sexta-feira, 3 de junho de 2016

Paes entrega no domingo menos de um quinto do VLT que foi prometido por JULIANA DAL PIVA 03.06.2016 | 18H06

No próximo domingo (5), a prefeitura do Rio de Janeiro vai inaugurar o primeiro trecho do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da cidade. O contrato para construção desse meio de transporte foi assinado pelo prefeito Eduardo Paes com um consórcio composto por seis empresas há três anos, em uma cerimônia que contou com a presença da presidente da República afastada, Dilma Rousseff.
Em 2013, na ocasião do lançamento do projeto orçado em R$ 1,164 bilhão (R$ 532 milhões do governo federal e R$ 632 milhões do município), a prefeitura destacou que o VLT conectaria a Região Portuária, o centro financeiro da cidade e o Aeroporto Santos Dumont. Estavam previstas, segundo o site da própria prefeitura“seis linhas com 42 paradas (quatro delas em estações na Rodoviária, Central do Brasil, Barcas e aeroporto) distribuídas por 28 km de vias.” Todo o VLT estaria“concluído” até o fim do primeiro semestre de 2016.
Em 2014, ao apresentar o protótipo do VLT em novo evento público, a prefeitura divulgou um mapa ainda mais amplo, que mostrava um trajeto composto por 44 paradas, e não mais por 42. 
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Na inauguração prevista para ocorrer no próximo domingo, serão entregues à população somente oito paradas. Esses pontos representam 18% do total prometido em 2014 e que deveria ter ficado pronto até o fim deste semestre.
Até o fim do mês a prefeitura promete ter em funcionamento um total de uma estação (onde será possível comprar passagens) e 18 paradas. Esses 19 pontos representam 43% do que foi prometido há dois anos.
Confira abaixo a imagem do traçado original (divulgado em 2014) e aqui uma versão amplificada dele:
mapa-vlt

Na imagem a seguir, que mostra o traçado final do projeto, é possível identificar que 14 paradas prometidas em 2014 deixaram de existir desde então. São elas: Nabuco de Freitas, Barão de Mauá, Garcia Pires,  Buenos Aires, Antonio Lage, Sousa e Silva, Barão de Tefé, América, Duque de Caxias, Campo de Santana, Carioca (na rua da Carioca), Carmo, Misericórdia e Rivadávia Correa.
Constata-se que outras sete paradas mudaram de nome, e que uma foi criada: a Antônio Carlos.
mapa abaixo (do projeto final) foi fornecido à Lupa pela Secretaria Municipal de Transportes:
VLTARRUMADO
A partir de domingo, quando o prefeito Eduardo Paes inaugurar o que chama de Etapa 1 do VLT ao lado do presidente da República em exercício, Michel Temer, o trecho que aparece em azul escuro na imagem abaixo entrará em funcionamento. A segunda parte, que aparece pontilhada de vermelho, deverá ser aberta paulatinamente, semana a semana, até o fim de junho.
Veja versão ampliada da imagem abaixo:
Mapa-VLT-primeira-fase
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Transportes do Rio, o projeto todo só deverá estar pronto em 2017. Quando isso ocorrer, o VLT terá um total de três estações (onde se compra passagem) e 28 paradas. Mas esses 31 pontos também estarão abaixo da promessa feita pela prefeitura em 2014. Representará apenas 70% das 44 paradas anunciadas. Ainda assim, o VLT carioca terá, ao todo, 28 quilômetros de extensão, conforme previsto no projeto original.
AS ETAPAS
Segundo a Secretaria Municipal de Transportes do Rio, até o fim de 2016, será inaugurada a Etapa 2, que conectará a parada Vila Olímpica, a Central do Brasil com a Praça XV (Barcas) e a Gamboa com a Parada dos Navios.
No ano que vem, outras quatro paradas serão abertas, ligando a Central à Candelária e São Diogo – Praia Formosa.
O novo cronograma difere, portanto, do que foi prometido. No anúncio do VLT, a prefeitura informou que a construção do trecho Vila Olímpica – Santo Cristo – Praça Mauá – Cinelândia teria como prazo para conclusão o segundo semestre de 2015. O trecho Central – Praça XV, Santo Cristo – Central – Candelária, América – Vila Olímpica e Praça XV– Santos Dumont só seria concluído no primeiro semestre de 2016.
Do orçamento de R$ 1,164 bilhão, a prefeitura informou à Lupaque gastou até o momento  R$ 1,157 bilhão.
O QUE DIZ A PREFEITURA
Procurada, a Secretaria Municipal de Transportes do Rio disse que o conceito de linhas do VLT foi substituído pelo de serviço. Sobre a redução do número de paradas de 42 para 31, a SMTR informou que a mudança “se deu após conclusão do projeto executivo, que levou à configuração atual mantendo distância média entre as estações de 400 metros e intervalos de 3 a 15 minutos”.
A secretaria informou ainda que não houve atraso no início da obra. “As intervenções começaram mesmo antes com a execução do Túnel Ferroviário sob o Morro da Providência e da preparação das calhas do eixo de passagem do VLT na implantação das vias do Porto Maravilha. Houve impacto sobre o cronograma em alguns trechos porque a concentração do eixo de passagem do sistema no Centro Histórico do Rio de Janeiro, área de prospecção e pesquisa arqueológica obrigatória, gerou tempo maior que o previsto até a liberação desses trechos para as obras” diz a nota.
Segundo a SMTR, na primeira fase de operações, os trens farão o transporte de passageiros entre 12h e 15h. Até os Jogos Olímpicos, o VLT deve funcionar diariamente das 6h à meia-noite. No período de adaptação do novo sistema não haverá cobrança de tarifa e agentes da concessionária darão explicações aos passageiros sobre trajetos e procedimentos no novo transporte.

