domingo, 13 de março de 2016

Protesto em Brasília reúne manifestantes na Esplanada dos Ministérios

Daniel Ferreira e Michael Melo/Metrópoles

Polícia Militar convocou 2.133 homens para atuar na segurança. Ato fará homenagem ao juiz Sergio Moro e soltará 7 mil balões brancos

Assim como ocorre no resto do país, os brasilienses saem às ruas neste domingo para protestar contra o governo de Dilma Rousseff. Acompanhe, em tempo real, tudo sobre o protesto na capital.

12h21 – Como é de costume nas manifestações realizadas em Brasília, o público começa a se dispersar pouco depois do meio dia.
João Amador/MetrópolesJOÃO AMADOR/METRÓPOLES
12h19 – Manifestação pacífica até o momento.
Daniel Ferreira/MetrópolesDANIEL FERREIRA/METRÓPOLES
Michael Melo/MetrópolesMICHAEL MELO/METRÓPOLES
12h16 – É gente! É muita gente!
12h13 – Nova estimativa da PM estima que o protesto conte com a presença de 100 mil pessoas.
12h10 – Organizadores lêem carta do movimento. ” Povo brasileiro exige a retirada imediata da presidente Dilma Rousseff. Ela não nos representa… Queremos os criminosos na cadeia, deixe o juiz Sérgio Moro trabalhar. Moro o povo brasileiro está ao seu lado. Apoiamos o Ministério Público, policia Federal e justiça brasileira”, dizem.
12h06 – Meio-dia, sol forte e ainda tem gente descendo a Esplanada rumo ao Congresso Nacional.
João Amador/MetrópolesJOÃO AMADOR/METRÓPOLES
12h01 – Carro de som distribui pixulecos para manifestantes. É o que conta a repórter Larissa Rodrigues, do Metrópoles.
11h51 – Calor e dia bonito em Brasília. Termômetros na Esplanada marcam 30°C.
11h46 – Manifestantes fazem até “ola” em frente ao Congresso Nacional.
11h42 – Até o momento o clima é tranquilo e não há registro de ocorrências graves.
Michael Melo/MetrópolesMICHAEL MELO/METRÓPOLES
11h31 – O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) participa das manifestações contra a presidente Dilma. Entre gritos de “fora PT!”, ele afirmou que veio como “cidadão” e disse que o ato demonstra a “insatisfação” do povo com o governo.
Essa é uma manifestação popular de que o povo não aguenta mais. Temos que tirá-la através do processo de impeachment ou do Tribunal Superior Eleitoral (STE). O prazo final para ela sair é 2018, só não sei se o Brasil vai aguentar até lá."
Jair Bolsonaro, deputado federal
11h27 – Polícia Militar atualiza a quantidade de pessoas na Esplanada dos Ministérios: 50 mil.
11h23 – O juiz Sérgio Moro é o personagem mais venerado na manifestação.
11h18 – Larissa Rodrigues, do Metrópoles: “Organização diz que manifestação não tem partido”. Ouça!
11h13 – Sósias de Dilma e Lula em cima de carro de som.
Daniel Ferreira/MetrópolesDANIEL FERREIRA/METRÓPOLES
11h10 – O repórter João Amador, do Metrópoles, dá o clima da área próxima à Rodoviária.
11h01 – Filha de Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT e autor do pedido de impeachment de Dilma, lê carta em nome do pai.
Aqueles que algum tempo assumiram o poder devastaram a nossa terra e submeteram o nosso país a miséria e ao vexame nacional e internacional. O Brasil não pertence a Dilma e Lula você não é dono do Brasil "
Hélio Bicudo
10h56 – Sátiras criticando o PT e o governo Dilma são cantadas durante ato.
10h44 – Polícia Militar acaba de informar a estimativa oficial de pessoas: 20 mil
10h34 – A repórter Larissa Rodrigues, do Metrópoles, fala sobre o clima durante o ato.
10h29 – Segundo os organizadores, 40 mil pessoas ocupam neste momento a Esplanada dos Ministérios. A Polícia Militar afirma que ainda não é possível dar uma estimativa oficial, pois as pessoas ainda estão muito dispersas.
10h22 – Manifestantes cantam o Hino Nacioanl e estendem faixa em apoio ao juiz Sérgio Moro.
10h11 – Faixas e humor em protesto em Brasília
10h06 – Na internet, gifs e memes começam a se multiplicar.

