domingo, 28 de janeiro de 2018

MPF apura se proibição de anticancerígeno favoreceu empresa brasileira


Ex-funcionária do Ministério da Saúde teria dado laudo favorável a remédio contra leucemia revendido por empreendimento de seu marido



Rafaela Felicciano/MetrópolesSUZANO ALMEIDA  Suzano Almeida

28/01/2018 10:23 , atualizado em 28/01/2018 12:00


O Ministério da Saúde, o Ministério Público Federal do DF (MPF-DF) e a Polícia Federal (PF) investigam se a pasta foi vítima de uma tentativa de favorecimento e conflito de interesses que teria beneficiado a empresa laccino e McGrif, representante do laboratório alemão Bagó S.A.
A suspeita é que a instituição tenha tentado favorecer-se de nota técnica elaborada em agosto de 2016 por Giselia Ferreira, à época coordenadora-geral da área de Componente Especializado da Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde. Giselia é casada com Álvaro Pereira Iaccino, dono da Iaccino e McGrif.


De acordo com documentos obtidos pelo Metrópoles, as suspeitas ocorreram em março de 2017, quando uma denúncia divulgada na imprensa desqualificou o medicamento chinês L-asparaginase – utilizado no combate à leucemia, especialmente em casos de crianças e adolescentes.
Servidores da pasta federal afirmam que Giselia elaborou o documento um mês após o governo decidir comprar o remédio chinês em vez do produto oferecido por concorrentes. De acordo com os funcionários públicos, as denúncias teriam sido levadas à imprensa pelo marido de Giselia, numa tentativa de influenciar a opinião púbica contra a substância produzida na China.
A estratégia teria dado certo, tanto que os questionamentos sobre a eficácia do remédio motivaram pedido do Ministério Público Federal à Justiça para suspender a importação do L-asparaginase. Em 25 de setembro do ano passado, o Judiciário proibiu o Ministério da Saúde de comprar o remédio do país asiático. O MPF ainda pediu punição aos funcionários públicos responsáveis por autorizar a aquisição da substância.
O Ministério da Saúde recorreu e aguarda análise do caso. Enquanto isso, o L-asparaginase chinês continua sendo usado na rede pública de saúde, em razão dos estoques feitos nas primeiras aquisições. Contudo, novas compras estão suspensas.
QuestionamentosUm dos documentos que embasaram o pedido do MPF foi justamente a nota técnica elaborada por Giselia. Segundo defendia no texto, o insumo asiático era falsificado e apresentava substâncias prejudiciais aos pacientes. Ainda, o relatório informava existir suspeita de que o L-asparaginase nunca havia sido testado em humanos, e a taxa de mortalidade de pessoas submetidas a esse tratamento seria alta.
Giselia também argumentava que o insumo não tinha licença nem mesmo do governo chinês. O medicamento acabou sendo autorizado pela pasta, depois de novas análises e investigação de uso em cinco países, entre eles a Índia e a própria China. O relatório de Giselia recomendava a compra do remédio fornecido pelo laboratório alemão Bagó, justamente a empresa representada pelo marido da então servidora do Ministério da Saúde.
Após a argumentação apresentada na nota técnica, a pasta pediu esclarecimentos tanto à fabricante chinesa do remédio quanto à companhia alemã, que chegou a fornecer o L-asparaginase em anos anteriores à entrada do concorrente asiático no mercado brasileiro.
Novos laudos sobre os medicamentos chinês e alemão foram solicitados às áreas técnicas e jurídica da pasta e também a outras instituições, segundo a documentação, como a Universidade de São Paulo (USP) e a Fundação Osvaldo Cruz (FioCruz). Todos foram favoráveis aos dois produtos.
As áreas técnicas e jurídica do Ministério da Saúde, por sua vez, acabaram concordando que, depois das análises e devido à diferença de preço quatro vezes maior (o remédio chinês custava US$ 38, e o alemão, US$ 173), a marca asiática deveria ser mantida vencedora.

Gleisi Admite Que As Provas Contra O Lula São Robustas




Da Redação
28/01/2018



No twitter, a Presidente do PT senadora Gleisi Hoffmann, deu mais uma de suas bolas fora. A petista concordou que as provas contra o ex-presidente condenado Lula são robustas. confira !
Veja o q diz a prof da UNB Beatriz Vargas s/ condenação de Lula no TRF4: “O que mais chama atenção é a *homogeneidade* dos votos… Os votos foram homogêneos nas premissas, nas conclusões e na dosimetria. Isso só acontece em casos simples, em que a prova é robusta.”
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) 26 de janeiro de 2018

Como resgatar os direitos perdidos e recolocar o Brasil nos trilhos?



