quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Filhos não impedem que as mulheres tenham uma carreira. São os maridos Pesquisa com ex-alunos de Harvard revela que casais priorizam a ascensão do homem No Brasil, elas representam só 6,3% dos assentos nos conselhos de administração

Las mujeres Toman las decisiones de forma participativa más that los hombres
As Mulheres Tomam como decisões de-forma participativa MAIS that Homens OS. GETTY
Em 2013,  Sheryl Sandberg, diretora de Operações do Facebook e das Mulheres Mais Poderosas UMA do Mundo, publicou hum Livro polémico não qua argumentava Que hum dos Segredos do Sucesso Profissional de uma mulher E Escolher Um bom cônjuge.  
Sem  best-seller  o Faça Acontecer - Mulheres, Trabalho ea Vontade de Liderar  (Companhia das Letras, Tradução de Denise Bottmann), Sandberg Afirma Que Uma das decisões Mais IMPORTANTES Para a Trajetória Profissional de uma mulher passa Pela decisão de morar Sozinha ou Não, e , Caso opte POR companhia, Encontrar uma pessoa Certa. "Não conheço nenhuma mulher ocupe Que hum carga de Liderança that NÃO conte com o total de Apoio cônjuge do Seu. Nao há exceções ", sentencia ELA.
A Ascensão das Mulheres Às altas Esferas E rara Corporativas; ELAS ocupam Menos de 20% dos Cargos de Responsabilidade NAS 500 Empresas Mais IMPORTANTES do Mundo, Segundo uma Lista elaborada Pela  Fortune. Contrariando a Crença popular, de that modo Mulheres solteiras PODEM Chegar ao Topo do Mundo corporativo, A Dois Número do Facebook defendia, num Capítulo intitulado Faca de Seu companheiro um companheiro de verdade, um that maioria das Mulheres em Posições de Liderança no Mundo Empresarial TEM Uma cara-Metade. Só that this E MUITO Bem escolhida. 
Na América Latina, 47 das 100 Maiores Empresas da Região NÃO possuem Uma Única mulher em Seu conselho de Administração, SEGUNDO UM Relatório publicado em maio Pela Mulheres Corporativa Administração Internacional  (CWDI), um grupo de Pesquisa com sede em Washington. Entre Empresas como that CONTAM COM Mulheres em Cargos Administrativos SEUS Altos, 43% POSSUI APENAS uma mulher. Elas representam, em mídia, APENAS 6,4% dos Assentos Nos Conselhos de Administração destas Grandes Empresas da Região -no Brasil, um meio E de 6,3%. A Região ESTÁ Atrás da América do Norte (19,2%), da Europa (20%) e da Região Ásia-Pacífico (9,4%).
Essa Desigualdade VEM Sendo Associada à Preferência feminina POR dedicar Mais andamento AOS Cuidados com Os Filhos EO lar. No Brasil, 45,9% das Mulheres Ativas económicamente estavam ocupadas nenhuma Primeiro Trimestre de 2015, enquanto 67,4% that dos Homens estavam ocupados, Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) realizada cabelo IBGE. Em março Deste ano, Uma tabulação realizada cabelo jornal O Globo com Dados da PNAD mostrou that, de 2001 a 2013, uma mídia de horas dedicadas Pelas Mulheres de Tarefas Domésticas, Como Cuidar dos Filhos e LIMPAR a casa, Caiu de 26, parágrafo 20 POR semana. Não entanto, uma mídia dos Homens Nao oscilou e permaneceu EM CINCO horas.   
47 das 100 Maiores Empresas da América Latina possuem NÃO Uma Única mulher em Seu conselho de Administração
Além Disso, 85% das Mulheres se dedicam a estas Atividades, em contraste com OS 45% dos Homens Que colaboram em Casa. AINDA Segundo a Publicação, MESMO Aquelas Que hum possuem alto grau de escolaridade, Como mestrado OU doutorado, dedicam Mais horas Ao Trabalho Doméstico Que OS Homens, inclusive OS that São APENAS alfabetizados. "Fizemos Uma Revolução de Gênero pela metade. Saímos de casa parágrafo trabalhar Há, mas OS Homens NÃO participam das Tarefas de casa", argumentou Suzana Cavenaghi, professora do Programa de Pós-Graduação em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) do IBGE.
Em 2014, um Estudo publicado na Harvard Business Review demonstrou com Dados Que as Mulheres insatisfeitas com SUA Trajetória Profissional NÃO atribuíam ISSO um Terem deixado uma Carreira em Segundo Plano Para Cuidar dos Filhos, e sim Ao Fato de Terem priorizado uma Carreira de SEUS cônjuges. 
As Mulheres ocupam Menos de 20% dos Cargos de Responsabilidade NAS 500 Empresas Mais IMPORTANTES DO MUNDO
"Se por parágrafo PROCURAR UM culpado, E um Própria sociedade. Como se sentem pressionadas Mulheres NÃO POR SEUS cônjuges Só, mas also Pelas Instituições e Empresas. Pressupõe-se that ELAS se encarregarão Mais dos Filhos e das Obrigações do lar ", Diz POR telefone Pamela Stone, Uma das Três autoras do Estudo e professora de Sociologia no Colégio Hunter (Nova York). Apos colher INFORMAÇÕES de 25,000 ex-Alunos da Harvard Business School, na SUA graduados maioria não MBA e de Diferentes Gerações -de 26 anos- e 47, como pesquisadoras concluíram Que 60% ​​dos Homens se diziam "Extremamente satisfeitos" com o SUA Experiência Profissional e SUAS Oportunidades de Ascensão, enquanto APENAS 40% das Mulheres davam ESSA RESPOSTA. Casados ​​OS compunham 83% da Amostra.   
