sexta-feira, 3 de junho de 2016

Uma conta bilionária para você pagar

Impacto financeiro dos reajustes salariais aprovados na quarta-feira em Brasília seria de R$ 119 bilhões nos próximos quatro anos


Crítico do pacote de reajustes aprovado na calada da noite de quarta-feira pela Câmara, o deputado Nelson Marchezan Jr. (PSDB) fez as contas com sua assessoria técnica e chegou à conclusão de que o impacto dos aumentos é muito superior aos R$ 50 bilhões divulgados pela imprensa. Seriam R$ 119 bilhões nos próximos quatro anos, sem levar em conta a repercussão nos cofres da União, dos Estados e dos municípios, pelo efeito cascata que produz, por exemplo, a elevação do teto salarial de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil.
O Palácio do Planalto não divulgou números. O presidente interino Michel Temer limitou-se a dizer que os aumentos estão previstos na meta fiscal aprovada pelo Congresso, de um déficit de R$ 170,5 bilhões neste ano. Os 14 projetos, que reorganizam carreiras e reajustam salários de servidores públicos e subsídios de ministros do Supremo Tribunal Federal (e de todos os tribunais superiores) desrespeitam, na avaliação de Marchezan, a Lei de Responsabilidade Fiscal, porque não informam com clareza o impacto nas contas públicas. 
Antes da votação, os tucanos jogaram a última cartada para evitar a aprovação. Foram ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, saber se os gastos não eram incompatíveis com o ajuste fiscal. O ministro, sempre tão incisivo, titubeou, mas disse que se tratava de um acordo. O líder do PSDB, Antonio Imbassahy, informou que a bancada votaria a favor, mas avisou: não contem com o PSDB para aprovar qualquer aumento de carga tributária.
No Rio Grande do Sul, a Secretaria da Fazenda ainda não fez as contas de qual será o impacto, mas a elevação do teto e o aumento para magistrados e membros do Ministério Público e do Tribunal de Contas é incompatível com o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias que está na Assembleia e que prevê somente 3% de elevação nos gastos com pessoal.
O governador José Ivo Sartori, que enfrenta uma crise na educação, com a greve dos professores e a ocupação das escolas, e outra na segurança, com a demissão dos diretores de presídios, terá de sacrificar ainda mais o Executivo para bancar os aumentos de gastos nos outros poderes. 

por Gerson Camarotti Temer diz que reajuste salarial pacifica relação com funcionalismo

O presidente em exercício Michel Temer defendeu na noite desta quinta-feira (2) a aprovação dos projetos que aumentaram os salários do funcionalismo. Em conversa telefônica com oBlog, Temer afirmou que esse reajuste já tinha previsão no orçamento, e reconheceu que foi um bom acordo feito pelo governo anterior. 

“Foi um bom acordo porque o reajuste ficou abaixo da inflação. Esse valor já estava contabilizado no déficit projetado pelo governo anterior de R$ 96 bilhões. Portanto, essa conta já estava prevista. Não houve alteração orçamentária”, disse Temer, para em seguida acrescentar: “Não dá para ficar a impressão de que o governo está gastando mais do que devia”. 

Para o presidente em exercício, o reajuste deve “pacificar a relação com o funcionalismo” na sua gestão. “Com esse acordo, não se discute mais esse assunto”, disse Temer.  Temer acrescentou que é preciso ressaltar isso para não ficar a impressão de que o governo está gastando mais do que devia. 

Michel Temer ressaltou ainda o placar da votação que ampliou e prorrogou a DRU (Desvinculação de Receitas da União), mecanismo que permite a União remanejar o seu orçamento. Segundo Temer, o placar de 334 votos demonstrou que há uma forte governabilidade na Câmara. “O placar foi de 334 porque teve ausências. Sem isso, nossa votação chegaria aos 371 votos na Câmara”, ressaltou.

Dilma sabia tudo sobre Pasadena, afirma Cerveró em delação premiada Ex-diretor diz ter atuado para Petrobras fechar contrato com filho de FHC. Collor teria recebido de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões da UTC, diz Cerveró.

