quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Como estão as investigações do desastre de Mariana? Camilla Costa - @_camillacosta Da BBC Brasil em São Paulo Há 46 minutos

(AFP)Image copyrightAFP
Image captionRompimento de barreiras de rejeitos de minério em Mariana já é considerado maior desastre ambiental do Brasil
Duas semanas após o rompimento de uma barragem de rejeitos de minério em Mariana (MG) ainda sobram perguntas sobre os responsáveis pelo que já é considerado o maior desastre ambiental do Brasil e a dimensão dos custos para lidar com suas consequências.
A Samarco, empresa que opera o complexo de barragens na região, e suas acionistas, a brasileira Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, têm anunciado medidas de emergência para atender as populações locais e tentar reparar os já inúmeros danos ao meio ambiente.
No entanto, faltam esclarecimentos sobre como avançam as investigações que vão determinar as razões do desastre. Entre as 48 notas publicadas pela mineradora Samarco em sua página oficial, apenas 2 mencionam "investigações e estudos" sobre as causas do rompimento da barragem de Fundão.
Em uma coletiva de imprensa na última terça-feira, o diretor de operações e infraestrutura da mineradora, Kleber Terra, disse que a empresa iniciou as investigações "imediatamente" e contratou "especialistas do mundo inteiro, dos mais renomados" para um trabalho que "leva meses".
No entanto, as perguntas enviadas pela BBC Brasil à Samarco sobre quem seriam os profissionais contratados pela empresa e qual o cronograma para divulgar os resultados de suas investigações não foram respondidas em 24 horas, até o fechamento desta reportagem.
Confira algumas respostas sobre o andamento das investigações até o momento:

Quem será responsabilizado pelo rompimento das barragens?

(AFP)Image copyrightAFP
Image captionTsunami marrom deixou pelo menos sete mortos e 15 desaparecidos
A Samarco já é considerada a principal responsável pelo ocorrido, segundo a promotora de Justiça do Ministério Público do Espírito Santo Isabela Cordeiro.
"Costumamos dizer que a empresa é responsável, mesmo se tivesse adotado todas as medidas necessárias de prevenção. Ela é responsável por qualquer evento danoso ambiental ou social decorrente da atividade dela. Não tem desculpa", disse à BBC Brasil.
É por este motivo que a empresa já recebeu multas preliminares do Ibama e assinou termos, também preliminares, com os MPs dos dois Estados afetados pelo desastre ambiental, nos quais se compromete a realizar ações de emergência, de reparação e de prevenção nas regiões onde a lama ainda não havia chegado.
Outra questão é se a empresa será considerada criminosa. Quem determina oficialmente se o rompimento da barragem foi um crime ambiental é o inquérito da Polícia Federal que está em curso.
Questionada pela BBC Brasil, a PF não quis comentar a investigação, mas confirmou que apura a "possível ocorrência do delito ambiental previsto no artigo 54, § 2º, incisos I, II e III, e 62, da Lei nº 9.605/98, tendo em vista suposta incidência de crime ambiental".
Caso a Polícia Federal determine a existência de crime, a Samarco terá que responder a um processo penal e seus dirigentes, assim como a Vale e a BHP Billiton, podem ser condenados.
Mas mesmo que isso não aconteça, a empresa continuará tendo que responder a exigências dos MPs de ambos os Estados através de outros acordos, de ações cíveis ou até de ações judiciais individuais e coletivas de pessoas afetadas pelo desastre.

Que tipo de multas podem ser aplicadas à empresa?