Que projeto une Temer, o “mercado”, a mídia e a quase totalidade dos parlamentares? Mais importante: é possível identificar, desde já, eixos para o resgate do país e dos direitos?


governo temer direitos perdidos recolocar brasil trilhos desenvolvimento desigualdade


Samuel Pinheiro Guimarães, Outras Palavras
1. Há uma luta ideológica, política e econômica entre dois projetos para o Brasil, como Nação, como Sociedade, como Estado.
2. Estes dois projetos decorrem de visões distintas da sociedade brasileira, de suas características, de seu potencial, de seu lugar no mundo.
3. O primeiro projeto para o Brasil encontra-se articulado, e em acelerada execução, no programa econômico e político de Michel Temer e Henrique Meirelles, o qual decorre de uma visão do Brasil que pode ser assim resumida:
— o principal desafio da economia e da sociedade brasileira seria a inflação;
— a economia brasileira não poderia crescer a taxas superiores a 3 % ao ano, sob risco de gerar inflação, a qual poderia se tornar incontrolável;
— a principal causa da inflação seria o desequilíbrio fiscal, o desequilíbrio entre receitas e despesas do Estado;
— somente a iniciativa privada, brasileira, mas em especial a estrangeira, seria capaz de enfrentar e resolver todos os desafios da economia, e como consequência, da sociedade e do sistema político brasileiro;
—o Estado constituiria o maior obstáculo ao funcionamento de uma economia capitalista eficiente;
— a intervenção do Estado como empresário e regulamentador da atividade econômica afastaria e inibiria os investidores privados nacionais e estrangeiros;
— a redução da dimensão e da competência do Estado, assim como de sua capacidade de intervir na economia como regulamentador e empresário, seriam objetivos indispensáveis para liberar as energias e a vontade de investir da iniciativa privada;
— o capital estrangeiro deveria ser o motor do desenvolvimento da economia capitalista no Brasil;
— os custos do trabalho (salários, direitos etc.) seriam muito elevados no Brasil;
— os impostos no Brasil, que constituem em seu conjunto a chamada carga tributária, seriam elevados e complexos;
— o Brasil, pelas suas características e recursos, deveria ser um país produtor/exportador de matérias primas agrícolas e minerais e importador de produtos industrializados;
— a atividade industrial no Brasil deveria estar limitada ao processamento de matérias primas e à produção de bens industriais de tecnologia simples;
— a economia brasileira seria “fechada”, o que prejudicaria a inserção do Brasil na economia internacional globalizada;
— o Brasil, devido a sua história, a seus valores e a seus interesses econômicos, deveria ter como aliados naturais, na política e na economia mundial, os Estados Unidos e os países europeus — o chamado Ocidente;
— os países latino americanos, africanos e asiáticos não teriam maior contribuição a dar ao Brasil;
— a política exterior brasileira deveria ser discreta, aceitar nossa pequena importância e Poder, e se ater a sua região, em aliança (informal) com os objetivos dos Estados Unidos.
1. Esta visão do Brasil, que é compartilhada, com entusiasmo, pelo chamado “mercado” — na realidade, constituído por uma ínfima minoria de proprietários e executivos de grandes empresas, basicamente multinacionais, e de megabancos e de acadêmicos de escola neoliberal — tem amplo apoio dos proprietários da grande mídia ortodoxa, que procuram apresentar esta visão como a única correta e as políticas dela decorrentes como a única solução para o Brasil evitar a catástrofe final.
2. Seria possível afirmar que o “Mercado” é integrado pelos 71 mil brasileiros que declararam à Receita Federal terem rendimentos superiores a 160 salários mínimos, cerca de 160 mil reais por mês, e que são os indivíduos que determinam de fato os movimentos das Bolsas, as grandes operações com divisas e as decisões de realizar ou não investimentos especulativos ou produtivos.
3. A síntese das politicas adotadas pelos formuladores e executores deste projeto para o Brasil, que é impulsionado por Michel Temer e Henrique Meirelles, é a seguinte:
(a) congelamento dos gastos e investimentos públicos, em nível constitucional, durante vinte anos
(b) nenhum controle sobre as despesas do Estado com os juros da dívida pública que correspondem a um valor entre 40 e 50% do orçamento federal;
(c) desregulamentação, privatização e desnacionalização dos sistemas públicos:
— de educação;
— de saúde ;
— de previdência e assistência social.
(d) desregulamentação total do mercado de trabalho:
— prevalência do negociado sobre o legislado;
— terceirização em todos os setores de atividade das empresas;
— trabalho temporário;
— fim do imposto sindical;
— fragilização dos sindicatos;
— revisão da fórmula de atualização do salário mínimo;
— enfraquecimento da Justiça do Trabalho e sua eventual desaparição.
(e) abertura total de todos os setores da economia para facilitar a aquisição de empresas brasileiras e a realização de investimentos pelas megaempresas de capital estrangeiro;
