quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Nada será como antes depois desta primavera estudantil


NA REDE    TODOS E TODAS ANAS JULIA

Visitei os alunos do Colégio Estadual do Paraná, que atenderam apelos dos colegas de outras escolas e reviram a decisão de desocupar. E disseram ter crescido mais nesse tempo do que nos cursos


por Emir Sader, para a RBA publicado 30/10/2016 17:05, última modificação 30/10/2016 17:11
Ana Julia
Todos eles se reconhecem em Ana Julia, orgulhosos do fato de um deles conseguir romper o cerco da mídia e falar por todos
A reação não se fez esperar e veio de onde menos se esperava: do Paraná. Mais de mil escolas ocupadas pelos estudantes secundaristas, cerca de 80% nesse estado.
O movimento se alastrou como pólvora por todo o Brasil, demonstrando imediatamente como os estudantes não estão dispostos a ter sua educação regida por uma medida provisória do ministro da Educação de um governo que não foi eleito pelo povo. Tampouco os professores, que entraram em greve em vários estados, começando pelo próprio Paraná, e os estudantes universitários também.
O Colégio Estadual do Paraná é o maior e o mais importante do estado. Já completou simplesmente 170 anos, por ali passaram vários dos mais importantes personagens políticos e culturais do estado. Hoje, 6 mil pessoas, entre estudantes, professores, funcionários, entram e saem dali todos os dias.
Foi um dos primeiros em que os estudantes ocuparam em protesto contra a medida provisória de reforma conservadora do ensino médio, e também contra da PEC que levou o numero 241 na Câmara, que limita drasticamente e por muito tempo os recursos para as políticas sociais.
Quando veio a pressão forte do governo do estado para que os estudantes desocupassem as escolas, veio a proposta de que fossem desocupadas 24 unidades e os estudantes se concentrassem no Colégio Estadual do Paraná. Os secundaristas rejeitaram a proposta com o objetivo de que as demais escolas mantivessem sua ocupações – recusaram o “risco” de assumir um protagonismo que violasse a horizontalidade e a autonomia do movimento. E assim decidiram na noite de sexta desocupar a escola no domingo. Mas os alunos das outras escolas pediram que eles continuassem como forma de solidariedade e de manutenção da ação unificada de todo o movimento para seguirem adiante – o que foi aceito, e a desocupação, revista.
Eu estive lá no sábado cedo, conversando com eles. Tinha sido uma noite longa, com uma entrevista para a imprensa feita à meia noite. Às 10h, eles ainda estavam acordando e já organizavam as coisas para desocupar a escola. Foram chegando, simpáticos, cansados, combativos.
Relataram como na noite anterior pessoas do MBL tinham tentado se aproveitar de que muita gente estava concentrada ali, para tentar atacar uma outra escola. Foi possível mobilizar muita gente rapidamente pela internet e logo houve uma concentração de 300 pessoas na outra escola, que escorraçou o tal “movimento”. O imenso carro de som emprestado pelo apresentador Ratinho aos milicianos saiu voando quando foram comunicados de que seus pneus seriam furados se não fossem imediatamente embora.
Eu falei um pouco, dizendo que a partir daquele momento a ocupação física das escolas era apenas uma dimensão da ocupação política, educacional, cultural, esportiva, que os estudantes secundaristas estavam fazendo dos seus locais de estudo. Que eles despertaram para o fato de que as escolas não são do governo, são escolas públicas, pertencem à sociedade, aos cidadãos, aos estudantes, aos professores, aos funcionários, aos pais dos alunos. Que não apenas é possível derrotar a MP de reforma do ensino médio, como já nada seria realizado na educação no Brasil e nos estados sem a participação ativa e democrática da comunidade dos estudantes, professores e servidores públicos.
Eles relataram as peripécias daquelas semanas de ocupação, de como se expressou a estudante Ana Julia por todos eles, em pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa, e como aprenderam mais nesse tempo do que nos cursos burocráticos que costumam receber. Todos eles se reconhecem em Ana Julia, orgulhosos do fato de um deles conseguir romper o cerco da mídia e falar por todos.
Levei exemplares do livro O Brasil que Queremos, para contribuir com as discussões incessantes que eles desenvolvem na ocupação, na escola, nas suas atividades permanentes. Para eles e para toda a juventude estudantil, já nada será como antes, depois desta extraordinária primavera estudantil.

