quarta-feira, 5 de abril de 2017

CÂMARA AUTORIZA APLICATIVOS TIPO UBER, MAS EMENDA MALANDRA AMEAÇA O SERVIÇO



TRANSPORTE INDIVIDUAL

OS PARLAMENTARES AINDA ESTÃO VOTANDO OS DESTAQUES
Publicado: 04 de abril de 2017 às 20:27 - Atualizado às 23:55

Francine Marquez



A REGULAMENTAÇÃO DESSE SERVIÇO É DE RESPONSABILIDADE DOS MUNICÍPIOS FOTO: FERNANDA CARVALHO/ FOTOS PÚBLICAS


Os deputados federais aprovaram o texto substitutivo do deputado Daniel Coelho (PSDB-PE) que autoriza o funcionamento de aplicativos de transporte individual, como o Uber, mas aprovaram uma emenda malandra que ameça inviabilizar o o funcionamento desses aplicativos. O texto aprovado antes da emenda estabelece que cabe às prefeituras regulamentar serviços como o do Uber, mas a emenda, aprovada por 226x182 votos, retira do projeto o trecho que estabelece que transporte individual de passageiros é uma atividade de natureza privada.
“Como a emenda tira a parte que diz que é uma atividade privada, transforma em pública. Atividade pública precisa de concessão. Se os municípios não têm legislação montada, você inviabiliza”, disse o relator da matéria, deputado Daniel Coelho (PSDB-PE).
A votação foi concluída às 21h20. O texto aprovado pela Câmara seguirá agora para apreciação do Senado.

"Temer não tem para onde ir", diz Renan em jantar






Afirmação foi feita durante jantar realizado na casa da senadora Kátia Abreu, nessa terça-feira, com a presença de pouco mais da metade da bancada do partido






POLÍTICA AVALIAÇÃOHÁ 1 HORAPOR


O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), considera difícil a situação do presidente Michel Temer no governo. "Diziam que a [ex-presidente] Dilma [Rousseff] não tinha para onde ir, e o [presidente Michel] Temer não tem para onde ir", disse Renan a aliados na noite desta terça-feira, 5, segundo parlamentares que participaram do jantar da bancada na casa da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), em Brasília.


No encontro, que contou com a presença de pouco mais da metade da bancada - a maior da Casa, com 22 parlamentares - alguns senadores teriam reclamado da pressão feita pelo Palácio do Planalto pela aprovação da reforma da Previdência. A avaliação é de que a cúpula do governo, o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) não "entende" a situação dos congressistas porque não "depende" do voto popular.
"Nenhum deles é candidato a nada e nas últimas eleições que disputaram perderam. Agora querem cobrar dos parlamentares. Estão pedindo o que não vão ganhar", afirmou um peemedebista que participou do jantar. "É terrível o que querem impor ao Congresso. O povo não quer [as reformas] e os congressistas vivem de voto. Estão propondo suicídio político", avaliou o senador Roberto Requião (PMDB-PR).
Nas últimas semanas, Renan tem subido o tom contra as reformas. Ontem, ele chegou a dizer que, "se continuar como está, o governo vai cair para um lado e o PMDB para o outro". Para Raimundo Lira (PMDB-PB), que participou da confraternização, esta é uma posição pessoal de Renan. "Não vejo nenhum grupo dentro do PMDB pensar dessa forma. Até porque a reforma [da Previdência] está cada dia mais tendo possibilidade de ser amenizada", considerou.
O jantar, que começou por volta da meia noite, durou cerca de três horas. Os ministros Dyogo Oliveira (Planejamento) e Helder Barbalho (Integração Nacional) também estiverem no encontro, mas, segundo parlamentares, falaram pouco. Além deles, o ex-presidente José Sarney e sua filha, Roseana Sarney, marcaram presença. Nas conversas, Sarney teria reforçado o discurso de Renan, de que o governo tem que dialogar mais.
Entre os senadores presentes, além de Renan, Kátia, Requião e Raimundo, compareceram o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), Jader Barbalho (PA), Rose de Freitas (ES), Valdir Raupp (RO), Marta Suplicy (SP), Elmano Férrer (PI), Hélio José (DF), Dário Berger (SC) e Garibaldi Alves (RN). Como já era esperado, o presidente do Senado, Eunício de Oliveira (CE), não compareceu ao jantar.
A confraternização, de acordo com parlamentares, não teve motivação política, e sim na vontade da bancada de se reunir para comer um dos pratos típicos do Tocantins, a fritada de aratu, considerada especialidade de Kátia. "Na fritada de aratu, Temer também foi fritado", brincou um dos senadores presentes. 