10h02 – A expectativa dos organizadores é reunir 50 mil pessoas simultaneamente na área central do Plano Piloto.
9h50 – Manifestantes começam a se reunir próximo ao Museu da República.
Daniel Ferreira/MetrópolesDANIEL FERREIRA/METRÓPOLES
9h44 – 7 mil balões branco com a palavra “Paz” serão soltos durante a manifestação.
9h42 – Ato contra Dilma terá cinco carros de som. Organizadores vão cantar o Hino Nacional, realizar uma homenagem ao juiz Sergio Moro e distribuir panfletos aos manifestantes.
9h38 –  Vendedores ambulantes aproveitam para faturar com o protesto. Bandeiras custam a partir de R$ 20 e Pixulecos, R$ 15.
MICHAEL MELO/METRÓPOLESMichael Melo/Metrópoles
Bandeiras custam a partir de R$ 20
9h31 – Confira como ficará o trânsito na área central do Plano Piloto.
Joelson Miranda/MetrópolesJOELSON MIRANDA/METRÓPOLES
9h20 – No total, 2.133 policias militares foram convocados para manter a segurança na Esplanada dos Ministérios.
9h16 – Por enquanto, o movimento ainda é tranquilo próximo ao Congresso Nacional.
PMDFPMDF
9h10 – Os primeiros manifestantes chegam na área central de Brasília. Policiais revistam mochilas e bolsas.
DIVULGAÇÃO/PMDFDivulgação/PMDF
PM olha mochila de manifestante

Multidão na Esplanada dos Ministérios

Por
Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira




QUE PAÍS É
ESTE? UM GOVERNO NÃO DEVE MANIFESTAR-SE OFICIALMENTE SOBRE QUESTÕES DA VIDA
PESSOAL DE UM CIDADÃO QUE ESTÁ SENDO INVESTIGADO POR CRIME! Onde o poder
Executivo na pessoa da Presidente afronta a constituição, nos valores da
democracia, vem a público oficialmente ridicularizar o Estado de Direito,
escarnecendo o judiciário em tom de ameaça: dizendo que o Governo não reconhece
o direito e a legitimidade do Ministério Público em investigar e acusar um
amigo da presidente “A questão do “poder investigatório do Ministério Público”,
como se convencionou denominá-la, continua pendente de julgamento definitivo
pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal. O tema é de grande importância para o
sistema penal brasileiro e coloca em jogo a validade de centenas de
investigações e processos em curso. Apesar disso, nem sempre tem sido tratado
com o necessário rigor metodológico, olvidando-se inclusive a comparação com os
ordenamentos jurídicos estrangeiros”. Amigo esse que hoje é um cidadão comum e
nem faz parte oficialmente do governo, além de possuir inúmeras denuncias
comprovadas de crimes cometidos por ele? Quer dizer então que basta ser amigo
do rei para estar acima da lei? Vergonha-nos na condição de ser brasileiro ao
ver a presidente usar seu cargo, se apropriando do país como se fosse à rainha
soberana e inquestionável... Ela só faltou dizer que vai punir os promotores e
juízes que estão participando da investigação... A presidente dizer
"oficialmente" que o governo não admite que o Sr. Lula seja acusado é
o mesmo que dizer que a República Federativa do Brasil não reconhece o poder e
as atribuições do judiciário porque não admite que questionem um amigo pessoal
da presidente... Ela pensa que é a imperatriz ditadora de uma republiqueta de
bananas... Isso é no mínimo imoral! Se ela quer advogar pessoalmente em favor
do amigo deveria se destituir antes do seu cargo ao invés de usar o poder do
cargo para isso... Isso sim é abuso de poder e de autoridade.

Protestos contra Dilma voltam embalados por escalada da crise política

Ações legais contra Lula incendiaram os movimentos antigoverno. Cresce apoio de empresários.