Operação Hashtag: os detalhes da maior ação antiterrorismo no Brasil


ZH teve acesso a documento com 300 páginas que levou à prisão suspeitos de tentarem praticar atos na Olimpíada do Rio. FBI informou à PF que havia 65 envolvidos. Sete seguem presos


Por: Humberto Trezzi
03/11/2016 - 02h00min | Atualizada em 03/11/2016 - 02h00min





Operação Hashtag: os detalhes da maior ação antiterrorismo no Brasil Paulo Rossi,Especial/Especial
Gaúcho (de capuz) suspeito foi preso em julho, durante a primeira fase da Operação HashtagFoto: Paulo Rossi,Especial / Especial
O terrorismo não faz parte da lista dos muitos flagelos que atormentam o Brasil. Mas, em julho deste ano, uma ação da Polícia Federal (PF) neutralizou o que parece ser o núcleo de um grupo que defendia, prometia e planejava atentados no país, em apoio à organização extremista muçulmana Estado Islâmico (EI). Os principais alvos, cogitados em centenas de mensagens trocadas pelos suspeitos, eram judeus, maometanos de seitas minoritárias e turistas de países que participariam da Olimpíada do Rio.
A Divisão Antiterrorismo da PF, criada há duas décadas e que inclui muitos policiais com cursos e atuações no Exterior, chegou aos nomes de 65 brasileiros admiradores do EI a partir de informações repassadas pelo FBI (Polícia Federal dos Estados Unidos). O FBI fez uso de dados captados pela National Security Agency (NSA) americana, que analisa comunicações telefônicas e telemáticas (mensagens) em todo o mundo. Essa agência de contraespionagem é a mesma que monitorou de forma polêmica telefonemas da presidente Dilma Rousseff anos atrás (e gerou um pedido de desculpas do governo americano). A NSA descobriu que vinham do Brasil milhares de acessos diários a sites simpáticos aos fundamentalistas degoladores do Oriente Médio.
Policiais federais se infiltraram no grupo
O governo dos EUA e adidos da PF na Europa conseguiram endereços de IP de computadores e números telefônicos, por meio dos quais os federais puderam se infiltrar na rede de aspirantes a terroristas tupiniquins.
Nos planos do grupo, mensagens e imagens trocadas surpreenderam até os mais experientes policiais. Alguns dos extremistas falavam em usar armas químicas nos jogos do Rio. Prometiam fazer um pogrom (limpeza étnica) contra os kaffir (infiéis), incluindo muçulmanos xiitas e americanos. Teciam planos de contaminar as águas de uma estação de abastecimento no Rio. Comemoravam e trocavam entre si fotos de mutilações cometidas pelo EI e juravam que fariam o mesmo. Ensinavam a fazer bombas recheadas com vidro, para causar mais dor. Pregavam degola e guerra civil no Brasil.
Tudo isso convenceu o juiz Marcos Josegrei da Silva, titular da 14ª Vara Federal de Curitiba, a ordenar a prisão de 12 integrantes do grupo extremista brasileiro (os mais ativ os na internet) às vésperas da Olimpíada. Outros quatro seriam capturados dias depois. Sete continuam detidos, os demais ganharam liberdade vigiada.
Planos extremistas falavam em "agir"
Muita gente falou em "exagero" por trás dessas prisões, pois o Brasil jamais foi alvo do terrorismo islâmico. Contribuiu para essa sensação entrevista do ministro da Justiça, Alexandre Moraes, que badalou seu papel nas prisões.
Mas, afinal, os 16 presos iriam cometer os atentados? Talvez eles próprios não saibam se chegariam a tal extremo. O que fica claro é que pensavam, falavam e tramavam isso. ZH teve acesso a mais de 300 páginas de documentos judiciais sobre esses simpatizantes do EI. 
A análise de mensagens trocadas entre eles e o material apreendido em seus computadores mostram que só não agiram porque ainda não tinham a estrutura preparada para tanto, acredita o procurador da República Rafael Miron, um dos responsáveis pela investigação.
Entre os planos dos extremistas que começavam a se concretizar estava a compra de armas — eles fotografaram duas pistolas chinesas que teriam contrabandeado desde a Bolívia e um fuzil que estava por chegar do Paraguai. "É hora de agir, praticar saques e espólios, ajudar os irmãos", conclamava um dos líderes do grupo. Mas quem agiu foi a PF e o Ministério Público Federal.
Clique nos links abaixo e conheça os planos dos brasileiros apologistas do terrorismo e sua neutralização.

