terça-feira, 5 de julho de 2016

FHC passa vergonha em entrevista na TV Al Jazeera











Em um dos momentos que o presidente foi questionado, já no final da entrevista, ele respondeu com "eu protesto! eu protesto!", em tom desesperado

POLÍTICA MICOHÁ 2 HORAS
POR NOTÍCIAS AO MINUTO
© Reprodução / YouTube / Al Jazeera




O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso concedeu uma entrevista a emissora de TV Al Jazeera, neste final de semana. Durante a emissão, FHC se mostrou por muitas vezes sem respostas para os questionamentos diretos e embasados do apresentador do telejornal do mundo árabe.


Entre as perguntas que ficaram sem respostas ou com negativas óbvias de FHC, foram citadas a participação do PSDB no Petrolão, a corrupção dos políticos que lideraram processo de impeachment e o caso amoroso com Miriam Dutra.
Em um dos momentos que o presidente foi questionado, já no final da entrevista, ele respondeu com "eu protesto! eu protesto!", em tom desesperado. O vídeo tem viralizado na internet. Confira!

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Atraso em licitações deixa presos em SP sem tornozeleiras eletrônicas

04/07/2016 20h12 - Atualizado em 04/07/2016 20h36

Juiz disse que não determinou uso para ex-ministro por falta do aparelho. 

Secretaria da Administração Penitenciária não tem dispositivo no momento.

