quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Prêmio Jabuti divulga a lista dos vencedores de 2015 Maria Valéria Rezende ganhou categoria de romance com 'Quarenta dias'. Cerimônia de premiação será no dia 3 de dezembro.

Escritora Maria Valéria Rezende (Foto: Divulgação / Facebook da autora)Escritora Maria Valéria Rezende (Foto: Divulgação
/ Facebook da autora)
A Câmara Brasileira do Livro divulgou nesta quinta-feira (19) a lista dos vencedores do prêmio Jabuti, a mais tradicional premiação literária do Brasil.
A cerimônia de premiação será no dia 3 de dezembro, quando serão anunciados os vencedores de Livro do Ano de Ficção e Livro do Ano de Não Ficção. Os autores destas categorias receberão R$ 35 mil cada.
Veja a lista dos vencedores nas principais categorias:
ROMANCE
1º lugar: "Quarenta Dias", Maria Valéria Rezende (Objetiva)
2º lugar: "Caderno de um Corpo Ausente", João Anzanello Carrascoza (Cosac Naify)
3º lugar: "Os Piores Dias de Minha Vida Foram Todos", Evandro Affonso Ferreira (Record)
CONTOS E CRÔNICAS
1º lugar: "Sem Vista para o Mar - Contos de Fuga", Carol Rodrigues (Edith)
2º lugar: "Dez Centímetros Acima do Chão", Flavio Cafiero (Cosac Naify)
3º lugar: "Olhos D'água", Conceição Evaristo (Pallas Editora)
POESIA
1º lugar: "Corpo de Festim", Alexandre Guarnieri (Confraria do Vento)
2º lugar: "Clio", Marco Lucchesi (Globo Livros)
3º lugar: "A Comedia de Alissia Bloom", Manoel Herzog (Patuá)
REPORTAGEM E DOCUMENTÁRIO
1º lugar: "A Casa da Vovó - Uma Biografia do Doi-Codi (1969-1991), o Centro de Sequestro, Tortura e Morte da Ditadura Militar", Marcelo Godoy (Alameda Casa Editorial)
2º lugar: "1964 Na Visão do Ministro do Trabalho de João Goulart", Almino Affonso (Imprensa Oficial do Estado e Fundap)
3º lugar: "Brado Retumbante", Paulo Markun (Benvirá)
BIOGRAFIA
1º lugar: "Luís Carlos Prestes - Um Revolucionário entre Dois Mundos", Daniel Aarão Reis (Companhia das Letras)
2º lugar: "Nise da Silveira: Caminhos de Uma Psiquiatra Rebelde", Luiz Carlos Mello (Automática Edições - Hólos)
3º lugar: "Francisco Julião - Uma Biografia", Cláudio Aguiar (José Olympio)
INFANTIL
1º lugar: "A História Verdadeira do Sapo Luiz", Luiz Ruffato (DSOP)
2º lugar: "A Roupa Nova do Arco-da-velha", Flávia Savary (Cidade Nova)
3º lugar: "A Raiva", Blandina Franco (Zahar)
JUVENIL
1º lugar: "A Linha Negra", Mario Teixeira (Scipione)
2º lugar: "Os Olhos Cegos dos Cavalos Loucos", Ignácio de Loyola Brandão (Moderna)
3º lugar: "Memórias Quase Póstumas de Machado de Assis", Álvaro Cardoso Gomes (FTD)
TRADUÇÃO
1º lugar: "Spinoza Obra Completa - Vols. 1 a 4", J. Guinsburg, Newton Cunha e Roberto Romano (Perspectiva)
2º lugar: "Vida e Destino", Irineu Franco Perpetuo (Objetiva) / "As Aventuras do Bom Soldado Svejk", Luís Carlos Cabral (Objetiva)
3º lugar: "O Mundo como Vontade e Representação, tomo II: Complementos Livros III- IV, Volume 2", Eduardo Ribeiro da Fonseca (UFPR)
ADAPTAÇÃO
1º lugar: "Kaputt", Guazzelli (WMF Martins Fontes)
2º lugar: "Grande Sertão: Veredas - Graphic Novel", Guazzelli e Rodrigo Rosa (Biblioteca Azul/Globo)
3º lugar: "O Guarani em Cordel", Klévisson Viana (Amarylis)
ILUSTRAÇÃO
1º lugar: "Claudius", Claudius Ceccon (SESI-SP)
2º lugar: "Lobisomem sem Barba, de Wagner Willian (Balão Editorial)
3º lugar: Labirinto, de Alex Cerveny (Neotropica)

Saiba como ajudar os atingidos por rompimento de barragens em Mariana Duas barragens se romperam e causaram enxurrada em distrito da cidade. Buscas já foram retomadas na região; bombeiros confirmam uma morte.