O que dizem os investigados
A maioria dos investigados por terrorismo — inclusive o gaúcho Israel Mesquita— permanece em silêncio durante o interrogatório pela Polícia Federal. Parte deles, porém, se diz arrependida e nega apoiar o Estado Islâmico ou concordar com terrorismo. Um dos interrogados, Luís Gustavo de Oliveira, diz que postagens sobre a produção de uma bomba caseira eram "apenas uma brincadeira". Outro, Oziris Azevedo, afirma que "em nenhum momento passou pela cabeça aderir à convocação para doutrinação e treinamento físico".
O paranaense Levi Fernandes de Jesus argumenta que o islamismo fez parte de "uma fase de confusão mental", e diz ter se convertido ao cristianismo recentemente.
O que diz a defensora pública federal Rita Cristina de Oliveira, na defesa prévia dos réus
"Os interrogatórios foram nulos. Os acusados foram ouvidos formalmente, na condição de suspeitos presos, em até 48 horas após ingressarem nas dependências da Penitenciária Federal de Campo Grande, na presença apenas de agentes carcerários e das autoridades policiais, algemados e sem esclarecimento da acusação que pesava contra eles. 
Não foi oportunizada aos acusados a menor possibilidade de solicitar a presença de um defensor ao ato. Foi ainda dispensado por este Juízo a realização de audiência de custódia quando da prisão temporária dos investigados, o que lhes poderia permitir fatalmente o acesso a um defensor.
Com tudo isso, proporcionou-se verdadeiro estado de incomunicabilidade sob o qual foram colhidas as primeiras declarações dos acusados. Há relatos plausíveis de que os acusados se sentiram coagidos a assinar os depoimentos e induzidos a fazer declarações visando à liberação do cárcere, sob o pretexto de uma espécie de colaboração premiada. Em que pese isso não estar cabalmente comprovado, os vídeos constantes são claros em demonstrar que os acusados não foram adequadamente advertidos quanto ao exercício do direito ao silêncio, tampouco esclarecidos quanto à possível acusação que pesava contra eles, além de não ter sido ofertado o direito de solicitar a presença de um defensor."
O que diz a Justiça
O juiz Marcos Josegrei da Silva, de Curitiba, disse que "não há qualquer indicação efetiva e específica de prejuízo aos denunciados em razão do não acompanhamento do ato por defensores, tampouco há indícios de ilegalidades praticadas em detrimento dos réus".



CUNHA PODE TER DE PAGAR INDENIZAÇÃO DE R$220 MILHÕES

CONDENADO, DEVOLVERÁ O DINHEIRO SUBTRAÍDO E MULTA MILIONÁRIA
Publicado: 03 de novembro de 2016 às 00:01 - Atualizado às 22:57


VALOR SERÁ DEFINIDO DE ACORDO COM O QUE FOI SUBTRAÍDO POR CUNHA


Eduardo Cunha está sujeito a mais de um século e meio de prisão, caso seja condenado nos crimes dos quais é acusado no âmbito da Lava Jato. O tempo de cana tem limite baseado nos crimes pelos quais é acusado (corrupção, lavagem de dinheiro etc), mas a indenização que terá de pagar ao Erário não tem limite; é baseada no que a Justiça determinar que foi “subtraído”. A estimativa chega a R$220 milhões. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Somadas todas as penas privativas de liberdade dos crimes pelos quais responde, Cunha pode passar mais de 160 anos preso.
Penas de multa de alguns crimes, como o de corrupção passiva, tem limite definido em lei: 1/30 do salário mínimo vigente por “dia-multa”.
Eduardo Cunha terá direito a progressão (redução) de pena após o cumprimento de um sexto da pena total ao qual for condenado.
A pedido do MP, Sérgio Moro determinou o congelamento de R$220.677.515,24 de Cunha “oriundos de improbidade administrativa”.