O Objetivo do Estudo, intitulado Vida e Liderança Apos um Harvard Business School, era analisar como aspirações de Homens e Mulheres graduados NUMA MESMA escola e treinados parágrafo assumir Posições de Liderança, comparando-as com o SUA Situação Atual. Do Ao concluir cursos SEUS, 75% dos Homens esperavam que no futuro SUAS Esposas assumissem EM Maior Medida OS COM Cuidados Os Filhos; POR Outro Lado, 50% das Mulheres anteviam that Esse seria o Seu destino. Além Disso, Mais de 70% DELES consideravam that SUAS Carreiras teriam Prioridade Sobre a de SUAS esposas; Quase 40% delas pressagiavam o MESMO. 
A executiva Pilar Manchón.
"Os Casais Jovens that estiverem pensando em CRIAR UM Projeto de Vida Comum deveriam ter Uma Conversa Sobre Quais São SUAS pretensões Profissionais e Pessoais. E MUITO Importante Escolher uma pessoa Que respeite NOSSOS desejos ", Diz Stone.
Nessa Pesquisa, 74% das ex-alunas afirmavam ter hum Trabalho em andamento integral, com Uma jornada Média de 52 horas semanais. Entre OS Motivos Para a falta de Oportunidades na Hora de assumir cargas de Responsabilidade, a maioria delas Dizia Que se sentiram descartadas Por Causa da maternidade, or that haviam ficado estigmatizadas APOS solicitarem Horários Flexíveis OU jornadas reduzidas Durante Algum Período. Entre as Mulheres entrevistadas, 28% haviam tirado, Ao Menos Uma Vez, Uma Licença de SEIS Meses das UO Mais Pará Cuidar Crianças, algo that APENAS 2% dos Homens fizeram.
Alguma há Característica da Mulher Que se destaque Sobre o homem na hora de comandar hum Projeto? O Relatório Women Matter 2013, Elaborado Pela consultoria internacional McKinsey, SUA CAPACIDADE Destaca de Tomar decisões de forma participativa e Seu Envolvimento não das PESSOAS Desenvolvimento, Entre OUTRAS. "Homens e Mulheres costumam ENTRAR NAS Empresas na MESMA proporção, mas enquanto ELES VAO Subindo no organograma, ELAS Vao Ficando cabelo Caminho. O networking E MUITO Importante na hora de ascender, e Elas Não Tem Acesso ", Afirma Custódia Cabanas, diretora da Área de Recursos Humanos da IE Business School (UMA das Mais reconhecidas escolas de Negócios e empreendedorismo do Mundo) e coautora de hum Relatório intitulado Como Mulheres na Alta Direção na Espanha.       
Desse Trabalho, that Analisa 147 Empresas Espanholas com Ações em Bolsas, algumas delas não Ibex 35, se CONCLUI Que, de Um totais de 1.735 Executivos, 86,5% Homens São Paulo (1.501) e 13,4% São Mulheres (234). Um percentual FICA that Muito Abaixo da meta de 40% de Mulheres Nos Conselhos de Administração, Como o anterior Governo socialista, de José Luis Rodríguez Zapatero (2.004-2.011), projetava parágrafo ano 2015 com a aprovação da Lei da Igualdade, em 2007. No Brasil, um Projeto de Lei Semelhante, AINDA NÃO Aprovado, also Exige Que hum Mínimo de 40% de dos Diretores das Empresas Públicas, Privadas e, Sejam Mulheres Até 2022. 
Uma das REFERÊNCIAS Femininas Dentro do Universo das start-ups Espanholas E Pilar Manchón, de 42 ano. Em 2013, ESSA Doutora em linguística computacional e executiva fazer Indisys POR vendeu 26 Milhões de euros (106 Milhões de reais, cabelo Câmbio Atual) A SUA Companhia de Reconhecimento de voz com Pará Inteligência artificial a gigante Intel Corporation. Além Disso, Manchón foi contratada Pela Intel Como diretora do departamento de Voz e Assistência na SUA sede de Santa Clara, na Califórnia (EUA). 
Antes da venda da companhia, Durante uma Financiamento Busca por, Manchón, Que escapa dos cânones e conseguiu Superar o Chamado Teto de vidro, viveu hum Episódio that RecordA com ironia. Seu Casamento acabava de Terminar, e hum Investidor insinuou Que Não Se Sentia seguro entregando Dinheiro a uma mulher divorciada e com hum filho. "É o MESMO that rápido você faria parágrafo um homem", respondeu ELA.
Hoje Ela mora na Califórnia com Seu filho de 10 ano e Garante Que as Mulheres PODEM conciliar o Sucesso Profissional com a convivência em Família. "Não É Fácil, E UMA ESCOLHA e é Preciso Estar disposta a dormir menos", Diz. Ela impos SUAS Próprias Regras, Entre ELAS SUA ausencia fazer Escritório Entre 16h45 e 18h. E o momento de apanhar o filho na escola. Uma semana e meia DEPOIS de dar à luz, JA estava no Escritório. "O desafio E Conseguir that tanto quanto Empresas Como OS maridos nsa considerem uma Oportunidade de Escolher. Se Quiser Você, rápido você consegue. "