São Paulo
Manifestante antigoverno na Paulista no dia 4.Manifestante antigoverno na Paulista no dia 4.  AFP
Os protestos de movimentos anti-PT e pró-impeachment voltam neste domingo com maior apoio do establishment empresarial e político que há um ano e embalados pelo sentimento de que a derrubada do Governo Dilma Rousseff pode estar mais próxima. Do ponto de vista da mobilização dos participantes, um ingrediente importante entrou em jogo: a série de ações legais contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, começando com a condução coercitiva para prestar depoimento na sexta 4, e terminando, por ora, com o pedido de prisão preventiva do Ministério Público de São Paulo. Embora a Justiça ainda não tenha acatado o pedido, e não exista um prazo para fazê-lo, a notícia incendiou as redes sociais dos grupos mobilizadores e apoiadores na quinta-feira.
Um ano após uma onda verde e amarela invadir a avenida Paulista, em São Paulo, na maior manifestação que a oposição já fez em toda a história do Governo petista, os movimentos antigoverno planejam repetir a dose. Neste domingo, os organizadores da manifestação convocada desde o ano passado por movimentos como o Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Livre (MBL) esperam atrair mais de um milhão de pessoas, número próximo do registrado em 2015, quando esse contingente  foi à avenida Paulista gritar "fora Dilma", segundo a Polícia Militar. De acordo com os dados da medição do Datafolha, foram 210 mil pessoas no ato, recorde dos quatro mega-atos convocados contra o Planalto.
Se naquela época o Governo petista, acostumado a ser aquecido pelo calor dos movimentos sociais, sentiu pela primeira vez que tinha perdido o monopólio das mobilizações de massa, agora os protestos podem ser a pressão que faltava para que muitos políticos em Brasília tomem uma posição em relação ao impeachment, acelerando esse processo.
Longe do Planalto, o apoio à oposição nas ruas já está aumentando: atores, entidades de classes e políticos fazem convocações para a marcha. O juiz Sergio Moro e Newton Ishii, agente da PF conhecido como "Japonês da Federal", estão sendo usados como garotos-propaganda da manifestação. “Precisamos de vocês para juntar as forças, para combater a corrupção e tornar o Brasil mais justo”, disse, Ishii. “Contem comigo", finalizou, em um vídeo que organizadores do ato publicaram na página do Facebook do evento.
Em outro vídeo publicado na mesma página, aparece uma foto do juiz Sergio Moro, com uma narração de fundo: "Este homem e seu grupo estão, de verdade, mudando o Brasil. E agora, quando ele mais precisa de você, você vai deixá-lo sozinho?", questiona uma voz de filme policial, sobre uma montagem com a imagem de Moro na avenida Paulista.
"Essa polarização extremada, que vem desde as eleições de 2014 e teve um agravamento importante desde a condução coercitiva do ex-presidente Lula, indica a perspectiva de uma longa e custosa disputa entre os dois campos políticos"
Do lado empresarial, o apoio também cresceu. Paulo Skaf (PMDB), presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), realizou, no início da semana, uma reunião com representantes do MBL, do Vem pra Rua e de cerca de 100 entidades filiadas à Fiesp, para anunciar seu apoio ao ato. Na ocasião, disse que estaria na Paulista no domingo com a família. A Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), a Sociedade Rural Brasileira e algumas sessões estaduais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também divulgaram apoio. Nesta quinta-feira, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) disse que "pode ser" que vá à Paulista, "como cidadão", na que seria a primeira participação do presidenciável tucano neste tipo de ato.  Até então mais distante, Alckmin planeja, segundo a Folha de S. Paulo, ir ao protesto ao lado do senador Aécio Neves, seu concorrente na luta pela vaga de candidato a presidente do partido.
Embora o movimento Vem pra Rua evite falar em Impeachment, essa é uma das bandeiras que serão levantadas no domingo. Na realidade, talvez seja a maior delas. O ato, segundo o movimento, será "em apoio à Lava Jato, à Polícia Federal, ao Ministério Público e à Justiça Federal". Evitam falar do impeachment porque é feita uma associação direta com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), também implicado na Lava Jato. Mas fontes do movimento afirmam que ele será "também pelo fora Dilma”.

Confrontos e redes sociais

Os ânimos acirrados das últimas semanas levantaram uma certa tensão em torno dos atos de domingo, com maior temor por confrontos de rua do que no ano passado. Na semana passada, o PT e entidades ligadas ao partido chegaram a marcar um ato no mesmo dia e local, em São Paulo, para defender o Governo, aumentando ainda mais a expectativa de confronto. Desmarcaram pouco tempo depois. Os movimentos governistas decidiram então manter um ato de "apoio à democracia" para a sexta, 18. Em entrevista coletiva nesta sexta, Dilma Rousseff fez "um apelo para que não haja confronto" no domingo. "A manifestação é um momento importante para o país", disse.
Nas redes sociais o acirramento político ficou bastante visível. A evolução das menções aos protestos é bem parecida com a de março de 2015, segundo estudo realizado pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Dapp). Entre quarta e quinta-feira, foram registrados 115.000 tuítes sobre a manifestação.
De acordo com Marco Aurélio Ruediger, diretor da FGV/Dapp, essa evolução indica uma tendência de que veremos protestos de grande magnitude no domingo. "Embora não se possa afirmar isso com 100% de certeza, eu diria que é bem provável que tenha uma dimensão parecida – a se julgar pelo clima nas redes sociais", disse.
Nesta sexta-feira por volta das 16h, o tema corrupção era o mais popular no Twitter, segundo a ferramenta da Dapp. Em seguida, vinha protestos. Os temas na sequência eram segurança, educação, saúde e transporte.
Para Ruediger, o clima de radicalização política revela uma cisão política e social "mais profunda do que uma simples oposição ao governo ou a Dilma Rousseff. "Essa polarização extremada, que vem desde as eleições de 2014 e teve um agravamento importante desde a condução coercitiva do ex-presidente Lula, indica a perspectiva de uma longa e custosa disputa entre os dois campos políticos."

