terça-feira, 6 de junho de 2017

EM NOTA, AJUFE REPUDIA TENTATIVA DE CONSTRANGER FACHIN E O JUDICIÁRIO




ASSOCIAÇÃO DE JUÍZES

MINISTRO FOI QUESTIONADO SOBRE SUA RELAÇÃO COM LOBISTA DA JBS
Publicado: 05 de junho de 2017 às 21:13 - Atualizado às 23:53



VELOSO DISSE QUE ESTRATÉGIA DE ATACAR A HONRA DE MAGISTRADOS COMO FORMA DE INTIMIDAÇÃO NÃO PODE SER ADMITIDA NO ESTADO DEMOCRÁTICO E DE DIREITO



Em defesa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) publicou nota em que mostra "indignação e repúdio" contra "posturas que sejam tomadas visando à tentativa de obstrução da Justiça e de enfraquecimento do poder Judiciário".
"A Ajufe, tendo em vista notícia veiculada pela imprensa, dando conta de que há uma estratégia montada para constranger o Supremo Tribunal Federal e seus ministros por meio de apresentação de questionamento formal ao ministro Edson Fachin acerca de fatos pretéritos relacionados à sua indicação e nomeação para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, vem manifestar sua indignação e repúdio quanto a quaisquer posturas que sejam tomadas visando à tentativa de obstrução da Justiça e de enfraquecimento do poder Judiciário", afirmou o presidente da Ajufe, Roberto Carvalho Veloso.
Na semana passada, deputados governistas protocolaram um pedido de explicações ao ministro Fachin sobre qual seria a relação dele com o Ricardo Saud, lobista e delator do Grupo J&F. O grupo afirma que Fachin teria contado com ajuda de Saud em 2015 no périplo no Senado antes da sabatina pela qual o ministro passou antes de ser referendado para o STF. Os deputados querem pressionar o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), para incluir o tema na pauta desta semana.
O presidente da Ajufe afirma que "as decisões judiciais, proferidas por magistrados federais ou por ministro do Supremo Tribunal Federal, devem ser respeitadas e cumpridas, sendo possível que contra elas sejam apresentados os recursos previstos nas leis processuais".
"A estratégia de atacar a honra pessoal de magistrados que desempenham sua função constitucional como forma de intimidação e represália à atuação livre e independente, é conduta que não pode ser admitida no Estado Democrático e de Direito", afirmou Roberto Veloso.
Segundo Veloso, "a sociedade brasileira não permitirá que o processo de depuração e limpeza pelo qual passam as Instituições seja barrado por práticas políticas imorais ou que impliquem represálias a magistrados".
"A Ajufe defende que a apuração dos graves fatos criminosos que foram revelados em razão da Operação Lava Jato e a consequente responsabilização de todos que os praticaram continue a ser feita de forma independente e de acordo com as leis da República", disse o presidente da entidade de magistrados.

PF DEFLAGRA OPERAÇÃO CONTRA FRAUDES EM BENEFÍCIOS DO INSS



OPERAÇÃO ORUZA


MANDADOS SÃO CUMPRIDOS EM CIDADES DO GOIÁS E EM BRASÍLIA
Publicado: 06 de junho de 2017 às 07:56 - Atualizado às 08:10



POLICIAIS FEDERAIS CUMPREM MANDADOS DE OPERAÇÃO QUE INVESTIGA FRAUDES NO PAGAMENTO DE BENEFÍCIOS DO INSS (FOTO: JOSÉ LUCENA/ESTADÃO)



A Polícia Federal deflagra a Operação Oruza, que investiga um grupo suspeito de fraudar benefícios previdenciários de pensão por morte e aposentadoria, nesta quinta (6). A quadrilha teria causado prejuízo de R$ 5 milhões ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). 
Os policiais federais cumprem 11 mandados de prisão preventiva, 76 de condução coercitiva e 26 de busca e apreensão em Niquelândia, Padre Bernardo, Vila Propicio, Porangatu, Trombas, Montividiu do Norte, Mutunópolis, Colinas do Sul, Formoso, em Goiás, e em Brasília.
Há dois anos, as investigações começaram após a identificação de concessão irregular de benefícios rurais para pagamento de pensão por morte. Os valores eram recebidos com a apresentação de declarações falsas emitidas por fazendeiros e sindicatos rurais.
São investigados – por crimes de estelionato previdenciário, falsificação de documento público, fraude processual e organização criminosa – na operação cinco advogados, três servidores do INSS, agenciadores, proprietários rurais e beneficiários e representantes legais. 

