sábado, 12 de março de 2016

Os personagens da tragédia na UnB. A aluna brilhante elogiada por professores e o futuro biólogo que se tornou um frio assassino


Michael Melo/Metrópoles e Facebook/Reprodução

Filha do meio, Louise deixa duas irmãs, pais e amigos. Todos ressaltam as qualidades da jovem universitária, morta por um rapaz obcecado pela colega. Ele flertava com a depressão nas publicações em redes sociais


Os moradores do Distrito Federal ainda tentam entender o crime bárbaro que ocorreu às vésperas deste fim de semana. O brutal assassinato da estudante Louise Ribeiro, 20 anos, pelo colega do curso de biologia na Universidade de Brasília (UnB) Vinícius Neres, 19, deixou a população estarrecida. Pessoas ouvidas pelo Metrópoles e relatos nas redes sociais revelam duas personalidades opostas. De um lado, uma jovem cheia de amigos e que começava a dar os primeiros passos na vida profissional. Do outro, um rapaz fechado, que deixou sua obsessão ganhar contornos trágicos.

As cenas de horror descritas sobre o crime que tirou a vida de Louise foram protagonizadas pelo amigo e suposto ex-namorado. Alguém em quem a jovem confiava, dava risadas das piadas no Facebook e compartilhava assuntos sobre a futura profissão dos dois. Mas as duas histórias tiveram uma reviravolta. Enquanto Louise teve a vida interrompida precocemente, Vinícius,que confessou à Polícia Militar e à Polícia Civil o assassinato, deve passar os próximos anos atrás das grades.
Confira os perfis da vítima e do assassino:
Jovem meiga, aluna brilhante
Ler os comentários em páginas da internet de conhecidos de Louise Ribeiro é tarefa para os fortes de coração. Torna-se inevitável não segurar as lágrimas. Os elogios não se esgotam. Doce, meiga, estudiosa, responsável, educada… Todos esses adjetivos se repetem nas homenagens feitas nas redes sociais por amigos e parentes.
Reprodução/FacebookREPRODUÇÃO/FACEBOOK
A família da estudante veio de Aracaju para Brasília e Louise tinha duas irmãs. Ela era a filha do meio e cursava o 5º semestre de biologia na UnB. A dedicação com os estudos e o bom desempenho na universidade lhe renderam uma vaga de estágio no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Além disso, a universitária foi monitora de uma disciplina do departamento do curso. Professores dela relataram que Louise era uma aluna brilhante.

As fotos do Facebook da universitária mostram uma jovem extremamente sorridente. Cabelos loiros e vestidos estampados coloriam a página dela, que, na noite de sexta (11), foi atualizada. Próximo à imagem de perfil, agora pode-se ler: “Em memória de Louise Ribeiro”.
O pai da menina, tenente Ronald Ribeiro, 49, trabalha no gabinete do comandante do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU). Ele ficou estarrecido quando descobriu o que tinha ocorrido com a filha. Com a voz serena, mas emocionada, agradeceu a solidariedade e a preocupação das pessoas. A mãe da estudante, Sandra Batista da Silva, passou a sexta-feira (11) recebendo o abraço e o carinho de pessoas próximas no apartamento da família na 102 Norte.
“A família está muito abatida. Ninguém espera que algo assim possa acontecer com a gente. Paramos para pensar o que leva um ser humano a fazer isso?”, desabafou um dos amigos de Ribeiro, Lauro Veiga, 49. O também tenente do Exército trabalhou com o pai de Louise durante quatro anos.

Antes de receber a trágica notícia, Isadora Ribeiro, irmã da estudante, relatou no Facebook que Louise entrou em contato com a mãe por volta das 18h avisando que iria para a Pizzaria César, na 404 sul, com um grupo. O texto dizia: “Não sabemos se ela chegou no local. Procuramos as amigas, mas as meninas disseram que não tinham combinado de sair. A última coisa que sabemos é que ela entrou no Whatsapp às 20h”. A redação doMetrópoles tentou entrar em contato com Isadora, mas não obteve retorno.
Reprodução/FacebookREPRODUÇÃO/FACEBOOK