O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró disse em depoimento de delação premiada que a presidente afastada, Dilma Rousseff, sabia de todos os detalhes da compra da refinaria de Passadena, nos Estados Unidos, que trouxe prejuízo aos cofres da Petrobras.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa da presidente afastada informou que prestou informações sobre o caso de Pasadena à Procuradoria Geral da República em 8 de abril de 2014. (leia os esclarecimentos prestados)
O teor das delações de Cerveró foi tornado público nesta quinta-feira (2), após retirada do sigilo do processo pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria Geral da República. Pelo acordo de delação, ele deixará a prisão no próximo dia 24 e se comprometeu a devolver mais de R$ 17 milhões em dinheiro desviado.
Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por 50% da refinaria (US$ 190 milhões pelos papéis e US$ 170 milhões pelo petróleo que estava em Pasadena). O valor é muito superior ao que foi pago um ano antes pela belga Astra Oil pela refinaria inteira: US$ 42,5 milhões. O preço levantou suspeitas de superfaturamento e evasão de divisas na negociação.
Segundo relato do depoimento de Cerveró no texto do acordo de delação, "Dilma Rousseff tinha todas as informações sobre a refinaria de Pasadena". O texto diz ainda "que o Conselho de Administração não aprova temas com base em resumo executivo; que o projeto foi aprovado na Diretoria Executiva da Petrobras numa quinta e na sexta o projeto foi aprovado no Conselho de Administração; que esse procedimento não era usual".
Em outro trecho, Cerveró diz "que não corresponde à realidade" a afirmativa de Dilma Rousseff de que somente aprovou a aquisição porque não sabia das cláusulas do contrato que trouxeram prejuízo à Petrobras.
Delatores
Diversos delatores da Lava Jato, entre eles o senador cassado Delcídio do Amaral (sem partido-MS), disseram ter havido "ilícitos" na compra da refinaria. Em 2014, o Tribunal de Contas da União (TCU) calculou um prejuízo de US$ 792,3 milhões no negócio.
Delcídio disse ainda que não haveria possibilidade de isentar o Conselho de Administração no caso. O senador cassado também relatou que a decisão de comprar a refinaria decorreu de uma "ação entre amigos", de executivos e técnicos da Petrobras. Seriam interessados no caso os ex-diretores Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, além do lobista Fernando Baiano.
"Que supõe que Dilma Rousseff sabia que políticos do Partido dos Trabalhadores recebiam propina oriunda da Petrobras; Que, no entanto, o declarante nunca tratou diretamente com Dilma Rousseff sobre o repasse de propina, seja para ela, seja para políticos, seja para o Partido dos Trabalhadores; Que o declarante não tem conhecimento de que Dilma Rousseff tenha solicitado, na Petrobras, recursos para ela, para políticos ou para Partido dos Trabalhadores", diz trecho do acordo de delação.Na delação, Cerveró disse supor que Dilma, à época presidente do Conselho de Administração da Petrobras, sabia do pagamento de propina a políticos do PT no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.
Governo FHC
No acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal, Cerveró afirmou que, em 1999 ou 2000, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, o então presidente da estatal Philippe Reichstul o orientou a fechar contrato para operação de termelétricas com a empresa PRS Participações, que seria vinculada a Paulo Henrique Cardoso, filho de FHC.
G1 tentou contato com a assessoria de Fernando Henrique Cardoso mas não obteve resposta. O ex-presidente está em viagem na Europa. À TV Globo, o filho de FHC disse que não conhece as empresas mencionadas e negou que tenha qualquer vínculo com elas.
Segundo Cerveró, o lobista Fernando Soares e o ex-senador Delcídio do Amaral, que na época era diretor de Petróleo e Gás da Petrobras, queriam que a empresa Union Fenosa fechasse contrato com a Termoelétrica do Rio (Termorio), para atuar no programa criado por FHC de abastecimento de energia por termoelétricas.
No entanto, Cerveró diz que atuou para que a empresa de Paulo Henrique Cardoso fechasse o contrato, após a orientação de Reichstul. Na ocasião, Cerveró era subordinado a Delcídio, na Diretoria de Petróleo e Gás, mas havia sido incumbido da negociação.
“Cerveró recebeu Fernando Soares e os dirigentes da Union Fenosa. Eles acreditavam que o negócio estava fechado, mas souberam que ele havia sido fechado antes com a empresa PRS Participações, vinculada ao filho de FHC, Paulo Henrique Cardoso.
O negócio havia sido fechado pelo próprio Cerveró por orientação do então presidente da Petrobrás Philippe Reichstul”, diz trecho da delação. Segundo o depoimento do ex-diretor da Petrobras, Delcídio do Amaral e Fernando Soares ficaram contrariados por perderem o negócio.
“Cerveró conta que Fernando Soares e os dirigentes da Union Fenosa ficaram muito surpresos. Cerveró afirma que Delcídio não sabia que o negócio havia sido fechado com o filho de FHC e que Delcídio também ficou contrariado com a situação. O negócio acabou sendo aprovado, inclusive com voto de Delcídio”, diz a delação.
Ex-presidente Collor
No mesmo texto do acordo de delação, Cerveró afirmou que o senador Fernando Collor (PTC-AL) recebeu de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões da empreiteira UTC, por meio do ex-ministro Pedro Paulo Leoni Ramos, para que a empresa construísse bases de distribuição da BR Distribuidora, empresa ligada à Petrobras responsável pela distribuição de combustíveis.
Em outro acordo de delação premiada, o empresário Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, afirmou que pagou R$ 20 milhões em propina para fechar contratos na BR Distribuidora. Parte desse dinheiro, afirmou Pessoa, teria sido repassada a Collor por meio de Pedro Paulo. Além disso, diretores da BR também teriam sido beneficiados com desvios.
A assessoria de Pedro Paulo Leoni Ramos afirmou que o ex-ministro não comenta delações premiadas e se pronunciará nos autos, ao apresentar sua defesa.
Em nota, Fernando Collor disse repudiar os termos da delação de Cerveró, "que são absolutamente inverídicos". O ex-presidente diz que "jamais recebeu qualquer valor espúrio seja da UTC, seja de qualquer outra empresa ou pessoa física, bem como jamais autorizou ou permitiu que qualquer terceiro o fizesse em seu nome".
"É preocupante para a democracia quando implicados procuram lavar seus malfeitos enodoando a reputação alheia sem apresentar qualquer dado concreto e, ainda assim, recebem acolhida de instituições como o Ministério Público e da própria imprensa como se fossem arautos da verdade", diz o posicionamento do senador por Alagoas.