(AFP)Image copyrightAFP
Image captionDistritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, em Mariana, foram completamente destruídos
Até o momento, a Samarco foi multada em R$ 250 milhões pelo Ibama – cinco multas de R$ 50 milhões – mas essa é apenas a primeira que o órgão pode aplicar.
"O Ibama pode aplicar pelo menos outras dez penalidades previstas pela legislação, que vão de multas diárias a até exigir o fechamento da empresa" disse à BBC Brasil o advogado do Instituto Socioambiental Mauricio Guetta.
De acordo com a coordenadora geral de emergências ambientais do Ibama, Fernanda Pirillo, o órgão já prevê a cobrança de uma nova multa nas próximas semanas por destruição de área de preservação permanente nas margens do Rio Doce em Minas Gerais, cujo valor ainda não foi determinado. "Vai depender do tamanho da área, que está sendo calculado", afirmou à BBC Brasil.
No entanto, é um desafio garantir que as multas sejam pagas, o que nem sempre acontece. "Temos uma boa legislação e muito avançada em relação à responsabilização, mas temos um problema de implementação", diz Guetta.
"Cerca de 97% das multas aplicadas pelo Ibama não são pagas pelos infratores. É um dado chocante."
A Samarco tem 20 dias para apresentar recurso contra o pagamento de cada uma das cinco multas preliminares. Depois disso, caso não seja atendida, ainda pode apresentar um segundo recurso antes de ter de, finalmente, fazer o pagamento.
Questionada pela BBC Brasil, a empresa não respondeu se pretende pagar, nem quando o fará.
Em um termo de compromisso proposto pelo Ministério Público de Minas Gerais e assinado pela Samarco no dia 16 de novembro, a empresa se compromete a criar um fundo de R$ 1 bilhão que deve ser destinado a ações de emergência no Estado.
O termo não especifica quais seriam essas ações, mas diz que a empresa terá de comprovar que o dinheiro está sendo gasto em "medidas de prevenção, contenção, mitigação, reparação e compensação dos danos ambientais ou socioambientais". A multa prevista pelo não cumprimento destas medidas em seus prazos é de R$ 200 mil por dia.
Já o termo assinado com o MP do Espírito Santo no mesmo dia não fala de valores específicos, mas prevê que a empresa pague por análises do ambiente afetado pela lama, abastecimento de água de cidades impactadas, coleta de animais silvestres e dezenas de outras ações detalhadas – desde os meios de transporte até alimentação, hospedagem e instrumentos dos técnicos e profissionais envolvidos em cada uma delas.
O não cumprimento de cada uma das ações em seu prazo gera uma multa de R$ 1 milhão por dia no acordo firmado com no Espírito Santo. Segundo Isabela Cordeiro, a empresa é notificada por e-mail do MP toda vez que houver uma infração, e deve calcular a soma das multas diárias mais adiante.
(AFP)Image copyrightAFP
Image captionAtivistas fazem protesto em frente à sede da mineradora Vale, controladora da Samarco, responsável pela exploração de minério de ferro nas barragens de Fundão e Santarém
E esses são apenas os custos das ações de emergência, que devem ocorrer pelo menos até que a lama deixe de passar pelo Rio Doce, segundo a promotora.
"Ainda estamos negociando um fundo como o de Minas, para garantir que a empresa vai arcar com essas providências", afirmou Cordeiro. Ela disse ainda que um adendo ao termo deve garantir uma renda mínima às pessoas que sobrevivem das águas do Rio Doce.
A BBC Brasil procurou o Ministério Público de Minas Gerais para questionar por que o acordo com o Estado mais afetado pelo rompimento da barragem não determina especificamente as ações que a empresa deveria priorizar e por que a multa proposta pelo descumprimento dessas ações é tão menor que a do Espírito Santo. No entanto, não foi atendida pelo órgão até o fechamento da reportagem.
Para além da situação de emergência, no entanto, está a parte mais difícil: a avaliação do tamanho do problema e o cálculo do valor das perdas.
"Impactos sobre atividades produtivas são mais fáceis de calcular, mas estimar o valor dos recursos naturais é muito mais complicado. Quanto custa um manguezal, por exemplo?", questiona a engenheira ambiental Alessandra Magrini, da Coppe (UFRJ), que realizou os cálculos da perda ocasionada pelo derramamento de 1,3 milhão de litros de petróleo na Baía de Guanabara pela Petrobras, em 2000.
"É preciso estimar as funções ambientais de cada recurso natural e ver como se calcula o dano. O Brasil não tem prática nesta avaliação", afirma.
É por este motivo, segundo Magrini, que ainda é cedo para dizer quanto a Samarco, a Vale e a BHP Billiton terão de gastar com o incidente. Da mesma forma, é difícil fazer comparações com o que multinacionais gastaram com incidentes em outros países.
(AFP)Image copyrightAFP
Image captionGoverno multou Samarco em R$ 250 milhões por acidente
"Cada acidente é um acidente, com suas características. Mas em todos eles, contabilizar as perdas leva tempo. Isso não vai terminar hoje, vai ter repercussões por muitos anos."