EM 2015, MINISTRA QUIS ARQUIVAR CASO DILMA-TEMER



VOTO VENCIDO

MINISTRA MARIA THEREZA QUIS ARQUIVAR CASO DA CHAPA DILMA-TEMER
Publicado: 06 de junho de 2017 às 00:00 - Atualizado às 00:03


ENTÃO RELATORA, MINISTRA MARIA THEREZA IA ARQUIVAR AÇÃO NO TSE


O julgamento da chapa Dilma-Temer, nesta terça (6), não ocorreria se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tivesse acolhido, em fevereiro de 2015, o voto da ministra Maria Thereza de Assis Moura, a relatora, pelo arquivamento da ação. Ela foi voto vencido e o TSE a desarquivou. A ministra seria substituída no TSE (e no caso Dilma-Temer) por Herman Benjamin, como ela, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
O ministro Herman Benjamin tem entendimento oposto ao da colega do STJ. Seu voto como relator será pela condenação da chapa.
A ministra Maria Thereza será lembrada no TSE, hoje. Lamentarão o não arquivamento, como ela queria. Ou celebrarão o desarquivamento.
Se condenados, Dilma e Temer podem sofrer suspensão, multa ou anulação do registro da candidatura. Neste caso, anula-se a eleição.

EMÍLIO ODEBRECHT CONFIRMA A MORO PEDIDOS DE DINHEIRO FEITOS POR LULA




PARA CAMPANHAS ELEITORAIS


EX-PRESIDENTE MANDAVA PALOCCI PARA TRATAR DETALHES COM MARCELO
Publicado: 05 de junho de 2017 às 20:03 - Atualizado às 23:51



DELATOR CONFIRMA A JUIZ DA LAVA JATO QUE EX-PRESIDENTE AJUDAVA EM PLEITOS DA EMPRESA E INDICAVA PALOCCI PARA TRATAR DOS DETALHES DE PAGAMENTOS E ELE INDICAVA O FILHO MARCELO (FOTO: PAULO GIANDÁLIA/AE)