Vivian Reis e Roney DomingosDo G1 São Paulo
Justiça Federal em São Paulo não tem convênio para uso de tornozeleira eletrônica (Foto: TV Globo/Reprodução)Justiça Federal em São Paulo não tem convênio para uso de tornozeleira eletrônica (Foto: TV Globo/Reprodução)
Não existe tornozeleira eletrônica em São Paulo há pelo menos três meses e não há previsão concreta de quando o equipamento estará disponível. As exceções são 20 unidades contratadas em maio e que são usadas pela Polícia Civil e outros dois emprestados à Justiça Federal no estado.
As tornozeleiras são fornecidas e controladas por empresas privadas e é necessária a realização de licitação para a compra desses equipamentos. Quando o contrato termina, elas são recolhidas.O problema afeta presos que respondem a processos na Justiça Federal paulista, onde essa tecnologia nunca foi colocada em prática, e também os que estão detidos sob a tutela da Justiça estadual.
No Rio os presos enfrentam problema semelhante. Segundo mostrou reportagem de “O Globo”,desde o fim de 2014 a Secretaria da Administração Penitenciária deixa de pagar fornecedores.
A ausência dos equipamentos fez com que o empreiteiro Fernando Cavendish e o bicheiro Carlinhos Cachoeira, ambos detidos na Operação Saqueador da PF (que investiga esquema que desviou R$ 370 milhões dos cofres públicos), continuassem encarcerados. A Justiça havia transformado a prisão preventiva deles em domiciliar.
Medida alternativa
O uso das tornozeleiras eletrônicas é uma das medidas alternativas à prisão cautelar preventiva. Outras medidas podem ser proibição de frequentar alguns lugares, não poder se aproximar de certa pessoa, recolhimento domiciliar e entrega do passaporte. O juiz pode determinar o uso do equipamento isoladamente ou junto com alguma outra medida cautelar.
Por causa dessa ausência, em 29 de junho o juiz federal Paulo Bueno de Azevedo, que expediu asoltura do ex-ministro Paulo Bernardo, afirmou, na sua decisão, que não pôde cumprir a solicitação do Ministério Público Federal (MPF) de monitorar eletronicamente o investigado. O petista saiu da sede da PF sem monitoramento eletrônico.
COMO FUNCIONA A TORNOZELEIRA ELETRÔNICA
- A tornozeleira eletrônica pesa cerca de 128g e é um pouco mais grossa que um celular.
- A tecnologia inclui um GPS para determinar a localização por satélite e um modem para transmissão de dados por sinal de celular.
- As informações são passadas, em tempo real, para uma central de monitoramento que pode estar em qualquer lugar.
- Alguns presos não podem sair de casa, estão em prisão domiciliar. Outros são proibidos de entrar em uma área definida.
- O monitoramento também controla o preso que trabalha, mas tem que estar em casa a partir de uma hora determinada pelo juiz. Qualquer violação gera um alarme.
- Dentro da cinta que envolve a tornozeleira passa uma fibra ótica que emite um sinal o tempo todo. Se ele for interrompido, um alarme dispara na central de monitoramento.
"O custo da implementação é alto. Aqui em São Paulo começou-se a implementar comprando as tornozeleiras e utilizando, por exemplo, para controle nas unidades semiaberto. Só que o processo que implicou em compra, o processo licitatório, terminou e não foi renovado", disse Adriana de Melo Nunes Martorelli, presidente da Comissão de Política Criminal e Penitenciária da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo e vice-presidente do Conselho Penitenciário do Estado de São Paulo.
Na avaliação da especialista, o monitoramento poderia ser uma resposta suficiente do sistema de Justiça Criminal e da sociedade para diminuir a sensação de impunidade. "É um prejuízo importante, me parece, no que diz respeito às políticas de prevenção criminal também, até porque não é de se ignorar o número de pessoas que são aprisionadas todos os meses", afirmou.
SSP
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo informou que "há um contrato em andamento com uma empresa especializada para a aquisição de 20 tornozeleiras e o respectivo monitoramento e rastreamento eletrônico dos equipamentos". O pedido foi feito pelo Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas (Decade), e os objetos já são usados nos internos do Presídio da Polícia Civil.
A Justiça Federal em São Paulo informou que, até o momento, não há a possibilidade de utilização de tornozeleiras eletrônicas. Estava prevista uma licitação em abril deste ano para a aquisição do produto, mas, devido a um corte orçamentário que houve para a Justiça Federal, ela teve de ser adiada. Há, no momento, estudos de viabilidade para uma nova ata de licitação ainda para 2016.
SAP
Em 2015, segundo o relatório anual do governo do estado, foram usadas tornozeleiras eletrônicas em 9.390 pessoas presas em saídas temporárias (como do dia das mães, Páscoa, etc). Além disso, diariamente, 1.995 detidos em regime semiaberto foram monitorados quando saíram para trabalhar.
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) do estado de São Paulo informou, porém,  que o contrato anterior foi finalizado em março deste ano e, atualmente, as tornozeleiras eletrônicas estão em processo de licitação. Com isso, não está havendo monitoramento, pois não há equipamentos no momento. Com a nova licitação, o número destes objetos disponíveis será ampliado de 4,8 mil para 7 mil.
De acordo com o Ministério da Justiça e com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), o dado mais recente sobre a política de monitoração eletrônica de pessoas no Brasil foi feito em julho de 2015. O relatório aponta que, em 2015, havia 4.200 monitorados no estado de São Paulo, dos quais 2,5 mil em regime semiaberto em trabalho externo e 1,7 mil em saída temporária.
A SAP negou que tenha havido problemas técnicos com as tornozeleiras e informou que os contratos e termos de aditamento foram renovados ao limite, daí a necessidade de nova licitação.
A empresa Spacecom, integrante do consórcio que fornecia as tornozeleiras para o governo de São Paulo, e que participa da nova licitação, afirma também que o contrato chegou ao prazo máximo permitido pela lei de licitações. A empresa atua em 16 estados e presta serviços para Justiça Federal da 4ª Região (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).

Pregão eletrônico
No último dia 7 de junho foi realizada a abertura da sessão pública do pregão eletrônico destinado à contratação de empresa para prestar os serviços de monitoramento eletrônico de presos que cumprem pena em regime semiaberto nas situações de trabalho externo e de saídas temporárias.
Na data foram realizadas as fases de julgamento das propostas e de habilitação das empresas interessadas em prestar o serviço. Atualmente o processo está na fase de apresentação da solução ofertada para a realização de testes de conformidade.

