quinta-feira, 1 de junho de 2017

Morre Pastor Vilarindo, um dos fundadores da Igreja Batista no DF








Divulgação



A notícia foi dada pelo neto dele, Ricardo Espíndola, nas redes sociais na tarde desta quinta. Governador decretou três dias de luto oficial

Márcia Delgado


Pastor Vilarindo Lima, um dos fundadores da Igreja Batista no Distrito Federal, morreu na tarde desta quinta-feira (1º/6). Ele estava internado havia quase dois meses no Hospital Brasília, no Lago Sul. Segundo familiares, o líder evangélico teve complicações no seu quadro de saúde causadas por uma infecção.
Primeiro neto e atual líder da igreja, pastor Ricardo Espíndola, divulgou a notícia da morte nas redes sociais. Em vídeo, passou a seguinte mensagem: “Queridos, estou me dirigindo para o hospital. É triste informar, mas o pastor Vilarindo acabou de partir para o Senhor. A família e a Igreja estarão se manifestando oficialmente em breve”.



Ao Metrópoles, pastor Ricardo falou sobre o legado do avô. “Sempre foi forte, firme, mas sempre foi a presença da doçura e do amor. Ele deixa um legado como poucos”, destacou, emocionado.
Segundo o neto, uma infecção piorou a diabetes do pastor Vilarindo, que completaria 91 anos em agosto deste ano. Ricardo explica que o quadro logo evoluiu para uma  piora do sistema respiratório do principal líder da Igreja Batista. Pastor Vilarindo morreu às 14h30 desta quinta-feira.
O corpo será levado para a sede da igreja, na L2 Sul, às 17h desta sexta-feira (2). O culto fúnebre está marcado para às 9h de sábado e, às 14h, segue para sepultamento no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul.
A Igreja Batista tem 50 anos no DF. Na noite de 19 de maio, circulou em redes sociais e grupos de WhatsApp a informação de que o líder religioso havia falecido. Embora estivesse com a saúde muito debilitada em função de uma pneumonia que evoluiu para um quadro de infecção hospitalar, o pastor permanecia, naquela data, internado, segundo informações de familiares.
Em nota oficial, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) lamentou a morte do líder religioso e decretou três dias de luto oficial no DF.

APÓS AGNELO, JUSTIÇA MANDA SOLTAR EX-GOVERNADORES ARRUDA E FILLIPPELI



JUSTIÇA


AGNELO FOI PARA CASA MAIS CEDO, E À NOITE OS OUTROS DOIS TAMBÉM
Publicado: 31 de maio de 2017 às 22:38 - Atualizado às 23:57


O DESEMBARGADOR NÉVITON GUEDES CONCLUIU QUE OS OBJETIVOS DA PRISÃO TEMPORÁRIA JÁ HAVIAM SIDO OBTIDOS.



O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli foram libertados no final da tarde de hoje (31). Também foram soltos os empresários Jorge Luiz Salomão e Sérgio Lúcio Silva de Andrade, além do ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal Afrânio Roberto de Souza Filho.
A decisão foi do desembargador Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Guedes já havia decidido, na manhã desta quarta-feira, pela soltura do também ex-governador Agnelo Queiroz. Eles foram soltos oito dias após terem tido a prisão temporária decretada pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF1).
Na decisão referente a Agnelo, o desembargador acatou o argumento da defesa de que a prisão temporária de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco, que havia sido autorizada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, deveria durar somente enquanto a PF cumpria diligências para coleta de provas, já realizadas. A assessoria da Justiça Federal não informou detalhes da decisão que libertou os demais acusados.
Todos teriam participado de esquemas de desvios de recursos de obras no DF, detalhados em delações premiadas de executivos da empreiteira Andrade Gutierrez, que integrava o consórcio de reconstrução do Estádio Mané Garrincha, junto com a Via Engenharia. De acordo com o juiz federal, existem várias provas de que as supostas irregularidades não se restringem às obras envolvendo o estádio.
A reconstrução do antigo Mané Garrincha foi estimada inicialmente em R$ 690 milhões, mas acabou custando cerca de R$ 1,5 bilhão, o que fez com que o estádio se tornasse o mais caro entre os 12 que receberam os jogos da Copa do Mundo de 2014. O dinheiro saiu dos cofres da Terracap, empresa pública do governo do Distrito Federal, cujo capital é formado por 51% do GDF e 49% da União.
O caso começou a ser investigado em setembro de 2016, a partir de depoimentos de três executivos da construtora Andrade Gutierrez, em colaboração premiada firmada junto à Procuradoria-Geral da República (PGR). As informações de que houve fraude na licitação foram confirmadas por diretores da Odebrecht que afirmaram – também em colaboração premiada – que em decorrência dessa combinação prévia, a empresa participou da licitação apresentando um valor superior ao oferecido pela Andrade Gutierrez, que depois retribuiu o "favor" na licitação para as obras da Arena Pernambuco.






Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira


Realmente é tudo diferente agora fica muito claro: Na vida Militar se errar borra o livro cadeia ou reserva automática!

Esses corruptos são genocidas, são eles que matam as pessoas que estão morrendo nas filas dos hospitais em todo Brasil. Verdadeiramente os maiores traidores da pátria e seu povo!


A Suprema Corte de nosso país tem bandido de toga “Michel Temer diz ter 2 Ministros no Supremo; Joesley Batista diz ter 2 Juízes e 1 procurador. Notícias de vendas de sentenças? ” contra a justiça e o povo de uma nação, imagine nos estados que compõem está nação, ou seja, os bandidos de toga estão em todas as instâncias e departamento da administração pública. Com suas raras exceções!

Organização criminosa
PGR cita depoimento de Joesley sobre pagamento de “mensalidade” de R$ 400 mil a Lúcio Funaro, operador de Eduardo Cunha, e afirmação do empresário de que Temer deu sinais claros de que seria importante manter financeiramente ambos  e as famílias.

Prevaricação

Joesley relatou em conversa com Temer o plano para interferir em uma investigação em Brasília. É ilegal  um servidor público tomar conhecimento de conduta irregular de outra pessoa  e não comunicar às autoridades

Corrupção

Procuradoria-Geral menciona, entre outros elementos, depoimento de Joesley, que afirma que Temer intercedeu pessoalmente a favor dele no BNDES. Cita ainda depoimento que afirma que Temer fazia parte do  “esquema do PMDB da Câmara”.

Obstrução de Justiça

Ao citar suspeitas sobre Aécio, a PGR vê indicativos de Temer também em articulações que buscam ‘impedir que as investigações da Lava Jato avancem’, por meio de controle de medidas legislativas ou controle de indicação de Delegados para inquéritos.

Filho de Mantega foi sócio de firma citada por dono da JBS





Ex-ministro Guido Mantega teria pedido ajuda da JBS para a empresa que o filho era sócio






POLÍTICA DELAÇÃOHÁ 2 HORASPOR NOTÍCIAS AO MINUTO


O filho do ex-ministro Guido Mantega foi sócio de uma empresa que teria recebido US$ 5 milhões do empresário Joesley Batista, do grupo JBS. Leonardo Mantega teve relação com a Companhia Brasileira de Distribuição de Material Esportivo e Saúde, cujo nome fantasia é Pedala, durante quatro meses.

