quarta-feira, 13 de setembro de 2017

JUIZ QUE MANDOU PRENDER IRMÃOS BATISTA ALERTA PARA ‘RISCO CONCRETO DE FUGA’



  • 13/09/2017
Ao decretar a prisão preventiva dos irmãos da JBS Joesley e Wesley Batista por manipulações do mercado financeiro que ‘afetaram gravemente a economia nacional’, o juiz João Batista Gonçalves, da 6.ª Vara Criminal Federal de São Paulo, alertou para o ‘risco concreto de fuga’. Um dos fundamentos para a ordem, que põe os delatores na cadeia por tempo indeterminado, é a garantia de aplicação da lei penal.
Nesta quarta-feira, 13, a Polícia Federal deflagrou a Operação Acerto de Contas, nova fase da Tendão de Aquiles que investiga ganhos extraordinários dos delatores com especulação em ações e com a moeda americana.


Ao advertir para o que chamou de ‘risco concreto de fuga’, o magistrado apontou algumas situações que poderiam levar os irmãos delatores da JBS a tentarem fugir. Uma delas, ‘a possível reversão dos benefícios deferidos em sede de colaboração premiada perante a Procuradoria-Geral da República, em especial a ampla imunidade concedida, somado ao elevado patrimônio dos investigados no país e no exterior’.
Na avaliação de João Batista Gonçalves, essas condições facilitariam ‘sobremaneira a sua (dos irmãos) evasão do território nacional, bem como a efetiva saída desses do país logo após a divulgação do pacto firmado com o Ministério Público Federal”.
No pedido de prisão dos acionistas da JBS, a Polícia Federal afirma que eles, mesmo após a negociação e assinatura do acordo de delação, continuaram a ‘praticar delitos’, como a manipulação no mercado financeiro que ‘afetou gravemente a economia nacional’
O fundamento central do decreto de prisão preventiva dos irmãos da JBS é a garantia da ordem econômica e da ordem pública – violação ao artigo 312 do Código Penal que autoriza a Justiça a mandar prender nessa fase da investigação.
Ao decretar a custódia dos Batista, que mergulharam o governo Michel Temer na grande crise, o juiz federal acolheu pedido expresso da Polícia Federal no âmbito da Operação Acerto de Contas.
O magistrado assinalou. “De fato, encontra-se presente o risco à garantia da ordem pública, dado que foram amealhados diversos indícios de que os investigados Joesley e Wesley, mesmo após a negociação e assinatura dos termos de colaboração premiada, teriam tornado a praticar delitos, inclusive interferindo de maneira ilícita junto a agentes públicos, havendo razoável suspeita de que as atividades delitivas permaneçam até o presente momento.”
Nesta quarta-feira, 13, a PF prendeu Wesley em sua casa, na Rua Antilhas, 181, Jardim América, em São Paulo. Joesley já está preso em Brasília, desde segunda-feira, 11, mas por outra fonte de investigação, esta da Procuradoria-Geral da República, por violação ao acordo de delação.
A preventiva não tem prazo para acabar. Ela pode se prolongar até o fim da ação penal. Os delatores serão removidos para um presídio estadual, primeiro passando pelo Cadeião de Pinheiros.
A PF fez uma investigação minuciosa sobre o milionário jogo de especulação no mercado financeiro atribuído a Joesley e a Wesley. A apuração encontrou elos com a quarta fase da Operação Lama Asfáltica, que tem origem e base em Mato Grosso do Sul, sobre desvios de recursos federais em obras públicas.
Lama Asfáltica IV captou troca de telefonemas entre Joesley e o ex-procurador da República Marcelo Miller, sob suspeita de atuar em benefício do grupo J&F, controlador da JBS, quando ainda exercia o cargo no Ministério Público Federal.
A PF chegou a pedir autorização para buscas na residência de Miller, mas o juiz João Batista Gonçalves não consentiu. Como também não autorizou buscas nas casas dos advogados da J&F Francisco de Assis e Silva e Fernanda Tórtima.
Ao mandar prender os delatores JBS, o juiz destacou. “Existe prova robusta da materialidade do delito, que afetou gravemente a economia nacional, e indícios veementes de autoria, em face de ambos os investigados, assim como está
configurada a necessidade de se assegurar a ordem pública, a instrução
processual e a aplicação da lei penal”.

