sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Lochte pede desculpas e se responsabiliza por invenção de assalto no Rio

Nadador publicou longa mensagem no Instagram



ESPORTE ASSUMIU A CULPAHÁ 28 MINS
POR NOTÍCIAS AO MINUTO



Pivô de uma grande polêmica ocorrida na madrugada do último domingo, o nadador Ryan Lochte se manifestou pela primeira vez após a versão final divugada pela polícia - a de que ele e outros três nadadores norte-americanos inventaram um assalto pelo qual teriam passado no Rio de Janeiro.


Em longa mensagem no Instagram, ele disse que esperou que a "situação legal" se resolvesse, bem como que seus colegas chegassem em casa em segurança, para se manifestar.
"Eu deveria ter sido mais responsável em como lidei comigo mesmo e sinto muito pelos meus colegas", disse.
Confira abaixo a íntegra da mensagem
"Eu quero me desculpar pelo meu compartamento no último final de semana - por não ter sido tão cuidadoso na maneira como descrevi os eventos naquela madrugada e pelo meu papel em tirar o foco de outros atletas que estavam ali para preencher o sonho de participar dos Jogos Olímpicos. Eu esperei para compartilhar estes pensamentos até que a situação legal estivesse esclarecida e que fosse certo que meus colegas estivessem chegado em casa em segurança. Foi traumático estar fora tarde da noite com meus amigos em um país estrangeiro - com um idioma complicado - e ter uma situação estranha com uma arma apontada para você, com alguém exigindo dinheiro para te deixar ir embora. Mas, a despeito do compartamento de qualquer um naquela noite, eu deveria ter sido mais responsável em como lidei comigo mesmo e sinto muito pelos meus colegas, meus fãs, pelos atletas que concorreram comigo, pelos meus patrocinadores e pelos anfitriões desse grande evento. Estou muito orgulhoso de representar meu país nas Olímpiadas e isso foi uma situação que poderia e deveria ter sido evitada. Eu aceito a responsabilidade pelo meu papel neste acontecimento e aprendi muitas muitas lições com isso. Sou grato pelos meus colegas da natação dos Estados Unidos e do USOC, e agradeço todos os esforços do IOC, do Comitê Rio-2016 e das pessoas do Brasil que nos receberam no Rio e trabalham duro para terem certeza de que os Jogos Olímpicos pudessem oferecer um período inesquecível para todos.Não há muito mais a dizer sobre o que aconteceu, então espero que possamos passar um bom tempo celebrando as grandes histórias e performances destes Jogos e olhando para frente pensando num futuro bem sucedido".



Comitê Olímpico dos EUA pede desculpas por mentira de nadadores

De acordo com a polícia, o atleta pode responder por falsa comunicação de crime e depredação do patrimônio



ESPORTE FALSO ASSALTOHÁ 2 MINS
POR FOLHAPRESS


O Comitê Olímpico dos Estados Unidos pediu desculpas ao Brasil pelo comportamento dos nadadores do país que forjaram um assalto no Rio de Janeiro.


"O comportamento desses atletas não é aceitável, nem representa os valores do time americano ou a conduta da vasta maioria de seus membros", afirmou Scott Blackmun, diretor-executivo do comitê.
"Em nome do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, nós pedimos desculpas para nossos anfitriões no Rio e para o povo do Brasil".
Os nadadores Ryan Lochte, medalha no ouro no revezamento 4 x 200 m, James Feigen, Gunnar Bentz e Jack Conger disseram ter sido assaltados no trajeto entre o Club France, casa com temática francesa localizada na região sul do Rio de Janeiro, e a Vila Olímpica.
Entretanto, a versão foi desmentida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Vídeos de câmeras de segurança mostram os atletas depredando o banheiro de um posto de gasolina na Barra da Tijuca -versão que foi confirmada pelo proprietário do estabelecimento.
Além disso, imagens de câmeras na entrada da Vila Olímpica mostram os atletas chegando ao local em clima descontraído após o suposto incidente, portando pertences como celulares e credenciais.
Durante as investigações, a Polícia Federal chegou a impedir o embarque de dois dos nadadores em um voo para os Estados Unidos e apreendeu seus passaportes.Depois de deporem à Polícia Civil, eles tiveram os documentos devolvidos e viajaram para o país na noite desta quinta (18).
Ryan Lochte deixou o Brasil um dia antes da Justiça determinar a apreensão de seu passaporte. Antes de vir para a Rio-2016, ele, que tem 32 anos, declarou que "estava mais maduro" em relação aos Jogos de Londres-2012, quando "era mais o tipo 'solteirão na balada'."
De acordo com a polícia, o atleta pode responder por falsa comunicação de crime e depredação do patrimônio. Com informações da Folhapress.