Brasil possui quase 2,5 milhões de crianças e adolescentes fora da escola, diz estudo





Inclusão ainda não atinge 100% das crianças e adolescentes em idade escolar; quem está fora são os mais 'vulneráveis', diz especialista.



O Brasil possui 2.486.245 crianças e adolescentes de 4 e 17 anos fora da escola, segundo levantamento feito pelo Todos Pela Educação com base nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). O montante representa cerca de 6% do universo total de alunos.
Para Priscila Cruz, presidente executiva do Todos Pela Educação, o número é preocupante, pois afeta principalmente as crianças mais “vulneráveis”. “Essas crianças que estão fora da escola são exatamente as que mais precisam porque em geral são as deficientes, as mais pobres, e que moram em lugar mais ermos.”
A taxa de atendimento de crianças e jovens na escola aumentou 4,7 pontos percentuais desde 2005, atingindo 94,2% em 2015. O índice, no entanto, ainda é insuficiente para alcançar a Meta 1 do Todos Pela Educação para esse ano, que era de 96,3%, e a universalização determinada constitucionalmente para ser atingida até 2016.
Do número total de alunos fora da escola, 1.543.713 são de jovens de 15 a 17 anos, que deveriam estar matriculados no ensino médio. Esta foi a modalidade que apresentou o crescimento mais tímido de inclusão na última década: de 78,8% para apenas 82,6% de 2005 a 2015.
Além disso, embora o percentual dos que não estudam nem trabalham tenha diminuído entre 2005 e 2015 (de 11,1% para 10,7%), em números absolutos o valor ainda é alto: 974.224, em 2015, frente a 1.126.190, 2005.
“O jovem sai da escola achando que vai voltar um dia, só que não volta. Por isso que, para ele, sair da escola não tem um peso tão grande, mas precisamos evitar que ele saia”, afirma Priscila Cruz.
Para ela, as razões para a evasão do ensino médio são múltiplas, e parte delas, podem ser resolvidas se a reforma do ensino médio for bem implementada. “Trabalho, gravidez precoce, violência e tráfico de drogas, diferentes situações da família. Também tem a questão da repetência múltipla, por isso que a política de progressão continuada é tão importante, é preciso garantir que o aluno aprenda para não repetir de ano”, explica Priscila.
“A reforma do ensino médio pode ajudar, mas depende da implementação para se tornar mais interessante”, diz. Priscila cita, como exemplo, se o aluno terá à disposição na sua escola o itinerário que gostaria de estudar, com bons professores, para que, de fato, se torne atrativa.

Distorção idade X série

O levantamento também aponta que a taxa de conclusão do ensino fundamental até os 16 anos foi de 76% em 2015, apenas 17,1 pontos percentuais acima do verificado em 2005. Já a taxa de conclusão do ensino médio até os 19 anos, ficou em somente 58,5% – apesar de ser 17,1 pontos percentuais (p.p.) superior à de 2005, ela não tem avançado nos últimos anos.
Nesse mesmo período, a taxa de jovens que não estudam nem trabalham aumentou entre aqueles que não concluíram o ensino fundamental até faixa dos 16 anos (de 19% para 22,2%) e também entre os que não concluíram o ensino médio até 19 anos (24,5% para 35,5%).

Educação infantil

A pesquisa mostra que o maior crescimento na taxa de atendimento escolar nos últimos dez anos foi entre as crianças de 4 a 5 anos, de 72,5% para 90,5% no período. Já a taxa de atendimento de 6 a 14 anos ficou em 98,5% em 2015, crescimento de apenas 1,8 ponto percentual desde 2005 – embora seja tida como universalizada no Brasil, ainda há 430 mil crianças e jovens dessa faixa etária fora da escola.


terça-feira, 4 de abril de 2017

ESTUDO MOSTRA QUE PF PERDEU COM CARNE FRACA



TIRO NO PÉ?