PMDB Afasta Ex-Ministro Geddel Vieira Lima E Senadora Kátia Abreu Por 60 Dias



  • 13/09/2017
A executiva nacional do PMDB afastou nesta quarta-feira (13) o ex-ministro Geddel Vieira Lima e a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) das funções partidárias por 60 dias.
No caso de Geddel, a decisão de afastamento partiu de um pedido do ex-ministro, que está preso no complexo penitenciário da Papuda, no DF. A polícia encontrou em um apartamento ligado a ele R$ 51 milhões em cédulas.

Segundo o presidente da legenda, senador Romero Jucá (PMDB-RR) Geddel será automaticamente afastado também da presidência do diretório da Bahia e da primeira presidência da executiva nacional do partido.
Katia Abreu, em imagem de arquivo durante cerimônia de transmissão de cargo do ministro da Fazenda, Joaquim Levy (Foto: Ueslei Marcelino / Reuters)Katia Abreu, em imagem de arquivo durante cerimônia de transmissão de cargo do ministro da Fazenda, Joaquim Levy (Foto: Ueslei Marcelino / Reuters)
O afastamento da senadora Kátia Abreu foi motivado pelo fato de ela ter votado, em setembro do ano passado, contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
A cúpula do partido analisou uma recomendação da Comissão de Éticapara afastar a senadora, por ela ter agido contra orientações da sigla.
Jucá afirmou aos jornalistas que apenas três membros da executiva do PMDB foram contrários ao afastamento da senadora.

Relatório Da PF Implode Discurso De Que Temer Seria Perseguido Por Janot. Agora É A Polícia Quem Acusa O Presidente





  • 13/09/2017

inquérito do “quadrilhão” do PMDB implode o discurso de que Michel Temer seria vítima de perseguição da Procuradoria. Agora é a Polícia Federal, e não mais o Ministério Público, quem sustenta que o presidente está no topo de uma organização criminosa.


O relatório da PF faz um raio-x na atuação do chamado PMDB da Câmara. São quase 500 páginas de uma longa crônica de assaltos aos cofres públicos. O documento descreve falcatruas milionárias na Petrobras, na Caixa Econômica, em Furnas, no Ministério da Agricultura, na Secretaria de Aviação Civil e no Congresso.
De acordo com a investigação, o esquema operava em diversas modalidades: do pedágio em obras à venda de medidas provisórias, da fraude em licitações à cobrança de propina para liberar empréstimos.
Sua aposta mais lucrativa foi a eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara, em 2015. Com um investimento de R$ 30 milhões, repassados pela JBS, o grupo teria subornado dezenas de parlamentares para conquistar a cadeira. Nela, ampliou o poder de chantagem e multiplicou o faturamento dos negócios.
A PF afirma que o “quadrilhão” reunia seis amigos de longa data. A Lava Jato já prendeu metade do time: Cunha, Henrique Alves e Geddel Vieira Lima, o homem de R$ 51 milhões. Os outros três estão no Palácio do Planalto: Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, todos protegidos pelo foro privilegiado.
Nesta terça, o presidente ensaiou fazer um pronunciamento para rebater as conclusões do relatório. Assessores conseguiram demovê-lo da ideia. Sem a opção de atacar Janot, ele teria que criar outra teoria conspiratória envolvendo a Polícia Federal, que é subordinada a seu governo.
Por fim, Temer divulgou uma nota em que protesta contra “toda forma de injustiça”, chama os delatores de “bandidos” e afirma que “facínoras roubam do país a verdade”.
Se o roubo se limitasse a isso, o país ainda estaria no lucro.
POR:

Bernardo Mello Franco/ FOLHA

É HOJE, CARA A CARA! O Novo Depoimento Do Ex-Presidente Luiz Inácio Lula Da Silva Ao Juiz Sergio Moro

  • 13/09/2017
O novo depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sergio Moro, marcado para esta quarta (13) em Curitiba, será usado pelo PT para reforçar a mensagem de que há uma guerra jurídicacontra o petista.
Atos de apoio a Lula, ainda que menores do que em seu primeiro depoimento, em maio, estão marcados na cidade, com a presença do ex-presidente. Cerca de 4.000 pessoas são esperadas.