sábado, 12 de março de 2016

Juíza catarinense aplica teoria do adimplemento substancial para garantir apartamento a comprador

Sábado, Dia 12 de Março de 2016




A juíza Vera Regina Bedin, titular da 1ª Vara Cível de Itajaí/SC, concedeu tutela antecipada para garantir a imediata imissão de posse de um apartamento em benefício de comprador, cuja pretensão sofre impedimento da construtora sob argumento de inadimplência.
 
Ocorre, segundo os autos, que o consumidor, além de já ter efetuado o pagamento de parcela considerável do imóvel, sofreu ainda com o atraso na entrega do apartamento, teve de adiar casamento marcado e arcar com gastos de aluguel no período tanto que sua ação judicial busca também indenização por danos morais e materiais.
 
A magistrada, neste momento, analisou somente o direito de o demandante usufruir do apartamento e aplicou ao caso a teoria do adimplemento substancial. "O objetivo da teoria do adimplemento substancial é justamente garantir aos eventuais devedores a possibilidade de solverem suas dívidas quando já adimpliram a maior parte do valor contratado, sem que se lhes apliquem medidas mais gravosas, ficando resguardado ao credor o direito de buscar o pagamento do pequeno saldo por meio de ação de cobrança", explicou Bedin.
 
O contrato entre as partes foi firmado no valor de R$ 127 mil, com o adiantamento de R$ 119 mil através de financiamento pelo programa Minha Casa, Minha Vida. A diferença está no centro da discussão. "É injusta a negativa do réu em entregar as chaves do imóvel ao autor, haja vista que (este) pagou quase 100% do seu valor", anotou a juíza, que concedeu 48 horas para que a construtora entregue as chaves ao comprador, sob pena de multa diária de R$ 2 mil (Autos n. 0302236-45.2016.8.24.0033). 

BRASIL DELAÇÃO DELCÍDIO | N° Edição: 2414 | 11.Mar.16 - 20:00 | Atualizado em 12.Mar.16 - 21:00 O esquema Erenice Como a ex-ministra da Casa Civil e fiel escudeira de Dilma operou em Belo Monte, ao lado de Palocci e Silas Rondeau, um propinoduto de R$ 45 milhões para abastecer as campanhas eleitorais de 2010 e 2014 Débora Bergamasco

Além de fornecer um dossiê explosivo sobre as tentativas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff para tentar barrar as investigações da operação Lava Jato, o ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), revela, em acordo de deleção premiada, um sofisticado esquema de corrupção nas obras da usina de Belo Monte. As informações estão dispostas no anexo sete da delação, obtido por ISTOÉ na quarta-feira 9. 
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Antiga companheira: Erenice Guerra está com Dilma desde que a atual presidente
ocupou o Ministério de Minas e Energia 
 
Segundo o senador, um “triunvirato”, formado pelos ex-ministros Erenice Guerra, Antônio Palocci e Silas Rondeau, movimentou cerca de R$ 25 bilhões e desviou pelo menos R$ 45 milhões dos cofres públicos diretamente para as campanhas eleitorais do PT e do PMDB em 2010 e 2014. Nas duas disputas presidenciais os partidos estavam coligados na chapa liderada por Dilma Rousseff. “A propina de Belo Monte serviu como contribuição decisiva para as campanhas eleitorais de 2010 e 1014”, afirmou o ex-líder do governo no Senado aos procuradores.
 
Denúncias sobre corrupção nas obras de Belo Monte já haviam sido feitas por outros delatores, mas é a primeira vez que uma testemunha revela com detalhes como funcionava o esquema, qual o destino do dinheiro desviado e aponta o nome dos coordenadores de toda a operação. A delação feita por Delcídio leva as investigações sobre o propinoduto petista nos setores de energia e de infraestrutura para as antessalas do gabinete presidencial. Desde 2003, Erenice é tida como uma escudeira da presidente Dilma e mesmo após deixar o governo, sob a acusação de favorecer lobistas ligados a seu filho, permanece como uma das poucas interlocutoras de Dilma. 
 