Na conta da Petrobras

POR MERVAL PEREIRA

Já existem documentos em posse da Procuradoria-Geral da República que revelam que a presidente afastada, Dilma Rousseff, tinha conhecimento do teor das negociações envolvendo interesses políticos na compra da refinaria de Pasadena, antes da reunião do Conselho de Administração da Petrobras que aprovou o negócio. 
Os envolvidos na venda de Pasadena trocavam mensagens em uma rede de e-mails do Gmail que não era rastreável, pois as mensagens ficavam sempre numa nuvem de dados, sem serem enviadas. Numa dessas mensagens, na véspera da reunião decisiva, há a informação de que “a ministra” já estava ciente dos arranjos dos advogados.
Em outras mensagens, há informações sobre pagamentos de itens pessoais da presidente pelo esquema montado na Petrobras, como o cabeleireiro Celso Kamura, que viajava para Brasília às custas do grupo. Cada ida de Kamura custava R$ 5 mil. Há também indicações de que um teleprompter especial foi comprado para Dilma sem ser através de meios oficiais, para escapar da burocracia da aquisição.
Um tiro no pé da defesa
O pedido do advogado da presidente afastada para incluir no processo do impeachment em curso no Senado os áudios gravados pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado é um tiro no pé da defesa, pois amplia o escopo das acusações para incluir a Lava-Jato. O relator, o tucano Antonio Anastasia, fez um favor a José Eduardo Cardozo recusando o pedido, pois ele poderia fazer com que a bancada do atual governo levasse para o processo gravações de Lula com o mesmo objetivo de cercear as investigações da Lava-Jato.
Na reunião da comissão do impeachment ontem, essas gravações de Lula já apareceram nos debates e, se o escopo da denúncia fosse ampliado, poderiam entrar as contas de 2014 e as denúncias do ex-senador Delcídio Amaral sobre tentativas da própria Dilma Rousseff de libertar empreiteiros presos.
A nomeação do ministro Marcelo Navarro para o STJ, com o objetivo de libertar Marcelo Odebrecht, foi confirmada pelo próprio nas tratativas para sua delação premiada, dando veracidade ao relato de Delcídio.
Está claro, com a tentativa de anexar aos autos as gravações de Sérgio Machado sobre a Lava-Jato, a vontade de limitar a acusação às pedaladas de 2015 e aos decretos não autorizados pelo Congresso para dificultar a acusação e o desejo de ampliar o raio de ação da defesa para dar ares de verdade à acusação de golpe.
Se o chamado conjunto da obra do governo Dilma entrasse na roda do julgamento, com todas as acusações que estão sendo reveladas agora, não haveria como defender a presidente afastada.
 Celso Kamura cuida dos cabelos de Dilma: viagens pagas para Brasília

quinta-feira, 2 de junho de 2016

HACKER QUE AMEAÇAVA MOSTRAR FOTOS DE MARCELA TEMER VAI PARA CADEIA

Polícia capturou hacker que chantageava a 1ª dama do ‘Alvorada’. Confira a notícia completa.