O patriarca do Grupo Odebrecht, Emílio Alves Odebrecht, afirmou ao juiz federal Sérgio Moro, nesta segunda-feira, 5, que nas reuniões mantinha com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “houve pedido” de “contribuições” para as campanhas eleitorais do PT. Um dos 77 delatores da empresa, ele relatou encontros com o petista para pedir ajuda em negócios de seu interesse, como solicitação de interferência no Ministério da Fazenda.
“Houve, como todos os presidentes, daqui do Brasil como do exterior, sempre pediram ajuda. Outra coisa é, a maioria entrar no detalhe. Existia uma relação cerimoniosa, apesar da relação de confiança, apesar de uma relação até de amizade, por longa data que nos conhecíamos, não existia efetivamente algo onde a gente conversasse sobre valores”, afirmou Emílio Odebrecht.
O empresário foi ouvido como testemunha de acusação do Ministério Público Federal, no processo em que Lula é acusado de receber R$ 12 milhões em propinas da Odebrecht. O dinheiro seria oculto na compra de um terreno para sede do Instituto Lula, em São Paulo, e de um apartamento no edifício onde mora o petista, em São Bernardo do Campo.
“Tanto assim, que ele indicava quem seria a pessoa dele e eu indicava quem seria a minha pessoa, para ver como nós ajudávamos. E eu orientava o meu responsável, que em uma época foi Pedro Novis e em outra Marcelo (Odebrecht), que eles encontrassem uma forma de atender e procurasse compatibilizar alguns fatores.”
O patriarca do grupo confirmou conteúdo de sua delação, em que afirmou que todo contato da Odebrecht com Lula era feito por ele. Disse que foram feitas várias reuniões com o ex-presidente, inclusive as que foram solicita a ajuda do petista com a aprovação do Refis da Crise e o aumento da linha de crédito para exportação para Angola. Os dois negócios foram origem da conta corrente do PT da “planilha Italiano”, que era administrada pelo ex-ministro Antonio Palocci.
“Várias reuniões. De modo geral, era sozinho. Na época que ele era presidente, era sozinho.”
Emílio falou que buscava Lula com pedidos feitos pelos empresários do grupo. Confirmou ter levado ao ex-presidente a atuação dele na liberação de linha de crédito para Angola e na ajuda de uma medida provisória, no Refis da Crise.
“Levei porque era interesse do setor e estava amarrado lá no Ministério da Fazenda”, disse Odebrecht. “Pedi a ele que procurasse me ajudar a verificar o por quê o assunto estava preso lá na Fazenda, só.”
O empresário afirmou que na época, o ministro seria Guido Mantega – também apontado nas delações da Odebrecht como interlocutor das arrecadações do PT.
Orientação. Emílio disse que dava duas orientações. “A primeira delas, é que as contribuições ao PT fosse atendidas”, afirmou  delator, ao ser questionado pela procuradora da República Isabel Groba, da força-tarefa da Lava Jato, se o petista tinha pedido “ajuda financeira” nos encontros. O empresário solicitava “ajuda” em interesse da empresa no governo.
“Por exemplo, evitar-se de estar fazendo discrepância entre partidos, para evitar ciúmes e problemas. Segundo, que eles procurassem efetivamente negociar, que não precisava nem dizer, que por instinto empresarial iam buscar negociar ao máximo, minimizando esses valores. E que procurasse fazer realmente no tempo mais esticado possível, não fizesse nada de vez. Essas foram as orientações.”
A ação penal é referente a supostas propinas pagas pela Odebrecht, no esquema que seria liderado pelo ex-presidente. Os valores teriam chegado a R$ 75 milhões em oito contratos com a Petrobrás e incluíram terreno de R$ 12,5 milhões para o Instituto Lula e cobertura vizinha à residência de Lula em São Bernardo de R$ 504 mil.
‘Italiano’. “O escalado por Lula, confirmou Emílio, era o ex-ministro Antonio Palocci. Era ele credenciado”, confirmou o delator, afirmação feita em seu acordo com a Lava Jato.
“Era credenciado por Lula para que fim?”, perguntou a procuradora.
“Para discutir com Marcelo ou Pedro Novis sobre o assunto de ajuda ao partido
A investigadora insistiu: “Para tratar de dinheiro?”.
“Sim, de recursos financeiros.”
A “planilha Italiano” chegou a registrar R$ 128 milhões em créditos, em 2013, e faz distinção de crédito de R$ 35 milhões para “Amigo”, que seria referência a Lula. No documento, há também R$ 12 milhões associados ao “Prédio IL”, que seria da compra do terreno para o Instituto Lula – alvo do processo.
Lula é réu nesse processo acusado por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em contratos firmados entre a Petrobrás e a Odebrecht. São acusados nesta ação o empresário Marcelo Odebrecht, por corrupção ativa e lavagem de dinheiro; o ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Antonio Palocci, e Branislav Kontic, seu ex-assessor, ambos denunciados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro; e, ainda, Paulo Melo, Demerval Gusmão, Glaucos da Costamarques e Roberto Teixeira, por suposta lavagem de dinheiro. (AE)





PF prende ex-ministro de Temer Henrique Eduardo Alves, diz jornal







De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o mandado de prisão faz parte de um desdobramento das delações da Odebrecht


São Paulo – A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira Henrique Eduardo Alves, ex-ministro do Turismo e ex-presidente da Câmara dos Deputados, de acordo com reportagem publicada no jornal Folha de S.Paulo.
Segundo a publicação, o mandado de prisão foi expedido pela Justiça Federal do Rio Grande do Norte e faz parte de um desdobramento das delações da Odebrecht. O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já preso no Paraná, também teve pedido de prisão decretado, ainda segundo o jornal.
A operação investiga corrupção e lavagem de R$ 77 milhões na construção da Arena das Dunas, em Natal, de acordo com a GloboNews. A reportagem informa que são cumpridos 33 mandados, sendo cinco mandados de prisão preventiva (sem prazo), seis de condução coercitiva, e 22 de busca e apreensão nos no Rio Grande do Norte e no Paraná.
A investigação se baseia em provas da Lava Jato, que apontam o pagamento de propina a Cunha e Alves em troca de favorecimento a duas grandes construtoras envolvidas na construção do estádio, ainda segundo a emissora.
 Mais informações em instantes.






Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira


Realmente é tudo diferente agora fica muito claro: Na vida Militar se errar borra o livro cadeia ou reserva automática!

Esses corruptos são genocidas, são eles que matam as pessoas que estão morrendo nas filas dos hospitais em todo Brasil. Verdadeiramente os maiores traidores da pátria e seu povo!


A Suprema Corte de nosso país tem bandido de toga “Michel Temer diz ter 2 Ministros no Supremo; Joesley Batista diz ter 2 Juízes e 1 procurador. Notícias de vendas de sentenças? ” contra a justiça e o povo de uma nação, imagine nos estados que compõem está nação, ou seja, os bandidos de toga estão em todas as instâncias e departamento da administração pública. Com suas raras exceções!

Organização criminosa
PGR cita depoimento de Joesley sobre pagamento de “mensalidade” de R$ 400 mil a Lúcio Funaro, operador de Eduardo Cunha, e afirmação do empresário de que Temer deu sinais claros de que seria importante manter financeiramente ambos  e as famílias.

Prevaricação

Joesley relatou em conversa com Temer o plano para interferir em uma investigação em Brasília. É ilegal  um servidor público tomar conhecimento de conduta irregular de outra pessoa  e não comunicar às autoridades

Corrupção

Procuradoria-Geral menciona, entre outros elementos, depoimento de Joesley, que afirma que Temer intercedeu pessoalmente a favor dele no BNDES. Cita ainda depoimento que afirma que Temer fazia parte do  “esquema do PMDB da Câmara”.

Obstrução de Justiça


Ao citar suspeitas sobre Aécio, a PGR vê indicativos de Temer também em articulações que buscam ‘impedir que as investigações da Lava Jato avancem’, por meio de controle de medidas legislativas ou controle de indicação de Delegados para inquéritos.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Mandato de Michel Temer pode ser encerrado pela Justiça Eleitoral




Edição do dia 05/06/2017
05/06/2017 21h21 - Atualizado em 05/06/2017 21h21

TSE vai retomar julgamento que pede cassação da chapa Dilma-Temer. 
Acusação é de abuso de poder político e econômico nas eleições de 2014.



Resultado de imagem para Fotos  Mandato de Michel Temer pode ser encerrado pela Justiça Eleitoral