Na segunda-feira (7), a universidade que proporcionou à jovem alegria e conquistas fará duas homenagens para a estudante. Às 10h, o Instituto de Biologia vai realizar um ato em lembrança à universitária no gramado próximo ao prédio. Por volta das 14h, toda a comunidade acadêmica participará de um protesto contra a violência no teatro de arena do campus Darcy Ribeiro.
A trágica perda da jovem aluna traz profunda dor à comunidade acadêmica e certamente deixa estarrecida a sociedade do Distrito Federal"
Trecho da nota emitida pela UnB
Louise foi vista pela última vez, na quinta-feira (10/3), às 20h, no prédio do curso de biologia da Universidade de Brasília (UnB) A família registrou o desaparecimento, nesta sexta (11) às 6h40, na 2ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte.
De futuro biólogo a frio assassinoMorador de Ceilândia, de acordo com o perfil dele nas redes sociais, Vinícius estudou em uma escola pública de Taguatinga antes de ser aprovado no vestibular e ingressar na UnB, em 2013, por meio do Programa de Avaliação Seriada (PAS). Chegou a cursar um semestre de química antes de se transferir para biologia. Estava no 6º semestre e, de acordo com colegas, sempre foi um cara na dele, com estilo “nerd”. No entanto, também tinha um lado “esquisito”, segundo pessoas que o conheciam, mas que não souberam descrever com precisão o que seria esse traço da personalidade dele.
Em alguns posts no Facebook, Vinícius denotava uma personalidade que poderia dar sinais de depressão. Em outros, compartilhava piadas e costumava marcar Louise e as amigas dela.
Segundo Vinícius relatou à polícia, ele teria namorado Louise entre abril e dezembro de 2015 e conhecia a família dela. Eles se distanciaram e acabaram terminando o namoro. Mas Vinícius não aceitava o fim do relacionamento. Em 27 de dezembro, fez sua última publicação na rede social falando sobre “mentiras: mentiras por todos os lados”.
Há um mês, ele furtou um frasco de clorofórmio do laboratório da UnB e guardou com ele. Na quinta-feira (10/3), conseguiu a chave de uma sala de experimentos da instituição após afirmar à professora que precisava revelar fotos. Mais tarde, a família de Louise recebia uma mensagem do celular dela falando que se atrasaria, pois iria a uma pizzaria. Naquele momento, Vinícius fazia com que a universitária cheirasse clorofórmio. E despejou 200ml do líquido na boca dela, que morreu ainda no laboratório da UnB.
O corpo de Louise foi encontrado com sinais de estrangulamento e parcialmente queimado. Durante depoimento na Divisão de Repressão a Sequestro (DRS), Vinícius Neres não apresentou sinais de arrependimento. Chegou a rir e contou com detalhes como foi o assassinato, enquanto comia sanduíche.

“Não se discute romper com Governo que nem existe mais”, diz líder do PMDB no Senado