AJUSTE FISCAL Teto de gastos é a proposta mais idiota e desumana que tramita no Congresso

Nunca em nenhum outro país uma proposta de congelamento dos gastos públicos foi sequer cogitada como proposta legislativa, muito menos colocar tal aberração em um texto constitucional

por Roberto Requião publicado 18/08/2016 18:49


JOSÉ CRUZ / ABR
congresso2.jpg
Parte dos parlamentares tem medo de criticar e se posicionar contra medidas impostas pelo poder econômico
O governo interino enviou ao Congresso a PEC 241 com o objetivo de congelar os gastos públicos por 20 anos, tendo como referência os gastos de 2016.
Nunca em nenhum outro país uma proposta de congelamento dos gastos públicos foi sequer cogitada como proposta legislativa, muito menos colocar tal aberração em um texto constitucional. Mesmo na Grécia, massacrada pela austeridade fiscal imposta pelos credores e pela Alemanha, imaginou-se tal coisa.
Essa proposta tão absurda serve para mostrar o grau de anormalidade política e institucional em que vive hoje o país.
É a prova de que estamos caminhando para o caos político e econômico, em razão da incrível ousadia e irresponsabilidade daqueles que imaginam controlar o povo e o Congresso com a repetição nauseante de um arsenal de mentiras.
A proposta é tão anormal que nenhum economista ou professor universitário com credibilidade se atreveu a defende-la. No dia 16 de agosto, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado debateu o assunto.
Meirelles mandou dois funcionários de segundo escalão para defender a proposta. Confrontados pelos professores convidados a fazer uma análise séria do assunto, exibiram a grande fragilidade da PEC 241 e da visão econômica do chefe.
Os dois rapazes apenas aumentaram minha incompreensão sobre as razões pelas quais o “mercado” e certos políticos progressistas veem Meirelles como “salvador da Pátria”. Que Pátria?
Os mensageiros deste “salvador do mercado” repetiram o velho chavão que diz que o “Estado é como uma dona de casa que sabe que não pode gastar mais do que arrecada”. Ora, qualquer um que lê os jornais com atenção e conhece um pouco de história sabe que isso é um sofisma manipulador e primário. O Estado, no mundo inteiro, gasta mais do que arrecada quase sempre e isso é visto como absolutamente normal e saudável.
Infelizmente ou felizmente o Estado é muito mais complexo do que o orçamento doméstico.
Voltando à PEC 241.
Obviamente, em termos bem simples e diretos essa PEC promete explicitamente e na melhor das hipóteses que:
  • a saúde não melhore nada por 20 anos;
  • a educação não melhore nada por 20 anos;
  • o salário mínimo não melhore nada por 20 anos;
  • a segurança pública não melhore nada por 20 anos;
  • o trânsito das cidades – que depende da construção de metrô e obras viárias – não melhore nada por 20 anos;
  • as condições de moradia não melhore nada por 20 anos, mas que a população nas favelas ou em submoradias aumente significativamente em 20 anos;
  • o saneamento básico não melhore nada por 20 anos;
  • a qualidade de vida da maioria da população não melhore nada por 20 anos;
  • a proteção ao meio ambiente não melhore nada por 20 anos;
  • nossa justiça lenta e parcial não melhore nada por 20 anos;
  • o combate à seca no Nordeste e às mudanças climáticas, que podem ter efeitos catastróficos, não melhore nada em 20 anos;
  • o desenvolvimento científico e tecnológico do país não melhore nada em 20 anos;
  • a gestão pública não melhore por 20 anos;
  • a distribuição de renda não melhore nada por 20 anos;
  • a desigualdade regional não melhore nada por 20 anos;
  • a capacidade do país se defender não melhore nada por 20 anos;
  • a infraestrutura não melhore nada por 20 anos.
É exatamente isso o que esta PEC está propondo. E olhe, senhoras e senhores senadores que essa PEC é considerada a medida mais importante do governo interino.
Falando português claro e sem eufemismo, na verdade, é a proposta legislativa mais idiota e mais desumana que eu já vi tramitar no Congresso por iniciativa do Executivo, em toda história do Brasil.
Obviamente o povo brasileiro jamais vai concordar com essa barbaridade. Não foi para isso que muitos pediram o afastamento de Dilma. Mas o povo não sabe que isso está em discussão.
A grande mídia, é claro, não vai dar espaço para que o povo seja informado.
Ademais, os congressistas têm a voz cortada pelos instrumentos ilegais de tramitação acelerada, que excluem o debate.
Além do que, uma parte significativa dos parlamentares tem medo de criticar em público e se posicionar contra as medidas impostas pelo poder econômico depois que:
  • os tentáculos e os métodos agressivos de Eduardo Cunha e seus parceiros se espalharam no Congresso e no governo;
  • a grande imprensa passou a adotar o critério de que todo mundo que pensa diferente dela é sua inimiga mortal;
  • começaram as investigações da Lava Jato com prisões preventivas generalizadas, abusivas, espetacularização e destruição de reputações;
  • o Poder Judiciário e o Ministério Público tomaram para si a prerrogativa de condenar a opinião do Congresso e seu poder de legislar.
O Congresso está funcionando de forma anômala. No mínimo, quando se refere a questões de interesse do poder econômico, as opiniões divergentes e o contraditório estão restritos em razão do medo e da forma de tramitação inconstitucionais e não democráticos que funcionam como rolo compressor.
Esse contexto explica porque a PEC 241 pode ser aprovada, mesmo propondo explicitamente que o Brasil não melhore em nada nos próximos 20 anos.
Se nosso país já fosse o mais desenvolvido do mundo, a proposta já seria um absurdo, porque o ser humano quer sempre melhorar e progredir.
Mas, com as carências que temos, como esperar por vinte anos, duas gerações, para retomar os investimentos em saúde, educação, habitação, saneamento, infraestrutura urbana e mais?
Pensando bem, a PEC 241 é ainda muito pior do que isso.
Sabemos que a população brasileira vai aumentar e que, portanto, nada vai melhorar por 20 anos, pelo contrário tudo vai piorar com a vigência da PEC.