Quem está avaliando o impacto do desastre?

Em desastres ambientais de grande proporção, é comum que existam diversos laudos técnicos sendo preparados simultaneamente por equipes diferentes, de acordo com Magrini.
O desafio é coordenar esses esforços e reunir os dados para poder estimar o tamanho das perdas e o tipo de ressarcimento – em dinheiro e em ações de recuperação – que será preciso cobrar da empresa.
"A responsabilidade por fazer e por pagar é da empresa, mas os governos federal e estaduais precisam de um plano de ação para fiscalizar suas ações e instituir um estudo de avaliação do dano", afirma.
Na última terça-feira, Kleber Terra, da Samarco, afirmou que a empresa tem 162 pontos de monitoramento de água ao longo do Rio Doce e equipes coletando amostras, com "uma série de empresas mobilizadas".
Equipes do Ibama também estão realizando suas próprias medições e análises em toda a extensão do rio, de acordo com a coordenadora Fernanda Pirillo. Atualmente, há pelo menos cinco equipes, com cerca de 20 técnicos, divididas da seguinte forma:
• Pelo menos quatro pessoas em Mariana, no gabinete de crise;
• Duas duplas percorrendo as margens do Rio Doce em MG e ES, verificando se há animais silvestres ou domésticos a serem resgatados;
• Uma equipe de cinco pessoas no Espírito Santo, orientando o resgate de espécies nativas e raras de peixes, que serão transferidos para tanques e usados em repovoamento;
• Três técnicos acompanhando as tentativas de retenção da lama que a Samarco está fazendo no Espírito Santo;
• Cinco pessoas fazendo um mapeamento aéreo da região afetada.

(BBC)
Image captionSegundo ecólogos, geofísicos e gestores ambientais, pode levar décadas, ou mesmo séculos, para que os prejuízos ambientais sejam revertidos
Todos eles, diz Pirillo, deverão também coletar dados para relatórios sobre o impacto ambiental.
Os Ministérios Públicos estaduais também devem acionar profissionais para monitorar o dano ambiental e fiscalizar as ações da empresa. O MP-ES, segundo Isabela Cordeiro, está trazendo do Rio Grande do Sul três técnicos para garantir que a metodologia usada pelos profissionais contratados pela Samarco está correta.
"Também acionamos uma equipe com especialistas do Ibama, de universidades federais, de ONGs ambientais, e de outros. Parte deles já está em campo", afirma.
Pesquisadores e voluntários de todo o Brasil também organizam, via Facebook, grupos que se propõem a fazer análises independentes dos mesmos fatores.
Cientistas criadores do Giaia (Grupo Independente de Avaliação do Impacto Ambiental - Samarco/Rio Doce) conseguiram chegar a alguns locais do vale do Rio Doce antes da lama e recolheram amostras de água e solo para comparar com o "depois".

Que tipo de assistência está sendo dada às famílias?

Os compromissos assinados pela Samarco com os Ministérios Públicos de Minas e Espírito Santo preveem uma série de medidas para tentar reduzir os problemas das populações afetadas.