CAIXA INFLA BALANÇO COM RECURSOS RECEBIDOS DO FGTS NO MINHA CASA, DIZ ESTUDO

R$ 15 BILHÕES DESDE 2009

AO MENOS R$ 15 BILHÕES FORAM LANÇADOS INDEVIDAMENTE NO BALANÇO
Publicado: 03 de novembro de 2016 às 08:50


Redação

AO MENOS R$ 15 BILHÕES FORAM LANÇADOS INDEVIDAMENTE NO BALANÇO DA INSTITUIÇÃO

De acordo com um estudo, a Caixa Econômica Federal está inflando o seu balanço com recursos recebidos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) dentro do programa Minha Casa Minha Vida. Desde 2009, estima o levantamento, ao menos R$ 15 bilhões foram lançados indevidamente no balanço da instituição, que concentrou os financiamentos subsidiados do programa habitacional.
O estudo intitulado “A contabilidade criativa no FGTS” é de autoria do economista Marcos Köhler. Especialista em políticas públicas, foi servidor do Ministério do Planejamento e do Banco Central. É consultor legislativo desde 2002. No momento está na assessoria econômica do senador José Aníbal (PSDB/SP).
Ao fazer uma análise dos balanços do FGTS, Köhler identificou que um grande volume de recursos são sacados do Fundo especificamente para pagar o chamado “subsídio financeiro” – espécie de subvenção criada para reduzir os juros dos financiamentos a famílias de baixa renda dentro do Minha Casa Minha Vida. Essa ajuda foi criada para deixar a prestação mensal da casa própria mais barata e caber no bolso do comprador.
Cruzando as normas do Conselho Curador do FGTS, os saques no Fundo e os dados do balanço da Caixa, o economista concluiu que o volume de subsídios financeiros é elevado porque o FGTS paga tudo à vista para Caixa. Na avaliação dele, esse detalhe, por si só, já seria controverso. Mas ele constatou que o procedimento abriu espaço para duas outras práticas que considera mais graves.
A primeira é que os valores, apesar de serem pagos à vista, hoje, são engordados pelos juros do futuro. “O certo seria, como se diz no jargão da contabilidade, trazer a valor presente: descontar o efeito de juros, e isso faria com que o valor pago fosse bem menor”, diz Köhler, que fez várias projeções para chegar a essa conclusão.
O segundo problema, na avaliação dele, é que a Caixa registra tudo de uma vez só no balanço, o que não é permitido. Pela circular 1.273 do Banco Central, que rege o Plano Contábil do Sistema Financeiro (Cosif), receitas e despesas devem ser registradas no período em que elas ocorrem (dentro do regime de competência, como se diz no jargão da contabilidade), e não na data do efetivo ingresso ou desembolso. Pela regra que regula a sua concessão, o subsídio financeiro é calculado levando-se em consideração “a taxa de administração” que cabe à Caixa e “o diferencial de juros” ao longo de todo o período do financiamento, que pode se prolongar por até 30 anos.
Por causa disso, Köhler defende que o correto seria a Caixa criar no balanço uma conta em separado, para registrar que recebeu recursos do FGTS, mas que só se transformariam efetivamente em receita à medida que o mutuário fosse pagando as prestações. Assim, subsídio e receita ficariam ajustados.
Futuro
“A Caixa recebe um adiantamento que corresponde a parcelas de juros e taxas de períodos ainda não decorridos: isso caracteriza antecipação de receita futura e distorce o resultado presente. Trata-se de apropriação prematura da receita, que fere princípios contábeis usuais”, diz Köhler. Para ele, não há dúvida. “Essa prática inflou o balanço da Caixa, porque lançou como receitas presentes parcela de juros que só seriam recebidas no futuro. Em compensação, os resultados dos próximos exercícios não contarão com essas receitas”, diz ele. Pelas suas projeções, é possível que, desde 2009, o total dessa superestimação tenha chegado a algo como R$ 15 bilhões.
O mais correto, porém, diz o economista, seria o FGTS não pagar à vista todo o valor. Por demandar cálculos com juros por períodos longos, podem ocorrer distorções no cálculo do valor presente do subsídio de um financiamento imobiliário. O desembolso antecipado, nesse caso, pode ser menor ou maior do que deveria ser de fato. Pelas estimativas de Köhler, no ano passado, a Caixa teria recebido cerca de R$ 560 milhões a mais do que deveria em subsídios do FGTS. Em compensação, se a taxa Selic no futuro cair muito, a Caixa terá tido prejuízo com o adiantamento das taxas de administração.
Detalhe histórico: o subsídio habitacional para a baixa renda vem sendo remodelado pelo Conselho Curador do FGTS desde os anos 90. Mas o atual arcabouço legal foi consolidado em 2006 e apresentado na época como um “Novo Modelo de Concessão de Descontos” de subsídios, preparando o terreno para o Minha Casa, Minha Vida, que seria lançado em 2009. As regras valem até hoje. (AE)