Mais doentes para os mesmos hospitais, mais idosos para a mesma previdência pública, mais estudantes para as mesmas escolas e universidades, mais carros para as mesmas ruas, mais pessoas para as mesmas favelas, mais dejetos para o mesmo sistema de esgoto e de tratamento de água, mais caminhões para as mesmas estradas, mais caos urbano para a mesma segurança pública, mais conflitos para a mesma justiça.
Limitam-se aí os malefícios desta PEC?
Não. Esses são apenas os mais evidentes.
A população brasileira está envelhecendo rapidamente. Esse fato é certamente a inspiração econômica da PEC 241.
No dia 16 de agosto, o professor Pedro Rossi, da Unicamp, lembrou em audiência pública no Senado, que mesmo a reforma previdenciária mais radical que Temer conseguir aprovar não impedirá que a população brasileira continue a envelhecer. E nem a reforma previdenciária mais radical vai impedir que as despesas previdenciárias ultrapassem 8,6% do PIB em 2036, disse o professor.
Ora, se aprovada a PEC 241 e as despesas previdenciárias atingirem apenas 8,6% do PIB em 2036, e as despesas com saúde e educação ficarem congeladas, todos os outros gastos públicos – como funcionalismo, segurança, defesa, proteção contra catástrofes, obras viárias, saneamento, habitação, ciência e tecnologia, justiça, legislativo – terão que disputar apenas 1% do PIB.
Porque é isso que vai restar do orçamento para esses setores. Seria, então, a destruição do Estado Nacional.
O absurdo de tal proposta me faz pensar que essa PEC visa apenas a jogar a sociedade contra os aposentados, a saúde e a educação públicas e distrair os brasileiros para que não percebam que o nível atual de juros é incompatível com o envelhecimento da população , com a saúde e a educação públicas.
Enfim, reafirmando, os cálculos do professor Pedro Rossi mostram que a PEC 241 seria a destruição do Estado Nacional, da educação, da saúde e da previdência.
É isso que querem que o Congresso aprove?
Não. É ainda pior.
O governo e alguns poucos economistas lunáticos que estão defendendo essa proposta dão a entender que mesmo que tudo que dependa do Estado piore por 20 anos ou seja destruído, ao menos o setor privado poderá crescer e gerar empregos.
Mas isso também não acontecerá.
Nunca na história de um país grande houve crescimento econômico sem que houvesse crescimento dos gastos públicos.
Em tese, em um país bem pequeno, é possível que o setor privado cresça mais do que o setor público, porque – por ser pequeno – a maior parte da produção industrial e agrícola está voltada para as exportações. Além disso, quando o consumo interno cai, é possível aumentar as exportações sem gerar super oferta no mercado internacional.
Portanto, o mercado internacional pode ser decisivo no crescimento do setor privado em um país pequeno. Já em um país grande, o crescimento econômico depende primordialmente do crescimento do mercado interno, que depende dos gastos públicos.
Como somos um dos principais fornecedores no mercado internacional da maioria dos produtos que nós exportamos, como soja, café, carne, minério de ferro, algodão, celulose de eucalipto e mais, não é possível compensar a queda no consumo interno com mais exportações. Porque isso provocaria uma saturação no mercado de nossos produtos de exportação.
Além disso, as pessoas demitidas nos serviços e no comércio não poderiam trabalhar na indústria exportadora por não terem capacitação para isso, e por não existirem máquinas suficientes para empregá-las no Brasil, e nem mercado externo para absorver tal aumento das exportações.
Mesmo em países pequenos, como a Grécia, é muito difícil que a economia cresça se o setor público não acompanha, como a experiência recente mostrou.
Em um país grande é realmente impossível a economia crescer se os gastos públicos não crescerem, pois o consumo privado já está ajustado à renda das pessoas. Assim, se o gasto público não crescer, a renda e o mercado interno não poderão crescer.
E se o mercado interno não crescer, não haverá investimento do setor privado e assim o emprego e os salários não irão crescer.
Em casos excepcionais, e de forma marginal, é possível que o setor privado cresça mais rápido do que o setor público, nos breves momentos em que há uma euforia no investimento privado e taxas de juros muito baixas para financiá-lo a longo prazo.
Isso está muito distante da realidade brasileira. Taxas de juros baixas não é o caso do Brasil e não será pelos próximos 20 anos. Mesmo porque a PEC 241 tem como objetivo principal garantir que o governo pague as taxas de juros mais altas do mundo por 20 anos, sem tornar a dívida pública impagável.
Dessa forma, podemos concluir sem sombra de dúvidas que a PEC 241, caso seja aprovada, condenará o Brasil a 20 anos de recessão, estagnação, deterioração dos serviços públicos e das condições de vida.
Só isso?
Não, a PEC 241 consegue ainda ser pior…
O governo interino pode paralisar os gastos em pesquisa e desenvolvimento no Brasil, mas não pode parar o desenvolvimento tecnológico do resto do mundo. Portanto, como nossas empresas estão inseridas no mercado internacional, as máquinas usadas pelos empresários brasileiros continuariam a ser trocadas por outras mais eficientes, dispensando trabalhadores. Logo, o nível de emprego diminuiria nos próximos 20 anos.
Com o desemprego crescente, os salários cairiam continuamente e, em consequência, o mercado interno encolheria, o que levaria a economia a um ciclo vicioso de depressão.
Se em 2013, os jovens se revoltaram por 20 centavos de aumento nas passagens, nem posso imaginar o que fariam no contexto de depressão.
Só não estamos já em uma situação revolucionária e de guerra civil, porque:
quando Dilma colocou Levy para derrubar nossa economia, estávamos no menor nível de desemprego e com o maior salário médio da nossa história;
a mídia e os propagandistas do discurso de ódio nas redes sociais conseguiram convencer que estávamos, em 2013 e 2014, em uma crise moral e econômica profunda, quando, na verdade, a nossa situação econômica e social era a melhor da nossa história;