A Prefeitura de Mariana está recebendo doações em dinheiro para ajudar as vítimas do rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, cujas donas são a Vale e a anglo-australiana BHP. As doações de materiais, alimentos, roupas e produtos em geral direcionadas para a cidade foram suspensas pela administração municipal e devem ser feitas em Belo Horizonte.
Segundo a prefeitura, o objetivo da suspensão é fazer o levantamento da quantidade dos itens doados e verificar se o que foi conseguido atende às necessidades da população afetada pelo desastre ambiental. Ainda segundo o órgão, a preocupação é evitar o desperdício do que foi arrecadado.
Serão mantidas as doações em dinheiro em contas bancárias, vinculadas à Prefeitura de Mariana, geridas por um conselho gestor com representantes de diversos setores da sociedade civil para dar transparência à ação.Veja aqui os dados bancários da Prefeitura de Mariana.
Doações de roupas, mantimentos, água, produtos de higiene, dentre outros, devem ser encaminhadas ao Serviço de Voluntariado da Assistência Social (Servas), em Belo Horizonte. O Servas está direcionando os donativos para outras cidades atingidas pelo rompimento da barragem em Mariana.

- Servas
Avenida Cristóvão Colombo, 683, Funcionários, Belo Horizonte.
Telefone: (31) 3349-2400
Entrega de doações das 7h às 19h.
A barragem de Fundão foi rompida no dia 5 de novembro, destruindo o distrito de Bento Rodrigues e afetando Águas Claras, Ponte do Gama, Paracatu e Pedras, além das cidades de Barra Longa e Rio Doce. Os rejeitos também atingiram dezenas de cidades na Região Leste de Minas Gerais e no Espírito Santo. Sete mortos já foram identificados e quatro corpos aguardam identificação. Doze pessoas estão desaparecidas.

Lama de barragem muda paisagem do Rio Doce; veja antes e depois Colatina recebeu onda de lama nesta quarta-feira (18). Agora, a onda de rejeitos de minério se desloca para Linhares e para o mar.19/11/2015 19h19 - Atualizado em 19/11/2015 19h29

Do G1 ES

Antes e depois do Rio Doce em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo (Foto: Viviane Machado e Vando Fagundes/ Arte G1)Antes e depois do Rio Doce em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo; a primeira no dia 9 de novembro e a segunda 10 dias depois (Foto: Viviane Machado e Vando Fagundes/ Arte G1)
Desde a chegada da lama de rejeitos da barragem da Samarco, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP, ao município de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, nesta quarta-feira (18), a paisagem do município mudou completamente.
O Rio Doce passa pela região Central da cidade e a vista dele é considerada um dos cartões postais, além de ser a única fonte de captação de água dos 122 mil habitantes. Agora, a população está aprendendo a conviver com uma nova rotina e a prefeitura busca maneiras de continuar oferecendo água potável.
O rompimento de uma barragem de rejeitos de minério da Samarco aconteceu no dia 5 de novembro e causou uma enxurrada de lama no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na região Central de Minas Gerais. A lama já chegou aos municípios de Baixo Guandu e Colatina, e também deve afetar Linhares, chegando até o oceano, segundo especialistas.
Antes do rompimento da barragem, o município de Colatina já enfrentava uma situação de seca e os moradores haviam sido alertados para economizar água. Na foto tirada antes da lama, no dia 9 de novembro, é possível ver vários bancos de areia ao longo do trecho do Rio Doce.
Vista para o Rio Doce antes da chegada da lama (Foto: Vando Fagundes/ TV Gazeta)Vista para o Rio Doce antes da chegada da lama, em imagem do dia 9 de novembro, onde é possível ver bancos de areia devido à seca (Foto: Vando Fagundes/ TV Gazeta)
Já na foto tirada depois da chegada da onda de rejeitos, nesta quinta-feira (19), é possível ver que os bancos de areia continuam no mesmo lugar, mas a coloração da água mudou completamente. Além de pouca água e areia, o Rio Doce agora tem lama.
A captação de água foi suspensa na madrugada desta quarta-feira (18). A dona de casa Jaudete Vieira armazenou água dentro de uma caixa extra e também do tanquinho da máquina de lavar. "A gente não sabe o que pode acontecer ainda, então a melhor forma é guardar em qualquer vasilhame", disse.
A cidade precisou montar um plano de emergência para atender a todos os moradores. Seis poços estão sendo perfurados no município pela Samarco, a pedido da Prefeitura de Colatina, para captar água que fica entre rochas.
As casas, comércios, escolas, hospitais e outros estabelecimentos estão sendo abastecidos por carros-pipa e também recebendo doações. O Exército também instalou reservatórios de 10 mil litros nos bairros.
Um dos reservatórios fica ao lado da casa do aposentado Leone Dalapícola, no bairro Vila Lenira. "Bom demais, para mim e para os outros moradores, pois fico pensando em quem não tem carro para buscar água fora daqui", falou.
Imagem do Rio Doce, em Colatina, feita em 19 de novembro (Foto: Vando Fagundes/ TV Gazeta)Imagem do Rio Doce, em Colatina, feita em 19 de novembro, com a lama alterando a paisagem (Foto: Vando Fagundes/ TV Gazeta)

