PRIVATIZAÇÃO
Temer e Moreira Franco tem um projeto para o país no mesmo dia em que é anunciada a pior recessão da história: vender tudo. Aeroportos, portos, rodovias, ferrovias, campos de petróleo e gás. O país à venda.
O anúncio apressado de colocar tudo à venda acontece às vésperas de nova lista de Janot na Lava Jato, do afastamento de Padilha do governo sob novos escândalos de corrupção e quando a mídia pressiona Temer garantindo diários vazamentos de delações contra membros de seu governo: passam um recado, ou garante a reforma da previdência e outros ataques ou veremos que fazer com seu governo.
Ciente e também de bom grado, Temer fez seu anúncio hoje.Tal como anunciaram no projeto de governo que apresentaram antes do golpe institucional, a "Ponte para o Futuro", Temer e Moreira Franco querem vender tudo que for possível.
O PPI, disse o presidente, é um programa que tem "importância fundamental" para a articulação governamental e a promoção do ambiente de negócios.
"Negócios da China", o governo constrói e entrega a preço de banana para os empresários que ficam com os lucros de operar essas empresas.
Depois da autorização da venda da CEDAE no Rio de Janeiro, Temer anuncia que quer entregar a água e o saneamento dos seguintes estados: Acre, Amapá, Santa Catarina, Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia, Piauí, Tocantins e Amazonas. Em resumo quase o país todo!
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, apresentou nesta terça-feira, 7, o cronograma de concessões de infraestrutura do governo para os próximos meses. Moreira discursou na abertura da segunda reunião do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). "Temos agora um cronograma. O objetivo, respeitando o calendário, é restabelecer a previsibilidade no País", afirmou. Para quem não precisamos nem perguntar.
A lista de entrega do país feita hoje inclui: concessões das BR 101, 209, 286 e 448, no Rio Grande do Sul e Santa Catarina; dos terminais de celulose e veículos no Porto de Paranaguá; e do terminal de celulose do Porto de Itaqui.
Moreira mencionou ainda que oito editais foram publicados, sendo quatro dos aeroportos de Salvador, Fortaleza, Florianópolis e Porto Alegre, que serão leiloados em 16 de março; três de terminais portuários, com leilões previstos em 23 de março e 20 de abril; além da quarta rodada de campos marginais de petróleo e gás, cuja licitação está prevista para 11 de maio.
O governo contratou também dois estudos: um para a concessão das seis distribuidoras de energia que pertenciam à Eletrobras, no Norte e Nordeste; e um para a Lotex, que deve ser objeto de um informe do BNDES ainda hoje. Os dois estudos devem ser concluídos em julho. "Temos uma agenda de março a maio extremamente expressiva", disse.
Moreira destacou também o leilão de transmissão de energia, cujo edital será publicado até 13 de março. O leilão de dois terminais do Porto de Santarém em 23 de março, e o do terminal de trigo do Rio, em 20 de abril.
O governo também abrirá consulta pública para a concessão das BR 364 e 365 em Goiás até 31 de março, e para a Ferrogrão, até 25 de abril. "Também teremos a abertura de consulta pública para a Ferrovia Norte-Sul, um passo extremamente significativo", disse.
Muito significativo, passo a passo vão se desfazendo de toda a riqueza nacional e entregando a empresários estrangeiros e seus comparsas "nacionais".
O anúncio de hoje somado às reformas trabalhista e da previdência mostram mais uma vez a urgente necessidade de um real plano de lutas para se enfrentar com os ataques do governo golpista. É urgente que a CUT e CTB rompam com sua trégua com o governo, organizando uma "resistência" somente na medida em que prepara uma eventual eleição de Lula mas não para barrar essas medidas. Um plano de lutas urgente passa por verdadeiras paralisações amanhã no 8 de março e a organização pela base do dia 15 de março, com assembleias, piquetes e greves.
A Frente Povo sem Medo, que reúne parte dos principais movimentos sociais do país, entre eles o MTST, sindicatos e oposições organizadas na CSP-Conlutas e Intersindical e os parlamentares do PSOL deveriam organizar em suas bases fortes mobilizações para dar um exemplo de como romper essa trégua e essas forças sociais, sindicais e politicas juntas poderiam exigir da CUT e CTB realmente colocassem suas forças para barrar a reforma da previdência, trabalhista e todo pacote de venda do país.