a mídia e os propagandistas do discurso de ódio nas redes sociais convenceram a maioria de que todos os problemas, reais ou imaginários, presentes, passados ou futuros eram a culpa da Dilma e que, portanto, queimar o “judas” no impeachment iria purgar a sociedade de todas as culpas e problemas.
Dessa forma, o povo demorou a sentir os efeitos da política recessiva que implantaram e ficou distraído com divisão sórdida que criaram na sociedade, enquanto todos esperam a fogueira do impeachment se apagar.
Quando isso acontecer e as Olimpíadas acabarem, nem as prisões espetaculares da Lava Jato vão conseguir distrair a população de seus problemas reais e do que o governo interino está pretendendo aprovar no Congresso.
As pessoas aos poucos passarão a direcionar sua raiva contra o Congresso, o governo interino e suas políticas. E o governo e a governabilidade só se sustentarão com muita repressão, violência e censura.
Mas por quanto tempo, será possível represar a insatisfação?
Caso consiga conter a insatisfação popular por um ano, o governo Temer talvez crie as condições para uma revolta popular generalizada e um provável golpe militar preventivo, próximo às eleições de 2018.
Se não conseguir represar a revolta por tanto tempo, o Congresso deverá votar a eleição indireta no início do ano que vem, o que poderá distrair o povo por alguns meses.
De uma forma ou de outra e, mesmo sob uma ditadura de fato, a aprovação da PEC 241 tornará qualquer governo inviável. Ela transformará o convívio em sociedade no Brasil em um inferno, em razão da depressão econômica, da deterioração dos serviços públicos e da qualidade de vida. Nesse contexto, uma ditadura levaria a uma guerra civil antes do final da década.
A aprovação da PEC 241 contribuirá decisivamente para esse processo.
Mas a troco de que o governo interino está propondo medidas tão explosivas?
Em troca de uma suposta redução de um novo indicador contábil inventado pelos banqueiros, chamado derelação dívida bruta sobre PIB.
Não parece pouca vantagem para tamanha destruição de milhões de vidas e famílias?
Parece. Mas é ainda pior do que isso.
A PEC 241 não melhorará nenhum indicador contábil-fiscal.
Pelo contrário, piorará, porque em países grandes como o Brasil esses indicadores só podem ser melhorados por meio do crescimento econômico ou, eventualmente, por uma forte desvalorização cambial.
Se aprovada a PEC 241, o PIB e a arrecadação de impostos não vão crescer. Assim, mesmo que os gastos públicos fiquem estagnados, a dívida não poderá cair. Pelo contrário, em razão dos insanos juros que estão em vigor no Brasil, a dívida continuará aumentando!
Então quer dizer que o governo interino e o “mercado” ficaram loucos ao propor tal medida?
Não acho que seja isso. De fato, existe um fanatismo de “mercado” que é incapaz de perceber as tendências suicidas do fundamentalismo neoliberal.
Mas esse certamente não é o caso da pragmática cúpula do governo interino. Eles não têm convicções neoliberais, porque não têm convicções.
Essa mesma cúpula, ao promover o maior déficit primário em décadas, já traiu o “mercado” e as próprias promessas neoliberais contidas no documento “Uma Ponte para o Futuro”.
Eles não são tão idiotas irresponsáveis quanto parecem. Acredito que a PEC 241 não seja para valer. Ela é só uma cortina de fumaça para nos distrair, enquanto aprovam o que realmente lhes interessa.
E o que realmente interessa para eles?
1)    A entrega do pré-sal às grandes multinacionais norte-americanas
2)    As privatizações a preço de banana, com os inevitáveis pixulecos
3)    A eliminação de direitos trabalhistas, sociais e previdenciários para satisfazer os financiadores do golpe
O governo interino não quer realmente aprovar a PEC 241. Para ele, quanto mais tempo, ficar em discussão no Congresso, melhor. No entanto, ao mesmo tempo, eles têm que mostrar ao “mercado” que estão se esforçando para aprovara PEC rapidamente.
Isso significa que os grandes tubarões do “mercado” são suicidas?
Não. Eles são tão pragmáticos quanto a cúpula do governo interino.
No momento, os tubarões estão atrás de pretextos, de factóides que provoquem uma euforia compradora das ações, empresas e títulos que eles adquiriram a preço de banana nos últimos dois anos, em razão da crise econômica por eles engendrada pela política de austeridade do Levy.
Ao mesmo tempo, o governo interino está, na prática, se lixando para responsabilidade e austeridade fiscal, pois promove o maior crescimento do déficit primário em décadas. Dessa forma, a PEC 241 é o único álibi que pode justificar algum respeito do atual governo à austeridade fiscal.
Como a mídia e os tubarões venderam ao “mercado” que as ações e títulos caíram de preço porque Dilma não teve “responsabilidade fiscal”, eles só podem criar uma euforia compradora se provarem que o atual governo é o oposto de Dilma em termos de “responsabilidade fiscal”.
Ora, como todas as evidências mostram que o atual governo está sendo irresponsável e está se lixando para austeridade fiscal, criaram essa PEC 241 para tentar “provar” que são alucinados fundamentalistas do austericídio fiscal.
Por alguns meses, isso há de embalar as histórias de carochinha que a mídia vai contar sobre a conversão da cúpula do governo ao fundamentalismo de mercado e, assim, dar embasamento narrativo à euforia das bolsas, para vender a preços elevados as ações que os tubarões compraram a preço de banana nos últimos dois anos.
Ao mesmo tempo, distraem o Congresso, a esquerda e o povo, enquanto aprovam o que realmente querem: vender as riquezas nacionais e o patrimônio público a preço de fim de feira, e cortar direitos sociais.
Parece o plano perfeito, mas não estão contando com o despertar do povo do sono profundo em que foi embalado. Um sono regado a ódio político, muita espetacularização de operações policiais, prisões preventivas mal explicadas e vazamentos ilegais de processos judiciais.
Também não estão contando que podem errar a mão e acabar aprovando a PEC 241.
Se isso acontecer, nenhum simulacro de democracia ou de estabilidade sobreviverá.
Quem viver, verá.