(f) desregulamentação de todos os setores da economia e redução da fiscalização do Estado sobre as atividades das empresas;
(g) privatização (desnacionalização) de todas as empresas do Estado, em especial da:
— Petrobras
— Eletrobras
— BNDES
— Caixa Econômica
— Banco do Brasil
— Casa da Moeda
— Eletronuclear
(h) entrega, em condições excepcionais, a megaempresas multinacionais petrolíferas das enormes reservas do pré-sal.
1. Essas políticas reduziriam ao mínimo as dimensões e a competência do Estado como investidor; como promotor do desenvolvimento; como regulador e fiscalizador da atividade econômica.
2. Essas políticas, de uma forma ou de outra, implementam o que os Estados Unidos e as potências capitalistas e industriais ocidentais vêm demandando do Brasil há varias décadas. De certa forma, estão todas previstas no Consenso de Washington, documento redigido por representantes do FMI, do Banco Mundial, do Departamento do Tesouro americano e acadêmicos, em 1989.
3. Essas políticas vêm sendo executadas por um governo com escassíssima popularidade e elevadíssima rejeição, com o auxílio de um Congresso que se caracteriza por ter grande número de seus membros comprometidos por denúncias de corrupção e por ter uma larga maioria de representantes de setores empresariais, eleitos por contribuições financeiras de grandes empresas. A legislação, caracterizada por ser um retrocesso histórico, é aprovada de forma apressada e com pequeno debate público, apesar de sua enorme importância.
4. A determinação em fazer aprovar essas políticas pelo Congresso e a necessidade de rejeitar as denúncias de corrupção apresentadas pela Procuradoria Geral da República fizeram com que o governo de Michel Temer “adquirisse” os votos das bancadas de parlamentares que representam os interesses mais conservadores, tais como a bancada da bala, as bancadas religiosas, a bancada ruralista etc.
5. Os compromissos do governo com essas bancadas conservadoras levaram à adoção de leis, decretos e medidas administrativas que representam grave retrocesso nas áreas de direitos humanos tanto políticos, como econômicos e sociais, que se encontram protegidos pela Constituição em seus artigos 5º e 6º e por tratados internacionais subscritos pelo Brasil.
6. Paralelamente, verifica-se uma politização do Poder Judiciário, da Polícia, do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União, que se comprova pelo seu afã persecutório contra o PT, contra seu líder o Presidente Lula e contra os direitos dos trabalhadores, e por sua leniência e “ignorância” em relação a delitos cometidos por partidos e políticos conservadores.
7. Essa politização do Judiciário em todos os seus níveis, desde as Varas de Primeira Instância ao Supremo Tribunal Federal (STF), dos procuradores individuais até a Procuradoria Geral da República (PGR) e da Polícia Federal leva a práticas e decisões que agridem os princípios fundamentais do Direito e violam os direitos dos cidadãos:
— a tortura física ou psicológica (longas prisões, sem culpa formada) para extrair confissões e delações;
— a desmoralização pública de acusados pela Polícia (condução coercitiva, uso de algemas, ostentação de força);
— a intimidação, através da imposição de penas absurdas, àqueles que são acusados por delatores;
— o vazamento seletivo de trechos de delações;
— a “convicção de culpa” dos juízes como único fundamento para condenar acusados;
— a não observância do princípio de presunção de inocência do início das investigações até o trâmite da sentença final em julgado;
— a transferência para o acusado do ônus da prova;
não obediência ao principio de não retroatividade da Lei;
— a aplicação incorreta da teoria do “domínio do fato”;
— a criação de tribunais e juízes de exceção;
— a violação da privacidade da família dos acusados;
— a extensão da pena, na prática, à família do acusado;
— a excitação da opinião pública contra indivíduos denunciados.
1. O governo Temer, com o auxílio, “remunerado”, de sua maioria no Congresso, e de integrantes do Poder Judiciário, desde a primeira instância até o Supremo Tribunal Federal, vem procurando tornar permanentes as políticas econômicas que implementa através de reformas que consolidem, no sistema político/judiciário, o poder das classes hegemônicas tradicionais, tais como:
— a adoção do parlamentarismo (semi-presidencialismo etc.);
— o financiamento privado, em especial empresarial, de campanhas;
— o voto distrital, em suas diversas formas;
— a adoção do voto voluntário;
— a redução do tempo de campanha política;
— o fim da reeleição.
A atitude, leniente e conivente, do governo Temer diante das violações de direitos humanos no campo e nas cidades contra os indivíduos mais pobres e vulneráveis, o silêncio diante das manifestações de racismo e das ações violentas de grupos de direita, em público e na Internet, leva a uma divisão ainda mais profunda da sociedade, com o aguçamento dos preconceitos raciais, de gênero, de orientação sexual, e ao antagonismo em relação à política e às instituições, criando uma situação propícia ao desenvolvimento de movimentos fascistas e conducente a regimes autoritários e à ditadura.