De acordo com o edital da licitação das tornozeleiras, a Secretaria da Administração Penitenciária estima em 4,9 mil o número de sentenciados em trabalho externo que serão monitorados simultaneamente. O documento também diz que chega a 2,1 mil o número de sentenciados monitorados que não trabalham externamente e terão direito a saídas temporárias.
Segundo a SAP, poderá chegar a 7 mil o número de presos a serem monitorados simultaneamente em saídas temporárias. Esse grupo é composto por presos que trabalham ou estudam fora dos presídios e retornam para as penitenciárias ao final do expediente, e detentos que são beneficiados nas saídas temporárias, de acordo com a Lei de Execução Penal.
A advogada Adriana de Melo Nunes Martorelli lamenta que São Paulo não tenha o monitoramento eletrônico. Ela avaliou que diante da falta de tornozeleiras, os juízes tendem a manter os investigados presos. "É a impressão que eu tenho, diante dessa política de encarceramento em massa, no estado que usa a prisão como instrumento de controle social", disse.
Segundo a especialista, a média de entrada nas prisões é de mil pessoas mês. "O déficit é gigante. Estão todas as unidades prisionais superlotadas, inclusive os Centros de Detenção Provisória. O estado de São Paulo tem mais de 220 mil pessoas presas, quase 700 mil no Brasil, e a gente não tem condições de implementar medidas tão simples porque não tem dinheiro para pagar", afirmou.
O Tribunal de Justiça de São Paulo informou que os termos do contrato envolvendo o fornecimento das tornozeleiras ficam exclusivamente a cargo do governo estadual, responsável pela contratação do equipamento.
Veja abaixo mais reportagens sobre tornozeleiras eletrônicas. No primeiro, criminosos cometem furto usando o equipamento; o segundo apresenta estados que tem problemas no monitoramento de presos com tornozeleiras:

Lei dificulta ocupação de 1,8 mil cargos por políticos


Rafaela Felicciano/Metrópoles

Postos impactados são de pessoas que não precisam ser concursadas e podem ser alocadas por indicação. Dez estatais com mais funcionários englobam 115 funcionários nessa situação



Sancionada na semana passada, a nova Lei de Responsabilidade das Estatais dificulta a ocupação por indicações políticas de 1.806 cargos de chefia e assessoramento em empresas federais. Os postos impactados pela lei são de livre provimento – ou seja, pessoas que não precisam ser concursadas e podem ser alocadas por indicação. As dez estatais com mais funcionários englobam 115 pessoas nessa situação. Esses cargos são considerados o “filé” das nomeações políticas nas estatais.