Independentemente do inquérito sobre a delação da JBS, o mandato de Michel Temer pode ser encerrado pela Justiça Eleitoral. A sessão de terça-feira (6) do TSE que retoma o julgamento da cassação da chapa Dilma-Temer vai começar às 19h, em Brasília.
Um julgamento para ficar na história. No banco dos réus, a chapa vencedora da eleição presidencial. São quatro ações que pedem a cassação da chapa Dilma-Temer por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2014.
Os sete ministros vão julgar se, de fato, a chapa foi eleita graças a um esquema bilionário de financiamento de campanha por meio de propina. E se ganhou a eleição porque não jogou limpo, lesando a democracia, como está na acusação apresentada pelo PSDB logo após a eleição, em dezembro de 2014.
O partido também acusa Dilma e Temer de uso abusivo da cadeia de rádio e TV e de uso indevido de pesquisas feitas por órgãos públicos. A punição prevista nesse tipo de ação é a perda do mandato e o impedimento de se candidatar por oito anos.
Como Dilma Rousseff já não é mais presidente desde que o mandato dela foi cassado no processo de impeachment de 2016, em caso de condenação na ação no TSE, ela poderá, no máximo, perder os direitos políticos, que foram mantidos pelos parlamentares. Sendo assim, quem mais tem a perder é Michel Temer, que fica sem o mandato em caso de condenação.
A defesa do presidente argumenta que ele não pode ser punido porque não era responsável pela captação de recursos na campanha. Por isso, os advogados esperam que as condutas de Temer e de Dilma sejam separadas, que Temer preserve a cadeira da Presidência da República, e não fique inelegível. E acrescentam um argumento econômico que nada tem a ver com as provas do processo: dizem que tirar Temer colocaria em risco a estabilidade do país e da economia.
O Ministério Público já opinou em parecer enviado ao TSE pela cassação da chapa. O procurador Nicolao Dino afirma que a separação é inviável. Para o procurador, é incabível a cassação de um sem que tal medida também atinja o outro, vice na mesma chapa. Segundo o procurador, ficou demonstrado pelas delações da Odebrecht que Dilma sabia dos pagamentos via caixa dois ao marqueteiro João Santana, responsável pela campanha; que ela poderia ter coibido as irregularidades, mas se omitiu e não fez nada.
O procurador diz que Temer também foi mencionado pelos delatores, mas que, no episódio em que aparece num jantar no Palácio do Jaburu com executivos da empreiteira, discutiu doações para o partido, o PMDB, e não para a chapa presidencial.
O Ministério Público sugere que Dilma se torne inelegível e que Temer perca o cargo. O procurador afirma que não existem elementos nos autos que liguem Temer ao financiamento ilícito da chapa, e que sem responsabilidade pessoal ele não poder ficar inelegível. Mas que ele foi beneficiado por uma campanha financiada ilicitamente, então deveria perder o mandato, já que a lei prevê que a cassação quando o candidato foi “diretamente beneficiado pela interferência do poder econômico ou pelo desvio ou abuso do poder de autoridade”.
O conteúdo das delações de ex-executivos da Odebrecht e dos marqueteiros da campanha de Dilma e Temer é contestado pela defesa dos dois acusados. Os advogados questionam a inserção dos depoimentos dos delatores depois que o processo já havia sido iniciado. A inclusão de informações fornecidas pelos delatores serviu para reforçar a tese do abuso do poder econômico e político da chapa.
O relator do caso, ministro Herman Benjamin, discorda dos advogados porque uma das ações impetradas é de investigação judicial-eleitoral, ou seja, permite investigar quaisquer fatos novos que surjam no curso da ação.
A lei é clara: “O tribunal formará a sua convicção pela livre apreciação dos fatos públicos e notórios, dos indícios e presunções e prova produzida, atentando para circunstâncias e fatos, ainda que não indicados ou alegados pelas partes, mas que preservem o interesse público de lisura eleitoral”.
O TSE já discutiu a questão durante este processo, quando a então relatora Maria Thereza de Assis Moura pediu arquivamento da ação por não ver indícios mínimos contra a chapa, desconsiderando elementos adicionados pelo PSDB fora do prazo legal. Por cinco votos a dois, o tribunal mandou seguir o processo e, por consequência, aceitou os novos fatos agregados.
Foram marcadas quatro sessões. A primeira, que abre o julgamento, será nesta terça-feira (6), às 19h. Na quarta (7), outra sessão às 9h. E na quinta (8), duas sessões: às 9h e as 19h.
Na mesa do plenário, a ordem vai ser a seguinte: da esquerda para direita; o ministro Admar Gonzaga, o relator Herman Benjamin, o ministro Luiz Fux, o vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, no meio o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, depois o chefe da assessoria do plenário, Jean Carlos Assunção; em seguida, a ministra Rosa Weber, o ministro Napoleão Nunes Maia e, por último, o ministro Tarcísio Vieira. Na frente, na tribuna, os advogados farão as sustentações orais.
Rito
Antes de os sete ministros começarem o julgamento propriamente dito, existe um rito a ser cumprido.
O primeiro passo será o exame das preliminares, contestações que não buscam rebater a pertinência das acusações, o mérito da ação, mas a própria viabilidade e o rumo tomado pelo processo em mais de dois anos de tramitação.
Em seguida, o ministro Herman Benjamin lê o relatório da ação, documento que sintetiza as apurações, provas e depoimentos colhidos no processo. O documento tem mais de mil páginas, e já foi distribuído para os ministros, mas Herman Benjamin vai usar uma versão mais enxuta para não alongar demais a sessão.
Na sequência, a palavra será dos advogados: 15 minutos para o advogado do PSDB, da acusação. Depois a defesa: 15 minutos para o advogado de Dilma; e outros 15 para o advogado de Temer. Por fim, falará, sentado na bancada junto com os ministros, o representante do Ministério Público.
Só depois é que se inicia o julgamento com os votos dos sete ministros que compõem o plenário do TSE. O primeiro a votar é o relator, ministro Herman Benjamim. 
É nessa etapa, porém, que o julgamento poderá ser interrompido se um dos ministros pedir vista do processo, se considerar que precisa de mais tempo para analisar o caso. Nessa hipótese, não há prazo para ele trazer de volta o processo ao plenário, deixando indefinida a data da retomada do julgamento.