Entenda a ação judicial que pode suspender o Enem 2016 deste fim de semana


MPF-CE pediu na Justiça que o Enem 2016, que acontece neste fim de semana, seja suspenso para todos os candidatos, e não adiado apenas para parte deles.



03/11/2016 às 05:03 · Atualizado há 3 horas
A edição 2016 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) acontece neste sábado (5) e domingo (6), mas, desde terça-feira (1º), uma série de eventos afeta a realização das provas. Na terça, o Ministério da Educação anunciou que a prova foi adiada para 191 mil candidatos de 18 estados e do Distrito Federal.

Mas, na quarta-feira, o Ministério Público Federal do Ceará entrou com uma ação civil pública para suspender o exame deste fim de semana para todos os 8,6 milhões de candidatos. O MEC afirmou que já acionou a Advocacia Geral da União (AGU) para derrubar a ação na Justiça.
Veja abaixo as perguntas e respostas sobre o que pode acontecer com o Enem 2016:

O Enem 2016 está cancelado?




Não. Até a noite desta quarta-feira (2), a única decisão oficial sobre o Enem 2016 era o adiamento das provas apenas para 191.014 estudantes, que estão sendo alertados por e-mail, SMS e pelo site oficial do Enem. Esse grupo de estudantes representa 2,2% do total de candidatos. A razão do adiamento do Enem apenas para eles são ocupações estudantis em escolas e universidades. Esses 191 mil candidatos farão o Enem 2016 nos dias 3 e 4 de dezembro. Para todos os demais candidatos, a decisão, até a noite desta quarta, era que eles deverão realizar o Enem neste sábado (5) e domingo (6). Veja perguntas e respostas sobre esse adiamento parcial.
Existe uma ação civil pública na Justiça que pede a suspensão do Enem. A ação foi ajuizada nesta quarta-feira (2) pelo MPF-CE, mas, até a noite desta quarta, não havia decisão judicial sobre o assunto.

Ministério Público Federal no Ceará pediu a suspensão do Enem na quarta-feira (2) (Foto: Reprodução)

Ministério Público Federal no Ceará pediu a suspensão do Enem na quarta-feira (2) (Foto: Reprodução)

O que diz a ação judicial que pede a suspensão do Enem?

O procurador da República no Ceará, Oscar Costa Filho, pediu nesta quarta a suspensão do Enem porque considera que adiar as provas para um grupo de pessoas pode ferir a isonomia do exame, ou seja, não oferecer as mesmas condições a todos os candidatos.
"O MEC aplica a teoria da resposta ao item (TRI) na prova objetiva, o que equilibra o nível de dificuldade da prova para todos os candidatos, o que significa que mesmo os que fazem uma segunda prova com questões de conteúdo diferente, elas têm em comum o mesmo grau de dificulldade. Nesse caso, o princípio da igualdade está preservado. O mesmo não se dá com a redação, porque tendo temas diferentes você não tem como dizer que o nível de dificuldade seja o mesmo"

O que o MEC diz sobre essa ação judicial?