Avião que caiu ainda em chamas e dentro de 'cratera' Acidente matou dois executivos do Bradesco, além de piloto e copiloto. Aeronave caiu na divisa de GO e MG na noite de terça-feira (10).

Um Vídeo Feito Por Um Funcionário da fazenda Onde Caiu hum Avião Que matou 4 PESSOAS,  Sendo Dois Executivos do Bradesco, na Noite de terça-feira (10), a Mostra Como ficou a Situação do da Queda local. O Acidente ocorreu em Uma fazenda Entre o distrito de Santo Antônio do Rio Verde, município de Catalão, no Sudeste de Goiás, ea Cidade de Guarda-Mor, em Minas Gerais.
Como Imagens were Feitas cabelo gerente da fazenda, Fábio Henrique Farias, e mostram contraditório da AINDA fuselagem em Chamas Dentro de hum Enorme buraco. He foi Até O local, cerca de 12 km da sede da fazenda, APOS Ser Avisado via rádio Por Um Funcionário.
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Executivos Marco Antônio Rossi e Lúcio Flávio de Oliveira (Foto: Reprodução / TV Globo)Executivos Marco Antônio Rossi e Lúcio Flávio de Oliveira morream na Queda (Foto: Reprodução / TV Globo)
"Quando Caiu, o Avião abriu Uma cratera de 5 metros de altura POR 6 de Largura. Destroços were Parar a cerca de uns 200 metros", Disse Ao  G1.
De a Acordo com Farias, Bombeiros estao não locais à espera da Perícia.
Mortos
Morreram não Acidente o presidente do Bradesco Vida e Previdência, Lúcio Flávio de Oliveira, presidente da EO Bradesco Seguros, Marco Antônio Rossi. O piloto EO copiloto also morreram, mas SEUS nomos Não foram confirmados.
Destroços em chamas do avião que caiu com dois presidentes do Bradesco Goiás (Foto: Arquivo Pessoal/Fábio Henrique Farias)Destroços do Avião Que Caiu com 2 Presidentes do Bradesco (Foto: Arquivo Pessoal / Fábio Henrique Farias)
A assessoria da FAB informou AINDA that o Avião, modelo Citation VII, de matrícula PT-WQH, decolou do Aeroporto de Brasília como destino 18h39 com a São Paulo, mas desapareceu dos Radares fazer Controle de Tráfego Às 19h04.
Outra funcionária da fazenda, um auxiliar de Serviços Gerais Luciana Pereira de Jesus, Disse Que ouviu o Barulho da Queda de cerca de 10 km da sede.
"Como foi o Barulho de hum trovão. Os Vizinhos de OUTRAS fazendas disseram Que viram Uma tira de fogo no ar. Alguns Funcionários Que estao Lá avisaram Que Tem Pedaços da aeronave espalhados POR TODO lado", Afirma Luciana.
Mapa da região entre Goiás e Minas Gerais e rota que jatinho deveria seguir (Foto: Reprodução / TV Globo)Mapa da Região de Entre Goiás e Minas Gerais e rota that jatinho Deverià Seguir (Foto: Reprodução / TV Globo)

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Parabéns, atingimos a burrice máxima A “baranga” Simone de Beauvoir e a importância de um livro que ensina a conversar com fascistas