Divulgado mais um grampo de Celina sobre suposto esquema na saúde


Rafaela Felicciano/Metrópoles


Em nova gravação feita pela deputada Liliane Roriz (PTB), a presidente da Casa fala sobre os colegas da Mesa, que estariam tentando “dar um tombo” nela e na petebista




A transcrição de um novo grampo feito pela distrital Liliane Roriz (PTB) reforça os indícios de que a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PPS) — além da própria Liliane e de integrantes da Mesa Diretora —, estaria envolvida em um esquema de desvios na saúde pública do DF. Segundo reportagem publicada no site do jornal O Globo na noite desta quinta-feira (18/8), Celina teria reclamado dos colegas da Mesa, que estariam tentando “dar um tombo” nela e em Liliane no suposto esquema. O plano, porém, não teria sido executado porque a presidente da Casa “puxou a carroça”.


Na transcrição divulgada pelo Globo, Liliane diz que não queria “criar caso”, ao que Celina responde: “Mas foi bom você ter criado caso. Os meninos foram ‘mala’. Eles querem fazer as coisas assim na (inaudível). Aqui na cara deles. Aí eu chamei eles lá na hora, aquela hora que eu chamei eles, eu chamei eles e falei assim: ‘Olha, a Liliane tá no projeto, porque eu já tinha atendido ela, aí vocês querem botar em outro lugar e não querem botar ela no grupo?”.
Na sequência, Celina completa: “O quê que eu acho? Eles pensaram o seguinte: ‘Como as meninas não se manifestaram nada, nós vamos dar o tombo nas meninas’. Aí eu virei a carroça: ‘Não vou votar isso, não. Eu tinha combinado de votar o da Liliane. Por que eu vou votar o de vocês?’. Acho que eles queriam entubar a gente”.
DefesaPela manhã, Celina Leão se defendeu atacando e desqualificou todas as denúncias sobre o suposto esquema de desvio de recursos instalado na saúde envolvendo integrantes da Casa. Na manhã desta quinta-feira (18), após reunião com os deputados distritais ela garantiu, ainda, que “a Mesa Diretora não vai se licenciar” durante as investigações dos fatos. A parlamentar atribuiu a divulgação dos grampos ao governador Rodrigo Rollemberg (PSB). “O governador está fazendo isso porque a CPI envolve a família dele… Liliane mente e fez isso a mando do Buriti… Isso vai ser desmascarado”, atacou.
A chefe do Legislativo local chamou de mentirosa a ex-vice-presidente da Câmara Liliane Roriz, que grampeou Celina e o ex-secretário-geral da Casa, Valério Neves. O conteúdo das gravações foi entregue ao Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), que abriu uma investigação. Segundo a presidente do Legislativo, Liliane estaria tentando tirar o foco dela mesma, já que está sendo julgada pela Justiça por improbidade administrativa e é alvo de um processo de cassação de mandato na Câmara Legislativa.
Grampos
Liliane teria começado a grampear os colegas no fim do ano passado, quando os parlamentares decidiam sobre o que fazer com uma sobra orçamentária da Casa. Em um primeiro momento, os recursos seriam destinados ao GDF para custear reformas nas escolas públicas. De última hora, no entanto, o texto do projeto de lei foi modificado e o dinheiro — R$ 30 milhões de um total de R$ 31 milhões — realocado para a Saúde. O valor foi destinado ao pagamento de serviços vencidos em UTIs da rede pública.
Na ocasião, Liliane teria questionado a presidente da Câmara sobre a mudança na votação e ligou um gravador antes de começar a conversa. No áudio, é possível ouvir Celina falando que o “projeto” seria para um “cara” que ajudaria os deputados. A presidente da Casa disse ainda que Liliane não ficaria de fora: “Você (Liliane) tá no projeto, entendeu? Você tá no projeto. Já mandei o Valério falar com você.”