Segundo o empresário, Mantega fez um pedido de ajuda à empresa e o empréstimo seria convertido em sociedade. Ele diz ter feito o repasse por meio de uma de suas empresas, a Antigua Investments, em 2012. No entanto, o negócio não prosperou e Joesley perdoou o empréstimo.
A reportagem do jornal O Globo revela que a Companhia Brasileira de Distribuição de Material Esportivo e Saúde tem sede informada em Palmas, capital do Tocantins, onde obteve incentivos fiscais para se instalar. Os benefícios foram cancelados em 1º de março de 2016.
Leonardo saiu da sociedade e a empresa Pedala continuou com os sócios, Dannyel Filgueiras de Lima e Silva e Rafael Attanasio. O advogado Conrado Almeida Corrêa Gontijo informou que a empresa foi criada em 2007 para atuar no e-commerce de materiais esportivos e recebeu investimento de um fundo em setembro de 2012. “A Pedala jamais recebeu empréstimo ou investimento, de qualquer natureza, da JBS, ao contrário do que foi noticiado. O único investimento no valor noticiado foi realizado em setembro de 2012, por um fundo de investimento que jamais indicou ter qualquer relação com Joesley Batista. Referida operação foi devidamente registrada e formalizada”, informou Gontijo em nota.
A publicação destaca que Joesley afirmou que, além da ajuda para a Pedala, Guido Mantega lhe pediu que depositasse US$ 20 milhões e que, um ano depois, o dinheiro teria sido devolvido ao partido.
Mantega informou à Justiça que manteve na Suíça uma conta não declarada no Brasil. Os advogados alegam que o ex-ministro “não espera perdão nem clemência pelo erro que cometeu ao não declarar valores no exterior”. No entanto, a defesa de Mantega afirma que ele nunca pediu ou recebeu vantagens ilícitas.



'FOLHA' FAZ 'MEA CULPA' SOBRE ÁUDIO E ATRIBUI À PGR 'INTERPRETAÇÃO' PARA INCRIMINAR TEMER




IMPRENSA



'FOLHA' ADMITE QUE AVALIZOU ACUSAÇÃO A TEMER SEM OUVIR O ÁUDIO
Publicado: 01 de junho de 2017 às 00:22 - Atualizado às 01:06


O JORNAL AFIRMA QUE O SUPOSTO AVAL DE TEMER À COMPRA DE SILÊNCIO DE CUNHA FOI APENAS UMA "INTERPRETAÇÃO" DA PGR. (FOTO: JOSÉ CRUZ)


O jornal Folha de S. Paulo publicou importante correção, na noite desta quarta-feira (31), admitindo que errou ao noticiar como fato apenas uma interpretação da Procuradoria Geral da República, segundo a qual o presidente Michel Temer fora gravado pelo empresário Joesley Batista dando aval à "compra do silêncio" do ex-deputado Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara.
"A tese de aval para a compra de silêncio é uma interpretação da Procuradoria Geral da República, usada para pedir a abertura de inquérito contra Temer", afirma a Folha, revelando, afinal, quem esteve por trás da informação que dava como certo o que o áudio não confirma, ou seja, o aval do presidente à "compra do silêncio" do ex-deputado. O jornal não aponta diretamente a PGR como fonte da informação primária, que tentou incriminar o presidente.
O jornal lembra que após o exame do áudio, divulgado no dia seguinte, 18 de maio, publicou matéria afirmando que o áudio era "inconclusivo".
A publicação da matéria "Folha errou em reportagem sobre áudio de Temer" é fato histórico, ainda que o jornal tenha por hábito publicar correções de seu conteúdo quando constata equívocos. Desta vez, revelou-se algo fundamental: a Folha informa que não teve acesso ao áudio antes da publicação da matéria, tanto o colunista Lauro Jardim, de O Globo, ainda que tenha informado na ocasião, na quarta-feira 17 de maio, que havia confirmado a informação.
Após a divulgação do áudio, a própria Folha contratou um perito para analisá-lo, e este identificou ao menos 50 edições.

Para onde vão os 10 bilhões do acordo de leniência da J&F?