O segundo projeto para o Brasil parte da seguinte visão da realidade

— a primeira e principal característica do Brasil é seu extraordinário potencial que é definido por ter o país o quinto mais extenso território do mundo e, portanto, ampla gama de recursos minerais; por ter a quinta maior população do mundo, 207 milhões de habitantes e, portanto, amplo mercado interno potencial; e por ter um dos maiores parques industriais do mundo;
— a segunda característica do Brasil é o subdesenvolvimento de sua força de trabalho, de seu capital e de seus recursos naturais;
— a terceira característica do Brasil são as extraordinárias disparidades de riqueza; de renda; regionais; de gênero; de origem étnica; culturais; e políticas;
— a quarta característica é a sua extrema vulnerabilidade externa, de natureza econômica, tecnológica, ideológica, militar e política;
— a quinta característica é a fragilidade do Estado.
1. Para enfrentar os múltiplos desafios que aquelas cinco características colocam é necessária uma estratégia de desenvolvimento que conjugue a ação da iniciativa privada nacional, do capital estrangeiro e do Estado.
2. Os investidores privados e as empresas tendem a se concentrar, por definição, nas atividades em que há maior perspectiva de lucro, menor risco e menor concorrência interna e externa e, portanto, não são capazes, sozinhos, de enfrentar com êxito os desafios que as características da sociedade brasileira colocam.
3. Os investimentos de longo prazo, em especial em infraestrutura e de menor rendimento são inibidos, pois o Estado, que tem competência constitucional por sua prestação, não tem capacidade para realizá-los, delegando-os à iniciativa privada que só os assume quando consegue obter, em contrato, condições excepcionais de remuneração, enquanto que as empresas muitas vezes descumprem, mais tarde, os compromissos que tinham assumidos.
4. Para tais investimentos não há financiamento suficiente do sistema bancário privado, a juros e prazos adequados, o que cria uma dependência do BNDES, da CEF e do Banco do Brasil e a necessidade de sua existência.
5. O Estado, sozinho, igualmente não é capaz de enfrentar de forma eficiente esses desafios e tem de se fortalecer financeira e tecnicamente para enfrentar a parte que lhe cabe desses desafios.
6. O capital estrangeiro, também sozinho, não seria capaz de enfrentar esses desafios, múltiplos, complexos e inter-relacionados, até por não ter uma visão global e nacional do Brasil e nem competência legal para tal tarefa.
7. A segunda característica do Brasil é o subdesenvolvimento, que pode ser definido como a utilização, com menor eficiência e plenitude, de seus fatores de produção, isto é, de sua força de trabalho, de seu capital e de seus recursos naturais.
8. A população brasileira é de 207 milhões de indivíduos e a população adulta corresponde ao número de eleitores, que é de cerca de 140 milhões.
9. Os brasileiros adultos que declararam rendimentos à Receita Federal em 2015 foram 27 milhões, que são aqueles que percebiam rendimentos mensais superiores a 2.200 reais por mês ou tinham algum imóvel.
10. Assim, cerca de 110 milhões de brasileiros estariam fora do mercado devido a seu nível salarial mensal insuficiente (inferior a 2.200 reais mensais) para adquirir muitos dos bens que seriam produzidos pela iniciativa privada, tais como saúde (remédios, cirurgias, internações, etc.) educação de qualidade adequada em todos os níveis, transporte privado, moradia a preço de mercado, seguro de previdência privada etc.
11. A organização e desenvolvimento da força de trabalho, essencial para que a maioria dos brasileiros possam se tornar mais produtivos e melhores cidadãos do ponto de vista cultural e político e, portanto, para ampliar o mercado para a iniciativa privada, exigem políticas no campo da educação, da saúde, da segurança pública, do saneamento, do transporte e políticas públicas de salários, previdência pública e assistência. Essas políticas são numerosas e complexas e serão mencionadas em princípio aquelas que poderiam ser consideradas essenciais e prioritárias em cada área.
Na Educação:
— ensino público, laico e gratuito para todos que assim desejarem;
— implantação de horário integral em todas as escolas, do ensino fundamental e médio, públicas e privadas;
— a organização da carreira de professor com salários dignos e atraentes.
Na Saúde:
— uma política de prioridade à saúde preventiva e não à curativa;
— a coleta regular de lixo, o abastecimento de água tratada e a coleta de esgoto em todas as comunidades;
— o acesso gratuito de toda a população à assistência médica.
No Transporte:
—gratuidade do transporte público de massa.
Na Moradia:
— crédito público acessível para a aquisição de casa própria, digna e saudável.
Na organização pelo poder público do mercado de trabalho:
— a formalização da situação dos trabalhadores, com fiscalização rigorosa da obrigação de carteira de trabalho;
— política de valorização do salário mínimo;
— aperfeiçoamento da Previdência Pública.
A organização e o desenvolvimento do capital em suas três naturezas, financeira, física e empresarial, é indispensável para o desenvolvimento e a geração de empregos capaz de absorver a força de trabalho que chega todo ano ao mercado e os estoques de mão de obra subempregada e de baixa capacitação.
Quanto ao capital financeiro:
— manutenção de baixas taxas de juros e redução do spread bancário;
— desprivatização do Banco Central;
— desprivatização das agencias reguladoras;
— controle rigoroso de evasão de impostos;
— controle da evasão de divisas para o exterior;
— fortalecimento das instituições financeiras públicas.
Quanto ao capital em sua natureza física:
— estimular a indústria de bens de capital instalada no país;
— organizar programas de compras governamentais da produção brasileira;
— estimular a nacionalização da indústria instalada no Brasil por políticas de conteúdo nacional, conjugadas a compras governamentais.
Quanto ao capital em sua natureza empresarial:
— financiamento preferencial às empresas de capital nacional;
— participação dos empresários produtivos, industriais, agrícolas e de serviços, nos conselhos de administração das instituições financeiras públicas.
A organização e o desenvolvimento da exploração dos recursos naturais do território brasileiro é o terceiro desafio do subdesenvolvimento. As medidas prioritárias seriam:
No caso do solo:
— a reforma agrária, com desapropriações com base no valor do imposto territorial declarado pelos proprietários;
— o controle severo do desmatamento, pela tributação;
— o zoneamento econômico do uso do solo;
— o controle do uso da água.
No caso do subsolo:
— o estimulo à formação de geólogos;
— o mapeamento geológico de todo o território;
— a limitação da propriedade do solo por empresas e por indivíduos estrangeiros;
— controle da exploração do subsolo.