A esposa de Michel Temer chantageada.


Um hacker conseguiu invadir o aparelho celular de Marcela Temer esposa de Michel Temer e se apoderou de todos os dados pessoais da moça. O chantagista utilizou das informações para tentar extorquir valores da vítima em troca da devolução do conteúdo.
Michel Temer assumiu a presidência da república após a confirmação oficial doafastamento da presidente Dilma Rousseff, que permanece fora das atribuições presidenciais até o prazo máximo de 180 dias, para julgamento final do processo de ‘Impeachment’, no Senado Federal.
A primeira dama foi vítima de um crime muito aplicado entre o meio dos famosose de autoridades públicas no país. O golpe consiste na invasão do aparelho celular, o qual é feito um ‘backup’ (cópia fiel de todos os dados do telefone), com o propósito de extorsão.
A sua realização se dá através de‘hackes’, ou seja, aqueles que possuem conhecimentos elevados em informática e utilizam dessas especialidades para obter vantagens financeiras. Foi justamente o que aconteceu com a primeira dama.

Entenda como ocorreu

Marcela recebeu um primeiro telefonema, no qual foi exigida certa quantia, não revelada, a moça resolveu pagar para se ver livre de incômodos futuros, mas o que ela pensou que estaria resolvido foi somente munição para a nova chantagem que exigia o valor de R$ 15.000,00.
A atual primeira dama se sentiu desconfortada, pois os arquivos invadidos tinham fotos da época quando se tornou miss em sua cidade no interior paulista, documentos, além da sua agenda particular.
Muito recatada e preocupada em não atrapalhar a imagem do esposo, ou talvez acreditasse em alguém que estivesse falando a verdade sobre a entrega dos dados do celular, Marcela cedeu ao primeiro pagamento.
Como Marcela não conseguiu rever seus pertences, as chantagens foram parar nas mãos do futuro Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que, naquela semana ainda pertencia à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Moraes é amigo particular de Temer e logo se prontificou em colocar o um ‘ponto final’ na perpetração do crime. Mal sabia o hacker com quem estava mexendo.
Foi instaurado o inquérito aproximadamente há um mês, após o Secretário tomar ciência dos criminosos que imediatamente reformulou toda a equipe, por policiais de sua confiança para assumir o restante das investigações. A responsabilidade ficou a cargo do Delegado Rodolpho Chiarelli que, automaticamente, decretou sigilo absoluto das diligências.
Desde então, os policiais ficaram acompanhando as negociações o que facilitou a descoberta do suspeito. Na quarta-feira (11), os investigadores montaram um cerco para capturar o acusado. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) informou o sucesso da operação e a efetivação da prisão de Silvonei José de Jesus Souza, o hacker acusado de chantagear Marcela Temer.

Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira
Parabéns Senhor Ministro da Justiça Alexandre de Moraes pelo excelente trabalho quando esteve a frete da Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo.

Cerveró vai deixar prisão e devolver cerca de R$ 18 milhões

Ficou definido ainda que Cerveró só poderá ser condenado a no máximo 25 ano




POLÍTICA LAVA JATOHÁ 1 HORAPOR FOLHAPRESS


Ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró terá que devolver aos cofres públicos cerca de R$ 18 milhões por sua participação no esquema de corrupção da Petrobras. Ele também deixará a prisão no próximo dia 24 de junho -sendo que está preso desde janeiro de 2015