Depois de homologada pelo STF, a delação de Delcídio deverá ser encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral e engrossar o processo que pede a cassação da presidente. Os relatos feitos pelo senador mostram que a operação montada para desviar dinheiro público de Belo Monte foi complexa e contínua. Começou a ser arquitetada ainda no leilão para a escolha do consórcio que tocaria a empreitada, em 2010, e se desenrolou até pelo menos o início do ano passado, quando a Lava Jato já estava em andamento. Tida como obra prioritária do governo e carro chefe do PAC, Belo Monte era acompanhado de perto pela chefia da Casa Civil, onde estavam Dilma, então ministra, e Erenice Guerra, secretária executiva. 
 
“A atuação do triunvirato formado por Silas Rondeau (ex-ministro de Minas e Energia), Erenice Guerra (ex-ministra da Casa Civil) e Antônio Palocci (ex-ministro da Fazenda) foi fundamental para se chegar ao desenho corporativo e empresarial definitivo do projeto Belo Monte”, afirmou Delcídio aos procuradores da Lava Jato. Em sua delação, o senador explica que os desvios de recursos do projeto da usina vieram tanto do pacote de obras civis como da compra de equipamentos. “Antônio Palocci e Erenice Guerra, especialmente, foram fundamentais nessa definição”, revelou o senador. 
 
Ele afirmou que as obras civis consumiram cerca de R$ 19 bilhões e a compra de equipamentos chegou a R$ 4,5 bilhões. De acordo com os relatos feitos pelo ex-líder do governo, em todas as etapas do processo houve superfaturamento. Entre os procuradores que já tomaram conhecimento da delação de Delcídio há a convicção de que Erenice era a principal operadora do triunvirato, uma vez que antes de assumir o cargo na Casa Civil trabalhou, ao lado de Dilma, no Ministério de Minas e Energia, responsável pelas obras da usina.
 
Delcídio afirmou que o triunvirato de Erenice começou de fato a operar três dias antes da data marcada para o leilão que escolheria o consórcio responsável pelas obras. O grupo formado pelas maiores empresas de engenharia do País desistiu da disputa. “Em algumas horas foi constituído um novo grupo de empresas que venceu o leilão, tendo sido a única proposta apresentada”, afirmou o senador. Entre essas empresas estão a Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Contern, JMalucelli, Gaia Engenharia, Cetenco, Mendes Jr Trading Engenharia e Serveng-Civilsan. 
 
“Alguns meses depois da realização do certame, várias empresas que não bidaran (não participaram no leilão) Belo Monte tornaram-se sócias do empreendimento e contrataram como prestadoras de serviço as empresas do consórcio vencedor”, relatou Delcídio. Com essa operação, as maiores empreiteiras do País passaram a mandar na construção sem se submeterem às regras impostas nas licitações convencionais. O ex-líder do governo no Senado afirmou aos procuradores da Lava Jato que durante as campanhas eleitorais aumentava o valor das propinas e que para isso as empresas recorriam a “claims”, instrumento usado para readequar valores de contratos. 
 
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Outro delator, Flávio Barra da Andrade Gutierrez,
confirmou propinas em Belo Monte
 
“Os acordos com relação aos claims eram uma das condições exigidas para aumentar a contribuição eleitoral das empresas”, explicou Delcídio. O senador destacou ainda a existência de várias ilicitudes envolvendo o fornecimento de equipamentos para a usina de Belo Monte. De acordo com ele, houve uma enorme disputa entre fornecedores chineses, patrocinados por José Carlos Bumlai (o pecuarista amigo do ex-presidente Lula), e fabricantes nacionais, entre eles Alston, Siemens, IMPSA e IESA. “O triunvirato agiu rapidamente definindo os nacionais como fornecedores, tudo na busca da contrapartida, revelada nas contribuições de campanha”, denunciou Delcídio. 
 
Erenice Guerra e Palocci, disse o ex-líder do governo no Senado, tiveram papel fundamental nessa definição. Pelo lado das empresas, segundo Delcídio, o principal negociador de Belo Monte foi o empreiteiro Flávio Barra, da Andrade Gutierrez. Na semana passada, ISTOÉ apurou que Barra já prestou depoimento de delação premiada e mencionou o propinoduto em Belo Monte. O nome do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foi rapidamente citado por Delcídio aos procuradores. Ele afirmou que o governador exerceu influência direta em favor da IMPSA, mas não atribuiu a ele nenhuma pratica criminosa. 
 
Ainda sobre dinheiro irregular na campanha eleitoral de 2014, no anexo nove da delação, também obtido com exclusividade por ISTOÉ na quarta-feria 9, o ex-líder do governo no Senado afirma que o atual ministro de Comunicação Social, Edinho Silva, tesoureiro da campanha da presidente Dilma em 2014 trabalhou para “esquentar” recursos provenientes da indústria farmacêutica usando a contabilidade das campanhas para governador e forjando falsas prestações de serviço. Delcídio afirmou que em 2014, quando disputava o cargo de governador do Mato Grosso do Sul, foi procurado por Edinho, “para que pagasse R$ 1 milhão do saldo da dívida de sua campanha, sendo R$ 500 mil devidos à FSB Comunicação, e mais R$ 500 mil à Zilmar Fernandes, através de um laboratório farmacêutico chamado EMS”, revelou o senador. 
 