As denúncias feitas por Liliane atingem outros distritais, como o bispo Renato Andrade (PR) e Júlio César (PRB), líder do governo na Casa, além do ex-secretário-geral Valério Neves. Segundo é possível ouvir nas gravações, os dois teriam tentado fazer uma negociação com Afonso Assad, presidente da Associação Brasiliense de Construtores.
De acordo com o que Valério diz em um dos áudios, o empresário poderia intermediar contratos com a Secretaria de Educação. Mas Assad não teria levado a cabo o “compromisso”. “O Afonso disse que não poderia garantir nada”, diz Valério Neves em um dos trechos.
Com a negativa do empresário de participar do tal “compromisso”, segundo explica Valério nos áudios, o deputado Cristiano Araújo (PSD) teria conseguido o “negócio” das UTIs. Ao dizer o quanto os “hospitais iam retornar”, Valério sussurra que seria “em torno de 7%”. E diz ainda que todos os integrantes da Mesa Diretora tinham conhecimento do acordo. Celina, por sua vez, diz que se fosse para eles receberem algum tipo de ajuda, teria de ser para todos. Integram a Mesa Diretora Celina, Raimundo Ribeiro (PPS), Júlio César e Bispo Renato.
Fora do contexto
Por meio de nota divulgada no fim da tarde de quarta (17), a Mesa Diretora da Câmara Legislativa negou as denúncias de que os integrantes do órgão participariam de um esquema de corrupção envolvendo o pagamento de propinas em contratos da saúde pública do Distrito Federal. “Os deputados cumpriram com seu dever de legislar e a Mesa rejeita qualquer acusação de prática de ato ilícito.”
No documento, os distritais voltam a artilharia para a autora das denúncias, Liliane Roriz. A nota lembra que a Câmara “aprovou projeto de emenda aditiva destinando recursos para a Saúde proposto pela própria deputada Liliane Roriz”, e que “os áudios divulgados pela imprensa estão evidentemente editados, com as conversas fora de contexto”.

'Se há uma ilegalidade, é da deputada Liliane', diz Celina Leão











 postado em 19/08/2016 06:05
Ed Alves/CB/D.A Press
Visivelmente aborrecida, a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PPS), convocou a imprensa para rebater a denúncia da deputada Liliane Roriz (PTB), que revelou um suposto esquema de cobrança de propina pelos integrantes da Mesa Diretora da Casa a hospitais que prestaram serviço de UTI ao Governo do Distrito Federal. A distrital atacou a rival, desqualificou o vazamento dos áudios e disparou contra o Palácio do Buriti. Em pouco mais de 15 minutos, falou bastante e respondeu poucas perguntas. Levantou a voz, gesticulou muito e desafiou quem pudesse comprovar o que chamou de “armação”. “Se há uma ilegalidade, é da deputada Liliane, porque a emenda é dela, quem tem de responder é ela e o GDF, que usou o recurso”, frisou.

O cenário para o afronte foi o mesmo de uma reunião realizada no início da manhã com 22 parlamentares. Os olhos vermelhos e as olheiras expunham a noite alvoroçada. Celina atribuiu a divulgação do escândalo ao governador Rodrigo Rollemberg (PSB). “O governador está fazendo isso porque a CPI envolve a família dele. Liliane mente e está fazendo isso a mando do Buriti. Tenho muita tranquilidade e vamos desmascará-la”, acrescentou.

A parlamentar comentou declarações constrangedoras divulgadas na quarta-feira e negou ter negociado cargos com uma empresa vencedora de licitação na Casa. Sobre os comentários a respeito do suposto uso de maconha por parte do governador Rodrigo Rollemberg, ela afirmou que as declarações foram retiradas de contexto. “Falei aquilo em um almoço informal, de conciliação. Ela foi leviana de tirar as falas de contexto. Ela montou um circo para sair do foco das investigações, justamente no dia em que seria julgada. Ela fez isso como forma de retaliação”, ironizou. Celina saiu da sala furiosa, amparada por assessores e vigilantes.