A terceira característica da sociedade e da economia brasileiras são as disparidades de toda ordem que entravam o desenvolvimento econômico, político e social brasileiro. As principais medidas em cada setor seriam as seguintes:

Disparidades de riqueza e de renda:
— implantação de um sistema tributário progressivo com o fim das isenções de que gozam os indivíduos mais ricos e as grandes empresas;
— o combate rigoroso à evasão de impostos.
Disparidades regionais e intra-urbanas:
— tratamento diferencial tributário para investimentos em municípios e distritos urbanos de baixa renda.
Disparidades de gênero:
— controle e punição severa da violência contra as mulheres;
— salário igual para funções iguais.
Disparidades de origem étnica:
— controle e punição severa das manifestações racistas e das agressões de natureza étnica, inclusive na Internet;
— libertação dos indivíduos que se encontram presos sem terem sido condenados.
Disparidades culturais:
— ingresso gratuito para os trabalhadores sindicalizados em espetáculos culturais de excelência (concertos, exposições, etc.);
— desconto de 50% na aquisição de livros por trabalhadores sindicalizados.
Disparidades de poder político:
— fortalecimento das conferências nacionais;
— aumento do tempo de campanha política;
— adoção do sistema de revogação de mandato eletivo;
— combate às manifestações de intolerância política e religiosa na Internet.

A quarta característica da sociedade brasileira é a vulnerabilidade a pressões, ameaças e agressões externas, nos campos econômico, tecnológico, ideológico, político e militar.

A redução das vulnerabilidades depende do aumento da presença nacional nos diversos setores da sociedade em que se verifica a influência externa e na maior capacidade da sociedade de influir sobre esses setores no sentido de induzi-los a agir de acordo com os interesses gerais e não apenas em favor de seus interesses individuais, ou de interesses estrangeiros.
No campo econômico, as principais medidas e políticas que reduziriam a vulnerabilidade seriam as seguintes:
— controle do endividamento das empresas privadas no exterior;
— a diversificação das exportações, em especial de manufaturas;
— a exigência às empresas estrangeiras de exportar para promover a modernização do parque industrial brasileiro;
— não participação em acordos internacionais econômicos que reduzam a capacidade de realizar políticas de desenvolvimento.
No campo tecnológico, as principais medidas que reduziriam a vulnerabilidade seriam as seguintes:
— organizar e reforçar centros de formação cientifica e tecnológica de excelência;
— conceder bolsas de estudos vinculadas a resultados nas áreas de ciências exatas e aplicadas desde o ensino médio ao universitário, para estimular vocações cientificas;
— conceder prêmios de excelência e de realizações nas áreas de ciências exatas e aplicadas.
No campo ideológico, as medidas e políticas que reduziriam a vulnerabilidade seriam:
— impedir a formação de oligopólios de comunicação e a propriedade cruzada dos meios;
— a democratização e desconcentração da alocação das verbas oficiais de propaganda;
— o fortalecimento da mídia comunitária de rádio e televisão;
financiamento especial a rádios, televisões e editoras de acordo com sua programação de produtos culturais brasileiros;
— financiamento de produção, da distribuição e da exibição da produção audiovisual brasileira.
No campo militar, as medidas e políticas que reduzem a vulnerabilidade externa seriam:
— financiamento especial a empresas de defesa de capital nacional;
— fortalecimento e diversificação das instituições de formação de oficiais superiores;
— não adesão a tratados desiguais na área militar;
— fortalecimento da capacidade dissuasória do país.
No campo político, a vulnerabilidade externa se reduziria:
— por uma política de não intervenção e de respeito absoluto ao direito de autodeterminação dos países vizinhos sul-americanos;
— pela cooperação econômica e financeira com esses vizinhos;
— pelo fortalecimento de um bloco sul-americano de nações;
— pela participação ativa no bloco dos BRICS;
— pela campanha política permanente para inclusão do Brasil no Conselho de Segurança.