Assim que foi informado sobre a ação, o Ministério da Educação anunciou que tentaria derrubar o pedido do MPF-CE. Em nota divulgada na tarde desta quarta-feira, o MEC diz que há um "grave equívoco na argumentação apresentada pelo procurador do Ceará", e que "é lamentável qualquer tentativa que venha gerar insegurança e tumultuar um Exame que afeta a vida de 8,6 milhões de estudantes e seus familiares".
A AGU afirmou que "atuará judicialmente para defender a regularidade das medidas adotadas pelo Ministério da Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e na manutenção do calendário de provas".
Na terça-feira, a presidente do Inep, Maria Inês Fini, afirmou que a nova prova do Enem, a ser aplicada em dezembro, já foi elaborada e não vai afetar o equilíbrio entre os participantes, pois descarta a possibilidade de uma prova ser mais "difícil" que a outra. "A prova é equivalente", afirmou ela. A base dessa argumentação é a chamada de Teoria de Resposta ao Item, ou TRI, que é a metodologia usada na correção.

Quando essa ação será julgada?

A ação será julgada pelo juiz Ricardo Cunha Porto, titular da 8ª Vara da Justiça Federal no Ceará. Caso a Justiça aceite os argumentos do procurador, a mudança no calendário do Enem é válida para todo o Brasil. Devido à urgência, o pedido deve ser julgado até sexta-feira (4), de acordo com a Justiça Federal.

Como essa decisão pode afetar os candidatos?

Para os 191 mil candidatos que já tiveram a prova adiada, a decisão não tem valor imediato, a não ser que a data mude novamente. Porém, já é certo que nenhum deles poderá fazer o Enem neste fim de semana, pois o Inep afirmou que não vai rever o adiamento desses 303 locais de prova, mesmo que eles sejam desocupados até esta sexta-feira.
Para os demais candidatos, as provas deste fim de semana seguem confirmadas até que a Justiça avalie a ação. Caso o juiz decida suspender o Enem deste fim de semana, a prova será realizada em outra data. Porém, caso o juiz negue o pedido, e mantenha a data do exame, os candidatos que não fizerem a prova neste fim de semana serão eliminados do Enem 2016.

Brasil teve 5 estupros por hora e um roubo a carro por minuto em 2015

03/11/2016 06h01 - Atualizado em 03/11/2016 06h01

Levantamento faz parte do 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
São Paulo é o estado com maior índice de violência sexual do país.

Do G1 São Paulo

No Brasil, mais de cinco pessoas foram estupradas por hora e um veículo foi roubado a cada minuto em 2015. Os dados fazem parte do 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e divulgados nesta quinta-feira (3).