A devolução dos recursos foi acerta por Cerveró em seu acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República e que foi homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
A verba inclui, por exemplo, 1 milhão de libras esterlinas mantido em bancos de Londres, R$ 9,7 milhões, além de US$ 495 mil em contas sob controle da offshore Russel em Nassau, Bahamas. Se não cumprir o acordo, poderá perder fazenda ou imóveis na zona sul do Rio.
Ficou definido ainda que Cerveró só poderá ser condenado a no máximo 25 anos. Ele cumprirá um ano, cinco meses e nove dias em regime fechado na carceragem da PF e continuará a cumprir pena em casa a partir de 24 de junho. O ex-diretor da Petrobras terá que usar tornozeleira eletrônica até dezembro de 2018. Ele ficará em Petrópolis (RJ).
A delação foi homologada no fim do ano passado pelo Supremo. Ele fechou o acordo depois que foi descoberta uma trama com a participação do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) para evitar que Cerveró falasse. A PGR ofereceu denúncia ao STF acusando, além de Delcídio, o ex-presidente Lula, o banqueiro André Esteves, e o pecuarista José Carlos Bumlai, entre outros, por tentativa de obstrução à justiça. Todos negam ligação com a tentativa de compra do silêncio de Cerveró.
Em sua delação, Cerveró faz implicações a integrantes do PMDB, disse supor que a presidente afastada Dilma Rousseff tinha conhecimento de que políticos do PT recebiam propina da Petrobras
Ele afirmou ainda que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu-lhe um cargo público em 2008 como "reconhecimento" pela ajuda que ele prestou para quitar um empréstimo de R$ 12 milhões considerado fraudulento pela Operação Lava Jato.
Cerveró também atribuiu a Lula decisão de ter "concedido influência sobre a BR Distribuidora" ao senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL). Poder semelhante teria sido dado ao alagoano pela presidente Dilma Rousseff, conforme o delator alegou ter ouvido do senador.
Segundo Cerveró, por volta de setembro de 2013 ele foi chamado a Brasília para uma reunião com Collor na Casa da Dinda, residência do senador. Na ocasião, o senador disse ter falado com Dilma, "a qual teria dito que estavam à disposição de Fernando Collor a presidência e todas as diretorias da BR Distribuidora". Com informações da Folhapress.

Anastasia rejeita delações como prova na Comissão de Impeachment

"Os fatos indicados são totalmente estranhos ao objeto deste processo", argumentou Anastasia.


POLÍTICA SENADOHÁ 2 HORASPOR NOTÍCIAS AO MINUTO


O relator da Comissão Especial do Impeachment, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), rejeitou nesta quinta-feira (2) pedido para incluir, entre as provas que serão analisadas pelo colegiado, gravações de conversas de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, com o senador Romero Jucá (PMDB-RR


A inclusão das gravações e de cópia da delação de Machado foi solicitada pela defesa de Dilma Rousseff, visando comprovar que o afastamento da presidente resultou de estratégia para impedir investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
"Os fatos indicados são totalmente estranhos ao objeto deste processo", argumentou Anastasia.
A decisão resultou em protestos de senadores contrários ao impeachment e do advogado de Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo.
"Será que Sua Excelência presidente da República não tem o direito de provar que esse processo partiu de um claro desvio de poder, será que a defesa não tem direito de provar isso?", questionou Cardozo.
Testemunhas
A Agência Senado destaca que Anastasia analisou mais de 60 requerimentos de senadores com pedidos de convocação de testemunhas e de solicitação de documentos, além de 54 indicações de testemunhas pela defesa e cinco pela acusação.
Em sua manifestação, o relator acatou 20 desses pedidos de convocação e incluiu uma sugestão de oitiva da presidente afastada.
O advogado de Dilma Rousseff protestou frente à decisão do relator de apresentar seu parecer antes que a defesa se pronunciasse sobre as indicações de testemunhas e provas apresentadas pela acusação.
"Os requerimentos não foram encaminhados à defesa. Jamais se poderia permitir que o relatório fosse dado antes que a defesa, com prazo, pudesse se manifestar", frisou Cardozo.
Por esse motivo, as senadoras Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Fátima Bezerra (PT-RN) e os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e José Pimentel (PT-CE) solicitaram o adiamento da decisão da comissão sobre a convocação de testemunhas.
"Ninguém vai ‘tratorar’, estamos regidos pela Constituição e pelo Código de Processo Penal, não podemos passar por cima dessa legislação", protestou Vanessa Grazziotin.
Em sentido oposto, Waldemir Moka (PMDB-MS), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Alvaro Dias (PV-PR), José Medeiros (PSD-MT) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PR), entre outros, apoiaram os encaminhamentos propostos pelo relator.
"É nítido o interesse da defesa de evitar que o julgamento ocorra nos seis meses previstos na Constituição, o que ensejaria o retorno da presidente Dilma Rousseff ao exercício do mandato", afirmou Cássio Cunha Lima.
O presidente da Comissão Especial de Impeachment, Raimundo Lira (PMDB-PB), suspendeu a reunião por duas horas, para que os senadores pudessem analisar o relatório de Anastasia.