"Será mais um momento em que Lula vai mostrar seu pacto com a verdade e escancarar mais um episódio da perseguição que sofre”, afirmou à Folha o ex-ministro Alexandre Padilha, vice-presidente nacional do PT.
Para líderes petistas, o depoimento desta quarta é uma chance para Lula se defender das acusações “de forma vivaz”, no embalo da caravana que fez pelo Nordeste e que terminou na semana passada.
Às vésperas da audiência, na noite desta terça (12), o PT levou ao ar inserções na TV em que afirma que o ex-presidente é vítima de ódio e perseguição. “Enquanto eles perseguem Lula, o povo nas ruas abraça Lula”, diz a campanha.
A peça se encerra com a frase “o Brasil vai voltar a sonhar”, numa referência à candidatura do petista à Presidência em 2018.
Na ação em que deporá em Curitiba, o ex-presidente é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro devido a supostas relações ilícitas com a empreiteira Odebrecht. A empresa diz que pagou por um terreno que seria destinado ao Instituto Lula, com dinheiro oriundo de um “caixa de propinas” do PT.
Na semana passada, em depoimento a Moro, o ex-ministro Antonio Palocci afirmou que Lula firmou um “pacto de sangue” com a Odebrecht, com o pagamento de R$ 300 milhões em vantagens indevidas em troca de manter o protagonismo do grupo no governo. O terreno ao instituto estaria incluído nesse valor.
Dirigentes petistas voltaram a afirmar que há uma tentativa de tirar o ex-presidente da eleição do ano que vem, e que o Judiciário faz parte do embate político nacional.
Lula é réu em seis ações penais e foi denunciado outras três vezes, em Curitiba e em Brasília, inclusive no Supremo Tribunal Federal. A última denúncia foi apresentada na segunda (11) em Brasília. As acusações foram movidas por três investigações diferentes: além da Lava Jato, a Operação Zelotes e a Janus.
Em julho, o petista foi condenado por Moro a 9,5 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Ele recorre da sentença, mas, caso ela seja confirmada no Tribunal Regional Federal, será enquadrado na Lei da Ficha Limpa e se tornará inelegível.
“É uma ampla manobra para tirá-lo do jogo”, afirmou o ex-ministro Gilberto Carvalho.
O Ministério Público Federal e Moro negam que estejam promovendo uma perseguição. “É mais uma tentativa de diversionismo em relação ao mérito da acusação”, afirmou Moro, na sentença do tríplex.
PLANO B
Reservadamente, Lula já admite a possibilidade de ser condenado em segunda instância e busca tornar outros nomes do partido competitivos, como o ex-prefeito Fernando Haddad, num plano B para a candidatura de 2018.
Dirigentes do partido, porém, negaram peremptoriamente a possibilidade.
“Não pode haver eleição sem Lula; não vamos aceitar”, afirmou Carvalho, para quem os atos organizados nesta quarta irão “provocar a consciência na população”.
O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, preferiu não se manifestar sobre a estratégia para o depoimento.
Em recurso enviado nesta semana ao TRF, ele voltou a afirmar que a sentença de Moro no caso do tríplex foi produzida a partir de “uma análise parcial e facciosa”.