No total, as empresas federais abrigam 223.171 funções gratificadas, sendo 211.800 nas dez maiores companhias, de acordo com levantamento feito pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão a pedido do Estado por meio da Lei de Acesso à Informação.
O levantamento não indica quantas e quais vagas foram ocupadas para atender a partidos e políticos. Por outro lado, nada garante que os apadrinhamentos fiquem limitados a esses postos. As investigações da Lava Jato, por exemplo, demonstraram que funcionários de carreira também podem ser objeto de indicação.
Os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Renato Duque eram funcionários de carreira e foram cooptados para atender aos interesses do PP, PMDB e PT, respectivamente. Embora a Lei das Estatais busque justamente restringir as indicações políticas, o governo afirma que não vai trocar o padrinho de eventuais substituições de nomes.
A nova legislação exige que dirigentes partidários ou pessoas que tenham trabalhado em campanhas eleitorais cumpram quarentena de 36 meses antes ocupar um cargo de direção nas empresas. O dispositivo foi mantido pelo presidente em exercício, Michel Temer, apesar das pressões para que fosse vetado, por contrariar negociações em curso e nomeações já realizadas no governo interino.
‘Indicador’“Já houve nomeações que foram encaminhadas. Nós temos alguns casos que ainda dependem de uma composição política mais ampla. E tem casos em que os indicados terão que ser substituídos”, afirmou o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. “Mas nós não vamos trocar o indicador. Quem indicou alguém que circunstancialmente tenha que ser substituído indicará aquele que preencha perfeitamente o que é o desenho estabelecido pelo estatuto das empresas estatais.”
Apesar de a lei não ter efeito retroativo, o Palácio do Planalto estuda readequar algumas nomeações já feitas, como a do presidente dos Correios, o ex-deputado federal Guilherme Campos. Ele deixou a presidência do PSD para assumir a estatal, por indicação do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab.
Pelas novas regras, Kassab teria de apresentar ao Planalto um novo indicado, que seja técnico ou até mesmo político, mas apoiado pelo partido e que tenha tido experiência de dez anos no setor ou quatro anos em postos de diretoria. Campos nega que tenha sido informado sobre a intenção do governo. “Eu desconheço (a possibilidade de sua saída), mas a nomeação é do presidente, pois é um cargo de confiança”, disse à reportagem.
O caso dos Correios chama a atenção não só pela indicação de seu presidente, mas também pelo grau de ingerência política mesmo após o escândalo do mensalão. Em 2011, a empresa mudou seu estatuto para permitir que funcionários de outros órgãos públicos pudessem ocupar funções “técnicas e gerenciais” na estatal, o que era proibido.
Alterou ainda a legislação interna, passando a permitir que funcionários de nível médio, cedidos por outros órgãos, pudessem ocupar funções de nível superior na estatal. Na época, a empresa justificou que “funcionários de nível médio dos Correios ou de outros órgãos públicos e estatais (concursados) podem receber funções gratificadas, desde que atendam requisitos exigidos para a função”.
Com a sanção da lei, o governo pretende começar a destravar, a partir do início desta semana, inúmeros cargos que estão represados. Em reunião na quinta-feira (30/6) à noite, Temer, Padilha e o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, trataram do assunto.
Uma indicação que deve ser anunciada é a de Wilson Ferreira, para comandar a Eletrobrás. Ferreira tem formação que se enquadra no perfil técnico desejado pelo governo federal para ajudar a sanar a “grave crise” que a estatal do setor elétrico enfrenta.
Em muitos casos ainda há disputas internas entre partidos para um mesmo cargo. Em outros, a disputa é de diferentes grupos do mesmo partido. É o caso da presidência da Itaipu Binacional, cuja indicação estava “fechada” com o nome do empresário paranaense Rodrigo Costa da Rocha Loures. Mas o governador Beto Richa (PSDB) levou um segundo nome ao Planalto: Abelardo Lupion. O orçamento anual da estatal é de R$ 50 bilhões.

Primeiro trimestre registra mais de três mil denúncias de Maria da Penha

Na noite deste sábado (2/6), um agressor foi preso, por volta das 22h, na Cidade Estrutural. O crime de violência física e ameaça foi denunciado por vizinhos que viram a mulher sendo agredida pelo esposo

 Camila Costa
Fernando Lopes/CB/D.A Press
A denúncia é o único caminho para quebrar o ciclo de violência doméstica. No Distrito Federal (DF), só no começo deste ano, foram registradas 3.481 ocorrências ocorrências policiais com base na Lei Maria da Penha.


Na noite deste sábado (2/6), um agressor foi preso, por volta das 22h, na Cidade Estrutural. O crime de violência física e ameaça foi denunciado por vizinhos que viram a mulher sendo agredida pelo esposo. O homem foi levado para a Delegacia de Atendimento Especializado a Mulher (Deam) por policiais militares.