Liliane Roriz
Esta Casa buscará a verdade. O que estamos passando é uma armação. Temos a percepção de que, nos meandros, uma parlamentar da base do governo se diz surpresa com supostas ilegalidades, mas, diante da fala e dos fatos, não há nenhuma conexão. A deputada Liliane Roriz está passando por processo de quebra de decoro parlamentar, onde ela está sendo investigada pela Mesa da Casa. Há um mês, enviamos à Procuradoria da Casa e pedimos informação e cópia integral do processo. Quando pedimos, ela se sentiu coagida e pressionada pela situação. Esta casa nunca vai se furtar de investigar qualquer colega que tenha supostas ilicitudes. A acusação da deputada Liliane é totalmente falha, porque a emenda parlamentar é dela. A emenda que ela usa para acusar a Mesa é dela. É do gabinete da vice-presidência. Quem propôs a emenda foi a Liliane. Se existe uma ilegalidade, ela que tem que responder. O sentimento que fica na Mesa Diretora é que ela quis ameaçar e desqualificar os deputados numa investigação que ocorre dentro da Casa. Se ela tinha a percepção de alguma ilegalidade, por que propôs, votou e pagou a emenda? Todo o trâmite tem que ser respondido pela própria deputada autora da emenda. Ela mente dissimuladamente na tentativa de tirar a responsabilidade dela no processo.


Rollemberg
É uma tentativa covarde do governo de desqualificar a CPI da Saúde, mas ele não conseguirá. Hoje (ontem), a CPI está funcionado normalmente. Todos os empresários que receberam qualquer recurso de emendas serão convocados por essa Casa para prestar esclarecimentos e ficarmos sabermos se teve algum pedido e de onde partiu. A fala do Palácio do Buriti reforça as minhas acusações. Só que uma trama dessa, montada com uma dose de crueldade, mas com muita mentira, não vai se estabelecer. O que existe é a tentativa de desconstrução da CPI. É uma retaliação do Buriti, e não é só pela reeleição da Mesa Diretora. Estamos com uma CPI que envolve a família do governador. A gente está avaliando se a denúncia foi a mando do governo, mas, no dia do julgamento da deputada, ela tenta criar esse circo, colocando alguma suspeição sobre alguns deputados e se colocando como uma paladina da justiça. Isso não é real.


Articulação 
Todas as vezes que eu falei com o secretário (de Saúde) Fábio Gondim — inclusive, a última vez em que falei com ele foi em outubro e a emenda de R$ 30 milhões foi votada em dezembro —, fizemos isso publicamente. Ela (Liliane Roriz) é uma mentirosa contumaz. Não é a primeira vez que tem um aporte da deputada para a Saúde. Teve outra emenda do bloco da deputada, de R$ 27 milhões, e eu não quero acreditar que houve desvios. Isso vai ser desmascarado.


maconha
A Liliane uma vez me chamou para uma almoço de conciliação na casa dela. Sempre tive muitos problemas com ela. Talvez seja inveja do meu crescimento político — ela responde a quatro processos na Justiça e eu não tenho nenhum. Conversávamos de maneira informal, quando surgiu o questionamento do governador usar produtos ilícitos. Isso foi colocado de forma coloquial e ela concordou. Foi uma conversa descontraída.






'As pessoas deveriam ter o direito de decidir morrer', diz Cauã Reymond







Reymond revela que ao gravar s minissérie 'Justiça', relembrou o período em que seu avô ficou internado, sobrevivendo por meio de aparelhos



FAMA JUSTIÇAHÁ 18 HORAS
POR NOTÍCIAS AO MINUTO


Com um personagem de intensa carga dramática, Cauã Reymond está de volta à TV na minissérie Justiça, da Globo. O ator interpretará Maurício, um marido apaixonado que sucumbe ao doloroso pedido de sua mulher, a bailarina, Beatriz (Marjorie Estiano), que decide morrer, após ficar tetraplégica. "As pessoas deveriam ter o direito de decidir morrer. É a minha opinião, mas eu sou a favor de sempre estar dentro da lei", diz.


Segundo informações do site 'Notícias da TV', a minissérie escrita por Manuela Dias apresenta histórias que se costuram com diferentes pontos de vista. Em comum, todos os protagonistas foram presos na mesma noite em 2009 e ganharão a liberdade juntos, sete anos depois. O desejo de fazer justiça com as próprias mãos também está presente em todas as histórias, promovendo um diálogo com opiniões contrárias o tempo todo.
Justiça trará o debate sobre eutanásia, que é pouco comum na teledramaturgia brasileira. "Poderá propor uma forma diferente de encarar a eutanásia. Se a minissérie fizer a gente repensar a lei, faz sentido, sim, abordar o tema. Sou a favor da lei, mas também sou a favor da pessoa fazer o que quiser. Cada um tem consciência do que quer para si, principalmente quando está lúcido", declara o ator.
Ainda à publicação, Reymond revela que relembrou o período em que seu avô ficou internado, sobrevivendo por meio de aparelhos. Mesmo assim, diz que é delicado se colocar no lugar de alguém que atende o pedido de uma pessoa que deseja morrer. "Eu acho dolorido o que esse cara passa. Dia desses, fui para casa, me colocando no lugar dele. Eu acho tão difícil o que ele enfrenta. A maior dificuldade do personagem é não ter mais a pessoa que mais ama e ser culpado por isso".