Política

Corrupção




por Redação — publicado 31/05/2017 10h52
A holding dos irmãos Batista terá de pagar multa ao poder público por conta de envolvimento em casos de corrupção investigados em cinco operações


Joesley Batista
Joesley Batista se tornou figura central na crise



Após uma longa negociação, o Ministério Público Federal no Distrito Federal e a J&F, holding dos irmãos Wesley e Joesley Batista, que controla marcas como a JBS, definiram os termos de um acordo de leniência firmado como compensação pelo envolvimento da companhia em casos de corrupção investigados nas operações Greenfield, Sépsis, Cui Bono, Bullish e Carne Fraca.
Segundo anunciou o MPF nesta quarta-feira 31, a J&F concordou em pagar 10,3 bilhões de reais ao poder público como indenização por suas falcatruas. Esse valor será pago em 25 anos, reajustado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o que pode levar o total a 20 bilhões de reais.
O que é um acordo de leniência?
A leniência é uma espécie de delação premiada, mas firmada por empresas e não por pessoas físicas. As bases legais para a realização do acordo estão na Lei Anticorrupção (12.846/13) e no decreto 8.420/15, que regulamenta a responsabilização administrativa de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública.
Por que a J&F teve de firmar o acordo?
Porque a empresa é alvo de cinco operações do MPF e da Polícia Federal, todas envolvendo o roubo de dinheiro público.
Operação Greenfield investiga desvios nos quatro maiores fundos de pensão estatais do País –Funcef (fundo de pensão de funcionários da Caixa), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios).
As operações Sepsis e Cui Bono investigam desvios na Caixa Econômica Federal. A Operação Bullish investiga fraudes em empréstimos do BNDES à J&F. A Operação Carne Fraca investiga um esquema de corrupção formado por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio.
A J&F terá de pagar 10,3 bilhões de reais. Quem vai ficar com esse dinheiro?
O acordo firmado pelo MPF prevê que as instituições públicas lesadas fiquem com 8 bilhões de reais, divididos da seguinte forma:
- 2 bilhões de reais para a Funcef
- 2 bilhões de reais para o Petros
- 2 bilhões de reais para o BNDES
- 1 bilhão para a União (governo federal)
- 500 milhões de reais para o FGTS
- 500 milhões de reais para a Caixa Econômica Federal
E os outros 2,3 bilhões de reais, ficam com quem?
Segundo o MPF-DF, o restante será pago por meio de projetos sociais, especialmente nas áreas de educação, saúde e prevenção da corrupção.
Esse valor de 10,3 bilhões é alto ou baixo?
Depende da perspectiva. De acordo com o MPF, o montante é "o maior decorrente de acordos de leniência já firmados no Brasil e no mundo." A J&F lutou para reduzir o valor da multa, uma vez que inicialmente o MPF pedia 11,3 bilhões, mas trata-se de um valor pouco significativo para a gigantesca companhia. A multa representa 5,62% do faturamento livre de impostos registrado pela holding no último ano.
Segundo o MPF, o valor é adequado, uma vez que equivale à média verificada em outros quatro acordos firmados no âmbito da Operação Lava Jato.
Em comparação com esses outros acordos de leniência, o valor é alto, uma vez que supera o conjunto de tudo o que Odebrecht, Braskem, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa deverão pagar (8,08 bilhões de reais juntas). 
Os 10,3 bilhões da J&F ficarão exclusivamente no Brasil, enquanto parte dos valores pagos por essas outras quatro companhias vai parcialmente para o exterior. No caso da leniência da Obebrecht, por exemplo, 82% do valor ficará com o Brasil. O resto vai para Estados Unidos e Suíça.
Rodrigo Janot
Janot: acordo é bom para o País (Foto: Lula Marques / AGPT)
Qual é a importância política desse acordo de leniência?
O Ministério Público tem todo o interesse em retratar o acordo como relevante, uma vez que os benefícios dados a Joesley Batista, que se tornou delator, foram considerados muito benevolentes. Joesley, que buscou a Procuradoria-Geral da República para delatar, não foi preso, como Marcelo Odebrecht, por exemplo, nem será processado. O milionário está em Nova York, nos Estados Unidos, com a família.
As críticas ao Ministério Público foram tão fortes que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, escreveu artigos na imprensa defendendo os acordos. Janot lembrou que a delação de Joesley permitiu conhecer práticas supostamente criminosas do senador Aécio Neves (PSDB-MG), do presidente Michel Temer (PMDB) e dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (PT) e foi benéfica ao País.
"Embora os benefícios possam agora parecer excessivos, a alternativa teria sido muito mais lesiva aos interesses do País, pois jamais saberíamos dos crimes que continuariam a prejudicar os honrados cidadãos brasileiros, não conheceríamos as andanças do deputado com sua mala de dinheiro, nem as confabulações do destacado senador ou a infiltração criminosa no MPF", escreveu Janot em artigo no portal UOL.