O consórcio Carioca reúne as empresas Actua – CCR (24,4375%), Invepar (24,4375%), OTP – Odebrecht Transportes (24,4375%), Riopar Participações, sócia do Grupo CCR na CCR Barcas (24,4375%), Benito Roggio Transporte (2%) e RATP do Brasil Operações (0,25%), que serão responsáveis pelas obras de implantação, compra dos trens e sistemas, operação e manutenção do VLT por um período de 25 anos.

Das 44 paradas prometidas em 2014, 27 ficarão prontas até o fim do ano, quatro, em 2017. Outras 13 desapareceram do projeto

Prometidas em 2014 para entrega até junho de 2016
No domingo
Até agosto
Até dezembro
Em 2017
Santos Dumont
Misericórdia
Barcas/ Pça XV
Carmo
Rio Branco/Colombo
Rua da Carioca
Pça Tiradentes
Campo de Santana
Saara
D. de Caxias
Central
América
Nabuco de Freitas
São Diogo
Barão de Mauá
Praia Formosa
Garcia Pires
Cinelândia
Almirante Barroso/Carioca
Sete de Setembro
Buenos Aires
Candelária
Sta. Rita
Camerino
Itamaraty
Vila Olímpica
Pereira Reis
Gamboa
Pedro Ernesto/ Providência
Harmonia
Antonio Laje
Sousa e Silva
Barão de Tefé
São Bento
Pça Mauá/ Parada dos Museus
Rodr. Alves/ Parada dos Navios
Silvino Montenegro/ Utopia
Rivadavia Correia
Cidade do Samba
Santo Cristo
Equador
Cordeiro da Graça
Novo Rio 1
Novo Rio 2
Antonio Carlos
Fonte: Secretaria Municipal de Transporte - Arte: Agência Lupa

Investidores dos EUA processam Bradesco por envolvimento na Operação Zelotes5 Reuters Jonathan Stempel 03/06/2016 18h31

O Bradesco foi processado nesta sexta-feira (3) em um tribunal dos Estados Unidos por investidores que acusam o segundo maior banco privado do Brasil de ocultar envolvimento no esquema investigado pela Operação Zelotes, da Polícia Federal.
O processo foi aberto no tribunal distrital de Manhattan em nome de detentores de recibos de ações (ADSs) do Bradesco. A ação busca obter da Justiça norte-americana status coletivo em favor dos investidores em ADSs do banco entre 30 de abril de 2012 e 31 de maio de 2016.
Os investidores alegam que o preço da ação do banco foi inflado por causa de informações supostamente falsas e enganosas prestadas pelo Bradesco.