Zilmar Fernandes foi sócia do publicitário Duda Mendonça e já esteve envolvida no escândalo do Mensalão. O laboratório EMS é investigado pela Lava Jato por manter parceria com o doleiro Alberto Youssef. Os investigadores também apuram o pagamento de uma suposta consultoria de R$ 8 milhões que o laboratório teria contratado do ex-ministro José Dirceu. Delcídio disse que as faturas foram emitidas contra o laboratório, mas que os pagamentos não foram realizados. “Os impostos das transações financeiras para a EMS foram efetivamente pagos pela FSB e por Zilmar”, afirmou o senador. 
 
Por fim, ele disse acreditar que a mesma situação pode ter ocorrido com outros candidatos a governador. Ao finalizar sua delação, o ex-líder do governo no Senado, apontou para a força-tarefa da Lava Jato que laboratórios e planos de saúde, em troca de indicações para cargos na ANS e na Anvisa, têm despertado grande atenção dos políticos quando são discutidos os caminhos para a arrecadação de recursos. Por outras vias, os procuradores da Lava Jato já estavam trilhando por esse caminho.
 
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Erenice comandou o trio do propinoduto em belo monte
 
No anexo sete de sua delação, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), ex-líder do governo no Senado, descreve em detalhes o esquema de corrupção armado na construção da usina de Belo Monte. Ele afirma que a propina foi de aproximadamente R$ 45 milhões e que serviu como contribuição decisiva para as campanhas eleitorais de 2010 e de 2014. Diz que houve a participação de José Carlos Bumlai, mas que todo o esquema foi coordenado por um triunvirato formado pelos ex-ministros Silas Rondeau, Erenice Guerra e Antônio Palocci, especialmente Palocci e Erenice, uma das principais escudeiras da presidente Dilma Rousseff.
 
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“Delcídio tem conhecimento de que em 2010 seria feito o ‘leilão’ de Belo Monte. Contudo, três dias antes do certame, o consórcio constituído pelas maiores empresas de engenharia do País, desistiu de participar. Em algumas horas foi constituído novo grupo de empresas junto a CHESF e Eletronorte. Entre elas, participaram Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Contern (sob influência de José Carlos Bumlai), JMalucelli, Gaia Energia, Cetenco, Mendes Jr. Trading Engenharia e Serveng-Civilsan. 
 
Apesar de muito menos robusto, o consórcio em questão venceu leilão, tendo sido a única proposta apresentada. Alguns meses depois, várias empresas que não ‘bidram’ Belo Monte tornaram-se sócias do empreendimento e contrataram como prestadoras de serviços as companhias do consórcio vencedor. Em pouco tempo, o controle da principal usina do mundo, em construção, mudou de mãos, sendo que as empresas que compunham o consórcio vencedor passaram a desempenhar um papel secundário. A propina de Belo Monte serviu como contribuição decisiva para as campanhas eleitorais de 2010 e 2014. O principal agente negociador do Consórcio de Belo Monte foi o empreiteiro Flávio Barra, da Andrade Gutierrez.
 
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Triunvirato: Palocci, Erenice e Silas Rondeau (da esq. à dir.):
R$ 45 milhões para a acampanha
 
Os números da propina giravam na casa dos R$ 30 milhões, destinados às campanhas eleitorais. Delcídio do Amaral acredita que os números finais da propina sejam superiores, pois durante a campanha, houve acordo com relação a ‘claims’ de cerca de R$ 1,5 bilhão, apresentadas pelo consórcio. Era uma das condições exigidas para aumentar a contribuição eleitoral das empresas. É preciso dizer que a atuação do triunvirato formado por Silas Rondeau, Erenice Guerra e Antônio Palocci foi fundamental para se chegar ao desenho corporativo e empresarial definitivo do projeto Belo Monte. 
 
Delcidio estima que o valor destinado para as contribuições das campanhas (2010 e 2014) do PMDB e do PT atingiram cerca de R$ 45 milhões. ... ... Antônio Palocci e Erenice Guerra, especialmente, foram fundamentais nessa definição... ...Delcídio recorda-se da influência direta do ex-governador Eduardo Campos e favor da IMPSA... ...Ao longo do fornecimento de equipamentos, ficou demonstrada a inaptidão da IMPSA em fazer frente a um desafio dessa magnitude.”
 