Entenda a polêmica da PEC das Diretas aprovada em comissão





Política

Diretas Já?


No senado, oposição tenta garantir que a proposta tenha efeito em caso de saída de Temer, mas base governista alega inconstitucionalidade


Jefferson Rudy / Agência Senado
Lindbergh Farias
O senador Lindbergh Farias tentou incluir um artigo para emenda vigorar logo após sua aprovação


A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou de forma unânime, na quarta-feira 31, o texto original da Proposta de Emenda à Constituição que prevê eleições diretas caso os cargos de presidente e vice-presidente fiquem vagos nos três primeiros anos do mandato.
Embora possa surpreender à primeira vista, a aprovação unânime não significa que os senadores governistas tenham passado a defender a campanha das Diretas Já. Enquanto a oposição propõe que o projeto tenha efeito imediato e permita a antecipação de eleições diretas para este ano, os aliados de Michel Temer rejeitam a possibilidade por considerá-la inconstitucional. 
Relator do projeto proposto por seu colega Reguffe (sem partido-DF), Lindbergh Farias (PT-RJ) buscou apresentar um substitutivo ao texto original para que a eventual aprovação da emenda passasse a vigorar a partir da saída de Temer.
Em resposta, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) apresentou um relatório alternativo para derrubar o texto de Lindbergh e recuperar a proposta original. Ferraço questionou o dispositivo incluído pelo petista, que considera "flagrantemente inconstitucional". O senador tucano argumentou que o artigo 16 da Constituição impede qualquer alteração em regras eleitorais em eleições realizadas em até um ano a partir da aprovação das mudanças.
Com a divisão entre os parlamentares, decidiu-se aprovar o texto original de Reguffe sem estabelecer que o projeto entre em vigor imediatamente. O debate sobre a validade ou não da mudança a partir de um eventual impeachment ou cassação de Temer deve ser analisado pelo plenário do Senado e pode ressurgir caso o projeto avance posteriormente na Câmara.
Além da PEC, outra alternativa para o debate das eleições diretas pode surgir caso ocorra a cassação da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral. Mudanças recentes no Código Eleitoral prevêem eleições diretas se o mandato de uma chapa for cassado antes de seis meses de seu fim, mas possíveis conflitos com a Constituição e a própria legalidade dessas mudanças, a serem analisadas pelo STF, podem travar essa possibilidade. 
Entenda a polêmica por trás da PEC das eleições diretas e do Código Eleitoral. 
O que propõe o texto aprovado pela comissão?
A proposta apresentada pelo senador Reguffe dá nova redação ao parágrafo 1º do artigo 81 da Constituição Federal. Atualmente, o artigo define que, em caso de vacância dos cargos de presidente e vice-presidente da República, uma nova eleição é convocada 90 dias após aberta a última vaga.
O parágrafo 1º estabelece que, se ocorrer a vacância nos dois últimos anos do mandato presidencial, a eleição deve ser realizada de forma indireta pelo Congresso Nacional.
Reguffe sugere a eleição feita pelos parlamentares seja adotada apenas se a vacância ocorrer no último ano do período presidencial. Caso o presidente e seu vice percam seus cargos nos três primeiros anos, devem ser realizadas novas eleições diretas. Atualmente, essa hipótese só é prevista na Constituição para os dois primeiros anos do mandato.