Depoimento De Lula Deve Atrair 5 Mil Manifestantes, Segundo Secretaria





  • 13/09/2017
No dia em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva presta depoimento pela segunda vez ao juiz Sérgio Moro, manifestações a favor e contrárias ao petista são preparadas em Curitiba, porém em menor escala em relação às de maio, quando o ex-presidente depôs pela primeira vez. Segundo a Secretaria de Segurança do Paraná, 5 mil manifestantes são esperados, em 50 ônibus. Em maio, apoiadores de Lula contabilizaram 30 mil participantes, diz a pasta. Pequenos atos em protesto ao ex-presidente também são organizados pelas redes sociais. O petista já está na capital paranaense.
Do lado que protesta contra o ex-presidente, a coordenadora do MBL Curitiba, Denise de Souza, disse que o ato desta quarta-feira, 13, será “simbólico”, com a presença do famoso Pixuleco gigante – o boneco em referência ao ex-presidente Lula – e distribuição de adesivos em apoio à Operação Lava Jato. A manifestação, prevista para começar às 11h no Museu Oscar Niemeyer, Centro Cívico da cidade, porém, não deve ter grande adesão. A própria Denise estima que entre 30 e 50 pessoas são esperadas.

“Tem 570 pessoas confirmadas (no evento no Facebook), mas é horário de trabalho, aula, acreditamos ter alguma dezena de pessoas”, justificou. “Nossa intenção é mobilizar a população para estarem conosco na recepção ‘simbólica’ ao Lula naquela que ele chamou de República de Curitiba”. O MBL Curitiba participa do protesto, que foi idealizado pelo movimento Curitiba Contra  Corrupção.
“Vamos sair às ruas para apoiar a Justiça e dizer que ninguém está acima da lei e que todos têm direito à prerrogativa da inocência, mas se comprovadamente foi pego em corrupção tem que ser condenado”, diz Cristiano Roger, organizador do Curitiba Contra Corrupção.

Os 12 Suspeitos: Quem É Quem No ‘Quadrilhão Do PMDB’ Apontado Pela PF




Ao concluir investigação sobre a suposta organização criminosa formada por integrantes do grupo político conhecido como PMDB da Câmara, a Polícia Federal colocou Michel Temer no centro de dois organogramas no quais orbitam auxiliares diretos, ex-assessores que já foram presos e aliados de longa data do presidente.
Além de Temer, apontado no relatório como alguém que tinha poder de decisão nas ações do grupo, a PF identificou outras 11 pessoas que seriam parte do que agora está sendo chamado de “quadrilhão do PMDB”.

O aumentativo “quadrilhão” é uma alusão ao tamanho e ao poder dos integrantes do grupo suspeito de, entre outros crimes, organização criminosa – quando quatro ou mais pessoas se associam para o fim específico de cometer infrações penais cujas penas máximas superem os quatro anos.

Os investigadores dividiram os integrantes do grupo entre primeiro e segundo escalões.
“Importante frisar, antes, que tais nomes não apareceram de forma aleatória. Na verdade, diversos réus e investigados colaboradores indicam fatos relacionados aos integrantes da organização, informações obtidas justamente por fazerem parte, cada um ao seu modo, das engrenagens que mantém em funcionamento o esquema criminoso, mas integrando os seus devidos lugares nos núcleos administrativo, financeiro e empresarial”, diz o relatório da PF.
São seis os apontados como integrantes do grupo político/gerencial e, nas palavras da polícia, “há outros indivíduos com participação não tão destacada, ou hierarquicamente menos relevante no grupo do ‘PMDB da Câmara'”. Esse segundo grupo, continua a PF, atua como “longa manus”, “orbitando e executando as decisões tomadas pelo 1º escalão.”
O relatório da Polícia Federal foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e deve servir de base para o procurador-geral Rodrigo Janot oferecer provável nova denúncia contra Temer.
O presidente e principais auxiliares rechaçaram todas as suspeitas levantadas pelos investigadores. Temer disse que nunca “participou nem participa de quadrilha” – em nota divulgada nesta terça pela Presidência, afirma que “facínoras roubam do país a verdade” e que “bandidos constroem versões” em busca de imunidade ou perdão de crimes.
VEJA TABÉM
Confira quem é quem no primeiro e segundo escalão da organização apontada pela PF, e o que dizem os suspeitos. A BBC Brasil não conseguiu contato com os representantes legais dos citados que estão presos e com alguns dos outros suspeitos.