Frase de senador Eunício Oliveira às vésperas de convenção do partido reflete escalada da crise
Dilma durante entrevista nesta sexta, em Brasília.Dilma durante entrevista nesta sexta, em Brasília.  REUTERS
O casamento acabou, mas uma das partes ainda não percebeu e ainda luta por uma última chance de reconciliação. Essa pode ser a síntese do atual momento do Governo Dilma Rousseff (PT) com sua base no Congresso Nacional. Uma das senhas para o fim da relação foi dada nesta sexta-feira pelo líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, até então fiel aliado de Rousseff. “Não temos de discutir rompimento com um Governo que nem existe mais. Temos de discutir como ajudar o Brasil a sair da crise”, respondeu Oliveira ao EL PAÍS ao ser questionado se seu partido, nominalmente o maior aliado do Governo, debateria na convenção nacional deste sábado um desembarque da gestão federal.
Filiado à mesma legenda há 40 anos, o senador diz que o PMDB, uma sigla dividida e com alas de oposição a Rousseff, não poderia abandonar de vez o Planalto neste momento para não parecer golpista, mas que não tem constrangimento em dizer que não vê a presidenta concluindo seu mandato em 2018. “O Brasil está derretendo em nossas mãos. Corremos o risco de perder todos os avanços das últimas décadas, mas nós, do PMDB, não podemos deixar o Governo para não parecer golpistas. Não é a hora de fazermos movimentos bruscos, mesmo que eu ache difícil esse Governo se arrastar por mais três anos”, analisou Oliveira.
Na última semana não foi apenas o PMDB que discutiu o abandono da base governista. O PP, o PSD e o PR, que ainda possuem relevantes cargos na gestão petista, têm se reunido com representantes da oposição, como o PSDB e o DEM, exatamente para buscar fórmulas para retirar a presidenta de sua função. Caso se concretize esse desembarque, o clima de fim de festa no Palácio do Planalto só tende a aumentar. Era com os mais moderados, os cabeças brancasdo Senado que Rousseff contava para barrar o impeachment, caso ele seja aceito pela Câmara dos Deputados.
convite para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir um ministériotinha a função de evitar essa debandada. Agora, porém, membros governistas admitem que o momento de o líder petista ter um assento na Esplanada dos Ministérios não é dos mais favoráveis. O Ministério Público de São Paulo pediu, na última quinta-feira, a prisão do ex-presidente por ocultação de patrimônio. Por mais que os argumentos da Promotoria sejam frágeis, o próprio Lula não quer passar o recibo de culpa por estar assumindo um cargo em que tenha o foro privilegiado de só ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
O Brasil está derretendo em nossas mãos. Corremos o risco de perder todos os avanços das últimas décadas, mas nós, do PMDB, não podemos deixar o Governo para não parecer golpistas. Não é a hora de fazermos movimentos bruscos
EUNÍCIO OLIVEIRA, LÍDER DO PMDB NO SENADO
A presidenta contudo, despistou se seu antecessor fará parte de seu primeiro escalão: “teria um grande orgulho de ter ele no meu governo. Agora, não vou discutir aqui com vocês se o presidente vai ser ou não vai ser, como é que vai ser, como é que não vai ser”.
Enquanto seus aliados se movimentam nos bastidores na véspera de uma série de protestos contra o PT pelo país no domingo, Rousseff minimiza a falta de apoio e trata de responder a parte da oposição que pede sua renúncia, como o senador Aécio Neves(PSDB-MG) derrotado por ela na eleição de 2014. Nesta sexta-feira, no Palácio do Planalto, ela concedeu uma rápida entrevista coletiva, na qual demonstrou tranquilidade e firmeza nas respostas, e reafirmou que não pretende deixar a presidência da República. “A renúncia é um ato voluntário. Aqueles que querem a renúncia estão, ao propô-la, reconhecendo que não há uma base real para pedir a minha saída desse cargo.”
Chamando alguns dos jornalistas pelo nome, outros de “meu querido” ou “minha filha”, a presidenta só demonstrou certa irritação quando questionada se estava resignada de que seu mandato poderia não chegar ao fim. “Vocês acham que eu tenho cara de estar resignada? Que eu tenho gênio de estar resignada?”, perguntou antes de completar: “Não tenho, não tenho essa atitude diante da vida e acredito que é por isso que eu represento o povo brasileiro, que também não é um povo resignado”. Quando encerrou sua entrevista coletiva, Rousseff voltou a dizer que não abandonaria o cargo. “Pelo menos testemunhem que eu não tenho cara de quem vai renunciar”.
Ficando ou não no cargo, outros sinais indicam a fragilidade dos acordos da presidenta no Legislativo. A bancada do PMDB ligada ao até então governistaRenan Calheiros (PMDB-AL), o presidente do Senado, declarou apoio a uma proposta de emenda constitucional do oposicionista Aloysio Nunes (PSDB-SP) que muda o regime de Governo do país de presidencialismo para parlamentarismo. “Quer sinal mais claro do que esse? Se até o Renan está dizendo que do jeito que está não dá, quem vai dizer o contrário?”, questionou o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) um dos parlamentares da ala rebelde do partido que insiste no rompimento com o PT.
Por mais que não consiga, ou não queira, enxergar os sinais de que a relação vai de mal a pior, a gestão Rousseff decidiu monitorar todos os movimentos políticos desse fim de semana. No sábado, o grupo de peemedebistas que ainda a apoia ficou responsável por passar informes frequentes sobre a convenção do partido que pode resultar na declaração de independência do PMDB em relação ao Governo. No domingo, ministros e seus assessores serão os responsáveis por avaliar em diferentes Estados o impacto das manifestações que pedem oimpeachment. Aos manifestantes, Rousseff dirigiu algumas palavras: “Faço um grande apelo às pessoas para que sejam capazes de manifestar de forma pacífica”.

Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira
QUE PAÍS É ESTE? UM GOVERNO NÃO DEVE MANIFESTAR-SE OFICIALMENTE SOBRE QUESTÕES DA VIDA PESSOAL DE UM CIDADÃO QUE ESTÁ SENDO INVESTIGADO POR CRIME! Onde o poder Executivo na pessoa da Presidente afronta a constituição, nos valores da democracia, vem a público oficialmente ridicularizar o Estado de Direito, escarnecendo o judiciário em tom de ameaça: dizendo que o Governo não reconhece o direito e a legitimidade do Ministério Público em investigar e acusar um amigo da presidente “A questão do “poder investigatório do Ministério Público”, como se convencionou denominá-la, continua pendente de julgamento definitivo pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal. O tema é de grande importância para o sistema penal brasileiro e coloca em jogo a validade de centenas de investigações e processos em curso. Apesar disso, nem sempre tem sido tratado com o necessário rigor metodológico, olvidando-se inclusive a comparação com os ordenamentos jurídicos estrangeiros”. Amigo esse que hoje é um cidadão comum e nem faz parte oficialmente do governo, além de possuir inúmeras denuncias comprovadas de crimes cometidos por ele? Quer dizer então que basta ser amigo do rei para estar acima da lei? Vergonha-nos na condição de ser brasileiro ao ver a presidente usar seu cargo, se apropriando do país como se fosse à rainha soberana e inquestionável... Ela só faltou dizer que vai punir os promotores e juízes que estão participando da investigação... A presidente dizer "oficialmente" que o governo não admite que o Sr. Lula seja acusado é o mesmo que dizer que a República Federativa do Brasil não reconhece o poder e as atribuições do judiciário porque não admite que questionem um amigo pessoal da presidente... Ela pensa que é a imperatriz ditadora de uma republiqueta de bananas... Isso é no mínimo imoral! Se ela quer advogar pessoalmente em favor do amigo deveria se destituir antes do seu cargo ao invés de usar o poder do cargo para isso... Isso sim é abuso de poder e de autoridade.

PF encontra sala-cofre com joias, medalhas e obras de arte de Lula

SÃO PAULO E CURITIBA - A Polícia Federal achou uma sala-cofre em uma agência central do Banco do Brasil, em São Paulo, que guarda muitos bens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O acervo está acondicionado em 23 caixas lacradas no BB desde janeiro de 2011 - são 133 peças, inclusive joias e obras de arte recebidas pelo ex-presidente de chefes de Estado. A descoberta foi comunicada pela PF ao juiz federal Sérgio Moro por meio de relatório que inclui fotos do local onde estão os itens.
A sala-cofre no Banco do Brasil na Rua Líbero Badaró foi encontrada pela PF casualmente durante buscas realizadas na residência de Lula, em São Bernardo do Campo, na sexta-feira, 4 - dia em que o ex-presidente foi conduzido coercitivamente pela PF para depor no inquérito da Operação Lava Jato. Os agentes acharam o documento "Termo de Transferência de Responsabilidade" (Custódia de 23 caixas lacradas).
Ao encontrar a pista sobre o cofre, a PF pediu ao juiz federal Sérgio Moro autorização para estender a busca para o Banco do Brasil. Moro consentiu.
"Foram encontradas nas caixas de papelão, de modo geral, peças decorativas, espadas, adagas, moedas, canetas e condecorações", diz o relatório da PF, subscrito pelo delegado Ivan Ziolkowski, que ilustrou o documento com fotos de peças do acervo.
O relatório da PF indica. "O gerente Sérgio Ueda disse que as caixas foram depositadas no dia 21 de janeiro de 2011 e foi informado que pertenciam à Presidência da República. Durante todo esse período o material não foi movimentado ou alterado. Relatou ainda que não há custo de armazenagem para o responsável pelo material, conforme declaração anexa."
Em despacho que juntou aos autos da Operação Aletheia, ápice da Lava Jato, o juiz Moro destacou que, a pedido do Ministério Público Federal, buscas e apreensões, em 24 de fevereiro de 2016 "para colheita de prova em relação a possíveis ilícitos criminais relacionados ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e a pessoas associadas".
"Neste feito, este Juízo autorizou a pedido da autoridade policial e do Ministério Público Federal busca em separado de bens e documentos que teriam sido depositados pelo ex-presidente junto ao Banco do Brasil. A busca foi efetivada. Foi juntado relatório parcial do resultado pela autoridade policial. O Ministério Público Federal apresentou petição requerendo a intimação da defesa do ex-presidente acerca desta busca e o levantamento do sigilo. Não cabe, nessa fase, qualquer conclusão deste Juízo acerca do resultado da busca. Entretanto, ultimada a busca, não mais se faz necessária a manutenção do sigilo. Assim, e na esteira do já fundamento na parte final do referido despacho de 24 de fevereiro de 2016, levanto o sigilo sobre estes autos."
Estadão Conteúdo

Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira
Todo esse mar de lama de corrupção, enriquecimentos ilícitos, nos dar a certeza da putrefação da política já que não existe ideologia. Um mandato parlamentar concede ao mau político a fazer negociatas com o erário público de interesses pessoais, sem o mínimo interesse com os sérios problemas e dificuldades enfrentadas pela nação, se esquecendo de que a pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. O voto no Brasil precisa deixar de ser obrigatório, pois a democracia séria e justa contempla esses benefícios a todos que não se identifiquem com as propostas de candidatos.