Em sua justificativa da proposta, apresentada em dezembro de 2016, Reguffe deixa claro que o objetivo é "devolver à população brasileira o direito de escolher o presidente da República". Em seguida, o senador argumenta que "a proposta atende aos anseios da sociedade brasileira, sob o eco do histórico grito das ruas a clamar 'Diretas Já', nos idos da década de 1980".
O que propôs o relator Lindbergh?
Lindbergh apresentou à comissão um substitutivo ao projeto de Reguffe. Além de propor a alteração do artigo 81 da Constituição, o senador petista incluiu um trecho para permitir a antecipação de eleições. O texto de Lindbergh propõe que a emenda constitucional, caso aprovada, entre em vigor na data da sua publicação, "não se aplicando o disposto no art. 16 da Constituição." 
De acordo com o artigo constitucional citado pelo senador, mudanças eleitorais não podem se aplicar "à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência". Se o dispositivo proposto por Lindbergh não for incluído, o mais provável é que as regras não permitiam a antecipação de eleições, pois elas ocorreriam em um período inferior a um ano a partir da aprovação da emenda.
O senador defende a vigência imediata da mudança "frente à grave situação político-institucional pela qual passa o País neste momento histórico". "O presidente atual não possui legitimidade para governar. Sua saída representa um imperativo democrático fundamental para a estabilidade do País", afirma o relatório.
Após a aprovação unânime, o parlamentar comemorou uma "vitória gigantesca" na CCJ. "Isso vai dar muito fôlego ao movimento pelas Diretas Já", afirmou. "Eles ficaram surpreendidos. Agora é no plenário do Senado".
E a base aliada, o que diz?
A base aliada alegou que a proposta de Lindbergh é inconstitucional. Segundo Ferraço, que apresentou à comissão um voto em separado contrário ao de Lindbergh, a aprovação da PEC não deve servir para antecipar eleições para este ano. Em seu relatório, o tucano afirmou que a proposta de Lindbergh é "flagrantemente inconstitucional" por afastar "a aplicação do princípio da anualidade eleitoral", prevista no artigo 16 da Constituição.
O senador menciona um voto do ministro Gilmar Mendes no plenário do STF em defesa da anualidade. "O princípio da anterioridade eleitoral constitui uma garantia fundamental também destinada a assegurar o próprio exercício do direito de minoria parlamentar em situações nas quais, por razões de conveniência da maioria, o Poder Legislativo pretenda modificar, a qualquer tempo, as regras e critérios que regerão o processo eleitoral", afirmou o ministro citado por Ferraço. 
O senador tucano menciona ainda decisões do STF que sustentam o princípio da anualidade eleitoral. Em 2006, a Corte determinou que o fim da verticalização das coligações partidárias não poderia ser aplicado no pleito geral daquele ano sob pena de ofensa ao artigo 16. Da mesma forma, o STF impediu que novas regras sobre o limite máximo de vereadores nas Câmaras Municipais, aprovadas em 2009, tivessem efeito retroativo para as eleições municipais realizadas de 2008.
O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) defendeu a mesma posição:
O art 16 prevê o princípio da anualidade, garantindo que mudanças na lei eleitoral só entrem em vigor se aprovadas até 1 ano antes do pleito
Assim, o artigo 16, que continua valendo normalmente, impede alterações casuísticas nas regras legais.

