesse quebra-cabeça, já que trabalhou entre 2012 e 2015 – com a Lava Jato nas ruas -, na empresa.
O motorista narra uma prática recorrentemente mencionada por delatores da Odebrecht: a entrega de dinheiro mediante apresentação de senha pelos destinatários.
Segundo o ex-funcionário da Transnacional, ‘excepcionalmente, quando algum recebedor solicitava a verificação, era aberto o pacote e contavam as ‘cabeças’ – nome dado a ‘pacotes de 100 cédulas de um mesmo valor’.
Geraldo ainda disse que, inicialmente, o limite de entregas era de R$ 250 mil, mas, em 2014, o montante foi ‘flexibilizado’ e começou a ser ‘frequente’ o transporte acima de R$ 500 mil.
Em depoimento à Polícia Federal em fevereiro, o ex-funcionário da Transnacional reconheceu, por meio de fotografia apresentada a ele, Lourival Ferreira Nery Júnior, assessor de Ciro. Também disse se lembrar do edifício La Defense, na Rua Ministro Godói, no bairro de Perdizes, São Paulo, em que Lourival morava.
Geraldo contou que sempre era autorizado a entrar pelo portão da garagem, seguir pelo elevador de serviço e entrar no apartamento do assessor. Somente uma vez teria ido ao endereço e recepcionado pelo pai de Lourival. Ele alega ter feito pelo menos três entregas naquele endereço.
Ele também prestou depoimento no âmbito de inquérito que embasou denúncia contra o ex-presidente Lula, os ex-ministros Paulo Bernardo e Antônio Palocci e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Eles são denunciados por US$ 40 milhões em propinas da Odebrecht.
Gleisi, especificamente, é implicada por R$ 5 milhões da empreiteira que teriam abastecido sua candidatura ao governo do Paraná, em 2014. Do total, R$ 3 milhões foram declarados à Justiça Eleitoral, mas os próprios marqueteiros de campanha da petista contaram à PF que receberam apenas R$ 1,1 milhão desse valor e que, chegaram a receber R$ 170 mil em uma promessa feita a eles de que o restante seria parcelado.
O doleiro Novis, segundo as investigações, teria sido usado para operacionalizar entregas da Odebrecht aos marqueteiros de Gleisi.
Segundo as investigações, ‘constam três entradas de Geraldo Pereira, da empresa “TRANS”: dias 23/10/2014, 31/10/2014 e 07/10/2014’, no prédio dos marqueteiros.
A fotografia de Geraldo P. Oliveira, ao se cadastrar no prédio, está nos autos.
Ele confirmou que ‘trabalhava na Transnacional e fazia entrega e retirada de valores’.
“Com relação ao endereço da rua Gomes de Carvalho, 921, Vila Olímpia, São Paulo/SP, o declarante confirma que já compareceu a tal endereço mais de uma vez em 2014″. Os detalhes do depoimento sobre a petista são desconhecidos, já que o termo continua em sigilo.
COM A PALAVRA, CIRO NOGUEIRA
O senador nega ter recebido caixa dois da Odebrecht.
COM A PALAVRA, GLEISI
Mais uma vez a Procuradoria Geral da República atua de maneira irresponsável, formalizando denúncias sem provas a partir de delações negociadas com criminosos em troca de benefícios penais e financeiros.
O Ministério Público tenta criminalizar ações de governo, citando fatos sem o menor relacionamento, de forma a atingir o PT e seus dirigentes.
Além de falsas, as acusações são incongruentes, pois tentam ligar decisões de 2010 a uma campanha eleitoral da senadora Gleisi Hofmann em 2014.
A denúncia irresponsável da PGR vem no momento em que o ex-presidente Lula, mesmo preso ilegalmente, lidera todas as pesquisas para ser eleito o próximo presidente pela vontade do povo brasileiro. Assessoria do PT
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Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira
A Corrupção Não Tem Cores Partidárias. Não É Monopólio De Agremiações Políticas Ou Governos Específicos. Combatê-La Deve Ser Bandeira Da Esquerda E Da Direita.
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Por Aguiasemrumo:
Romulo Sanches de Oliveira
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