Considerando somente os boletins de ocorrência registrados, em 2015 uma pessoa foi estuprada a cada 11 minutos e 33 segundos no Brasil, ou seja, 5 casos por hora.
No ano passado, o país registrou 45.460 casos de estupro, sendo 24% deles nas capitais e no Distrito Federal.
São Paulo foi o estado com maior índice de violência sexual, representando 20,4% dos estupros no país: 9.265 casos.
Os dados de 2015 apresentam uma redução de 761 casos (7,6%) em relação a 2014, quando foram registrados 10.026 estupros no estado.
Já Roraima foi o estado com o menor número de estupros registrados, 180. O que representa 98 (35,3%) a menos do que no ano anterior.
Pesquisa Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) aponta que 85% das mulheres brasileiras têm medo de ser vítima de agressão sexual.
Subnotificação
Apesar de o número representar uma retração de 4.978 casos registrados no país em relação ao ano anterior, ou queda de 9,9%, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) aponta que não é possível afirmar que realmente houve uma redução do número de estupros no Brasil, já que a subnotificação deste tipo de crime é extremamente elevada.
O FBSP estima que ocorreram entre 129,9 mil e 454,6 mil estupros no Brasil em 2015. A projeção mais “otimista” se baseia em estudos internacionais, como o “National Crime Victimization Survey (NCVS)”, que apontam que apenas 35% das vítimas desse tipo de crime costumam prestar queixas.
A pior previsão, e provavelmente mais próxima da realidade, se apoia no estudo “Estupro no Brasil: uma radiografia segundo os dados da Saúde”, do Ipea, e aponta que, no Brasil, apenas 10% dos casos de estupro chegam ao conhecimento da polícia.
Roubos e furtos
Apesar do resultado, no caso dos roubos a veículos, houve uma queda de 0,6% na comparação com 2014, ou 3.045 veículos a menos. Somando os casos de 2014 e 2015, foram roubados ou furtados 1,023 milhão de veículos.
São Paulo é o Estado brasileiro com o maior número absoluto de roubos e furtos: foram 189,4 mil veículos perdidos ao longo de 2015. Contudo, o montante é 14,5% inferior ao do ano anterior, quando haviam sido roubados ou furtados 221,5 mil veículos. O que equivale a 1 veículo perdido a cada 2 minutos e 46 segundos, 21,6 veículos por hora ou 518,8 por dia. O Estado tem uma taxa de 711,7 roubos ou furtos a cada grupo de 100 mil veículos
Maranhão foi o Estado em que os crimes desse tipo mais cresceram. No total, foram 6.305 veículos roubados ou furtados no Estado em 2015, um aumento de 24,1% ou 1.223 veículos a mais que em 2014. O que significa 1 veículo a cada 1 hora e 23 minutos. Taxa de 431,8 roubos ou furtos a cada 100 mil veículos.
Em seguida, aparece Goiás com 28.294 veículos roubados ou furtados no Estado em 2015. O que significa 1 veículo a cada 18 minutos e 34 segundos. Um aumento de 22% ou 5.099 veículos a mais que em 2014. Apesar da diferença no número absoluto, Goiás tem uma taxa mais elevada do que São Paulo, com 798 roubos ou furtos a cada 100 mil veículos.
Já o Distrito Federal foi a unidade da federação em que o total de veículos roubados ou furtados mais caiu entre 2014 e 2015. No ano passado, foram 11.298 crimes desse tipo. Queda de 27% em relação a 2014, quando houve 15.477 desses crimes.
A capital contou com 1 veículo roubado ou furtado a cada 46 minutos e 36 segundos. A taxa de roubo e furtos a cada grupo de 100 mil veículos é de 684,9 no Distrito Federal
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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Ano novo