Simone de Beauvoir
Simone de Beauvoir. / ARQUIVO
A fogueira de Simone de Beauvoir a partir da questão do ENEM mostrou que a burrice se tornou um problema estrutural do Brasil. Se não for enfrentada, não há chance. Hordas e hordas de burros que ocupam espaços institucionais, burros que ocupam bancadas de TV, burros pagos por dinheiro público, burros pagos por dinheiro privado, burros em lugares privilegiados, atacaram a filósofa francesa porque o Exame Nacional de Ensino Médio colocou na prova um trecho de uma de suas obras, O Segundo Sexo, começando pela frase célebre: “Uma mulher não nasce mulher, torna-se mulher”. Bastou para os burros levantarem as orelhas e relincharem sua ignorância em volumes constrangedores. Debater com seriedade a burrice nacional é mais urgente do que discutir a crise econômica e o baixo crescimento do país. A burrice está na raiz da crise política mais ampla. A burrice corrompe a vida, a privada e a pública. Dia após dia.
Recapitulando alguns espasmos do mais recente surto de burrice. O verbete de Simone de Beauvoir (1908-1986) na Wikipedia, conforme mostrou uma reportagem da BBC, foi invadido para tachar a escritora de “pedófila” e “nazista”. A Câmara de Vereadores de Campinas, no estado de São Paulo, aprovou uma “moção de repúdio” à filósofa. O deputado Marco Feliciano (PSC-SP), da Bancada da Bíblia, descobriu na frase “uma escolha adrede, ardilosa e discrepante do que se tem decidido sobre o que se deve ensinar aos nossos jovens”. Em sua página no Facebook, o promotor de justiça do município paulista de Sorocaba, Jorge Alberto de Oliveira Marum, chamou Beauvoir de “baranga francesa que não toma banho, não usa sutiã e não se depila”. Como o tema da redação do ENEM era “a persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”, houve gente que estudou em colégios caros afirmando que este era um tema de esquerda, e portanto um sinal inequívoco de uma conspiração ideológica por parte do governo federal. Como sugeriu o crítico de cinema Inácio Araújo em seu blog, se defender que a mulher tenha o direito de andar sem ser perturbada, agredida e chutada é tema de esquerda, isso só pode significar que a direita vai muito mal.
A única arma capaz de derrotar a burrice é o pensamento
Está cada vez mais difícil fazer humor no Brasil. Como nada do que foi relatado acima é piada, somos submetidos cotidianamente a uma experiência de perversão. Também não tem sido fácil escrever quando não se é humorista, por que o que se pode dizer, seriamente, diante de uma moção de repúdio à Simone de Beauvoir? Mas é preciso tratar com seriedade, porque talvez não exista nada mais sério do que a boçalidade que atravessa o país. Torna-se urgente, prioritário, fazer um esforço coletivo e enfrentar a burrice com o único instrumento capaz de derrotá-la: o pensamento.
Esta é a potência e a generosidade de um livro lançado pela filósofa Marcia Tiburi, escritora e professora universitária. O título vai direto ao ponto, afinal os tempos são graves demais para papinhos de salão: Como conversar com um fascista – reflexões sobre o cotidiano autoritário brasileiro (Record). Nas 194 páginas, Marcia enfrenta as várias faces do cotidiano atual com profundidade, mas de forma acessível a quem não está familiarizado com os conceitos. Faz o mais difícil: escrever simples sem simplificar. É um livro que se pretende para todos, e não para os seus pares. Quem acompanha a trajetória da filósofa conhece a sua coragem. E este é um livro de coragem, já que é tão difícil quanto arriscado escrever sobre o que está em movimento, sem a proteção assegurada pelo distanciamento histórico. Poucos são os intelectuais que se arriscam a sair do conforto de seus feudos para enfrentar o debate público com suas dúvidas. E por isso aqueles que se arriscam de forma honesta, sem ficar arrotando suas certezas e suas credenciais, ou usando-as para massacrar aqueles que já são massacrados, são tão preciosos.
O confronto atual não é entre direita e esquerda, mas entre os que pensam e os que não pensam
“Eu queria saber por que dialogar é impossível”, conta Marcia Tiburi, sobre a pergunta que a moveu nessa busca. Para enfrentar a ausência do pensamento, a filósofa propõe a resistência pelo diálogo. Este é um esforço de cada um –e de todos. Arriscar-se a deixar o “isolamento em comunidade”, a forma atual da vida social e política, para confrontar o que ela chama de “consumismo da linguagem”. Compreender o confronto atual como um confronto entre direita e esquerda, desenvolvimentistas e ecologistas, governistas e oposicionistas, machistas e feministas é, segundo ela, uma redução. O confronto atual seria mais profundo e também mais dramático: entre os que pensam e os que não pensam.
O exercício que faço, deste parágrafo em diante, é buscar compreender a fogueira em que Simone de Beauvoir foi jogada nos últimos dias, entre outros fatos recentes, a partir das ideias deste livro. Para começar, a seriedade do episódio do ENEM pode ser demonstrada neste trecho tão agudo: “Se levarmos em conta que falar qualquer coisa está muito fácil, que falamos em excesso e falamos coisas desnecessárias, um novo consumismo emerge entre nós, o consumismo da linguagem. O problema é que ele produz, como qualquer consumismo, muito lixo. E o problema de qualquer lixo é que ele não retorna à natureza como se nada tivesse acontecido. Ele altera profundamente nossas vidas em um sentido físico e mental. O que se come, o que se vê, o que se ouve, numa palavra, o que se introjeta, vira corpo, se torna existência”.
Vale perguntar. Num país em que a preocupação com a educação é uma flatulência, em que a não educação é a regra, para onde vai o lixo e que tipo de impacto ele produz na tessitura do cotidiano, nos corações e mentes de quem o consome? O que acontece com a fogueira de Simone de Beauvoir num contexto em que aqueles que a jogaram no fogo possivelmente sequer a leram? Que restos dos discursos vazios sobre a filósofa permanecerão na memória de uma população que não tem seus livros na estante e que tipo de eco produzirão?
Como dimensionar a gravidade de um vereador eleito, pago com dinheiro público para legislar e, portanto, para decidir destinos coletivos, dizer que a escolha da frase de Simone de Beauvoir para uma prova do ENEM é algo “demoníaco”, como afirmou Campos Filho (DEM)? E como enfrentá-la com a seriedade necessária?
Com a palavra, o autor da “moção de repúdio”: “Foram buscar lá Simone de Beauvoir, lá pro ano de mil trocentos e pôco.... (...) A grande maioria é favorável à lei da natureza. Homem é homem. Mulher é mulher. (...) Cuidado com essa pulsão, essa pulsão pode levar à cadeia. O senhor pode passar na frente do caixa eletrônico e ter uma pulsão de vontade de roubar e vai preso. Pode ter uma pulsão de vontade de estuprar e vai preso. Então, tomem cuidado com essa pulsão, ah, hoje de manhã sou menina, agora à noite eu sou homem....”.