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O tesoureiro Edinho e as notas frias
 
O ex-líder do governo no Senado disse que em 2014, quando disputou o governo do Mato Grosso do Sul, foi procurado por Edinho Silva, então tesoureiro da campanha de Dilma e atual ministro da Comunicação Social. De acordo com Delcídio, Edinho lhe propôs um esquema para saldar R$ 1 milhão de dívida da campanha, usando para isso a ex-sócia de Duda Mendonça, Zilmar Fernandes, e a FSB Comunicações, que receberiam o dinheiro do laboratório EMS. O delator também afirmou que os laboratórios e planos de saúde estão no foco dos políticos que buscam arrecadar recursos.
 
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Proposta Edinho sugeriu esquema para Delcídio pagar dívida
 
“Nas eleições para governador do estado do Mato Grosso do Sul, em 2014, em que Delcídio do Amaral foi candidato, o atual ministro- chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva (na época tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff) orientou Delcídio do Amaral para que pagasse R$ 1 milhão do saldo da dívida de sua camapnha, sendo R$ 500 mil devido à FSB Comunicação e mais R$ 500 mil à Zilmar Fernandes, através de um laboratório farmacêutico chamado EMS. Delcídio solicitou a FSB e a Zilmar que emitissem faturas contra o laboratório EMS, entretanto os pagamentos não foram feitos...
 
...Delcídio sabe que os impostos das transações financeiras para a EMS foram efetivamente pagos pela FSB e por Zilmar, o que pode ser levantado por intermédio da quebra do sigilo fiscal de ambos. Delcídio acredita que essa mesma situação ocorreu com outros candidatos que podem ter usado laboratórios farmacêuticos para os mesmos fins ilegais similares. Delcídio do Amaral sabe que questões envolvendo laboratórios e planos de saúde na arrecadação de propina tem despertado grande interesse de lideranças políticas na indicação de cargos para diretorias da ANS e da Anvisa, a exemplo do que ocorria na Petrobras.” 
 
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Outro lado

"A FSB Comunicação esclarece que nunca recebeu recursos da EMS S.A., empresa que jamais foi cliente da agência. Informa ainda que está processando o Diretório Regional de Mato Grosso do Sul do Partido dos Trabalhadores (Processo número 08063942120168120001) para receber os valores devidos por serviços prestados na campanha de 2014."
 
Créditos das fotos destas matérias: Marcelo Camargo/Agência Brasil; Junior Pinheiro/Photo Press/Folhapress; Andre Dusek/AE
 

Estado Democrático de Direito agoniza O Ministério Público de São Paulo e o pedido de prisão de Lula: a morte do Direito ou da Filosofia?

Estado Democrático de Direito agoniza

O Ministério Público de São Paulo e o pedido de prisão de Lula: a morte do Direito ou da Filosofia?


“Quando a filosofia chega, com sua luz crepuscular, a um mundo que declina, é porque alguma manifestação de vida está prestes a desaparecer. Não vem a filosofia para renová-la, mas apenas para reconhecê-la”.
Georg Hegel

A citação de filósofos costuma ser uma forma de demonstrar conhecimento intelectual. Em tempos de comunicação “fast food” os portais de pesquisa na internet substituíram – não sem muitos prejuízos para o conhecimento – livros e textos. Basta dar um “google” e acessar a interpretação já feita por terceiros ao conteúdo que deveria ser estudado. Afinal, por que preciso eu formar minha própria opinião se tantos já o fizeram antes?

O problema pode ser minimizado se a opção de “pesquisa” for sobre textos acadêmicos. A propósito, academicamente se estudam perspectivas variadas sobre obras ditas clássicas, inclusive. Por outro lado, quando isso é feito de forma leviana, no estilo “copia e cola”, de algum modo a ausência de domínio sobre o que se expõe não passa despercebida a um olhar mais atento. No limite, as menções ou transcrições – fora o debate sobre plágio e agressão a direitos autorais relacionados a obras não alcançadas pelo domínio público – podem gerar distorções acerca do pensamento teórico que não se vincula a interpretações.

A peça segundo a qual os promotores do Estado de São Paulo José Carlos Blat, Cássio Roberto Conserino e Fernando Henrique Araújo pediram a prisão preventiva do ex-presidente Lula virou motivo de piada nas redes sociais tão logo foi divulgada, sobremaneira por trazer uma referência equivocada ao pensador Georg Hegel no lugar de Friedrich Engels, considerado o fundador do socialismo científico junto com Karl Marx.

A petição faz ainda referência ao igualmente filósofo alemão Friedrich Nietzsche, imputando-lhe a fundamentação da igualdade entre os homens que dá sustentáculo à isonomia.