FUTURO: Em 2017, investigações continuarão a agitar Brasília
FUTURO: Em 2017, investigações continuarão a agitar Brasília
Se 2016 está sendo o ano de a Odebrecht, na Lava Jato, chacoalhar as bases da República, 2017 deve ser o da Construtora JHSF repetir o feito no âmbito da operação Acrônimo. Foi o que revelou à coluna um investigador de altíssimo escalão. As apurações relacionadas à empresa conduzem a uma teia extensa e apartidária, com poder de fogo para chamuscar caciques dos principais partidos do país, especialmente os do PMDB. A avaliação é a de que quem não for abatido pelas revelações feitas por Marcelo Odebrecht e companhia acabará sendo alvejado pelas descobertas da Acrônimo. Uma das linhas de perscrutação envolve informações do ex-senador e delator Sérgio Machado. Deflagrada em maio de 2015, tenta desvendar um esquema de lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais.
Esperança
Procuradores da Lava Jato não descartam retomar as negociações de delação com o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, rompidas pelo procurador-geral, Rodrigo Janot. Pela falta de braço, porém, dizem que só vão passar a pensar no assunto depois que for resolvida a da Odebrecht, que deve levar meses só para colher depoimentos.
Sonecas
Por conta de desentendimentos com os colegas, Marcelo Odebrecht voltou a ficar sozinho em uma cela na carceragem de Curitiba. Os outros presos reclamam que ele anda muito emotivo, principalmente após receber visita de familiares. O hábito de se exercitar bem cedo também incomodava os companheiros.
conf-2-ie
Igual ou maior
Um investigador resume como a Lava Jato encararia delação de Eduardo Cunha: “Não adianta delatar quem está abaixo dele na organização criminosa. Tem que ser do mesmo nível ou acima”. E a defesa de Cunha argumentará que não havia risco de fuga ao exterior porque ele perdeu o passaporte diplomático ao ter o mandato cassado e não tirou outro. Só com o documento italiano não daria para sair do Brasil.
Rápidas
* Pegou mal no Planalto quando Rodrigo Maia (DEM-RJ), em sua interinidade durante a ausência de Temer, sancionou a liberação de mais verbas para o FIES. O presidente já tinha até gravado uma mensagem sobre o tema para a ocasião. O gesto despertou desconfiança.
* Chamou a atenção a ida do advogado Eduardo Braide (PMN-MA) ao segundo turno da disputa pela prefeitura de São Luís sem o apoio de nenhum cacique – fosse do governador Flávio Dino (PCdoB) ou da família Sarney.
* Braide gastou R$ 290 mil, quatro vezes menos que o atual prefeito, seu adversário. Com o apoio de 12 siglas, Edivaldo Holanda Júnior (PDT) uniu DEM ao PT. Mas se vencer a terceira via, a ampla base pode não reeleger Dino.
* Rodrigo Maia e Rogério Rosso, que neste ano disputaram entre si a presidência da Câmara, se aproximaram. As filhas pré-adolescentes dos dois se tornaram BFF (“Best Friend Forever” – o antigo “melhores amigas”).
conf-3-ie
Retrato falado
“União entre PSDB e PMDB é fundamental à estabilidade econômica e política do país”
Muito tem se especulado sobre o futuro da aliança entre PMDB e PSDB, com a aproximação das eleições de 2018. Taxativo, o líder dos tucanos na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), diz não ver como uma cisão beneficiaria o País atualmente. É certo que ele tem interesse na aliança, já que busca o apoio do Planalto numa possível candidatura à presidência da Casa. Mas, além disso, ele e outros tucanos ressaltam sempre a “solidez teórica” que o PSDB oferece à gestão de Temer.
conf-4-ie
Toma lá dá cá
ANTONIO CARLOS DE ALMEIDA CASTRO, KAKAY, ADVOGADO
Agora que o STF anulou provas contra o ex-senador Demóstenes Torres, seu cliente, o que o sr diria aos senadores que votaram pela cassação dele há quatro anos?
Na época, alertei na tribuna do Senado que, embora as instâncias sejam separadas (Legislativo e Judiciário), eles estavam cassando um senador eleito legitimamente baseados em provas que eu tinha certeza que seriam anuladas pelo STF por serem ilegais. O alerta serve para casos futuros.
A Lava Jato também traz erros na produção de provas?
Há diversos abusos. Por exemplo, a prisão preventiva ter se tornado obrigatória, o excesso na condução das delações e a espetacularização dos processos. São muitos os erros que vem sendo cometidos.
Corrida maluca
Líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF) já testa o terreno para uma possível candidatura à presidência da Casa, no início do ano. Na última disputa, ele só perdeu para Rodrigo Maia (DEM-RJ). Do mesmo campo político, será necessário convencer Jovair Arantes (PTB-GO) a recuar dos próprios planos. O goiano já tem até promessa de campanha e anda dizendo que não deixará a cláusula de barreira prosperar. Mas Rosso, que soube se descolar mais rapidamente de Eduardo Cunha, é mais bem visto pelo Planalto. Outro desafio é conseguir compor com o PSDB, que também quer o cargo e já ventila o nome de Imbassahy
e dos paulistas Carlos Sampaio e Silvio Torres.
Sem políticos
Foi cercado pela esposa, Flávia, e profissionais do escritório de advocacia que o ex-senador Demóstenes Torres comemorou a vitória de seu caso no STF. Ele ganhou de seu advogado, Kakay, jantar no restaurante Piantas, do qual o criminalista é dono. Brindou com vinho, discursou e recebeu telefonemas.
Recuperação
Com a conclusão da PEC do Teto dos Gastos, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), quer chamar a UNE para conversar. Sentar na mesa e saber o que a entidade que representa os estudantes espera da reforma do Ensino Médio. Na avaliação de Maia, o Congresso vai ter que dialogar, pois não dá para impor força em todos os temas.
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Kojak

O Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, comentou com colegas o entrevero com o presidente do Senado, Renan Calheiros. “Estão querendo o meu escalpo”, disse, e caiu na risada. Moraes é careca. Aliás, por essa característica, ele é chamado nos corredores do Palácio do Planalto de Kojak, o detetive que protagonizou série americana nos 70.