PMDB deverá dar 'aviso prévio' para deixar governo Dilma

Cúpula do partido apresentará proposta em convenção neste sábado.
Definição sobre desembarque deve ficar nas mãos do diretório nacional.


Fernanda CalgaroDo G1, em Brasília
Em convenção nacional marcada para este sábado (12) em Brasília, o PMDB deverá dar um “aviso prévio” de 30 dias para desembarcar do governo Dilma Rousseff. A cúpula do partido irá propor ao plenário que o diretório nacional se reúna dentro de um mês e tome uma decisão concreta. A tendência é pelo rompimento completo com o Palácio do Planalto, inclusive com a entrega de cargos no Executivo.

Indicados pelos diretórios estaduais, 454 delegados vão eleger os 119 integrantes do diretório nacional, que, por sua vez, escolherão os 17 membros da Executiva Nacional, responsável pelas decisões da legenda. Vice-presidente da República e atual presidente do partido, Michel Temer deverá ser reeleito por aclamação.

Embora seja o principal partido aliado do governo Dilma Rousseff, ocupando seis ministérios e a vice-presidência, a sigla tem alas bastante críticas ao governo. Sondagens internas do partido apontam que em torno de 60% dos dirigentes do partido são favoráveis ao fim da aliança – em alguns levantamentos, esse percentual beira os 80%.
 Neste sábado, devem ser votadas diversas moções (propostas) de diferentes setores da legenda, que vão desde a saída imediata até a independência do partido para liberar os votos dos seus integrantes em votações no Congresso, por exemplo. No entanto, o mais provável é que não haja um documento final, conclusivo.

“Nós vamos propor o desembarque total, com a entrega de todos os cargos. O PMDB não pode se omitir nesse momento gravíssimo da política brasileira”, defende o deputado federal Darcísio Perondi (PMDB-RS), um dos críticos mais ferrenhos ao PT.

Outro que tem uma postura contrária à presidente é o deputado Osmar Terra (PMDB-RS): “A nação não suporta mais. O que estamos vivendo agora é fruto de decisões erradas dela e ela [Dilma] não está mexendo. Está fazendo mais do mesmo”.

Ala contra rompimento
Aliado do Planalto, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), se posiciona "totalmente contra” um rompimento com o governo federal. "Vou lutar muito para continuar dentro do governo e continuar a fazer a transição”, afirmou.

“Sou totalmente contra rompimento. Tenho conversado com Temer. Em nenhum momento, vi essa colocação de rompimento. Vou lutar muito para continuar dentro do governo e continuar a fazer a transição”, disse.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tem adotado um discurso mais brando e chegou a alertar para a responsabilidade de o PMDB evitar o acirramento da crise política. “O PMDB deve fazer sua convenção, mas com muita responsabilidade porque qualquer sinalização que houver com relação ao posicionamento do PMDB pode diminuir ou aumentar a crise”, declarou.

'Aviso prévio'
Em prol da união do partido, a sugestão de “aviso prévio” foi a solução encontrada pelos principais líderes do partido, entre eles o próprio Renan Calheiros, os senadores Romero Jucá (RR) e Eunício Oliveira (CE), o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco, e o ex-ministro Eliseu Padilha.

Nos últimos dias, eles chegaram a costurar a elaboração de um documento propondo a independência do partido, uma alternativa mais branda do que romper com Dilma. No entanto, houve uma mudança na estratégia para tentar unificar o partido em torno da decisão e também pelo temor de eventual aprovação de um documento que pudesse ser contestado no futuro, já que o edital da convenção prevê apenas a eleição do diretório e da executiva.

“A nossa proposta, do grupo dirigente, é que, ao invés de uma convenção, se leve [a decisão] para os 119 membros do diretório, que vão apreciar uma a uma as moções e decidir no prazo de até 30 dias. Isso é o que nós vamos propor ao plenário”, explicou Padilha na sexta-feira (11). Ele ponderou que o plenário é soberano para acatar ou não a ideia ou, então, para sugerir outro prazo.