LEVANTAMENTO MOSTRA QUE 62% DA REPERCUSSÃO FOI NEGATIVA PARA PF
Publicado: 04 de abril de 2017 às 00:00


LEVANTAMENTO MOSTRA QUE 62% DA REPERCUSSÃO DA OPERAÇÃO CARNE FRACA FOI NEGATIVA PARA PF


Levantamento da Fábrica de Idéias, agência de tecnologia e comunicação, sobre o noticiário da Operação Carne Fraca, revelou um tiro no pé da Polícia Federal. Das 640 reportagens publicadas entre 17 e 24 de março sobre “a maior operação da história”, 62% foram negativas à instituição. A principal crítica é à impressão de que a Carne Fraca teria sido executada apenas com base nas escutas telefônicas.
A análise do noticiário da Operação Carne Fraca também criticou sua divulgação sem qualquer informação precisa da extensão das fraudes.
A resposta rápida de Michel Temer foi eficaz para conter a hemorragia na economia: 53% das notícias foram favoráveis ao governo.
Somente nos primeiros dez dias, a Operação Carne Fraca provocou prejuízos de quase meio bilhão de reais às empresas do setor.





TEMER ACHA LEGÍTIMO RENAN TENTAR SALVAR O PESCOÇO


ENROLADÍSSIMO

TEMER VÊ CRÍTICAS DE RENAN COMO ESTRATÉGIA PARA TENTAR REELEIÇÃO
Publicado: 04 de abril de 2017 às 00:01 - Atualizado às 00:27



TEMER VÊ CRÍTICAS DE RENAN COMO ESTRATÉGIA PARA TENTAR REELEIÇÃO. (FOTO: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR)


O Planalto acompanha sem maiores preocupações as críticas de Renan Calheiros (PMDB-AL) ao governo chefiado pelo próprio partido. A avaliação é que o senador está preocupado com o próprio futuro, em razão das 13 investigações na Lava Jato. O presidente Michel Temer minimiza a importância das queixas do senador, considera legítimo que Renan se reaproxime de Lula para tentar viabilizar sua difícil reeleição. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
O líder do PMDB também reage, segundo avalia o Planalto, à perda de força política e liderança para o presidente do Senado, Eunício Oliveira.
Renan se irritou com a nomeação de nome apoiado por Eunício para vaga no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Recife.
Levantamento do Paraná Pesquisa para o Diário do Poder indica: se a eleição fosse hoje, Renan seria 3º ou 4º mais votado para senador.
Paraná Pesquisa aponta Ronaldo Lessa (PDT) e Teo Vilela (PSDB) favoritos ao Senado. Renan empata com Benedito de Lira (PP).


 
                                       Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira

Interessante chamar de vossa excelência quem se encontra na lava-jato e chamar de vagabundo o honrado trabalhador brasileiro desempregado por causa da corrupção.

Indivíduo que pratica atividades criminosas com legitimidade de poder público deveria devolver em dobro tudo que recebeu, sem dó e sem piedade, inclusive os salários.

O Povo clama pela exposição Documental e Judicial Transitada em Julgado Já constando o nome completo dos condenados por corrupção. Considerando o cenário degradante de todo poder público atual deve ser publicado imediatamente o nome de todos os Gestores Públicos e Políticos que não são corruptos. Ética acima de tudo!

EX-MINISTRO DE LULA E DILMA LHE PEDIU R$64 MILHÕES, DIZ MARCELO ODEBRECHT





PAULO BERNARDO EXIGIU 'CONTRAPARTIDA' POR FINANCIAMENTO
Publicado: 04 de abril de 2017 às 08:24 - Atualizado às 08:25


PAULO BERNARDO AO SER PRESO PELA POLÍCIA FEDERAL, EM OUTRO CASO DE CORRUPÇÃO.(FOTO: AGÊNCIA BRASIL)


O ex-presidente e herdeiro do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht um dos 78 delatores da Operação Lava Jato, afirmou em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o ex-ministro Paulo Bernardo - titular do Planejamento e das Comunicações nas gestões petistas de Lula e Dilma, respectivamente - pediu e recebeu uma "contrapartida" de R$ 64 milhões, em 2009, por uma linha de crédito obtida pelo grupo no governo federal. 

As declarações constam do depoimento prestado pelo empreiteiro no dia 1.º de março, na ação que pede a cassação por suposto abuso de poder político e econômico da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer. 

Marcelo Odebrecht se referiu à "contrapartida específica" como um "dinheiro que pode ter vindo de maneira ilícita". O empreiteiro afirmou que a Odebrecht colocou R$ 150 milhões na campanha de Dilma em 2014, a maior parte paga em forma de caixa 2. O valor ficava numa espécie de conta corrente controlada por ele e negociada diretamente com os ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega. 

Segundo Marcelo Odebrecht, houve duas "contrapartidas específicas" da empreiteira ao PT desde 2009: uma de R$ 64 milhões relacionada à linha de crédito e outra de R$ 50 milhões condicionada à votação da Medida Provisória do Refis, encaminhada ao Congresso, e que beneficiou a Braskem, petroquímica controlada pela Odebrecht.