(Reuters)Image copyrightReuters
Image captionMoradores perderam tudo após rompimento de barragens em Mariana
A empresa diz que tem mais de 400 profissionais atendendo as comunidades e que providenciou a estadia de 631 pessoas desabrigadas em hotéis e pousadas em Mariana. Algumas famílias começam a ser transferidas para casas alugadas e mobiliadas. A Samarco afirma também que disponibiliza água, cestas básicas, itens de higiene pessoal, material e equipamentos de limpeza, kits escolares e ração animal às pessoas afetadas.
Em cidades como Governador Valadares e Colatina (MG), que tiveram o abastecimento de água temporariamente suspenso por causa da passagem da lama, a Samarco foi obrigada a fornecer água potável, mas a distribuição gerou reclamações.
Em Governador Valadares, a equipe da BBC Brasil constatou que moradores esperavam em filas de mais de mil pessoas para encher garrafões, incluindo idosos. A prefeita da cidade, Elisa Costa, afirmou que a Samarco não enviou água potável suficiente, o que dificultava a abertura de mais postos.
Em resposta, a empresa limitou-se a dizer que enviou mais de 8,4 milhões de litros de água potável para ajudar no abastecimento da cidade e 500 mil litros de água mineral para a população.
Uma semana após o desastre, no dia 13 de novembro, a presidente Dilma Rousseff alterou o decreto que regulamenta a movimentação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que é direito de trabalhadores e só pode ser utilizado em casos específicos, entre eles, desastres naturais.
(BBC)
Image captionÍndios da tribo indígena Krenak fecharam ferrovia da Vale em MG
A alteração inclui na classificação de desastre natural o "decorrente do rompimento ou colapso de barragens que ocasione movimento de massa, com danos a unidades residenciais". Assim, os trabalhadores afetados poderão, caso queiram, sacar até R$ 6.220 do fundo para uso emergencial.
No entanto, a medida causou controvérsia e indignação nas redes sociais brasileiras, onde chegou a ser considerada uma brecha para que a Samarco consiga escapar de punições mais severas.
Em seu perfil oficial no Twitter, o Ministério da Casa Civil afirmou que a mudança "de forma alguma, exime as empresas responsáveis pela reconstrução das moradias dos atingidos ou do pagamento de qualquer prejuízo individual ou coletivo".
Segundo o advogado Mauricio Guetta, a nova classificação poderia ser usada como justificativa pela empresa em uma ação penal, mas só seria aceita por um juiz "se o processo for mal conduzido".
"Se não for constatada a responsabilidade específica, com culpa, da empresa e seus dirigentes, eles poderiam ser absolvidos da ação criminal. É uma brecha, mas não podemos afirmar que a mudança foi feita pelo governo para privilegiar um ou outro."
"E para reparação de danos, não importa se foi desastre natural ou não. O que importa é que a empresa assume os riscos pela atividade que desenvolve, então tem obrigação de pagar por isso. Mesmo que a causa seja terremoto, furacão", afirma.

'Mutirão de análise' da lama de Mariana quer transformar cidadãos em pesquisadores Camilla Costa - @_camillacosta Da BBC Brasil em São Paulo

Foto: ReutersImage copyrightReuters
Image captionPesquisadores buscam colaboração tentam ensinar moradores das regiões afetadas pela lama a coletar amostras
Pelo Facebook, a produtora audiovisual mineira Janaína, que mora no Rio de Janeiro, começa a receber instruções sobre tubos de ensaio e protocolos para coletar amostras para testes químicos.
Em alguns dias, ela irá até Governador Valadares (MG) e levar para análise a água que sai das torneiras da cidade depois que a lama liberada pelo rompimento das barragens em Mariana chegou ao local. E, para conseguir ajudar os pesquisadores, precisa saber como proceder.
O envolvimento cada vez maior de profissionais como Janaína na coleta científica de amostras da água e do solo da região do Rio Doce é um dos principais objetivos de um grupo de pesquisadores que vem se organizando pelo Facebook para analisar, de maneira independente, o impacto ambiental do desastre.
Desde a semana passada, a página do GIAIA (Grupo Independente de Avaliação do Impacto Ambiental - Samarco/Rio Doce) no Facebook reúne pesquisadores e cientistas de todo o Brasil para um "mutirão da ciência" em diversas frentes. Nesta terça-feira, o grupo já tinha mais de 4 mil pessoas.
A ideia partiu de um grupo de cerca de dez cientistas formados na USP e conseguiu adesão-relâmpago de profissionais de diversas áreas: a lista atual de voluntários já inclui, além de biólogos, geógrafos e químicos, pelo menos uma psicóloga, um astrônomo, historiadores e turismólogos.
De um modo geral, eles oferecem serviços ligados às suas especialidades, mas moradores e nativos da região, como Janaína, também se dispõem a contribuir fora de sua área de conhecimento.
"O que me motiva a fazer as coletas é porque percebo que as cidades da região, que estão sem água. Sabemos que a maior parte dos deputados de Minas Gerais são apoiados pelas mineradoras", disse à BBC Brasil.