E se a chapa Dilma-Temer for cassada, podemos ter eleições diretas? 
Depende da interpretação e das decisões da Justiça. Em setembro de 2015, o Congresso aprovou por meio de uma lei ordinária uma série de mudanças nas regras eleitorais. Entre elas, foram incluídos incisos que determinam eleição indireta se a vacância do cargo por cassação ocorrer a menos de seis meses do mandato, e direta nos demais casos. Em tese, a lei deveria valer para eleições presidenciais, estaduais e municipais.
Ocorre, porém, que a legislação entra em conflito com a Constituição. A Carta prevê de forma genérica que, vagando o cargo nos dois últimos anos, a eleição seja realizada pelo Congresso, mas não versa especificamente sobre a vacância da Presidência em situações de cassação da chapa pela Justiça Eleitoral.
Há especialistas, como o jurista Luiz Flávio Gomes, que distinguem a vacância por motivações gerais, como impeachment, renúncia, morte ou doença, de motivações eleitorais, isto é, relacionadas a uma eventual cassação de chapa por violação das regras de campanhas. 
Em artigo publicado no site "Jusbrasil", Gomes argumenta que, caso a vacância se dê por motivos eleitorais, deve ser aplicado o Código Eleitoral, e em casos de motivação geral, a Constituição. Segundo essa interpretação, a cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE, se ocorrer ainda neste ano, deveria ser seguida de uma eleição direta. 
Além do conflito jurídico, a hipótese depende também de uma análise da constitucionalidade da minirreforma eleitoral aprovada em 2015, que passou a vigorar no pleito do ano passado. O próprio Lindbergh, em sua justificativa em defesa das Diretas Já, lembrou que a minirreforma terá sua constitucionalidade debatida pelo STF por ter sido editada por meio de lei ordinária, e não uma emenda à Constituição. A Procuradoria-Geral da República, lembra o parlamentar, chegou a pedir a impugnação do texto.
Enquanto não tem sua constitucionalidade analisada pelo STF, a lei já tem produzido efeitos. Está prevista para agosto de 2017 novas eleições para o governo do Amazonas. Em maio, O Tribunal Superior Eleitoral cassou o mandato de José Melo e seu vice e determinou a realização de um novo pleito. O mesmo pode ocorrer no Rio de Janeiro, caso o TSE confirme a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de cassar a chapa de Luiz Fernando Pezão e Francisco Dornelles.

Há, porém, uma importante diferença: a Constituição não estabelece regras eleitorais em caso de vacância de governadores e prefeitos, o que tem permitido a aplicação do Código Eleitoral. Como no caso da Presidência da República há uma determinação expressa na Carta, pode-se alegar que o Código Eleitoral é infraconstitucional e não teria validade nesse caso.

PF realiza operação contra fraude de R$ 12,5 mi na merenda no Rio




BRASIL


A operação Ratatouille quer desarticular um esquema de desvios no fornecimento de merenda por meio de pagamento de propina a autoridades



Polícia Federal realiza na manhã de hoje (1) a operação Ratatouille, um desdobramento da Lava Jato, no Rio. A ação tem a finalidade de desarticular um esquema criminoso de desvio de recursos destinados ao fornecimento de merenda escolar e alimentação de detentos nos presídios no estado do Rio de Janeiro, tendo como contrapartida o pagamento de propina a autoridades públicas.
A operação é feita em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal. O objetivo da ação são as empresas Mazan e Milano, que pertencem ao mesmo grupo familiar.
Elas forneciam também alimentação para hospitais públicos do estado e para o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) durante os Jogos Olímpicos do ano passado. Nos últimos dez anos, as duas empresas tiveram contratos superiores a R$ 700 milhões com o governo do Rio de Janeiro.
Os policiais federais cumprem um mandado de prisão preventiva e nove mandados de busca e apreensão, expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, 7ª Vara Federal Criminal do Rio, nos bairros da Barra da Tijuca, do centro da cidade, em Ipanema e no Leblon, no município do Rio, e nas cidades de de Mangaratiba e Duque de Caxias.
As investigações, iniciadas há seis meses, indicam o pagamento de pelo menos R$ 12,5 milhões em vantagens indevidas a autoridades públicas por um empresário do ramo de alimentação que mantinha contratos com o governo do Estado do Rio.
De acordo com a PF, “o nome da operação remete a um prato típico da culinária francesa, em referência a um jantar em restaurante de alto padrão em Paris, no qual estavam presentes diversas autoridades públicas e empresários que possuíam negócios com o estado”.