Samarco distribui água; confira os locais
A mineradora Samarco começou a distribuir água mineral para os moradores nesta quinta-feira. Cada pessoa pode levar 2 litros para casa. A distribuição vai acontecer todos os dias, das 5h às 22h.
- Ayrton Senna, próximo ao CRAS e outro próximo à Igreja Católica
- Bela Vista, no Campo de Futebol
- Carlos Germano Naumann, próximo a US
- Centro, na Praça do Sol Poente
- Colatina Velha, Rua Pedro Epichim – próximo ao acesso à Avenida das Nações
- Columbia, próximo ao CEU
- Francisco Simonassi, na Praça da Igreja Católica
- João Menegueli, próximo ao reservatório
- Maria das Graças, na praça da Igreja Católica
- Nossa Senhora Aparecida, na Praça da Igreja
- Novo Horizonte, na Praça da Igreja Católica
- Perpétuo Socorro, na Praça de Alegria
- Santos Dumont, próximo à Escola Matilde Guerra
- São Miguel, próximo ao campo de futebol
- São Pedro, na Praça da Igreja Católica
- São Vicente, na Praça da Igreja
- Vila Lenira, na Praça da Igreja
- Vista da Serra, próximo à unidade de saúde
Produto pode tratar água
A prefeitura de Colatina informou que está analisando a água do Rio Doce e que ainda não pode precisar quando a população vai poder voltar a usar esse recurso.
Mas o mesmo produto usado no Rio Doce, em Governador Valadares (MG) para tratar a água da cidade, completamente poluída por causa da lama das barragens rompidas em Mariana será utilizado em Colatina. O município recebeu 30 toneladas da substância polímero de acácia negra, que separa a lama da água para que ela possa ser tratada.
O produto só será utilizado após passar por testes. Por meio da assessoria de comunicação, o município explicou que, após a chegada da lama, uma pequena quantidade da água do rio será levada para uma das três estações de tratamento da cidade. Depois que a água for separada da lama e tratada, ela será testada em um laboratório de Vitória.

Nova versão infográfico barragens Mariana (Foto: G1)

Rússia anuncia 3ª série de ataques em massa contra o Estado Islâmico País admitiu que queda de avião no Sinai egípcio foi provocada pelo grupo. Esquadrão de bombardeiros atacou refinarias e outros alvos do EI. 19/11/2015 16h37 - Atualizado em 19/11/2015 16h45

Imagem tirada de vídeo mostra um Tupolev Tu-95 lançando míssil na Síria (Foto: AFP PHOTO / RUSSIAN DEFENCE MINISTRY)Imagem tirada de vídeo mostra um Tupolev Tu-95 lançando míssil na Síria (Foto: AFP PHOTO / RUSSIAN DEFENCE MINISTRY)
O exército russo anunciou ter realizado nesta quinta-feira (19) uma terceira série de bombardeios "em massa" contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria, onde Moscou atua desde 30 de setembro.