A quinta característica brasileira é a fragilidade do Estado em seus três Poderes

As medidas prioritárias para enfrentar as fragilidades do Poder Legislativo seriam:
— a adoção e fiscalização de sistemas efetivos de inscrição partidária, de contribuição partidária obrigatória e de realização de convenções periódicas para debate político e escolha das direções partidárias;
— a proibição de troca de partido pelos representantes eleitos;
— a atualização do número de representantes por Estado de acordo com sua população e extensão territorial;
— a adoção do sistema de referendo revogatório para mandatos parlamentares;
— financiamento público de campanhas eleitorais e limitação de gastos por candidato.
As medidas necessárias para reduzir as fragilidades do Poder Executivo seriam:
— revogar a Emenda Constitucional 95 que congela as despesas primárias por 20 anos;
— substituir o tripé da política macroeconômica (câmbio flutuante, meta de inflação, meta de superávit fiscal) por metas de desenvolvimento e de emprego;
— utilizar o orçamento como instrumento para combater a recessão econômica e estimular o desenvolvimento;
— estabelecer uma política de juros que estimule o investimento privado;
— combater a sonegação e a evasão de impostos;
— combater a evasão de divisas para paraísos fiscais;
— realizar a auditoria da dívida pública;
— combater o super e o sub faturamento no comércio exterior.
No Poder Judiciário, as medidas prioritárias seriam:
— despolitizar o Judiciário, com a nomeação para o Supremo Tribunal Federal do mais antigo (no cargo) Ministro do Superior Tribunal de Justiça e a nomeação para os tribunais estaduais do mais antigo (no cargo) juiz de primeira instância;
— garantir o cumprimento pelos juízes de primeira instância e pelos membros do Ministério Público dos direitos individuais, em especial: a presunção de inocência; o sigilo das investigações; a garantia da integridade física dos investigados; a não incitação da opinião pública contra investigados;
— combater o abuso de poder por autoridades judiciárias, policiais e do Ministério Público;
— garantir o julgamento dos processos nos Tribunais pela ordem cronológica de ingresso;
— nomear para o Conselho Nacional de Justiça apenas membros de fora do Poder Judiciário.

A luta entre esses dois projetos para o Brasil é a luta entre

— de um lado, o projeto de Temer e Meirelles que é o projeto dos setores mais tradicionais das classes hegemônicas e mais vinculados aos interesses das classes hegemônicas das Grandes Potências, em especial da Potência Imperial, os Estados Unidos da América, com o objetivo de manter o Brasil como um país médio, apequenado, produtor e exportador de produtos primários, território de exploração desenfreada da mão-de-obra brasileira por megaempresas multinacionais, de pequeno mercado interno e sem capacidade política internacional e,
— de outro lado, o projeto dos setores mais avançados das classes tradicionais, em aliança com as forças sindicais trabalhadoras, e setores modernos da classe média que desejam construir no Brasil uma sociedade e um Estado que, com base no desenvolvimento de seu enorme potencial humano e de recursos, sejam mais desenvolvidos, mais prósperos, mais justos, mais democráticos, mais includentes, mais tolerantes, mais soberanos, mais capazes de se defender a si mesmos e de contribuir para a Paz mundial.

                       Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira
A pátria não é ninguém; são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à ideia, à palavra, à associação. A pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade.

Moro quer saber se morte tem elo com a Lava Jato







Para a deputada Maria do Rosário a decisão do juiz Ricardo Leite de determinar a apreensão Sérgio Moro pediu uma manifestação do Ministério Público Federal (MPF), em cinco dias, sobre o assassinato do empresário José Roberto Soares Vieira.
O empresário havia ajudado a força-tarefa da Lava Jato a rastrear pagamentos ao principal alvo da 47.ª fase da Operação, o ex-gerente da Transpetro José Antonio de Jesus.
“Infelizmente, há notícia muito grave do assassinato do acusado José Roberto Soares Vieira em 17 de janeiro no curso da ação penal, o que ainda está em apuração”, afirmou Moro.
Vieira foi executado com 9 tiros no dia 17 de janeiro na cidade de Candeias, Bahia.
“Não se pode excluir a possibilidade de que o homicídio esteja relacionado a esta ação penal, já que, na fase de investigação, o referido acusado aparentemente confessou seus crimes e revelou crimes de outros. Intime-se o Ministério Público Federal para manifestação em cinco dias,”determinou o juiz da Lava Jato.

sábado, 27 de janeiro de 2018

EROS GRAU (Ex-Ministro STF):


Quem Não É Criminoso Enfrenta O Processo Com Dignidade. Somente O Delinquente Esbraveja E Grita




Quem não é criminoso enfrenta com dignidade o devido processo legal, exercendo o direito de provar não ter sido agente de comportamento delituoso. Apenas o delinquente esbraveja, grita, buscando encontrar apoio para evitar que a Constituição seja rigorosamente observada. A simples adoção desse comportamento evidencia delinquência.” DIZ  E-MINISTRO DO STF EROS GRAU

Leilão Da Varig,Negocio Tenebroso. Os Teixeira-Zanin Acumpliciados Com Cumpadi Lula