O vazio de pensamento não é silencioso, mas repleto de clichês, frases prontas e repetições
O vereador nem sequer sabe em que século Simone de Beauvoir nasceu, viveu e produziu pensamento – “miltrocentos e pôco”. Nem sequer tentou compreender o que a frase citada no ENEM significa. Não é engraçado. É a ruína causando mais ruína. O que interessa é fazer barulho, porque o barulho encobre o vazio de ideias. O que importa é perverter a palavra, usando o que sequer tentou entender para enclausurar o pensamento e reafirmar a certeza em nome de uma suposta “lei da natureza” que jamais existiu. A perversão do fascista é a de acusar o outro de manipulação ideológica quando é ele o manipulador. É acusar o outro de impor um pensamento quando é ele que empreende todo os esforços para barrar qualquer pensamento. É impedir o diálogo denunciando o outro pelo ato que ele próprio cometeu. É nessa repetição de boçalidades que seguem os discursos de outros vereadores, invocando clichês bíblicos, lembrando de Sodoma e Gomorra e Adão e Eva, abusando de Deus.
Para perverter a realidade, o fascista conta com o consumismo da linguagem. Trata-se, como aponta Marcia Tiburi, de um vazio repleto de falas prontas. Não é um vazio silencioso, espaço aberto para buscar o outro, o inusitado, o surpreendente. Mas sim um vazio barulhento, abarrotado de clichês, de frases repetidas e repetitivas, usadas para se proteger do pensamento. Os lugares-comuns, neste caso específico a constante invocação de Deus e de leis bíblicas, são usados como um escudo contra a reflexão. Todo o esforço é empreendido para não existir qualquer chance de pensamento, ainda que um bem pequenino.
Neste vazio, a filósofa acredita que os meios tecnológicos e a mídia desempenham um papel crucial. Repete-se o que é dito na TV, no rádio. Fala-se, muito, sem pensar no que se diz. No gesto do mero “compartilhar” sem ler, tão fácil quanto comprar com um clique pela internet, foge-se do pensamento analítico e crítico, trocando-o pelo vazio consumista da linguagem e da ação repetitiva. É assim que a burrice se multiplica em cliques, propagando-se em rede. O título deste artigo é esperançoso, mas não corresponde à realidade: a burrice não tem limites, ela sempre pode atingir patamares ainda mais extremos.
Se não houver limites para a idiotice, resta isolar-se e estocar alimentos
Episódios semelhantes à “moção de repúdio” à Simone de Beauvoir ocorriam esporadicamente em rincões afastados, e logo eram ridicularizados. Hoje, acontecem na Câmara de Vereadores de uma das maiores e mais ricas cidades do estado de São Paulo, no sudeste do Brasil, uma cidade que abriga várias universidades, entre elas a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), uma das mais respeitadas do país. E cadê os intelectuais? Rindo dos burros nas cantinas universitárias? Será? Não era de se esperar mais iniciativas de busca do diálogo, de criação de oportunidades para explicar quem é Simone de Beauvoir e refletir sobre sua obra, ou mesmo a ocupação da Câmara, para produzir reação e movimento que permitisse o conhecimento e combatesse a ignorância?
Talvez o polêmico livro Submisssão (Alfaguara), do francês Michel Houellebecq, possa ter alguma ressonância maior por aqui. Nele, só para lembrar, o protagonista é um acadêmico desencantado que se depara com a vitória de um partido islâmico nas eleições da França. Depois de assistir ao desenrolar dos acontecimentos pela TV, já que não se sente motivado a participar de nenhum debate que não seja sobre a sua própria tese acadêmica (ou nem mesmo sobre ela), se choca com o resultado eleitoral. É o protagonista que não protagoniza –ou só protagoniza por omissão (ou submissão). Aos poucos, os novos donos do poder lhe acenam não só com a manutenção dos privilégios, mas com uma considerável ampliação dos privilégios. E ele, afinal, conclui que aderir pode não ser tão ruim assim.
Os burros estão por toda parte e muitos deles estudaram nas melhores escolas e, o pior, muitos ensinam nas melhores escolas. A “moção de repúdio” à Simone de Beauvoir foi aprovada pela Câmara de Campinas por 25 votos a cinco. Assim, os burros são a maioria. É preciso enfrentá-los com pensamento, fazer a resistência pelo diálogo. Ou, como diz Marcia Tiburi: “Sem pensamento não há diálogo possível nem emancipação em nível algum. Se não houver limites para a idiotice, resta isolar-se e estocar alimentos”.
O promotor e professor universitário que reduziu Simone de Beauvoir a “uma baranga”, ao comentar a questão do ENEM em sua página no Facebook, fez o seguinte comentário: “Exame Nacional-Socialista da Doutrinação Sub-Marxista. Aprendam jovens: mulher não nasce mulher, nasce uma baranga francesa que não toma banho, não usa sutiã e não se depila. Só depois é pervertida pelo capitalismo opressor e se torna mulher que toma banho, usa sutiã e se depila”. Depois da repercussão negativa, o que incluiu uma nota de repúdio por parte da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Jorge Alberto de Oliveira Marum apagou os posts e defendeu-se, em outra postagem, alegando que pretendia ter sido irônico: “Ironia, para quem não sabe, é uma figura de linguagem que consiste em afirmar o contrário do que se pensa”. Interprete-se.
A burrice, tanto como categoria cognitiva quanto moral, venceu
“Distorcer é poder” é o título de um dos capítulos do livro em que a filósofa enfrenta a prática amplamente difundida de esvaziar as palavras pela distorção. Como transformar a vítima em culpada, como se faz rotineiramente com as mulheres no falso debate do aborto, por exemplo, ou no tratamento do estupro. Ou distorcer para que aquele que detém os privilégios pareça ser o que têm seus direitos ameaçados: o branco, por exemplo, quando se apresenta como prejudicado pelo sistema de cotas raciais que busca reparar injustiças históricas cometidas contra os negros, ocultando assim que sempre foi o privilegiado; ou quando se invoca um suposto “orgulho heterossexual” na tentativa de mascarar a violência contra os homossexuais, alegando que querem privilégios, quando todos sabem que a heterossexualidade jamais foi contestada ou atacada, nem em sua expressão nem em seus direitos. E também é por essa conversão que os manifestantes de junho de 2013 foram tachados de “vândalos” por parte da mídia e, hoje, uma lei em discussão no Congresso ameaça converter quem protesta em “terrorista”.
A própria “democracia” pode ser vista a partir da prática da distorção, já que há aquela, mais difundida, que é vendida pelo mercado. “De um lado, há uma democracia que deve parecer como realizada, contra outra democracia, que está na ordem do desejo e do sonho e que não teria preço”. O capitalismo sequestra a democracia também como palavra, que passa a ser consumida, junto com outras: felicidade, ética, liberdade, oportunidade, mérito. Palavras que a filósofa chama de “mágicas”, invocadas a serviço do ocultamento da opressão. “Antidemocrático, o capitalismo precisaria ocultar sua única democracia verdadeira: a partilha da miséria e, hoje em dia, cada vez mais, a matabilidade”, afirma Marcia Tiburi.