Na terça-feira, Moscou anunciou a primeira série de bombardeios maciços contra posições do EI na Síria, depois de admitir que a queda de um avião russo em 31 de outubro no Sinai egípcio, que fez 224 mortos, foi de fato devido a um ataque reivindicado pelo EI.
"Hoje (...) a aviação russa realizou uma terceira série de bombardeios maciços contra grupos armados ilegais em território sírio", declarou o ministério da Defesa em um comunicado.
Entre 13h40 e 14h30 GMT (11h40 e 12h30 de Brasília), um "esquadrão de bombardeiros estratégicos de longo alcance Tu-22 realizou um ataque concentrado em 6 alvos nas províncias de Raqa (nordeste) e Deir Ezzor (leste)", incluindo contra refinarias de petróleo utilizadas pelos "terroristas", um armazém de munições e uma oficina de fabricação de morteiros, informa o comunicado.
Todos os alvos dos ataques realizados foram destruídos, indicou a fonte. O EI controla a maioria dos campos de petróleo na Síria, especialmente na província de Deir Ezzor.
Além disso, entre 6h e 6h20 GMT, bombardeiros estratégicos Tu-95 lançaram a partir do espaço aéreo russo 12 mísseis de cruzeiro contra alvos do EI nas províncias sírias de Aleppo (noroeste) e Idleb (noroeste), segundo o comunicado.
Desde 30 de setembro, a Rússia realiza ataques aéreos diários contra alvos "terroristas" para apoiar as operações militares do regime de Damasco, do qual é aliado.

Conheça seis fontes de renda do 'Estado Islâmico' Grupo extremista assumiu autoria de ataques em Paris; doações, petróleo e sequestros são algumas das fontes de receita. 19/11/2015 17h09 - Atualizado em 19/11/2015 17h09

Estado Islâmico assumiu autoria dos ataques em Paris na última sexta-feira (Foto: BBC/Islamic State)Estado Islâmico assumiu autoria dos ataques em Paris na última sexta-feira (Foto: BBC/Islamic State)
Acredita-se que grupo extremista autodenominado "Estado Islâmico", que assumiu a autoria da série de atentados que matou pelo menos 129 pessoas em Paris, seja, atualmente, a organização jihadista mais rica do mundo.
O grupo diz controlar uma área equivalente ao território do Reino Unido no Iraque e na Síria, a qual chama de "califado".
Mas de onde vem o dinheiro que abastece o "EI"? Quem financia o grupo extremista?
1. Doações
Mapa Estado Islâmico (Foto: BBC)
Doadores privados e instituições de caridade islâmicas no Oriente Médio ─ principalmente na Arábia Saudita e no Catar ─ foram as primeiras fontes de renda do grupo extremista.
Os benfeitores sunitas doavam ao "EI" para tirar o presidente sírio, Bashar al-Assad, do poder. Assad é alauíta, uma outra corrente do islã.
Embora o dinheiro dessas fontes ainda financie a viagem de combatentes internacionais para Síria e Iraque, nos últimos tempos, o grupo vem majoritariamente se autofinanciando.
2. Petróleo
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos estima que, no ano passado, o "EI" tenha ganhado milhões de dólares por semana, ou US$ 100 milhões (R$ 377 milhões) no total, da venda de petróleo e derivados a intermediários. O combustível é vendido à Turquia e ao Irã, ou ao próprio governo sírio.
Mas ataques aéreos contra a infraestrutura do grupo extremista, como refinarias, por exemplo, vêm diminuindo essa fonte de recursos.
3. Sequestros
Os sequestros promovidos pelo grupo geraram pelo menos US$ 20 milhões (R$ 75 milhões) em recompensas pagas em 2014.
Um desertor diz que o "EI" tem um departamento inteiramente dedicado a realizar sequestros, conhecido como "Aparato de Inteligência". Jornalistas estrangeiros são os principais alvos.
O sequestro também serve como uma ferramenta de propaganda valiosa para a organização.
4. Roubo, pilhagem e extorsão
Outra fonte de renda do "EI" é a extorsão praticada contra milhões de pessoas que vivem em áreas sob seu controle total ou parcial, de acordo com o Departamento do Tesouro americano.
Os pagamentos são feitos por aqueles que atravessam o território ou mantêm negócios ali, ou mesmo moradores, em troca de serviços ou "proteção" por parte do grupo extremista.
O "EI" também se financia por meio de assaltos a bancos, pilhagem e venda de antiguidades, e roubos de colheitas ou gado.
5. Imposto sobre minorias religiosas
As minorias religiosas são forçadas a pagar um imposto especial, chamado de "jizya".
Um comunicado divulgado pelo "EI" em mesquitas da cidade iraquiana de Mossul, no norte do país, no ano passado, convocava os cristãos a se converter ao islamismo, pagar a jizya ou enfrentar a morte.
"Vocês têm três opções: (aderir ao) islã, o contrato dhimma – que envolve o pagamento da jizya -, ou a espada", dizia o comunicado.
6. Escravidão
O "Estado Islâmico" também obtém receita ao vender meninas e mulheres sequestradas como escravas sexuais.
Quando o grupo extremista tomou a cidade de Sinjar, no norte do Iraque, a minoria religiosa yazidi disse que milhares de meninas e mulheres foram aprisionadas e muitas usadas como escravas sexuais.
Na ocasião, uma mulher yazidi, Hannan, disse ter escapado do "EI". Em entrevista à BBC, ela afirmou ter sido levada junto a outras 200 meninas e mulheres a um mercado de escravas sexuais, onde combatentes do grupo extremista faziam lances por elas, numa espécie de leilão informal.