“Senhoras e senhores!!!
Vejam so como a vida da voltas
Sabem quem e o advogado de Lula?
Chama-se Christiano Zanin Martins.
E quem e Christiano Zanin Martins?
Christiano Zanin Martins e casado com Valeska Teixeira, filha de Roberto Teixeira.
Portanto Christiano e genro de Roberto Teixeira.
Mas quem e Roberto Teixeira?
Pra quem não sabe, Roberto Teixeira é dono do escritório Teixeira & Martins advogados. Tem mais, Lula e padrinho de casamento de Cristiano e Valeska. Portanto, Lula e Roberto Teixeira sao compadres. Lula e “dindo” de Cristiano e Valeska.
Ta mas o que isso tem a ver????
CONFORME SAIU NO SITE G1 EM 2008
Tem a ver com a VARIG, mais precisamente com o fim da VARIG. Relembrando, Roberto Teixeira foi o responsável por arquitetar juridicamente o golpe da venda fraudulenta e ilegal da Varig em 2006 para o fundo estrangeiro Matlin Patterson, chefiado por um Chines larapio chamado Lap Chan.
Entenderam?
Pera…vou explicar melhor
Os fatos:
Lap Chan comprou a Varig na bacia das almas por 57 milhões de Reais num Leilão realizado dia 20 de Julho de 2006, no hangar da empresa, no aeroporto Santos Dumont.
1 ano depois, Lap Chan vendeu a parte boa da empresa, os chamados ativos, para o Grupo Aurea – Leia se GOL – do Nene Constantino por 320 milhões de dolares.
O passivo, incluindo as rescisões trabalhistas foi para as “calendas gregas”.
Tudo arquitetado nos bastidores com aval do governo corrupto de Lula!!!
Estima-se que o escritorio de Roberto Teixeira tenha levado 6 milhões de dólares para ajudar a liquidar com a VARIG.
Ao mesmo tempo que matava VARIG, o governo de Lula emprestava bilhões de reias do BNDES a fundo perdido para Cuba, Venezuela e Mozambique, entre outros.
O tempo passou e de tanto ajudar fazer falcatruas, Roberto Teixeira e hoje mais um reu na Lavajato.
Roberto Teixeira e Cristiano Zanin alem de Genro e sogro, são sócios no escritório de advocacia Teixeira & Martins advogados.
Entenderam?
Esta turma vem fazendo sacanagem ha muito tempo e já prejudicaram muita gente.
Como disse John Kennedy: “Perdoe seus inimigos, mas não esqueça seus nomes”
Entao, em nome dos 9 mil funcionários da VARIG vitimas de um crime de lesa-pátria, que foram para o olho da rua em 2006, sem receber um centavo de rescisão trabalhista, hoje e um dia de celebracao.
O imperio que estes bandidos montaram em cima de corrupção e sacanagem, esta ruindo. O poder ja lhes foi tirado, a liberdade começa a ser tirada. Falta resgatar o patrimônio amealhado de maneira fraudulenta.
No final de tudo, so a verdade os libertara.
Em tempo: sera que Cristiano sera o advogado de defesa do sogro quando este for julgado por Sergio Moro?
Ou se dara por impedido?
Viva a VARIG!
Assinado:
Eduardo Eidt Letti
Piloto da Varig por 20 anos.”
                                   Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira



Romulo Sanches De Oliveira Sanches de Oliveira · Blogueiro at

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"O tempo passou e de tanto ajudar fazer falcatruas, Roberto Teixeira e hoje mais um reu na Lavajato.
Roberto Teixeira e Cristiano Zanin alem de Genro e sogro, são sócios no escritório de advocacia".

Não precisa falar mais nada!



Encontro marcado: Lula enfrenta a Justiça do DF no dia 20 de fevereiro





O embate será na 10ª Vara Federal em Brasília, a mesma que confiscou o passaporte do ex-presidente. Ele encara ainda outras 8 ações



Daniel Ferreira/Metrópoles





A derrota do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre (RS), na quarta-feira (24/1), pode ter sido só a primeira de uma série. O líder petista responde a mais nove processos judiciais – é réu em sete deles. E o próximo embate já tem data para acontecer: 20 de fevereiro, na 10ª Vara Federal em Brasília.
Em dois dias seguidos, Lula sofreu importantes reveses na Justiça. Na quarta, teve confirmada a condenação determinada em primeira instância, ainda em julho de 2017, pelo juiz federal Sérgio Moro. Os desembargadores do TRF-4 concordaram com o magistrado ao considerar o político culpado dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido propina da OAS – principalmente o triplex no Guarujá (SP) – para beneficiar a empreiteira em contratos com a Petrobras. Mas os colegas gaúchos divergiram do juiz curitibano em um aspecto: a dosimetria da pena. Assim, os 9 anos e 6 meses de prisão fixados inicialmente se transformaram em 12 anos e 1 mês de reclusão.