Bradesco não vê justificativa

Em comunicado, o Bradesco afirmou que suas ações não tiveram oscilações relevantes para que o banco fosse alvo de ação judicial de investidores nos Estados Unidos.
O banco também informou que vai contratar escritórios de advocacia para representá-lo na questão.

Outorga merecido de Moção e Louvor: o prestígio a solenidade ministrado no Vitória's Restaurante, através do presidente do Clube dos Pioneiros de Brasília representado por Roosevelt Dias Beltrão a Rubens Leard Gallerani e Francisco De Assis Chiaratto







Propina a jato Superfaturamento de US$ 900 milhões na compra de 36 caças supersônicos pode ter favorecido Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, e o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho

PREFEITO LOBISTA Luiz Marinho voou no caça sueco e foi decisivo para o contrato de US$ 5,4 bilhões
Crédito: ERNESTO RODRIGUES/ESTADÃO CONTEÚDO/AE
SIGILO BANCÁRIO Documentos da PF e do MP provam que Luis Cláudio Lula da Silva recebeu R$ 10 milhões de forma ilegal (Crédito: ERNESTO RODRIGUES/ESTADÃO CONTEÚDO/AE)

O Ministério Público e a Polícia Federal estão convencidos de que Luís Cláudio Lula da Silva, filho caçula do ex-presidente Lula, e o prefeito petista de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, estão envolvidos com o recebimento de propinas na compra dos 36 aviões caças suecos Gripen feita pelo governo federal em outubro de 2014. O negócio no valor de US$ 5,4 bilhões é um dos mais nebulosos realizados pela gestão de Dilma Rousseff. A hipótese de um superfaturamento estimado em US$ 900 milhões vem sendo apurada há algum tempo, mas, na semana passada, agentes da Operação Zelotes que tiveram acesso à quebra do sigilo bancário da empresa de Luís Cláudio se convenceram de que propinas foram efetivamente pagas. A LFT Marketing Esportivo, empresa do filho do presidente, era investigada por ter movimentado irregularmente R$ 4,6 milhões. Os documentos bancários, porém, provam que Luís Cláudio recebeu mais R$ 10 milhões dos lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni. Ambos atuaram, com o aval e apoio do prefeito Marinho, na venda dos caças.
O ESCOLHIDO O Gripen era o azarão e acabou favorito. Qual o segredo?
O ESCOLHIDO
O Gripen era o azarão e acabou favorito. Qual o segredo? (Crédito:Divulgação)
O dinheiro encontrado nas contas da empresa de Luís Cláudio será rastreado e, nos próximos dias, toda a documentação será remetida para um outro grupo do Ministério Público do Distrito Federal que investiga especialmente o negócio feito com os suecos. O inquérito aberto para apurar a compra dos aviões chegou a ser arquivado em outubro do ano passado, mas foi reaberto em fevereiro após uma busca e apreensão feita no escritório dos lobistas, atualmente presos pela Zelotes. Agora, com a descoberta dos R$ 10 milhões do filho de Lula as investigações se afunilam. “A escolha dos caças da empresa sueca pode ter sido resultado não apenas de critérios técnicos, mas de possível influência indevida”, redigiu o procurador Anselmo Cordeiro Lopes no despacho que reabriu as investigações. “Essa influência envolve corrupção de agentes ou ex-agentes públicos federais”. O contrato assinado pelo governo tem um valor US$ 900 milhões acima da proposta efetuada pela própria empresa sueca. Emails apreendidos pela Operação Zelotes mostram que um executivo da Saab (representante do Gripen) procurou a ajuda de Marcondes e do prefeito Marinho para agendar reuniões com o ex-presidente Lula meses antes de ser assinado o compromisso.
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“Temos indícios de que os R$ 10 milhões localizados na conta da LFT tenham origem no esquema dos aviões”, disse à ISTOÉ na quarta-feira 1 um dos procuradores que acompanham a Operação Zelotes. “E temos provas concretas de que o prefeito Luiz Marinho participou desse negócio”. O procurador estranha o fato de o prefeito ter influenciado na compra dos caças, ainda que em São Bernardo esteja uma das unidades da Saab. “Por que um prefeito que não tem nenhuma relação com as Forças Armadas e nenhum conhecimento técnico sobre aviões de guerra exerceu tanta influência nessa negociação?”, questiona o procurador.