Michel Temer, Presidente Do Brasil

Além de destacar “a extensa carreira política” do presidente, a PF afirma que Temer tinha “poder de decisão nas ações do grupo do PMDB da Câmara” para indicar cargos estratégicos e articular com empresários beneficiados nos supostos esquemas ilícitos.
“E, como em toda organização criminosa, com divisão de tarefas, o presidente Michel Temer se utiliza de terceiros para executar ações sob seu controle e gerenciamento”, escreveu a PF.
São atribuídos a Temer os crimes de corrupção passiva, embaraço de investigação de infração penal praticada por organização criminosa, caixa 2 eleitoral e lavagem de dinheiro. Segundo os investigadores, ele teria recebido mais de R$ 30 milhões de “vantagem”.
A PF afirma que foram usados como evidências as delações do operador Lúcio Funaro e da JBS, a análise do celular do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e investigações como a que monitorou o ex-assessor de Temer, Rodrigo Rocha Loures, que recebeu uma mala com R$ 500 mil da multinacional brasileira.
Em nota divulgada pela Presidência da República, Temer nega as acusações, classificando-as de “insinuações descabidas”.
“O presidente tampouco fez parte de qualquer ‘estrutura com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagens indevidas em órgãos da administração pública'”, diz o texto.
Ao comentar a divulgação do relatório, a nota afirma que Temer “lamenta que insinuações descabidas, com intuito de tentar denegrir a honra e a imagem pública, sejam vazadas à imprensa antes da devida apreciação pela Justiça”.

Moreira Franco, Ministro-Chefe Da Secretaria-Geral Da Presidência

Ex-deputado federal, o ministro ocupou a Decretaria de Aviação Civil no governo Dilma Rousseff entre 2013 e 2014. Foi nomeado por Temer como secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, cargo no qual esteve entre maio de 2016 e fevereiro de 2017, quando foi promovido a ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência e passou a desfrutar de foro privilegiado.
De acordo com o relatório da PF, “há indícios de ter sido beneficiário” de um pagamento de R$ 5 milhões feito por uma construtora e que teria sido destinado a Temer. Suspeita-se que esse valor tenha sido contabilizado como caixa 2 eleitoral e refira-se a uma contrapartida dos interesses da empreiteira OAS na concessão de aeroportos, “conforme consta em relatório de análise das mensagens encontradas no celular de Eduardo Cunha”.
Moreira Franco também é suspeito de ter solicitado contribuições eleitorais para o PMDB e de ter sido beneficiado com pagamentos de esquemas de propina da Caixa Econômica Federal.
O ministro nega todas as acusações e afirmou repudiar a suspeita. “Jamais participei de qualquer grupo para a prática do ilícito”, disse ele, que acrescentou que vai responder “de forma conclusiva quando tiver acesso ao relatório do inquérito”.

Henrique Eduardo Alves, Ex-Presidente Da Câmara E Ex-Ministro Do Turismo

Foi o deputado federal com maior tempo no cargo, tendo permanecido na Câmara por 44 anos, de 1971 a 2015, quando assumiu o Ministério do Turismo ainda no governo Dilma Rousseff.
Alves voltou a ocupar a mesma pasta na gestão Temer, mas acabou perdendo o cargo em junho de 2016, depois de ter o nome citado pelo ex-senador e ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado como beneficiário de R$ 1,55 milhão em propina entre 2008 e 2014.
“Devido à sua trajetória e influência no PMDB na Câmara, por vezes dividia com Eduardo Cunha a indicação de postos importantes pleiteados pelo grupo”, destaca o relatório da Polícia Federal, que aponta Alves como “figura de destaque no núcleo político investigado”.
O ex-ministro foi presidente da Câmara entre fevereiro de 2013 e a fevereiro de 2015.
Ele ainda é suspeito de ser beneficiário de uma offshore sediada em Cingapura, que operava, por meio de transações ilícitas, recursos que teriam sido desviados da Caixa. A PF lista valores que se aproximam dos R$ 30 milhões como “vantagem” atribuída ao ex-deputado e usa como evidências depoimentos de três colaboradores.
Alves, que está preso desde junho de 2017, é também alvo de uma operação que investiga corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas, estádio construído no Rio Grande do Norte para a Copa de 2014, realizada pela OAS.
VEJA TABÉM