Sentença
Não existe um prazo determinado para o fim do julgamento. Inicialmente foram reservadas quatro sessões até quinta-feira (8). Além da cassação ou não da chapa Dilma-Temer, os ministros do tribunal vão decidir como a sentença vai ser cumprida.
Caso o julgamento termine, o presidente do TSE, Gilmar Mendes, proclamará o resultado, pela condenação ou absolvição, conjunta ou separada, de Dilma e Temer, bem como as punições a serem aplicadas a ambos, se forem considerados culpados. Também nesse momento, caberá ao ministro anunciar, com base nos votos dos ministros, se a execução da decisão será imediata ou se deverá aguardar o julgamento de eventuais recursos.
Essa definição é importante em caso de condenação, para saber se Temer poderá ou não continuar na Presidência enquanto aguarda a decisão sobre os recursos, sejam aqueles apresentados ao próprio TSE ou ao Supremo Tribunal Federal. Somente depois do chamado trânsito em julgado, fase em que se esgotam todos os recursos possíveis, é que a decisão pode ser finalmente cumprida.
“O TSE vai decidir pela primeira vez sobre o destino de uma ex-presidente e de um presidente da República por abuso de poder econômico e político. Isso é muito frequente nas alegações em toda a Justiça Eleitoral, mas nunca se discutiu isso neste nível com os mais altos mandatários da República. Então, qualquer que seja o julgamento, favorável ou desfavorável, marcará a história do nosso direito eleitoral”, disse o advogado Márlon Reis.
Se Temer for condenado, perder o mandato, a Constituição prevê que em caso de vacância do cargo de presidente e vice haverá nova eleição em até 30 dias. E que, nos dois últimos anos do mandato, como é o caso, essa eleição é indireta, ou seja, o novo presidente é escolhido pelo Congresso.
Depois de um evento em São Paulo, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso disse que o julgamento da chapa Dilma-Temer pode ser um marco na luta contra a corrupção no Brasil.
Luís Roberto Barroso: Vivemos um momento crucial na sociedade brasileira, em que a descoberta de uma corrupção institucionalizada, embora devastadora do ponto de vista da autoestima da sociedade brasileira, permite, no entanto, que este seja um momento de refundação do Brasil.
Repórter: O senhor acha que terça pode ser um marco para isso?
Luís Roberto Barroso: Nós vivemos uma possibilidade de um novo começo no Brasil, que é utilizar essa experiência, dessa corrupção ampla e institucionalizada, para tal como fizemos com a ditadura, tal como fizemos com a tortura, poder dizer: “Corrupção nunca mais”. Não uma corrupção de nível zero. Todo país tem um nível de corrupção, mas é preciso criar uma cultura de honestidade, é preciso mostrar para as novas gerações que ser honesto vale a pena porque a corrupção valoriza os espertos e não os bons. Espero que esse julgamento, como todo julgamento deve ser, seja de acordo com a Constituição e com a leis e que seja capaz de produzir a justiça que a sociedade brasileira espera.

PF envia 84 perguntas a Michel Temer sobre delações da JBS



TSE vai retomar julgamento da ação contra a chapa Dilma-Temer
No Planalto, presidente prepara estratégias para as duas situações.