Força-tarefa

Em diversas mensagens trocadas por dia, os frequentadores do GIAIA expressam indignação com relação ao acidente que deixou pelo menos 11 mortos e 12 desaparecidos, destruiu completamente o distrito de Bento Rodrigues (MG) e impactou centenas de pessoas no caminho do rio Doce até o Espírito Santo.
Outros propõem ações para avaliar o impacto do desastre e divulgá-lo, trocam informações sobre procedimentos científicos e oferecem seus préstimos para o que for necessário.
"Alguém já falou aqui sobre hospedagem solidária? Moro em Aimorés (MG), qualquer coisa 'estamos aí'", diz o gestor ambiental mineiro Ivan Ruela, que também assumiu a tarefa de coletar amostras de água e sedimentos na cidade que faz divisa com o Espírito Santo.
"Sempre fui apegado a essa questão do rio Doce. Achei interessante a ideia, para a gente agir de alguma forma, não ficar só sentado. A lama já chegou e tende a ficar muito resíduo por aqui", disse à BBC Brasil.
Segundo o biólogo paulista Alexandre Martensen – que faz doutorado em Toronto e administra a iniciativa à distância –, já há grupos de trabalho organizados para analisar a água do rio, os sedimentos no solo, espécies da fauna e flora locais e outros.
"Temos até um grupo de advogados e especialistas analisando os documentos do empreendimento, da Samarco, do Ministério Público. E outro que trabalha com mapeamento da região, para sabermos onde a lama pode chegar na próxima enchente", disse à BBC Brasil.
Image captionEm quatro dias, grupo conseguiu mais de R$ 50 mil em financiamento coletivo para estender monitoramento em MG e ES

'Ciência cidadã'

Segundo Martensen, pesquisadores de universidades estaduais e federais da região foram os primeiros a se motivar pela iniciativa. Mas a nova fronteira, e a mais difícil, é conseguir que os próprios moradores da região contribuam.
"Já há moradores de comunidades que se propuseram a coletar amostras, nós os estamos orientando sobre como fazer. A ciência cidadã é muito importante", diz.
Até o momento, o grupo é completamente dependente de voluntários e os pesquisadores custeiam o trabalho de campo com recursos próprios e apoio de universidades ou ONGs, de acordo com o biólogo. Mas um financiamento coletivo para captar recursos para as análises surpreendeu, ultrapassando a meta de R$ 50 mil arrecadados em quatro dias. Até o fechamento desta reportagem, ele já acumulava R$ 52 mil.
"Começamos com um objetivo muito menor, que era só fazer análise de água e sedimentos, e queríamos recurso para ajudar nisso. Mas o negócio viralizou, ficou melhor do que a gente imaginava. Agora devemos lançar outro 'crowdfunding'", afirma.
"Estamos preocupados que esse monitoramento se estenda e seja sustentável, porque muitas coisas ainda vão acontecer. Quando aquela região alagar, a lama pode, por exemplo, alcançar lugares além do rio e estragar outras áreas."
Os relatórios, mapas e análises serão disponibilizados e explicados para o público em um site – também conseguido por intermédio de uma parceria com uma ONG –, que deve entrar no ar nos próximos dias.

'Não dá pra confiar'

Para Janaína, de 27 anos, a tarefa é necessária para ajudar sua cidade natal, que chegou a ter o abastecimento de água parcialmente interrompido nos últimos dias por causa da contaminação do rio Doce pela lama da barragem.
Desde segunda-feira, a distribuição vem sendo gradualmente restabelecida, mas moradores ainda esperam até duas horas em filas imensas para terem acesso a água limpa.
"Acredito que a prefeitura esteja sofrendo uma pressão política grande e quero ajudar a fazer uma análise da água. Vou tentar eu mesma fazer quando estiver lá ou pedir a um primo e outras pessoas. É necessário fazer uma análise mais completa e autônoma tanto de materiais inorgânicos (metais, por exemplo) quanto orgânicos", afirma.
A produtora conheceu o grupo por meio de amigas, que se juntaram para enviar água potável ao município. Ela mesma vai acompanhar a distribuição na cidade, no final desta semana.
"A (própria) empresa responsável está ali ajudando a fazer os testes (na água que sai das torneiras). Não dá pra confiar. Não acredito que a prefeitura queira envenenar 280 mil pessoas, mas também não acredito em tudo o que está sendo divulgado em termos de análise."