Quando se invade o verbete de Simone de Beauvoir na Wikipedia é também disso que se trata: distorcer e replicar até virar “verdade”. Aliena-se os fatos de seu contexto histórico para produzir rótulos. Assim, após o ENEM, a filósofa foi tachada de “pedófila” e de “nazista”. Ambas as afirmações já foram retiradas da página pelo responsável, avisando que a manteria fechada até “que o furor acabasse e as pessoas perdessem o interesse em danificar o artigo”. Entre as dezenas de distorções do verbete, segundo a matéria da BBC, um usuário disse que a filósofa havia escrito um "livro de estupro". Outro informou que Beauvoir era uma "antifeminista". Um terceiro disse ainda que ela era "muito conhecida por seu comodismo e pela luta na justiça por uma lei que proibia o trabalho das mulheres fora de casa”.
Se a linguagem nos tornou seres políticos, a destruição da linguagem nos tornará o quê?
As distorções servem à reprodutibilidade da burrice. Ao converter a filósofa no que é interpretado como o mais monstruoso – “pedófila” e “nazista” – o objetivo é tornar impossível refletir sobre o que ela escreveu: “uma mulher não nasce mulher, torna-se mulher”. A ampla distorção das palavras serve, de novo, ao vazio do pensamento. Pede-se aos burros que a repliquem à exaustão em cliques histéricos. A linguagem, como escreve Marcia Tiburi, tem sido rebaixada à distribuição da violência – também pelos meios de comunicação e pelas redes sociais. “Vivemos no império da canalhice, onde a burrice, tanto como categoria cognitiva quanto moral, venceu”, afirma. “Ela se transformou no todo do poder.”
Aderir é viver. Esta parece ser a frase deste momento de orgulho da ignorância e exaltação da burrice. Aqui, a pergunta se impõe: “se a linguagem nos tornou seres políticos, a destruição da linguagem nos tornará o quê?”.
Na semana passada, foi divulgado na página da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República um estudo que reuniu pesquisadores de diversas instituições, apresentado como o mais completo já feito no Brasil sobre os efeitos da mudança climática. Refletir seriamente sobre a mudança climática é urgente, mas há muito menos pensamento e ação do que o momento exigiria, apesar de estarmos às vésperas da Conferência do Clima em Paris. Assim, a divulgação de um estudo com as conclusões a que se chegoupoderia ser uma oportunidade excelente para promover participação e diálogo. Mas, entre as tantas previsões que apontaram para um possível drama climático daqui a 25 anos, em 2040 – doenças, calor extremo, falta d’água e de energia etc –, uma foi destacada por diferentes veículos da imprensa: a possível perda de uma área imobiliária avaliada em R$ 109 bilhões no Rio de Janeiro, devido à elevação do nível do mar causada pelo aquecimento global.
Não as perdas humanas, não a corrosão da vida, não o aniquilamento dos mais pobres e dos mais frágeis. Não. O que se destaca é aquilo que se monetariza, é a perda do patrimônio material, no caso imobiliário. O que merece título é o cifrão. O episódio evoca um dos capítulos mais interessantes de Como conversar com um fascista: “O capitalismo é a redução da vida ao plano econômico. (...) O pensamento está minado pela lógica do ‘rendimento’. Viver torna-se uma questão apenas econômica. A economia torna-se uma forma de vida administrada com regras próprias, tais como o consumo, o endividamento, a segurança pela qual se pode pagar. Tudo isso é sistêmico e, ao mesmo tempo, algo histérico. (...) As palavras funcionam como estigmas ou como dogmas que sustentam ideias orientadoras de práticas”. Se a ordem do discurso capitalista é basicamente teológica, é porque ele funciona como uma religião no âmbito das escrituras e das pregações (em geral no púlpito tecnológico da televisão)”. Se depois de tanto calarmos sobre a mudança climática, falarmos dela a partir da lógica monetária, estamos todos (mais) perdidos.
Precisamos resistir em nome de um diálogo que torne o ódio impotente
Mas é em outro episódio destes últimos dias que a perversão do Brasil atual se revelou em toda a sua monstruosidade: a Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu em inquérito que o policial que matou um menino de dez anos agiu em “legítima defesa”. Eduardo de Jesus brincava na porta da sua casa, numa das favelas do Complexo do Alemão, quando teve a cabeça atingida por um tiro de fuzil. Sua mãe encontrou parte do seu cérebro na sala. O inquérito isentou de qualquer responsabilidade os policiais envolvidos, por estarem supostamente em confronto com narcotraficantes. Eles teriam apenas “errado” o tiro.
Eduardo estava a cinco metros do policial que o matou. Terezinha de Jesus, a mãe do menino, afirma que não havia tiroteio naquele dia. “Eu parti para cima do policial. Gritei que tinha matado meu filho e ele me respondeu, com seu fuzil na minha cabeça, que igual que tinha matado ele poderia também me matar, porque o menino era filho de bandido. Nunca vou esquecer aquilo. Posso estar em qualquer lugar do mundo, que nunca esquecerei a cara daquele policial”. Ao ser informada por jornalistas que a polícia concluiu que seu filho foi morto em legítima defesa, Terezinha disse que sentia vontade “de quebrar tudo”.
Quando a perversão supera tal limite é porque estamos quase no ponto de não retorno. “Não acabaremos com o ódio pregando o amor”, diz Marcia Tiburi. “Mas agindo em nome de um diálogo que não apenas mostre que o ódio é impotente, mas que o torne impotente.”
Em Como conversar com um fascista, a filósofa defende a necessidade de começar a tentar falar de outro modo. O diálogo não como salvação, mas como experimento, como ativismo filosófico para enfrentar a antipolítica. A política, lembra a autora, “é laço amoroso entre pessoas que podem falar e se escutar não porque sejam iguais, mas porque deixaram de lado suas carapaças de ódio e quebraram o muro de cimento onde suas subjetividades estão enterradas”.
Num país de antipolítica e antieducação generalizada como o Brasil é preciso se mover. É urgente aprender a conversar com um fascista, mesmo que pareça impossível. Expor ao outro aquele que não suporta a diferença. Revelar suas contradições e confrontá-lo pelo diálogo é um ato de resistência. Enfrentar a burrice com a única arma que ela teme: o pensamento.
É isso ou não vai adiantar nem estocar alimentos.
Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficçãoColuna Prestes - o Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém vê, O Olho da Rua, A Menina Quebrada, Meus Desacontecimentos, e do romance Uma Duas. Site:desacontecimentos.com Email: elianebrum.coluna@gmail.com Twitter:@brumelianebru