Edição do dia 05/06/2017
05/06/2017 21h23 - Atualizado em 05/06/2017 22h05





A semana que começa pode ser decisiva para o governo do presidente Michel Temer. Nesta terça (6), o Tribunal Superior Eleitoral retoma o julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer. O presidente traça estratégias para o julgamento - e também para se defender no inquérito do Supremo Tribunal Federal sobre as gravações da JBS.  Nesta segunda (5), ele recebeu uma lista com 84 perguntas da Polícia Federal.
A primeira agenda pública de Temer foi comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente. E ele até botou gravata verde para assinar o decreto do Acordo de Paris, sobre mudanças climáticas. Mas o clima que realmente preocupa Michel Temer é da política, cada vez mais desfavorável a ele.
Até sexta (2), o Planalto se mostrava mais confiante no julgamento da chapa Dilma-Temer que recomeça na terça no TSE. Isso mudou com a prisão do ex-assessor especial da Presidência Rodrigo Rocha Loures.
Temer tem estado em reunião permanente com seus ministros do Planalto: de Segurança Institucional, da Casa Civil e das secretarias Geral e de Governo, além do ministro da Justiça, advogado amigo, Torquato Jardim. É uma espécie de gabinete de crise.
Um desses ministros definiu assim o clima lá dentro: “Estamos traçando estratégias de controle e vigilância de quem quer ganhar o jogo. Neste momento a batalha é no campo jurídico”.
Um dos advogados de Temer, Gustavo Guedes, entra e sai do gabinete presidencial. A cada mudança no cenário jurídico, uma avaliação.
E foi aí que um lance pegou a todos de surpresa: a Polícia Federal mandou a Temer dois blocos com 84 perguntas relativas ao inquérito sobre a delação da JBS. Um sobre as informações colhidas durante a investigação como grampos telefônicos, ações controladas, buscas e apreensões.
O outro, especificamente sobre a conversa com Temer gravada por Joesley Batista na noite de 7 de março no Palácio do Jaburu.
Segundo o Ministério Público, num dos trechos está claro que Joesley diz a Temer que estava pagando propina ao ex-deputado Eduardo Cunha com anuência do presidente.
Joesley Batista: É. Eu queria falar assim que na (inaudível) dentro do possível, eu fiz o máximo que deu ali, zerei tudo, o que tinha de alguma pendência daqui para ali, zerou tudo. E ele foi firme em cima e ele já estava lá, veio, cobrou, tal, tal, tal. Pronto. Acelerei o passo e tirei da (inaudível) companheiro dele que está aqui, porque o Geddel sempre estava...
Temer: (inaudível)
Joesley Batista: Geddel é que andava sempre ali, mas o Geddel (inaudível) eu perdi o contato, porque ele virou investigado.
Michel Temer: É complicado.
Joesley Batista: Eu não posso encontrar ele.
Michel Temer: Parece obstrução de Justiça.
Joesley Batista: Isso, isso, [inaudível] o negócio dos vazamentos, o telefone lá do Eduardo, com Geddel volta e meia citava alguma coisa meio tangenciando a nós. E não sei o quê. Eu tô lá me defendendo. Como é que eu, o que que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora? Eu tô de bem com o Eduardo.
Michel Temer: Tem que manter isso, viu?
Joesley Bastita: Todo mês....
Michel Temer: (inaudível)
Joesley Batista: Também... Eu estou segurando as pontas, estou indo.
Em outro momento da conversa, Joesley conta ao presidente que estava segurando juízes e um procurador. E Temer deu uma resposta positiva.
Joesley Batista: Aqui eu dei conta de um lado do juiz, dar uma segurada. Do outro lado, do juiz substituto que é um cara que ficou. 
Temer: Está segurando os dois ...
Joesley: É, estou segurando os dois.
Temer: Ótimo, Ótimo!  
O presidente tem 24 horas para responder às perguntas da Polícia Federal. Os advogados queriam que esse depoimento esperasse o fim da perícia nas gravações, mas o ministro do Supremo Edson Fachin negou. Apenas disse que Temer não é obrigado a responder. Ele poderá, por exemplo, deixar todas as respostas em branco.