É verdade que o prefeito, ex-sindicalista, não tem conhecimento técnico para optar sobre a compra de caças supersônicos e participou ativamente do processo que escolheu os caças Gripen para equipar a FAB. Mas o que não lhe faltou durante os anos de governo do PT foi influência política. Marinho é íntimo da família do ex-presidente. Considerado por Lula o melhor candidato para disputar o governo de São Paulo em 2018, é um dos poucos petistas que visita o ex-presidente sem avisar com antecedência. Embora tenha se reunido com americanos e franceses que concorreram com os suecos, Marinho sempre se mostrou um parceiro da Saab. Em 2010, o prefeito, embora não tivesse nenhum cargo formal para tratar do caso, viajou a Suécia e chegou a voar em um caça Gripen. Naquele momento, Lula havia praticamente se comprometido a comprar aviões franceses e no início do governo de Dilma os caças norte-americanos foram apontados pelo Ministério da Defesa como os favoritos. A escolha do Gripen surpreendeu a todos os especialistas. “O peso político do prefeito, muito próximo da família Lula foi determinante para a decisão”, afirma um lobista que defendia a compra dos caças norte-americanos.
De acordo com os delegados e procuradores que atuam na operação Zelotes, o rastreamento dos R$ 10 milhões encontrados na conta da empresa do filho de Lula certamente indicará a origem dos recursos. Num confronto preliminar feito com os documentos apreendidos no escritório dos lobistas, os investigadores encontraram indícios de que a empresa possa ter sido usada para receber as propinas e que parte do dinheiro possa ter sido repassada a Luiz Marinho. O prefeito nega qualquer irregularidade, mas admite ter defendido a compra dos aviões suecos junto a autoridades do governo federal. Segundo ele, o objetivo não era obter vantagens indevidas, mas criar um polo de desenvolvimento tecnológico em São Bernardo. Dois oficiais da FAB ouvidos na semana passada por ISTOÉ, no entanto, asseguram que houve pagamentos de propinas e lamentam o fato de a própria Aeronáutica não ter tido uma participação mais efetiva na elaboração do contrato.
O ex-presidente Lula já depôs nesse processo e disse achar “um absurdo” a possibilidade de seu filho e de Marinho terem se beneficiado. Nas próximas semanas, tanto o prefeito como o caçula de Lula deverão ser convocados para dar explicações.
NEGOCIAÇÃO Lula (à dir.) com José Mindlin, na época à frente da Metal Leve, em 1977
NEGOCIAÇÃO Lula (à dir.) com José Mindlin, na época à frente da Metal Leve, em 1977 (Crédito:Arquivo/AE)

O jogo duplo de Lula

O novo e último livro da série do jornalista Elio Gaspari sobre a ditadura militar brasileira, “A Ditadura Acabada”, é a parte mais conhecida da narrativa sobre os anos de chumbo. Vai do desmantelamento de regime autoritário, a partir de 1977, até a abertura, marcada pela eleição de Tancredo Neves, em 1985. Passa assim pelo nascimento de Luiz Inácio da Silva, o Lula, como liderança. Gaspari mostra como nas grandes greves metalúrgicas do Grande ABC, em São Paulo, Lula cresceu e se tornou uma figura de destaque nacional. Mas o ganho de popularidade pessoal do então líder do Sindicato dos Metalúrgicos não foi, como se sabe, acompanhada pela vitória dos trabalhadores representados por ele. O livro relaciona fatos, entrevistas e documentos que legitimam a desconfiança da composição do líder com os “patrões” na derrota da paralisação de 1979. Ilustram declarações (de “companheiros”, inclusive) e a reprodução de um bilhete afetuoso a Cláudio Bardella, com quem Lula negociou a capitulação de 1979, uma derrota para a categoria que representava. (Ana Weiss)

Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira

Todo esse mar de lama de corrupção, enriquecimentos ilícitos, nos dar a certeza da putrefação da política já que não existe ideologia. Um mandato parlamentar concede ao mau político a fazer negociatas com o erário público de interesses pessoais, sem o mínimo interesse com os sérios problemas e dificuldades enfrentadas pela nação, se esquecendo de que a pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. O voto no Brasil precisa deixar de ser obrigatório, pois a democracia séria e justa contempla esses benefícios a todos que não se identifiquem com as propostas de candidatos.

“Provérbios 12,34. A Justiça faz a grande a Nação, o pecado é a vergonha dos povos.”

 “Respeito”. Palavra que para algumas pessoas nem existe no dicionário, respeito é um aprendizado que deveria começar no berço, saber ser ético, respeitar o próximo isso é uma qualidade que todo ser humano precisa ter Senhor Lula! É uma atitude tão simples saber respeitar isso é pensar no próximo! A ausência desta qualidade Senhor Lula faz do homem um ser desprezível! Lembram-se desta frase Respeite a si mesmo como respeita o próximo! É deste jeito que tinha que ser! No meu vê quem não sabe se der ao respeito no meu ponto de vista o qualifico de desonesto!

Delação de Odebrecht: Dilma pediu pessoalmente para pagar dívida de R$ 12 milhões

Do R7 

Acordo firmado entre Marcelo Odebrecht e Justiça é revelado pela revista IstoÉ
Marcelo Odebrecht: o homem-bombaBBC World Service
A revista IstoÉ traz em sua reportagem de capa deste final de semana detalhes da delação premiada de Marcelo Odebrecht, principal acionista da empreiteira que leva o nome da família. Ele revelou à Justiça que a presidente afastada Dilma Rousseff teria cobrado pessoalmente uma doação ilegal de campanha.
Segundo a publicação, o tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva, cobrou R$ 12 milhões de Marcelo, entre o 1º e 2º turnos, para fazer um pagamento “por fora” para o marqueteiro João Santana e para o PMDB.
O empresário se recusou a fazer o pagamento, mas resolveu passar a história a limpo com a presidente.
Dias depois, em encontro pessoal, o empreiteiro e a presidente afastada mantiveram a seguinte conversa:
— Presidente, resolvi procurar a senhora para saber o seguinte: é mesmo para efetuar o pagamento exigido pelo Edinho? — perguntou Odebrecht.
— É para pagar — respondeu Dilma.
O executivo decidiu fechar em março o acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, após ser condenado pelo juiz Sérgio Moro a 19 anos e 4 meses de cadeia. A empresa também afirmou que buscará colaborar com a Justiça e atualmente negocia um acordo de leniência, o que vai levar outros executivos a também prestarem depoimento.
A delação de Marcelo e o acordo com a empresa é interpretado em Brasília como uma “bomba”. Isso porque os investigadores da Operação Lava Jato descobriram um setor de propinas estruturado na empresa. Além disso, foi encontrada uma planilha de pagamentos com os nomes de mais de 200 políticos — a operação investiga justamente quais desses pagamentos eram legais e quais eram ilegais.
De acordo com a publicação, a delação “atesta que a presidente afastada não apenas sabia como atuou pessoalmente numa operação criminosa. Aos integrantes da força-tarefa da Lava Jato, o empreiteiro desfiou com riqueza de detalhes a ação da presidente”.
Ao procurar Odebrecht, Edinho teria afirmado que, dos R$ 12 milhões, metade iria para João Santana e metade para o PMDB, do presidente interino Michel Temer, que era o vice na chapa presidencial encabeçada por Dilma.
À época, segundo revista, a empreiteira já tinha feito uma doação de R$ 14 milhões à campanha, mas o caixa precisava ser reforçado para a batalha do segundo turno.
O acordo de Odebrecht com a Justiça foi firmado na última semana, segundo a IstoÉ, mas ainda precisa ser homologado pelo ministro Teori Zavascki.