Gaúcha Marthina Brandt é eleita Miss Brasil 2015 Miss Brasil vai representar o país no Miss Universo nos Estados Unidos. Concurso foi realizado na noite desta quarta-feira em São Paulo.


A gaúcha Marthina Brandt, de 23 anos, foi eleita Miss Brasil 2015 em concurso realizado na noite desta quarta-feira (18) em São Paulo. A nova Miss Brasil vai representar o Brasil no concurso Miss Universo, que será realizado dia 20 de dezembro, em Las Vegas (EUA).
Em segundo lugar ficou a Miss Santa Catarina, Sabrina Meyer. A terceira colocada foi a Miss São Paulo, Jéssica Voltolini Vilela.
A vencedora recebeu a coroa das mãos de Melissa Gurgel, Miss Brasil 2014.
Marthina é estudante de direito, tem 1m76 de altura, 92 cm de quadril, 65 cm de cintura e 86 cm de busto.
A gaúcha Marthina Brandt, de 23 anos, foi eleita Miss Brasil 2015 (Foto: Lucas Ismael / Band / Divulgação)A gaúcha Marthina Brandt, de 23 anos, foi eleita Miss Brasil 2015 (Foto: Lucas Ismael / Band / Divulgação)
Na primeira rodada foram selecionadas 15 candidatas: Bahia, Distrito Federal, Goiás,  Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Em seguida, as misses desfilaram com vestidos longos, quando ficaram definidas as 10 semifinalistas: Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Na fase seguinte, as candidatas se apresentaram de biquini e de maiô. As cinco escolhidas foram: Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
As candidatas responderam a perguntas sobre características da mulher contemporânea, os lados bom e ruim da internet e exemplo de mulher, entre outras. Desfilaram mais uma vez até a escolha das três finalistas: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Na etapa final, a classificação ficou assim:
1ª) Miss Rio Grande do Sul - Marthina Brandt  (Miss Brasil 2015)
2ª) Santa Catarina - Sabrina Meyer
3ª) Miss São Paulo - Jéssica Voltolini Vilela
Veja abaixo as 27 candidatas do concurso Miss Brasil 2015:
MISS ACRE - Maxine Silva
MISS ACRE - Maxine Silva (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS ACRE - Maxine Silva (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)