Para o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), essa é uma boa solução. "Nós queremos justamente é construir essa unidade para que, quando o partido sair do governo, saia inteiro. Eu defendo a saída imediata, mas, logicamente, o discurso de unidade é forte. Você não pode querer em nome de um desejo seu, em nome de uma ala do partido, que o partido como um todo se desagregue", ponderou.

Convenção
A convenção nacional terá início às 9h deste sábado e a previsão é que só termine às 17h, com a proclamação do resultado. No total, 454 delegados, que são indicados pelos diretórios estaduais, vão eleger os 119 membros do diretório nacional.

Pelo estatuto do partido, alguns desses delegados terão direito a mais de um voto por acumularem mais de um cargo. Isto é, se o delegado for deputado, além do voto como convencional, terá outro voto por ser parlamentar. O Rio de Janeiro, por exemplo, possui 51 delegados, mas, juntos, representam 72 votos.

Depois de eleito, o diretório nacional escolhe a Executiva, que deverá ter chapa única, encabeçada por Temer.
Impeachment
As discussões sobre a ruptura com o governo ocorrem em um momento delicado para a presidente Dilma, que é alvo de um processo de impeachment deflagrado em dezembro pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos seus maiores desafetos.

O processo está parado desde dezembro, masdeve ser retomado nesta semana após o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar um recurso contra as regras colocadas pela Corte para a tramitação do processo. Por ser a maior bancada na Câmara, o PMDB terá direito a oito vagas  – de um total de 65 – na comissão especial que analisará o caso.

Apesar da aliança com o PT, o partido sempre esteve dividido em relação ao governo Dilma, mas a relação no Congresso Nacional se deteriorou ainda mais ao longo do passado.

O governo chegou a enfrentar diversas derrotas na Câmara, muitas delas capitaneadas por Eduardo Cunha, com a votação de matérias desfavoráveis ao Planalto e a instalação da CPI da Petrobras para investigar o escândalo de corrução na estatal. Em julho do ano passado, ele rompeu de vez com o governo e anunciou que passaria a ser oposição.

Para atender às reivindicações do vice-presidente Michel Temer e da bancada do PMDB na Câmara e, assim, estancar a crise na base aliada, a presidente Dilma Rousseff entregou ao partido sete ministérios na reforma administrativa

Ainda nesse movimento, o governo se aproximou do líder da bancada, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), com a oferta para indicação nomes para duas pastas, incluindo a da Saúde, com o maior orçamento da Esplanada.

No total, hoje o PMDB comanda seis ministérios: Ciência e Tecnologia, Portos, Saúde, Agricultura, Turismo, Minas e Energia. Atualmente ocupada por um interino, a Secretaria de Aviação Civil, com status de ministério, também está destinada ao PMDB.

Esse movimento descontentou a ala mais rebelde do partido, que se irritou ainda mais quando Picciani indicou integrantes menos críticos a Dilma para a comissão do impeachment.
Ele chegou a ser destituído do posto em dezembro por oito dias em uma articulação patrocinada diretamente por Temer e Cunha, mas conseguiu reaver o posto com o apoio da maioria.

Ele acabou reeleito em fevereiro deste ano depois de uma tensa operação do Planalto para garantir a ele votos suficientes, o que incluiu até a exoneração temporária do ministro da Saúde, Marcelo Castro, para reassumir como deputado e votar a favor de Picciani.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Em delação, Delcídio diz que Temer ‘patrocinou’ indicação de diretor condenado por corrupção