"Esses dois foram os únicos dois pedidos de contrapartida específica. Os dois ocorreram em 2009, justamente no início da minha relação com eles. A partir daí, não houve mais pedido de contrapartida específica - até porque não era do meu interesse permitir isso. Porque, na hora que eu permitisse que aquele dinheiro estivesse vinculado àquele determinado item, qual interesse que ele teria em minha agenda mais ampla?", questionou. 

Conforme o empreiteiro, os R$ 50 milhões eram uma cota de Mantega e "ficaram intocados" pois o ex-ministro "acabou não participando da eleição de 2010". De acordo com a versão, o montante foi usado como crédito para a eleição de 2014. Já em relação aos R$ 64 milhões, "foram gastos antes das eleições de 2014, quase todo".

"O pedido do Refis da Crise veio do Guido e o pedido da linha de crédito veio do Paulo Bernardo", disse Marcelo Odebrecht ao ser questionado pelo ministro Herman Benjamin, relator da ação contra a chapa Dilma-Temer, sobre quem eram os emissários dos valores para o PT. 

Em nota, a advogada Verônica Sterman, que defende Paulo Bernardo diz que seu cliente "nega veementemente qualquer contato com Marcelo Odebrecht nesse sentido e recebe tal informação com surpresa e indignação". 

Julgamento da chapa Dilma-Temer começa hoje e deve durar até 5 meses



Presidente do TSE, Gilmar Mendes marcou quatro sessões para analisar o processo




POLÍTICA CASSAÇÃOHÁ 2 HORASPOR NOTÍCIAS AO MINUTO

O julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014 começa nesta terça-feira (4) e, segundo políticos e advogados, deve se estender quatro ou cinco meses.