Funcionários da CEB começam a semana com greve de serviços rotineiros Professores realizam outro protesto e seguem de braços cruzados, assim como médicos e metroviários

Se na semana passada a expectativa era de possíveis acordos entre servidores e governo, ontem a realidade se mostrou pela manutenção e pelo início de outras greves no Distrito Federal.Pela manhã, funcionários da Companhia Energética de Brasília (CEB) votaram pela paralisação, avisada pela categoria em 3 de novembro. Na Praça do Buriti, professores decidiram manter os braços cruzados. Além disso, os metroviários seguem com a suspensão parcial dos serviços, sem sinal de acordo. Em assembleia realizada ontem à noite, os médicos também decidiram manter a greve, que dura 33 dias.
Logo cedo, os funcionários da CEB se reuniram em frente ao prédio da empresa, na Estrada Parque Taguatinga (EPTG).

Sem entendimento com a diretoria, os trabalhadores decidiram iniciar a greve, suspendendo trabalhos rotineiros agendados, como ligação de luz de novas residências. Atividades de emergência, como atendimento a hospitais e escolas, seguem normalmente. As principais reivindicações são reajustes salariais e benefícios, que, segundo as lideranças do movimento, foram retirados. “A proposta que nos foi apresentada não prevê qualquer reajuste nem ao menos cobrindo a inflação. Além disso, conquistas como auxílio-creche seriam canceladas”, reclama Alairton Gomes, diretor jurídico do Sindicato dos Urbanitários no DF (STIU-DF).

Outras classes iniciaram a semana com a manutenção das paralisações. É o caso dos professores, que fizeram assembleia na Praça do Buriti, também pela manhã. Cerca de 6 mil docentes, segundo o Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), votaram pela continuidade da suspensão de aulas, iniciada em 15 de outubro. Eles ainda aproveitaram a reunião para contestar a orientação da Promotoria de Justiça de Defesa da Educação (Proeduc), que sugeriu ao governo que cortasse o ponto dos grevistas. “Caso não haja abono nos dias de greve, não teremos como repor as aulas, e 2015 terminará sem a conclusão do ano letivo. Isso não pode acontecer”, afirmou Cléber Soares, diretor do Sinpro.

Os manifestantes marcharam para a frente do prédio do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), interditando as vias do Eixo Monumental. Houve congestionamento. A intenção era conversar com integrantes do órgão e entregar uma carta aberta de repúdio à orientação da Proeduc. Como não havia representantes do MPDFT no local, a reunião ficou para um outro dia. Nesta terça-feira, representantes dos professores se encontrarão com membros do governo para uma nova rodada de negociações. Os resultados serão apresentados em assembleia, amanhã.

Metroviários
As negociações também não avançaram entre metroviários e a diretoria da empresa. No domingo, os trabalhadores votaram pela permanência da greve e entregaram uma contraproposta. Querem a garantia de convocação dos aprovados no concurso realizado no ano passado e o cumprimento do acordo coletivo, de abril, que prevê o pagamento do reajuste salarial, com a reposição da inflação, de 8,4%.

Mas alguns dos pontos reivindicados são considerados improváveis para a empresa devido à falta de recursos financeiros, como aumento no tíquete-alimentação e reajuste. A contratação de concursados, requisitada pelo SindMetrô, também não foi acatada. O Tribunal Superior do Trabalho divulgou ontem que mantém a decisão que suspende a obrigação de convocar os aprovados de forma imediata.

Protesto de caminhoneiros bloqueia rodovias; veja a situação por estado Na segunda-feira, 14 estados registraram manifestações nas estradas. Motoristas são autônomos e se declaram independentes de sindicatos.

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Caminhoneiros protestam nas estradas do país nesta terça-feira (10). Este é o segundo dia de protestos. Na segunda-feira (9), foram registradas manifestações em 14 estados. Na manhã desta terça, os atos foram registrados em GO, MG, PR, RS, SC, SP e TO.
O grupo que participa do movimento foi convocado pelo Comando Nacional do Transporte. Os manifestantes são autônomos e se declaram independentes de sindicatos. Eles são contra o governo Dilma Rousseff, pedem o aumento do valor do frete, reclamam da alta de impostos e da elevação nos preços de combustíveis, entre várias outras questões.
O movimento não tem adesão total dos caminhoneiros. A Confederação Nacional dos Transportes Autônomos afirmou, em nota, que não concorda com a mobilização, já que a pauta não tem relação com os problemas específicos da categoria. A União Nacional dos Caminhoneiros também informou que discorda dos bloqueios.