Lenha na fogueira O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) citou o vice-presidente Michel Temer no acordo de delação que firmou com o Ministério Público Federal. Ele relatou em sua colaboração premiada à Lava Jato que o peemedebista foi “o grande patrocinador” da indicação de Jorge Zelada para a área internacional da Petrobras. O ex-diretor, apontado como o elo do PMDB no esquema, cumpre pena de 12 anos de prisão. A possibilidade de que ele também decida se tornar delator preocupa o partido.
Bônus Delcídio também aponta ligação entre o vice e o lobista João Augusto Henriques, escolhido para suceder Nestor Cerveró na área Internacional da Petrobras. A indicação, diz, foi barrada por Dilma Rousseff.
Nem vem A assessoria do vice afirma que Zelada foi indicado pela bancada do PMDB de Minas e que, “na condição de presidente da sigla”, Temer o recebeu antes da nomeação e em 2011, quando tentou se manter no cargo, mas “não obteve apoio”.
Distante O vice diz ainda não ter nenhuma relação de proximidade com Henriques.
Regressiva Em conversas reservadas nesta quinta-feira (10), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deu um prognóstico amargo para o governo: o impeachment será votado no plenário da Casa em cerca de 45 dias.
Não deviam Integrantes de peso do Ministério Público Federal classificaram o pedido de prisão de Lula como “loucura”. A avaliação é que o Ministério Público Estadual deveria ter se limitado à denúncia.
Reprimenda Adversário do ex-presidente da República, o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, também condenou a decisão dos promotores de SP: “Considerei um exagero esse pedido de prisão do Lula. Não vi razões para isso”.
Cólera Ministros petistas esbravejavam ao saber do pedido de prisão de Lula. “Eles querem tocar fogo no país, será um salve-se quem puder”, dizia um deles.
Diga ao povo Lula avisou ao Palácio do Planalto na noite de quinta (10) que não assumirá nenhum cargo na Esplanada. Coube ao ministro Jaques Wagner (Casa Civil) informar Dilma da decisão. A recusa deixou o governo ainda mais pessimista.
Fale com ela Dilma estava no meio de um evento em Manguinhos, no Rio, quando a prisão de Lula foi pedida. Auxiliares decidiram não avisá-la naquele momento. A petista só soube ao fim da solenidade. Logo telefonou para Jaques Wagner.
Sinal dos tempos A Lava Jato está tão em voga que e-mails usados para espalhar vírus agora utilizam como chamariz a seguinte frase: “Inclusão de nome em delação”.
Alto lá A menção do deputado Wadih Damous (PT-RJ) entre possíveis nomes para a Justiça acendeu a luz vermelha na PF. Recentemente, ele disse que parte da corporação agia como “polícia política”.
Sem chance Palacianos afirmam que Damous passa longe da lista.
O que é de César Wellington César ficará na Justiça por ora. O governo não quis definir a vida do ainda ministro antes dos protestos de domingo. Ele tem 20 dias para deixar o cargo ou decidir se abre mão da carreira no Ministério Público.
Por fora Enquanto Brasília pegava fogo, FHC recebia na noite de quinta, em Lisboa, o título de sócio honorário do Círculo Eça de Queiroz, espécie de clube de intelectuais.
Mais cortes O comando da Petrobras não vê como manter todos os atuais contratos de aluguel de sondas. A conta hoje é que dez equipamentos em uso terão de ser limados até o fim do ano. Além de poupar, a estatal quer priorizar o pré-sal.
Desembarque Enroladas na Lava Jato, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão estão perto de resolver pelo menos um problema: devem fechar em breve acordo para receber cerca de R$ 600 milhões dos sócios japoneses no Estaleiro Atlântico Sul. Os asiáticos deixarão o negócio.


Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira


Todo esse mar de lama de corrupção, enriquecimentos ilícitos, nos dar a certeza da putrefação da política já que não existe ideologia. Um mandato parlamentar concede ao mau político a fazer negociatas com o erário público de interesses pessoais, sem o mínimo interesse com os sérios problemas e dificuldades enfrentadas pela nação, se esquecendo de que a pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. O voto no Brasil precisa deixar de ser obrigatório, pois a democracia séria e justa contempla esses benefícios a todos que não se identifiquem com as propostas de candidatos.

Impeachment:

Impeachment: PMDB desistiu da Dilma

Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira
Todo esse mar de lama de corrupção, enriquecimentos ilícitos, nos dar a certeza da putrefação da política já que não existe ideologia. Um mandato parlamentar concede ao mau político a fazer negociatas com o erário público de interesses pessoais, sem o mínimo interesse com os sérios problemas e dificuldades enfrentadas pela nação, se esquecendo de que a pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. O voto no Brasil precisa deixar de ser obrigatório, pois a democracia séria e justa contempla esses benefícios a todos que não se identifiquem com as propostas de candidatos.

Corruptos precisam de um Governo que peite o Moro e o STF

Instituto divulga apoio de 14 ex-chefes de governo estrangeiros a Lula Nota inclui líderes como José Mujica, Cristina Kirchner e Felipe Gonzalez. Na quinta-feira, MP paulista pediu prisão preventiva do petista. Do G1,em Brasília

O Instituto Lula divulgou, na noite desta sexta-feira (11), declaração assinada por 14 ex-chefes de Estado e de governo da América Latina e da Europa em apoio ao ex-presidente petista. Os líderes afirmam, na nota, que “preocupa à opinião democrática [...] a tentativa de alguns setores de destruir a imagem deste grande brasileiro”. O texto é assinado por nomes como os ex-presidentes José Mujica (Uruguai) e Cristina Kirchner (Argentina).