Logo no início, é provável que haja uma interrupção, a pedido das defesas de Dilma Rousseff e de Michel Temer. Só isso já significaria 21 dias de suspensão.
Depois, de acordo com a coluna Painel, da Folha de São Paulo, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, viaja a Portugal, dia 10, logo após segue para a França, dia 22, e só retorna ao Brasil dia 25.
Mas, apesar das especulações, o secretário-geral da Presidência, Moreira Franco, afrma que o governo não está mobilizado em torno da causa. “Não há mobilização sobre isso. Estamos vivendo um ambiente de normalidade”, diz.
O julgamento começa logo mais, às 9 horas, de acordo com informações da Agência Brasil. Gilmar Mendes marcou quatro sessões para analisar o processo. Na ação, o PSDB pede a cassação da chapa que disputou e venceu as eleições presidenciais de 2014, alegando que há irregularidades na prestação de contas.
Independentemente da decisão do TSE, cabem embargos de declaração no próprio tribunal eleitoral e recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal (STF). É o que explica o professor de direito eleitoral da Universidade de Brasília (UnB) Bruno Rangel Avelino.
“Com o recurso ao STF, pode ser concedida liminar suspendendo os efeitos de uma possível cassação. Quem vai dar a última palavra sobre o assunto será o Supremo”, adianta. “Trata-se de recursos para casos em que a decisão tem erro, omissão, contradição ou obscuridade.”
Na última semana, o ministro Gilmar Mendes afirmou não ser possível prever a duração do julgamento da chapa.
“Não sabemos quantos incidentes vamos ter.” Mendes confirmou que, logo na abertura dos trabalhos, o plenário terá que examinar questões preliminares interpostas pelos advogados de Dilma Rousseff e de Michel Temer. Uma das questões que permeiam o julgamento é a separação, ou não, dos membros da chapa.
Os questionamentos
Em dezembro de 2014, as contas de campanha de Dilma Rousseff e Michel Temer foram aprovadas com ressalvas, por unanimidade, no TSE. No entanto, o processo foi reaberto após o PSDB apontar irregularidades nas prestações de contas apresentadas por Dilma, que teria recebido recursos do esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato.
Tanto Dilma quanto Temer apresentaram defesa ao TSE. A campanha de Dilma Rousseff nega qualquer irregularidade e sustenta que todo o processo de contratação das empresas e de distribuição dos produtos foi documentado e monitorado.
Já a defesa do presidente Michel Temer sustenta que a campanha eleitoral do PMDB não tem relação com os pagamentos suspeitos. De acordo com os advogados, não há qualquer irregularidade no pagamento dos serviços.
Na ação, apresentada à Justiça Eleitoral em dezembro de 2014, o PSDB pede que, caso a chapa seja cassada, o TSE emposse como presidente e vice os senadores tucanos Aécio Neves (MG) e Aloysio Nunes Ferreira (SP), atual ministro dasRelações Exteriores, derrotados na eleição presidencial.
O que está sendo julgado?
O pedido de cassação da chapa Dilma-Temer começou com uma ação de investigação judicial eleitoral (Aije), com o objetivo de investigar fatos ilícitos ocorridos durante a campanha. Após a diplomação de Dilma Rousseff como presidenta da República, foi proposta uma ação de impugnação de mandato eletivo (Aime). As duas ações tratam do mesmo assunto e serão julgadas em conjunto nas mesmas sessões no TSE.
Esta é a primeira vez que a corte abre uma ação do tipo contra uma chapa empossada. A Aime está prevista na Constituição Federal e tem por objetivo impugnar o mandato obtido "com vícios e ilicitudes".
Segundo a legislação, a ação deve ser proposta quando o mandato tiver indícios de ter sido obtido com abuso de poder econômico, corrupção ou fraude. Mesmo com o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, a ação prosseguiu porque os dois integrantes da chapa podem ficar inelegíveis por oito anos se o TSE entender pela cassação do resultado da eleição de 2014.
Como funciona o rito do julgamento?
A última etapa do processo foi concluída em 28 de março pelo relator, o ministro Herman Benjamin, que enviou aos demais integrantes do TSE o relatório final. Ao concluir o processo, Herman pediu a Gilmar Mendes a inclusão do processo na pauta, de acordo com a Lei de Inelegibilidade (Lei Complementar 64/1990).
Foram investigados por Benjamin desvios na contratação de gráficas e o recebimento de recursos não declarados durante a campanha. O ministro investigou também repasses possivelmente ilegais feitos pela empreiteira Odebrecht, cujos indícios foram revelados pela Operação Lava Jato.
O voto de Herman Benjamin será conhecido somente no dia do julgamento.
O presidente do TSE marcou para amanhã, às 9h, o início do julgamento da ação. No mesmo dia haverá outra sessão, às 19h, horário em que tradicionalmente ocorrem os julgamentos.
De acordo com o cronograma anunciado por Gilmar Mendes, haverá ainda uma sessão extraordinária na noite de quarta-feira (5) para dar sequência ao julgamento. Os ministros também poderão dar continuidade à análise da ação na sessão semanal de quinta-feira (6) de manhã.
Fases
O presidente do TSE concederá a palavra, da tribuna, aos advogados de acusação e de defesa de Dilma e Temer. Logo após, será facultada pelo presidente a palavra ao representante do Ministério Público Eleitoral (MPE) para suas ponderações. De acordo com o regimento da Corte, cada uma das partes poderá falar pelo prazo improrrogável de 10 minutos.
Na condição de relator, de acordo com o regimento interno do TSE, o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Herman Benjamin, deverá começar o julgamento com a leitura do relatório da ação, que traz um resumo das diligências feitas, dos depoimentos e provas coletados, das perícias e das providências solicitadas por ele durante a fase de instrução processual.
Encerradas essas etapas, o ministro Herman Benjamin apresentará o seu voto. Na sequência votam os ministros Napoleão Nunes Maia, Henrique Neves, Luciana Lóssio, Luiz Fux (vice-presidente do TSE),Rosa Weber e, por último, Gilmar Mendes.
O tribunal examinará uma série de questões preliminares interpostas pelos defensores de Dilma e Temer na primeira sessão. Além disso, os advogados de ambos solicitaram mais prazo para análise de provas, em especial as relacionadas aos depoimentos de ex-executivos da Odebrecht, que prestaram esclarecimentos a Benjamin somente no estágio final da fase de instrução. Gilmar Mendes confirmou que, independentemente do resultado do julgamento, o STF deve receber recursos da ação.
Composição do TSE
O tribunal é formado por sete ministros: três fazem parte do STF (Gilmar Mendes, Rosa Weber e Luiz Fux), dois do STJ (Herman Benjamin e Napoleão Nunes) e dois vêm da advocacia (Henrique Neves e Luciana Lóssio). Esses últimos são nomeados pelo presidente da República, a partir de uma lista tríplice enviada pelo Supremo.
Estão prestes a ser concluídos os mandatos de Henrique Neves (16 de abril) e de Luciana Lóssio (5 de maio). Porém, com o processo se iniciando amanhã, eles ainda poderão votar.