Urge pontuar que Nietzsche, para quem a antagonista da verdade é a convicção, não a mentira, é a maior vítima da “tese” esposada pelos promotores de São Paulo. Paradoxalmente, é um teórico com base no qual se pode contestar todo o arcabouço pretensamente jurídico exposto por aquelas autoridades, tomadas de certezas prévias sobre culpa e responsabilidade, expondo argumentos vazios sobre perturbação da paz social, críticas à atuação da Justiça e de colocação acima da lei.

Ao não apontar um só fato concreto a justificar um pedido de restrição da liberdade de um cidadão, os três membros do Ministério Público de São Paulo demonstraram que possuem poucas chances de se aproximar da verdade, justamente por já terem abraçado a convicção sobre os crimes e sua autoria.

Tivessem de fato os promotores lido Nietzsche e não apenas tomado emprestado dele uma frase de uma famosa obra; quisessem lhe seguir o mandamento, buscariam a redução de visões distorcidas a partir de suas premissas e se poriam a cismar sobre suas convicções, em saudável exercício de busca. Fizeram justo o oposto. Caíram na armadilha mais comum de tomar a decisão primeiro e ir buscar razões que as justifiquem depois, no processo conhecido na pesquisa científica como confirmação do preconceito (confirmation bias).

Não há uma investigação, porque tudo já está decidido. Os promotores só verão o que querem ver.

O Ministério Público é uma instituição muito importante na democracia brasileira. Fatos como os que vêm norteando a ação de alguns de seus membros, não apenas em São Paulo, bom que se diga, joga contra sua seriedade e credibilidade. Temos assistido – e toda a argumentação constante na peça jurídica o revela – a movimentos tomados com base em ideologia política. Não há qualquer contenção, mas ao oposto. Convocam coletivas de imprensa para preparar o terreno para as ações. Revelam a jornalistas a crença da culpa de investigados e atuam em superexposição. Episódios patéticos quando contrastados com o profissionalismo e a seriedade com que deveriam exercer a profissão.

A propósito dessa parte me convém recordar outra filósofa alemã, esta do recente século XX.

Em uma passagem na parte inicial de sua obra “Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal“, ao criticar o ruidoso comportamento do procurador-geral de Israel, Gideon Hausner, durante o julgamento do ex-oficial nazista Adolf  Eichmann, Hannah Arendt nos deu uma lição que se encaixa perfeitamente neste debate:Justiça não admite coisas desse tipo; ela exige isolamento, admite mais a tristeza do que a raiva, e pede a mais cautelosa abstinência diante de todos os prazeres de estar sob a luz dos refletores”.

Decerto não há tristeza alguma nas manifestações dos promotores, nenhuma cautela. Ao oposto, não disfarçam o prazer dos anúncios das informações produzidas com alto grau de alarido, algumas frutos de depoimentos de outros investigados, delações ditas premiadas, cujo conteúdo deveria estar em segredo de justiça ou, no mínimo, reservado. Tornam impossível não questionar a autenticidade e licitude dos conteúdos e dos ritos, esses em que o inquérito é transformado em pirotecnia e o investigado exposto ao justiçamento e à execração pública.

Vivemos tempos em que a presunção de inocência e o devido processo legal são relativizados no cotidiano das atuações das operações da Policia Federal e nas decisões de juízes e tribunais. Tempos em que direitos são tidos como obstáculos inoportunos à mais contemporânea faceta do direito penal, chamada de combate à corrupção.

Nesses tempos o Estado Democrático de Direito agoniza. E a filosofia talvez precise da coruja de Minerva de que trata Hegel – o filósofo citado equivocadamente no pedido de prisão de Lula – no seu “Introdução à Filosofia do Direito”. Porque para ver amplamente é necessário alçar voo, estar acima das miudezas postas. Somente através da filosofia é possível enxergar além dos fatos isolados, buscar o contexto geral que ofereça sentido e mostre que há caminho a seguir.

Notas e Referências:

Arendt, Hannah. Eichmann em Jerusalém – um relato sobre a banalidade do mal. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

Hegel, Georg Wilhelm Friedrich.  Introdução à Filosofia do Direito. Trad. Paulo Meneses e outros. São Paulo: UNISINOS/ UNICAP/LOYOLA, 2010.

Nietzsche, Friedrich.  Assim Falou Zaratustra.  Trad. Carlos Duarte e Anna Duarte.  São Paulo. Martin Claret, 2010.


Tânia M. S. Oliveira é Mestre e Pós-graduada em Direito. Pesquisadora do GCcrim/Unb. Assessora jurídica no Senado.

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