Na quinta-feira (25), o juiz substituto da 10ª Vara Federal, Ricardo Leite, mandou recolher o passaporte do petista, quem embarcaria nessa sexta (26) para o continente africano. Em seu despacho, o magistrado citou a condenação pelo TRF-4 e afirmou risco de fuga ao determinar o confisco do documento, atendendo pedido do Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da ação penal que investiga Lula por tráfico de influência e lavagem de dinheiro na compra dos caças da Saab, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
E o próximo compromisso do petista com a Justiça é exatamente uma oitiva relacionada a essa ação. Em 20 de fevereiro, o ex-presidente e seu filho Luís Claudio Lula da Silva devem prestar depoimento na 10ª Vara, na capital da República, em processo que apura denúncias oferecidas no âmbito da Operação Zelotes. O MPF acusa Lula dos crimes de tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Segundo as investigações, Lula e o filho teriam usado de influência durante as tratativas para a aquisição de 36 aviões de caça. Os lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni também são réus na ação. Após conseguir o adiamento da audiência, a defesa do petista tentou postergar a sessão, mas o pedido foi negado pela Justiça Federal.
Os advogados de Lula entraram, então, com um habeas corpus, pedindo a suspensão dos depoimentos. A solicitação foi distribuída à 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) e está na pauta de julgamento da próxima segunda-feira (29). Após as recentes derrotas, o juiz substituto da 10ª Vara ter proibido Lula de sair do país e o obrigado a entregar seu passaporte – determinação cumprida pela defesa, nessa sexta (26) – é um fato visto como um mau presságio de que a vida do ex-presidente não será fácil, do ponto de vista judicial, daqui em diante.
Confira as demais ações às quais Lula responde: 
– Sítio de Atibaia
CARLOS NARDI/WPP/ESTADÃO CONTEÚDOPin this!
CARLOS NARDI/WPP/ESTADÃO CONTEÚDO

O Ministério Público Federal acusa Lula de ter recebido propina da Odebrecht e, novamente, da OAS, que teriam feito melhorias no sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, a propriedade é de Lula, mas ele nega. Além do petista, foram para o banco dos réus, nesse caso, os donos das duas construtoras – Léo Pinheiro (OAS) e Marcelo e Emílio Odebrecht –, o amigo de Lula e pecuarista José Carlos Bumlai e Fernando Bittar, o suposto dono do sítio, segundo a defesa do ex-presidente.

– Silêncio de Cerveró
Wilson Dias/ Agência BrasilPin this!
WILSON DIAS/ AGÊNCIA BRASIL

A tentativa de impedir que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró entregasse à Polícia Federal e ao MPF detalhes do esquema de corrupção na estatal custou a Lula a acusação de obstrução da Justiça, em uma ação na qual ele é réu com mais seis pessoas, inclusive o ex-senador Delcídio do Amaral. Como prova, há uma gravação divulgada pela família Cerveró, na qual o ex-parlamentar oferece R$ 50 mil mensais e plano de fuga em troca do silêncio do antigo gestor da Petrobras. Segundo o ex-senador, todas as tratativas foram feitas com o conhecimento de Lula.

– MemorialNo escaninho de Sérgio Moro, há outra acusação envolvendo a Odebrecht e Lula. A construtora teria negociado propina ao ex-presidente, propondo comprar por R$ 12,4 milhões um terreno em São Paulo, onde seria erguido o Memorial da Democracia, a ser administrado pelo Instituto Lula. A transação não vingou, mas, de acordo com denúncia do MPF aceita pelo juiz federal, teria sido costurada pelo ex-ministro petista Antonio Palocci – quem declarou à Justiça que a negociata era apenas a ponta do iceberg. Em troca de R$ 300 milhões para o partido, a gestão do PT beneficiaria a Odebrecht em negócios com o governo federal.
– Apartamento em São BernardoNovamente com a participação da Odebrecht, Lula é réu em processo sobre a compra de um apartamento vizinho ao seu em São Bernardo do Campo (SP). O imóvel – supostamente comprado por Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo pessoal de Lula – teria sido alugado gratuitamente ao ex-presidente, através de acordo celebrado em nome da ex-primeira-dama Marisa Letícia. Segundo o Ministério Público Federal, o petista é o verdadeiro dono do apartamento, o qual usa desde 2003.

– Indústria automobilística
MARCOS DE PAULA/ESTADÃOPin this!
MARCOS DE PAULA/ESTADÃO

Além da compra dos caças, no âmbito da Operação Zelotes, Lula é acusado de editar medidas provisórias a favor do setor automotivo em troca de propina – R$ 30 milhões. As negociações teriam sido intermediadas por políticos, principalmente pelo ex-chefe de gabinete do governo Lula, Gilberto Carvalho. O Ministério Público Federal acusa o ex-presidente dos crimes de lavagem de dinheiro, tráfico de influência e organização criminosa.

BNDESDesdobramento da Lava Jato, a Operação Janus tem Lula e outras 10 pessoas como réus, acusados de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e organização criminosa. O processo apura esquema fraudulento envolvendo financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obras da Odebrecht em Angola, na África. Lula teria exercido influência para garantir a liberação de verba do banco em troca de R$ 30 milhões pagos a parentes.
– Quase ministroLula ainda é alvo de outras três ações. Para o MPF, houve tentativa de blindar o ex-presidente de todas as acusações durante a gestão Dilma Rousseff, que quis garantir ao antecessor foro privilegiado ao nomeá-lo ministro da Casa Civil.
O petista também é acusado do crime de ocultação de pagamento de propinas, em forma de palestras que ministrava no país e no exterior, por intermédio do Instituto Lula.
Ainda, é investigado no “Quadrilhão do PT”, sobre a acusação de formar uma organização criminosa com: Dilma Rousseff; a presidente nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann; o ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto; e os ex-ministros Antonio Palocci, Guido Mantega, Edinho Silva e Paulo Bernardo.