MISS ALAGOAS - Camila Leão
MISS ALAGOAS - Camila Leão (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS ALAGOAS - Camila Leão (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
MISS AMAPÁ - Daiane Uchôa
MISS AMAPÁ - Camila Uchôa (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS AMAPÁ - Daiane Uchôa (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
AMAZONAS - Caroline Toledo
MISS AMAZONAS - Caroline Toledo (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS AMAZONAS - Caroline Toledo (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
MISS BAHIA - Patrícia Guerra
MISS BAHIA - Patrícia Guerra (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS BAHIA - Patrícia Guerra (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
CEARÁ - Arianne Miranda
CEARÁ - Ariane Miranda (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)CEARÁ - Arianne Miranda (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
DISTRITO FEDERAL - Amanda Balbino
MISS DISTRITO FEDERAL - Amanda Balbino (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS DISTRITO FEDERAL - Amanda Balbino (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
ESPÍRITO SANTO - Juliana Morgado
MISS ESPÍRITO SANTO - Juliana Morgado (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS ESPÍRITO SANTO - Juliana Morgado (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
GOIÁS - Thaynara Fernandes
MISS GOIÁS - Thaynara Fernandes (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS GOIÁS - Thaynara Fernandes (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
MARANHÃO - Isadora Amorim
MISS MARANHÃO - Isadora Amorim (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS MARANHÃO - Isadora Amorim (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
MATO GROSSO - Camila Della Valle
MISS MATO GROSSO - Camila Della Valle (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS MATO GROSSO - Camila Della Valle (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
MATO GROSSO DO SUL - Camila Greggo
MATO GROSSO DO SUL - Camila Greggo (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MATO GROSSO DO SUL - Camila Greggo (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
MINAS GERAIS - Stephanie Zanelli
MISS MINAS GERAIS - Stephanie Zanelli (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS MINAS GERAIS - Stephanie Zanelli (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
PARÁ - Caroline Ribas
MISS PARÁ - Caroline Ribas (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS PARÁ - Caroline Ribas (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
PARAÍBA - Ariádine Maroja
MISS PARAÍBA - Ariadne Maroja (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS PARAÍBA - Ariádine Maroja (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
PARANÁ - Gabriela Gallas
MISS PARANÁ - Gabriela Gallas (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS PARANÁ - Gabriela Gallas (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
PERNAMBUCO - Sayonara Veras
PERNAMBUCO - Sayonara Veras (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)PERNAMBUCO - Sayonara Veras (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
PIAUÍ - Letícia Alencar
MISS PIAUÍ - Letícia Alencar (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS PIAUÍ - Letícia Alencar (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
RIO DE JANEIRO - Nathalia Pinheiro
MISS RIO DE JANEIRO - Nathalia Pinheiro (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS RIO DE JANEIRO - Nathalia Pinheiro (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
RIO GRANDE DO NORTE - Manoella Alves
MISS RIO GRANDE DO NORTE - Manuela Alves (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS RIO GRANDE DO NORTE - Manoella Alves (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
RIO GRANDE DO SUL - Marthina Brandt
MISS RIO GRANDE DO SUL - Marthina Brandt (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS RIO GRANDE DO SUL - Marthina Brandt (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
RONDÔNIA - Gabriela Rossi
RONDÔNIA - Gabriela Rossi (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)RONDÔNIA - Gabriela Rossi (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
RORAIMA - Melina Gomes
MISS RORAIMA - Melina Gomes (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS RORAIMA - Melina Gomes (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
SANTA CATARINA - Sabrina Meyer
MISS SANTA CATARINA - Sabrina Meyer (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS SANTA CATARINA - Sabrina Meyer (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
SÃO PAULO - Jéssica Voltolini Vilela
MISS SÃO PAULO - Jéssica Voltolini Vilela (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS SÃO PAULO - Jéssica Voltolini Vilela (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
SERGIPE - Pryscila Felisberto
MISS SERGIPE - Priscila Felisberto (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS SERGIPE - Pryscila Felisberto (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)
TOCANTINS - Karla Sucupira Mota
MISS TOCANTINS - Karla Sucupira Mota (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)MISS TOCANTINS - Karla Sucupira Mota (Foto: Lucas Ismael/Band/Divulgação)

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Fernando Baiano deixa penitenciária no PR para cumprir prisão domiciliar Lobista é apontado como um operadores de propina a políticos do PMDB. Ele estava preso desde 2014 e será monitorado por tornozeleira eletrônica.

O lobista Fernando Baiano/GNews (Foto: Reprodução GloboNews)O lobista Fernando Baiano ficou preso por um ano
em Curitiba (Foto: Reprodução GloboNews)
O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, deixou o Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba por volta das 12h desta quarta-feira (18).

De lá, ele foi levado para a Justiça Federal, para a instalação de uma tornozeleira eletrônica para cumprir a prisão em regime domiciliar no Rio de Janeiro. Ele deixou o prédio da Justiça por volta das 13h50 acompanhado do advogado.
Baiano foi detido há exatamente um ano, dias depois de os policiais deflagrarem a sétima fase da Operação Lava Jato. A mudança de regime prisional foi obtida graças ao acordo de delação premiada. Segundo o documento, ele deveria ficar um ano preso, prazo que se encerrou nesta quarta.
Segundo a Justiça, Fernando Soares será monitorado 24 horas por dia pela tornozeleira e não poderá sair de casa sem autorização judicial.
O lobista é apontado pelas investigações da Lava Jato como um dos operadores de propina para políticos do PMDB, no esquema de desvios da Petrobras.
Em um dos processos, que trata sobre irregularidades no aluguel de navios-sonda para a estatal, ele acabou condenado a 16 anos e um mês de prisão. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Baiano operou cerca de US$ 15 milhões em propinas.
O caso teve mais repercussão quando outro delator da Lava Jato, o também lobista Júlio Camargo, afirmou que um dos beneficiários da propina foi o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em depoimento, Camargo disse que o deputado recebeu US$ 5 milhões.
Fernando Baiano também é réu em outro processo da Lava Jato, que envolve executivos e ex-executivos da construtora Andrade Gutierrez. Nesta ação penal, o juiz Sérgio Moro aguarda apenas a apresentação das alegações finais por parte do MPF e dos réus. Em seguida, o magistrado deverá pronunciar a sentença.