Polícia de São Paulo indicia Patrícia Lelis por calúnia e extorsão


Reprodução/Facebook


O indiciamento se refere á acusação que ela fez a um assessor do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) de sequestro e cárcere privado. Em Brasília, a Delegacia da Mulher investiga outra denúncia dela, contra o parlamentar, de abuso sexual




A  estudante de jornalismo brasiliense Patrícia Lelis, 22 anos, foi indicada pela Polícia Civil de São Paulo por denunciação caluniosa e extorsão no caso em que ela acusa um assessor do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) de sequestro e cárcere privado. Em outro inquérito que corre em Brasília – porque o parlamentar tem foro privilegiado –, Patrícia acusa Feliciano de tentativa de estupro e agressão. Ao anunciar o indiciamento, na quinta-feira (18/8), o delegado titular da 3ª Delegacia de Polícia, Luís Roberto Hellmeister, responsável pela investigação, afirmou que vai pedir a prisão preventiva da jovem.


De acordo com a Polícia Civil de São Paulo, além da suspeita de denunciação caluniosa e extorsão, Patrícia é investigada por ameaça depois de aparecer numa gravação, obtida pela polícia, ordenando que Talma Bauer matasse um amigo dela. O assessor, que é chefe de gabinete de Feliciano, também é policial civil aposentado, e se recusou a obedecer Patrícia.
Segundo o delegado, Bauer admitiu em depoimento que pagou R$ 20 mil a um amigo de Patrícia para que, em troca, ela parasse de acusar o deputado de ter tentado estuprá-la em Brasília. Essa versão foi confirmada à polícia pelo rapaz que recebeu o dinheiro, que foi apreendido. O 3º DP apura a suspeita de que a jornalista teria cobrado R$ 300 mil para ficar em silêncio.
Se somadas, as penas dos crimes de denunciação caluniosa e extorsão podem variar de seis a 20 anos de prisão. A defesa de Lélis disse, por meio de nota, que o indiciamento foi precipitado porque nem todas as testemunhas foram ouvidas e nem as provas da jornalista foram apresentadas.
ContradiçõesDiante do indiciamento, a defesa pediu cinco dias para Patrícia fazer um aditamento do depoimento que prestou no último dia 5. Na ocasião, a jovem afirmou à polícia que estava sendo mantida sob coação e ameaça pelo chefe de gabinete de Feliciano na semana em que esteve em São Paulo – entre 30 de julho e 5 de agosto –, porque pretendia denunciar o deputado do PSC.
No depoimento, Patrícia disse que Bauer, armado, a obrigou a gravar e publicar dois vídeos em que ela negava as acusações contra o deputado. Ainda segundo seu depoimento, Feliciano também lhe fez uma ameaça direta de morte. “Tendo Bauer passado o telefone dele para a declarante, através do qual Marco Feliciano disse que, se a declarante não gravasse um novo vídeo de melhor qualidade, mandaria Bauer lhe matar”, consta no depoimento.
A universitária brasiliense afirmou ainda que o assessor parlamentar a obrigou a informar a senha de suas redes sociais, por onde passou a monitorá-la e se passar por ela, respondendo a questionamentos de amigos que perguntavam por sua integridade física. Logo depois do depoimento de Patrícia, ainda no dia 5, Hellmeister chegou a cogitar a prisão temporária de Bauer, mas voltou atrás após ouvir novas testemunhas e obter provas que descaracterizavam a situação de sequestro. Entre elas está um vídeo em que Patrícia e o assessor de Feliciano aparecem negociando o pagamento de R$ 50 mil pelo silêncio da jovem.
O delegado ouviu duas novas testemunhas , entre elas o ex-namorado de Patrícia, Rodrigo Simonsen. Ele afirmou à polícia que, entre 30 de julho e 5 de agosto, dormiu quatro noites com ela em um hotel no centro de São Paulo. “Ele disse que nestes quatro dias não encontrou Bauer”, disse o delegado Hellmeister. A outra testemunha foi uma militante anti-Dilma, Kelly Bolsonaro, que relatou ter sido ela quem apresentou Feliciano a Patrícia no início de junho. Kelly, que diz não ter grau de parentesco com os deputados do PSC Jair e Eduardo Bolsonaro, afirmou que Patrícia lhe contou a acusação contra Feliciano antes da fazer a denúncia à policia. A ativista disse que ouviu da estudante várias versões sobre a suposta tentativa de estupro.
O advogado José Carlos Carvalho, que até então defendia Patrícia, informou à reportagem que deixou o caso. Nem os novos advogados da jovem nem ela foram localizados. A mãe de Patrícia, Maria Aparecida, disse apenas que a filha “está triste e não quer falar”. Por nota, Feliciano destacou que “o indiciamento da estudante reafirma a nossa plena confiança na lisura das instituições públicas e da Justiça de nosso país”. O chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, não foi localizado pela reportagem até a conclusão desta edição.
Em Brasília
No dia 7/8, a estudante de jornalismo registrou boletim de ocorrência no Distrito Federal por abuso sexual contra o político, que também é pastor evangélico. O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, na Asa Sul. O assédio sexual teria sido cometido pelo deputado no dia 15 de junho no apartamento funcional dele na capital federal.
Patrícia ainda relatou que o parlamentar a agrediu e manteve em cárcere, lhe oferecendo R$ 15 mil mensais para ser sua amante. Proposta que a jornalista disse ter recusado. (Com informações da Agência Estado e do G1)