Geddel Vieira Lima, Ex-Ministro

Geddel foi deputado federal por cinco mandatos, líder do PMDB em várias ocasiões e, segundo a PF, atuava em “perfeita sintonia com Eduardo Cunha”.
O relatório afirma que ele “transita entre os núcleos político e administrativo do grupo investigado, tendo sido peça fundamental na organização criminosa no período em que foi vice-presidente na Caixa”, cargo que ocupou entre março de 2011 e dezembro de 2013.
No governo Temer, Geddel foi nomeado ministro da Secretaria de Governo e tinha como atribuição, nas palavras da polícia, “coordenar o relacionamento do Executivo com o Congresso”. Perdeu o cargo depois de pressionar o então ministro da Cultura a liberar uma obra de seu interesse em uma área protegida de Salvador.
Geddel foi preso pela segunda vez na semana passada. A polícia encontrou as digitais do ex-ministro em notas guardadas em malas e caixas de dinheiro que, somadas, ultrapassavam os R$ 51 milhões e estavam guardadas num apartamento que estaria sendo usado por ele.
Ele é suspeito de corrupção passiva e de ter cometido fraudes para liberar recursos para diferentes empresas no período que esteve na Caixa.

Eduardo Cunha, Ex-Presidente Da Câmara

Deputado federal desde 2003, foi presidente da Câmara entre fevereiro de 2015 e julho de 2016, tendo renunciado ao comando da Casa depois de ser acusado de ter recebido e administrado de forma ilegal recursos fora do país.
Para a PF, Cunha é “figura central do grupo investigado” e operador “da maior parte dos crimes praticados pela organização criminosa”. No organograma da PF, ele aparece ao lado de Temer.
Além de poder de decisão, escreveram os investigadores no relatório, ele indicava pessoas para cargos estratégicos, cooptava empresários para pagamento de propinas em troca de contratos e liberação de recursos e também apresentava atos legislativos “em benefício de ações criminosas”.
A polícia acredita ainda que Cunha era chefe informal do operador Lúcio Funaro, determinando quem seriam os beneficiários finais dos recursos captados sob a forma de propina pelo grupo. Diz ainda que “praticamente todos os crimes levantados levam a assinatura” do ex-deputado.
Preso desde outubro de 2016, ele já foi condenado a mais de 15 anos de prisão pelo juiz federal Sergio Moro. Planilhas apreendidas com um dos delatores sugerem que ele tenha recebido mais de R$ 130 milhões.

Eliseu Padilha, Ministro Da Casa Civil

Último integrante do “primeiro escalão” do grupo do PMDB investigado pela PF, o ex-deputado federal foi ministro da Aviação Civil em 2015, ainda no governo Dilma Rousseff, e comanda a Casa Civil desde que Temer chegou ao poder, em maio de 2016.
O nome de Padilha foi citado nas delações assinadas por executivos da Odebrecht como “suspeito de cobrar propinas em nome do PMDB e do presidente Michel Temer para financiar campanhas eleitorais”.
Segundo a PF, baseando-se nas delações da Odebrecht e do operador Lúcio Funaro, o ministro teria recebido R$ 4 milhões em dois pagamentos. Contra ele pesa a suspeita de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa 2.
Padilha afirmou que só irá se pronunciar “quando e se houver acusação formal contra ele que mereça resposta”.