Terrorista apontado como mentor de ataques em Paris morreu em operação Belga Abdelhamid Abaaoud foi morto em operação nesta quarta. Ele foi identificado por meio de impressões digitais, segundo procuradoria.

Foto sem data, publicada em uma revista online do Estado Islâmico, mostra Abdelhamid Abaaoud, apontado como mentor dos ataques de Paris (Foto: Social Media Website via Reuters) Game Over
Foto sem data, publicada em uma revista online do Estado Islâmico, mostra Abdelhamid Abaaoud, apontado como mentor dos ataques de Paris (Foto: Social Media Website via Reuters)

O belga Abdelhamid Abaaoud, apontado como mentor dos ataques terroristas de Paris, está morto, informou nesta quinta-feira (19) a Procuradoria de Paris. No total, 129 pessoas morreram e mais de 350 ficaram feridas nos atentados. O Estado Islâmico reivindicou sua autoria.
Abaaoud morreu durante operações da polícia francesa em Saint-Denis nesta quarta-feira (18) – seu corpo foi encontrado dentro do apartamento onde ocorreu a ação. No local, estava entrincheirado um grupo de  jihadistas. Abaaoud estava crivado de balas e foi identificado graças às impressões digitais, explicou a procuradoria.
"Abdel Hamid Abaaoud acaba de ser formalmente identificado, depois da comparação das impressões papilares (impressões digitais das mãos ou pés), como falecido no decorrer da operação realizada pela Raid (unidade de elite da polícia francesa) na rua Corbillon de Saint-Denis na noite de 18 de novembro", afirma um comunicado oficial.
A polícia francesa também confirmou que a mulher que morreu na mesma operação era prima do terrorista. Ela se explodiu após a ação policial. Os dois foram os únicos mortos na ação – outras oito pessoas foram presas.
Segundo a emissora CNN, Abaaoud seria próximo do líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, e provavelmente era a ligação entre a liderança do grupo jihadista e seus integrantes na Europa.
O Exército francês havia tentado matar Abaaoud antes dos atentados, em outubro, durante bombardeios contra um campo de treinamento do Estado Islâmico para combatentes estrangeiros em Raqqa, na Síria, segundo fontes francesas.
Atentados frustrados
O premiê francês, Manuel Valls, parabenizou a eliminação do suspeito. "Abaaoud, o cérebro desses atentados – um dos cérebros dos cérebros, porque sabemos que precisamos ser prudentes – se encontra entre os mortos", declarou diante dos deputados franceses.

O ministro do interior francês, Bernard Cazeneuve, afirmou que a França não tinha a informação de que Abdelhamid Abaaoud estava na Europa. O belga, segundo o ministro, teve um papel chave em ataques terroristas na França.