Segundo informações do Bom dia Brasil, o Ministério da Justiça disse que não vai negociar com o grupo porque não há uma pauta de reivindicações. Quem bloquear rodovias será multado em R$ 1.900.
Veja a situação por estado:

- GOIÁS
BR-364, km 195, bloqueio parcial
 
- MINAS GERAIS
BR-381, km 359, em João Monlevade, na Região Central - bloqueio parcial
BR-381, km 678, em Perdões, na Região Sul, bloqueio parcial
Rodovia Fernão Dias, km 513, em Igarapé, na Região Metropolitana - bloqueio parcial
BR-040, km 627, em Conselheiro Lafaiete, Região Central, bloqueio parcial

- PARANÁ
BR-369, km 157, Cambé - bloqueio parcial
BR-369, km 178, Arapongas - bloqueio parcial
BR-373, km 479, Coronel Vivida - bloqueio parcial
BR-376, km 245, Apucarana - bloqueio parcial
BR-376, km 133, Nova Esperança - bloqueio parcial
BR-376, km 111, Paranavaí - bloqueio parcial
BR-476, km 358, União da Vitória - bloqueio parcial
PR-092, km 21, Almirante Tamandaré - bloqueio parcial
PR-281, km 47, Piên - bloqueio parcial
PR-445, km 82, Cambé - bloqueio parcial
PRC-272, km 218, Faxinal - bloqueio parcial
PR-317, km 105, Maringá - bloqueio parcial
PR-317, km 12, Santo Inácio - bloqueio parcial
PR-323, km 164, Paiçandu - bloqueio parcial
PR-466, km 181, Pitanga - bloqueio parcial
PR-466, km 145, Manoel Ribas - bloqueio parcial
PR-151, km 281, Palmeira - bloqueio parcial
PRC-487, km 295, Manoel Ribas - bloqueio parcial
PRC-280, km 175, Clevelândia - bloqueio parcial
PR-281, km 420, Mangueirinha - bloqueio parcial

- RIO GRANDE DO SUL
BR-392, km 66, Pelotas - bloqueio parcial
BR-472, Santa Rosa - bloqueio parcial
BR-285, Passo Fundo - bloqueio parcial
BR-386, Soledade - bloqueio parcial
BR-116, Vacaria - bloqueio parcial
ERS-122, km 68, entre Caxias e Farroupilha - bloqueio parcial, caminhões são parados
ERS-223, Ibirubá - bloqueio parcial
ERS-122, Serra - bloqueio parcial
Av. Viscondessa da Graça, saída de Pelotas - bloqueio parcial

- SANTA CATARINA
BR-280, em São Bento do Sul, bloqueio parcial
BR-116, em Papanduva, bloqueio parcial

- SÃO PAULO
SP-332, Paulínia - bloqueio parcial
SP-330 (Anhanguera), Limeira - liberada após bloqueio parcial
- TOCANTINS
BR-153, Colinas do Tocantins, bloqueio parcial

Aplicativo Uber deve ser liberado no Distrito Federal

 Rafael Campos , Adriana Bernardes
O governador Rodrigo Rollemberg deverá anunciar nos próximos dias a regulamentação de aplicativos de prestação de serviço de transporte individual de passageiros, como o Uber. Apesar de terminar hoje o prazo para que o grupo de trabalho dê o parecer sobre o assunto, o Correio apurou que o estudo está concluído há duas semanas e liberaria o Uber.

A análise apontaria, por exemplo, a inviabilidade de limitar o número de veículos para o serviço, assim como os locais de atuação dos motoristas. “Isso seria inconstitucional, pois fere a livre concorrência”, explicou uma fonte que participou dos trabalhos. “Os integrantes fizeram um pacto de silêncio até que o governador leia o relatório e faça o anúncio.”

Em agosto, Rollemberg vetou o Projeto de Lei nº 282/2015, que proibia o uso desses aplicativos no DF. À época, no entanto, o governador declarou que o serviço era clandestino, pois, não há no DF uma lei que regulamente o tema e que a fiscalização seria rigorosa no sentido de impedir o serviço. No entanto, motoristas dos carros pretos de luxo continuam em serviço. No período do veto, o então secretário de Mobilidade (Semob), Carlos Tomé, anunciou que abriria, de imediato, 700 novas permissões para taxistas e mais 400 até o fim do ano. Até o momento, nada foi concedido.

Segundo Roberto Pojo, da Subsecretaria de Serviços da Semob, nas próximas semanas, uma comissão será montada para apresentar, em até 90 dias, o edital para o processo de licitação. Após isso, os interessados devem apresentar a documentação necessária para a seleção.

Em nota, o Uber informa que não é possível especular sobre que regulamentação, apesar de crer que, ao vetar o projeto de lei, Rollemberg demonstrou que é a favor dessas tecnologias. A empresa reforçou o comprometimento em criar 30 mil postos de trabalho até outubro de 2016. A presidente do Sinpetaxi, Maria do Bonfim de Santana, disse que “não podemos contestar nada ainda, mas estamos reunidos para ajudar a categoria”.

GDF planeja cobrar por estacionamento em área pública

O Executivo não anunciou, mas pretende adotar a chamada “zona azul”, em que o motorista paga pela vaga próxima a estabelecimentos comerciais e prédios públicos. A medida integra uma série de parcerias público-privadas (PPP) que o governo visa fazer nos próximos meses — nesta segunda-feira (9), citou-se a Fundação Jardim Zoológico, o Parque da Cidade, as Torres de TV e Digital, Transbrasília, serviço de iluminação pública, Centro de Convenções, Parque Tecnológico e Parque de Exposições da Granja do Torto.
Nas próximas semanas, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) já anunciou que o Complexo Esportivo Ayrton Senna e o Autódromo Nelson Piquet também entram na conta. Segundo o chefe do Executivo, a medida “não é privatização, é parceria” e visa diminuir os gastos do GDF com os locais para ter verbas para investimento.