Rodrigo Rocha Loures, Ex-Assessor De Temer

Listado como o primeiro integrante do “segundo escalão” da organização criminosa, Rocha Loures foi assessor de Temer quando ele ainda ocupava a Vice-Presidência e é suspeito de atuar como preposto do presidente.
Foi filmado após receber de um executivo do grupo J&F – controlador da JBS -, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, uma mala com R$ 500 mil em São Paulo.
Foi preso em junho e colocado em prisão domiciliar. No primeiro interrogatório à Polícia Federal, Rocha Loures preferiu ficar em silêncio.

Tadeu Filippelli, Ex-Assessor De Temer

Ex-presidente do PMDB no Distrito Federal e ex-vice-governador, Filippelli teve o nome listado no organograma, mas seu papel não foi detalhado pela PF.
No relatório, os investigadores afirmam ser possível que vários assessores de Temer “tenham se envolvido em diversas ações suspeitas, possíveis crimes”.
“Nessa condição aparece Tadeu Filippelli, figura conhecida do PMDB/DF”, escreve a PF, assinalando que o peemedebista foi exonerado do cargo de assessor especial da Presidência em maio, após ser preso pela Polícia Federal, na Operação Panatenaico – que apura suposto esquema de corrupção e suspeita de superfaturamento na construção do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. A prisão revogada no final de maio.

Sandro Mabel, Ex-Assessor De Temer

Ex-deputado federal, Mabel também foi assessor especial do presidente.
Segundo a PF, seria uma pessoa de “confiança de Eduardo Cunha para propor emendas e medidas provisórias”. Há suspeitas de que ele tenha beneficiado uma construtora e recebido pagamentos indevidos.

Antonio Andrade, Vice-Governador De Minas Gerais

Atual vice-governador de Minas, foi ministro da Agricultura no governo Dilma Rousseff, cargo que ocupou, segundo a PF, por indicação direta de Temer.
Andrade também comandou a bancada do PMDB mineiro na Câmara quando atuava como deputado federal.
Para a PF, ele tem “posição de destaque nos fatos investigados”. É suspeito de ter participado da edição de atos no Ministério da Agricultura para favorecer a JBS que, em troca, teria pago R$ 7 milhões a integrantes do grupo do PMDB investigado pela PF.

José Yunes, Ex-Assessor De Temer

A PF diz não ter identificado atividade partidária do suspeito, mas o identifica como amigo de longa data de Temer, que o nomeou como assessor especial.
Nas palavras dos investigadores, Yunes “foi arrastado pelo maremoto provocado pelas delações da Odebrecht”. O escritório dele foi um dos endereços indicados para a entrega de R$ 10 milhões que a empreiteira diz ter dado ao PMDB.
Depois de ter o nome citado, ele foi exonerado do cargo no governo.

Lúcio Vieira Lima, Deputado-Federal

Irmão de Geddel, Vieira Lima é suspeito de atuar no Congresso para favorecer interesses de grandes construtoras em troca de doações de campanha.

Wesley Batista, irmão de Joesley, é preso em São Paulo. Empresário é investigado por lucro indevido com delações




  • 13/09/2017
A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira (13), em São Paulo, o empresário Wesley Batista, irmão de Joesley e um dos donos do grupo J&F. A ação faz parte dos desdobramentos da Operação Tendão de Aquiles, deflagrada em junho. Wesley é investigado por manipulação do mercado financeiro. A suspeita é de que o grupo obteve lucro com a venda de dólares às vésperas da divulgação da delação premiada.

A prisão preventiva, sem data para acabar, foi determinada pela Justiça Federal de São Paulo. Também foi convertida de temporária (pelo prazo de cinco dias, prorrogáveis por outros cinco) em preventiva a prisão de Joesley. O empresário e o diretor de Relações Institucionais da J&F, Ricardo Saud, estão presos desde domingo (10) por determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Os dois são acusados de omitir informações no acordo de delação premiada, que havia garantido, entre outras coisas, imunidade penal aos dois.