Confira o número de ocorrências no primeiro trimestre de 2016:

Janeiro - 1.095
Fevereiro - 1.164
Março - 1.222

Total:
3.481

Popularidade de Temer é de 13% e ele crê em maldição do PT




A pesquisa de popularidade do Governo Temer, feita pelo Ibope e divulgada nessa manhã, mostra que 13% dos brasileiros avaliam o governo do presidente interino como ótimo ou bom. O número 13, que além do número de campanha da presidente Dilma Rousseff é também considerado um número místico pelos supersticiosos, não agradou Michel Temer, que acredita ter sido amaldiçoado pelo PT.
“Eu já fiz de tudo! Tirei as fotos dela daqui, chamei um padre pra benzer o palácio e até acendi velas e incensos. Tudo em vão. Pesquisa Ibope tem 13 letras. Governo Temer tem 13 letras. Ontem fui no dentista, adivinha em qual andar ficava o consultório? Não sei mais o que fazer, acho que estou ficando paranoico” revelou Michel Temer por telefone à nossa redação.
A pesquisa ainda aponta que 39% dos brasileiros avaliam o governo do presidente interino como ruim ou péssimo. 36% acham que ele é regular e, novamente, 13% não soube ou não quis responder.
Uma medida provisória do Governo Temer pretende banir o número 13 do Brasil de uma vez por todas, de acordo com uma fonte próxima. A votação acontecerá no dia 13, às 13h.

Cardozo: falar que Dilma tem culpa é 'pirueta retórica'

Ele citou que a recente perícia realizada por funcionários da Casa apontou ausência de dolo no episódio dos decretos de créditos suplementares




POLÍTICA DECRETOSHÁ 1 HORA
POR NOTÍCIAS AO MINUTO


O ex-ministro da Justiça e da Advocacia-Geral da União José Eduardo Cardozo afirmou que o discurso pela condenação da presidente afastada, Dilma Rousseff, no processo de impeachment é "pirueta retórica" dos opositores.


Em entrevista à Folha de S. Paulo, Cardozo, que também é o advogado da presidente na comissão especial do Senado que analisa seu afastamento, citou que a recente perícia realizada por funcionários da Casa apontou ausência de dolo no episódio dos decretos de créditos suplementares. O que invalidaria o argumento de 'pedalada fiscal' utilizado para culpabilizar Dilma.
José Eduardo Cardozo também informou que a presidente afastada não comparecerá nesta quarta-feira (6), na comissão do impeachment do Senado, dia reservado para seu interrogatório. Isso ficará a cargo do próprio Cardozo. A previsão é que o julgamento final dela no Senado ocorra no fim de agosto.

Relator do recurso de Cunha tem até esta segunda para entregar parecer

04/07/2016 06h00 - Atualizado em 04/07/2016 06h00

Leitura do parecer de Ronaldo Fonseca deve ocorrer quarta-feira na CCJ.

Cunha questiona processo no Conselho de Ética que propõe sua cassação.

Fernanda CalgaroDo G1, em Brasília
O deputado Ronaldo Fonseca, escolhido para relatar recurso de Cunha na CCJ (Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)Ronaldo Fonseca, relator do recurso de Cunha na CCJ
(Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)
Relator de recurso do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, o deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF) tem até esta segunda-feira (4) para entregar o seu parecer sobre o caso. Cunha recorreu ao colegiado contra o relatório aprovado no Conselho de Ética quepede a sua cassação.

A sessão para a leitura do relatório na comissão foi marcada para a próxima quarta-feira (6), às 10h. A previsão é que, em seguida, seja concedido pedido de vista, prazo extra de duas sessões para os deputados analisarem o parecer com mais tempo. Com isso, a discussão e a votação do parecer deverão ficar para a próxima semana.
No recurso, Cunha questiona diversos pontos que considera terem sido erros de procedimento na tramitação do processo no Conselho de Ética. A CCJ não poderá se manifestar sobre o mérito do que foi decidido no colegiado, mas apenas sobre o rito.
Na prática, porém, se a comissão entender que houve algum problema, o processo terá que ser reaberto no conselho, o que exigirá mais tempo para um desfecho do caso.