Segundo ele, Abaaoud participou da organização de quatro dos seis ataques frustrados no país desde a primavera no hemisfério norte. Entre eles, os ataques ao trem de alta velocidade e em uma igreja da cidade de Villejuif, na grande Paris.
Operação
A polícia primeiramente pensou que Abaaoud estivesse na Síria, mas as investigações levaram a uma casa em Saint-Denis, subúrbio de Paris, e oficiais fortemente armados entraram no prédio e iniciaram uma intensa troca de tiros nesta quarta.
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Megaoperação em Saint-Denis V3 (Foto: G1)
Os policiais retiraram alguns moradores de apartamentos vizinhos antes de atacar aquele onde estaria o grupo de terroristas, no terceiro andar.  
Com a chegada da polícia, três pessoas foram detidas. Posteriormente uma mulher detonou um colete de explosivos. Centenas de tiros foram disparados e granadas também foram utilizadas na ação.
Após o combate, um corpo foi encontrado um homem morto após ser atingido por tiros. A análise de impressões digitais indicou se tratar do belga Abdelhamid Abaaoud.
Além dos três suspeitos que estavam no apartamento, outras cinco pessoas foram detidas na operação em Saint-Denis. O proprietário do imóvel disse que os acolheu a pedido de um amigo e que não sabia que se tratavam de terroristas.
As forças de segurança chegaram até o apartamento em Saint Denis após interceptações telefônicas. De acordo com a procuradoria de Paris, o grupo estaria pronto para a agir novamente. Eles programavam um ataque à La Defense, centro econômico de Paris, segundo a Reuters.
Perfil
Abdelhamid Abaaoud nasceu em 1987 no bairro de Molenbeeck, subúrbio de Bruxelas. Ele é conhecido como Abu Omar Susi, nome da região do sudoeste de Marrocos de onde sua família é originária, ou Abu Omar al Baljiki (Abu Omar 'o belga').
"Era um menino estúpido", que assediava colegas e professores e era detido por roubar carteiras, relatou, sob condição do anonimato, um ex-colega de turma ao tabloide belga La Dernière Heure.
Suspeito-chave destes ataques, Salah Abdeslam, ativamente procurado pela polícia, que também residiu em Molenbeeck, e seu irmão Brahim, que detonou os explosivos que levava junto ao corpo na sexta-feira, em Paris, conheciam Abaaoud.
Todos os três têm antecedentes criminais, segundo a polícia belga.
Não é a primeira vez que o nome de Abu Omar "o belga" aparece em uma investigação. No início de 2014, ele estampou as capas dos jornais belgas por ter levado para a Síria o seu irmão Yunis, de 13 anos, apelidado de "o jihadista mais jovem do mundo".
Pouco depois, apareceu em um vídeo de propaganda do EI, com uma barba pré-púbere e um turbante do tipo afegão. Diante da câmera, na direção de uma caminhonete que arrasta corpos mutilados, Abaaoud se diz orgulhoso de cometer atrocidades. (veja abaixo)
Instigador
Com o perfil de um jovem "de classe média", o jornal flamengo De Morgen assegura que o pai de Abaaoud enviou seu filho a um excelente colégio de Uccle, no sul de Bruxelas.
"Tínhamos uma vida muito boa, uma vida fantástica, eu diria. Abdelhamid não era uma criança difícil e havia se tornado um bom comerciante. Mas, de repente, ele foi para a Síria. Nunca recebi qualquer resposta", havia declarado em janeiro o seu pai, Omar Abaaoud, ao jornal Dernière Heure.
"Abdelhamid envergonhou a nossa família. Nossas vidas foram destruídas", reagiu seu pai: "Por que, em nome de Deus, ele mataria belgas inocentes? Nossa família deve tudo a esse país", havia explicado Omar Abaaoud, cuja família chegou à Bélgica há 40 anos.
Ele disse que "nunca perdoaria" Abdelhamid por ter "arrastado" seu irmão mais novo Yunis.
Abaaoud, o mais conhecido dos quase 500 jovens belgas que deixaram o país para combater no Iraque e na Síria, também está ligado à "célula de Verviers".
Em Verviers, uma cidade do leste da Bélgica, a polícia lançou em 15 de janeiro, uma semana depois dos ataques de Paris, uma operação destinada a desmantelar um ataque "iminente". Dois dos suspeitos morreram.
Foto sem data mostra Abdelhamid Abaaoud, apontado como mentor dos ataques de Paris (Foto: Social Media Website via Reuters)Foto sem data mostra Abdelhamid Abaaoud, apontado como mentor dos ataques de Paris (Foto: Social Media Website via Reuters)
Abaaoud não estava no local. Mas no início de fevereiro, ele reivindicou em uma entrevista à revista do Estado Islâmico, que "planejou" estes ataques frustrados.
"Finalmente conseguimos chegar na Bélgica. Conseguimos armas e um esconderijo, enquanto planejamos operações contra os 'cruzados", havia dito.
Segundo a imprensa belga, Abaaoud chegou a ser localizado na Grécia de onde se comunicava com os dois jihadistas mortos em Verviers.
A polícia grega não conseguiu prendê-lo durante uma operação em Atenas.
"Consegui sair e retornar a El Sham (que em árabe significa Grande Síria, ou a sua capital Damasco), apesar da vigilância de muitos serviços secretos", comemorou na revista.
A justiça suspeita que ele tenha instigado um jihadista francês preso em 11 de agosto em seu retorno da Síria a atacar "um alvo fácil", como uma casa de shows.
Em julho, ele foi condenado, em Bruxelas, à revelia, a 20 anos de prisão por recrutamento de jihadistas belgas para a Síria.