A declaração conjunta ocorre um dia após o Ministério Público de São Paulo pedir a prisãopreventiva de Lula, acusado em denúncia de esconder que é dono de apartamento tríplex em Guarujá, no litoral de São Paulo. Ainda cabe à Justiça definir se decreta ou não a prisão do petista. A defesa do ex-presidente nega que ele seja proprietário do imóvel.
No texto em apoio a Lula, os líderes estrangeiros afirmam que o petista, apesar de não se considerar acima das leis, não pode ser objeto do que chamam de “injustificados ataques a sua integridade pessoal. “Preocupa à opinião democrática, no entanto, a tentativa de alguns setores de destruir a imagem deste grande brasileiro”, diz o texto.
A declaração também afirma que Lula se destacou como sindicalista, lutador social, criador e dirigente do Partido dos Trabalhadores. “Eleito Presidente da República, em 2002, Lula levou adiante um ambicioso programa de mudança social no Brasil, que tirou da pobreza e da miséria milhões de homens e mulheres. Sua política econômica permitiu a criação de milhões de empregos e uma extraordinária elevação da renda dos trabalhadores”, afirma a nota.
Além de Mujica e Cristina Kirchner, também assinam o texto os seguintes ex-chefes de estado e de governo: Eduardo Duhalde (Argentina), Carlos Mesa (Bolívia), Ricardo Lagos (Chile), Ernesto Samper (Colômbia), Maurício Funes (El Salvador), Felipe Gonzalez (Espanha), Manuel Zelaya (Honduras), Massímo D”Alema (Itália), Martin Torrijos (Panamá), Nicanor Duarte (Paraguai), Fernando Lugo (Paraguai), Leonel  Fernandes (República Dominicana) e Juan Manuel Insulza (OEA).
Durante várias décadas, Luiz Inácio Lula da Silva destacou-se como sindicalista, lutador social, criador e dirigente do Partido dos Trabalhadores.Os líderes também afirmam no texto que o governo do petista aprofundou a democracia e estimulou e diversidade política e cultural do país, a transparência do Estado e da vida pública. “O Executivo, o Ministério Público e o Poder Judiciário puderam realizar investigações de atos de corrupção eventualmente ocorridos na administração direta ou indireta do Estado”, concluiu.”

Veja a íntegra da declaração divulgada pelo Instituto Lula:

DECLARAÇÃO
Eleito Presidente da República, em 2002, Lula levou adiante um ambicioso programa de mudança social no Brasil, que tirou da pobreza e da miséria milhões de homens e mulheres. Sua política econômica permitiu a criação de milhões de empregos e uma extraordinária elevação da renda dos trabalhadores.
Seu Governo aprofundou a democracia, estimulando a diversidade política e cultural do país, a transparência do Estado e da vida pública. O Executivo, o Ministério Público e o Poder Judiciário puderam realizar investigações de atos de corrupção eventualmente ocorridos na administração direta ou indireta do Estado.
Preocupa à opinião democrática, no entanto, a tentativa de alguns setores de destruir a imagem deste grande brasileiro.
Lula não se considera nem está acima das leis. Mas tampouco pode ser objeto de injustificados ataques a sua integridade pessoal.
Estamos com ele e seguros de que a verdade prevalecerá.
Cristina Kirchner (Argentina)
Eduardo Duhalde (Argentina)
Carlos Mesa (Bolívia)
Ricardo Lagos (Chile)
Ernesto Samper (Colômbia)
Maurício Funes (El Salvador)
Felipe Gonzalez (Espanha)
Manuel Zelaya (Honduras)
Massímo D”Alema (Itália)
MartinTorrijos (Panamá)
Nicanor Duarte (Paraguai)
Fernando Lugo (Paraguai)
Leonel  Fernandes (República Dominicana)
José Mujica (Uruguai)
Juan Manuel Insulza (OEA)

DETALHE: ex-chefes? “Significado:” um líder “que não o lidera mais”.

 Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira
Todo esse mar de lama de corrupção, enriquecimentos ilícitos, nos dar a certeza da putrefação da política já que não existe ideologia. Um mandato parlamentar concede ao mau político a fazer negociatas com o erário público de interesses pessoais, sem o mínimo interesse com os sérios problemas e dificuldades enfrentadas pela nação, se esquecendo de que a pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. O voto no Brasil precisa deixar de ser obrigatório, pois a democracia séria e justa contempla esses benefícios a todos que não se identifiquem com as propostas de candidatos.