Considerado aliado de Cunha, o relator teve a sua nomeação questionada por adversários do peemedebista em razão de manifestações que fez no plenário contra o Conselho de Ética. Fonseca nega ser aliado de Cunha e diz que suas críticas eram apenas no sentido de cobrar uma “resposta rápida” do colegiado. Ele também tem reiterado que agirá com imparcialidade e entregará o parecer dentro do prazo acordado.

Doações de campanha
Ronaldo Fonseca está em seu segundo mandato como deputado federal. Levantamento feito pela TV Globo aponta que nove dos 25 funcionários do seu gabinete contribuíram para a campanha dele à reeleição em 2014. Fonseca também utilizou recursos da Câmara para alugar veículos em uma empresa que tem como sócio um dos seus doadores de campanha.

Por meio de nota, a assessoria do deputado disse que todas as doações de campanha são legais, foram realizadas de forma transparente e devidamente registradas, o que, segundo o parlamentar, não dá "margem a qualquer questionamento que desmereça a iniciativa individual de pessoas que, por acreditarem em um projeto, doaram seus talentos e força de trabalho". (leia a íntegra da nota ao final desta reportagem)

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não há irregularidade no fato de um funcionário de gabinete fazer doação para um deputado, pois a legislação prevê que qualquer pessoa física pode fazer doação direta para um candidato na campanha eleitoral. A única restrição é que o valor doado não ultrapasse o limite de 10% do rendimento do doador no ano anterior. A lei não impõe nenhuma outra condição.
Os 25 funcionários que trabalham no gabinete de Ronaldo Fonseca não são servidores, mas ocupam cargos comissionados, isto é, podem ser nomeados e exonerados conforme a vontade do parlamentar.

As contribuições dos funcionários para a sua campanha variaram entre R$ 400 e R$ 6,5 mil, conforme cruzamento da lista de servidores do gabinete do parlamentar disponível no site da Câmara com a prestação de contas do deputado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Locação de veículos
Entre os doadores de campanha de Fonseca, há ainda o sócio de uma empresa que é usada por ele para a locação de carros. Como os deputados não têm direito a carro oficial, eles dispõem de uma verba mensal, chamada de Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar, conhecida como Cotão, para cobrir gastos com transporte, incluindo passagens aéreas, correio e telefone.

Nas prestações de contas de Fonseca, constam pagamentos mensais, entre junho do ano passado e maio deste ano, para a empresa New Class – Locação de Veículos Eireli, que tem como sócio Elienai Felix Elias. Ele doou R$ 400 para a campanha de Fonseca a deputado federal em 2014.

Em junho, foram pagos à empresa R$ 5.500; de julho de 2015 até maio de 2016, R$ 6.500 mensalmente. Um total de R$ 77 mil até o momento.

Sobre Elienai Felix, a assessoria de imprensa de Fonseca diz que "o valor além de, expressivamente, baixo, foi feito em serviços (valor estimado em dinheiro)".

G1 tentou contato com Elienai Felix Elias por meio dos telefones e dos e-mails que constam no site da empresa para questioná-lo sobre eventual conflito de interesse em fazer doação e depois ser contratado pelo parlamentar, mas não obteve resposta a última atualização desta reportagem.

Leia a íntegra da nota do deputado Ronaldo Fonseca:

NOTA OFICIAL DO DEPUTADO RONALDO FONSECA
Todas as doações recebidas na campanha eleitoral do então candidato Ronaldo Fonseca são legais, expontâneas e estão devidamente registradas, podendo, uma a uma, serem conferidas no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


No caso do Sr. Elienai Felix, o valor além de, expressivamente, baixo, foi feito em serviços (valor estimado em dinheiro). Tais doações, realizadas de forma transparente e completamente registrada em seus mínimos detalhes, não dão margem a qualquer questionamento que desmereça a iniciativa individual de pessoas que, por acreditarem em um projeto, doaram seus talentos e força de trabalho.