domingo, 4 de outubro de 2015

Quem é Krzysztof Charamsa, o padre que se declarou gay às vésperas de sínodo católico

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Image captionCharamsa com namorado; ele foi suspenso de seus cargos
Ele queria provocar um alvoroço - e conseguiu. Krzysztof Charamsa virou o primeiro padre que trabalhava no Vaticano a se declarar abertamente gay.
E ele fez isso em um momento crítico: na véspera do Sínodo da Família, que o papa Francisco abriu neste domingo, e em que prelados de todos o mundo irão debater temas como o tratamento a divorciados e homossexuais.
Ao celebrar a missa de abertura do evento neste domingo, o papa Francisco pediu que a Igreja fosse mais aberta àqueles que não conseguem cumprir seus ensinamentos, mas destacou a centralidade do casamento heterossexual.
Ao sair do armário, Charamsa não tentou ser discreto: concedeu longa entrevista publicada neste sábado no Il Corriere della Sera, jornal de maior circulação na Itália, em que convida a Igreja a aceitar plenamente os fieis homossexuais.
"Quero que a Igreja e minha comunidade saibam quem sou: um padre homossexual, feliz e orgulhoso de sua identidade. Estou disposta a pagar as consequências, mas é hora de a Igreja abrir seus olhos para os fieis homossexuais e entender que a solução oferecida, a abstinência total da vida amorosa, é desumana", disse.

Coração do Vaticano

Charamsa não é um padre qualquer. Passou 17 anos de seus 43 morando em Roma, onde desde 2003 é oficial da Congregação para a Doutrina da Fé, encarregada precisamente de defender a doutrina da Igreja.
Além disso, é secretário da Comissão Teológica Internacional do Vaticano e professor de Teologia da Universidade Pontifícia Gregoriana e da Universidade Pontifícia Regina Apostolorum em Roma.
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Image captionPapa Francisco destacou casamento heterossexual em abertura de sínodo
Como punição por sua declaração, o Vaticano anunciou que ele não poderá continuar em seus cargos.

Debate sobre pressão

As palavras de Charamsa caíram como uma bomba na Igreja e foram classificadas de "irresponsáveis" pelo porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, sobretudo por terem sido feita às vésperas do Sínodo Ordinário para a Família, que será celebrado até o dia 25 de outubro.
"Apesar do respeito que merecem os feitos e circunstâncias pessoais e as reflexões sobre elas, a escolha de declarar algo tão clamoroso na véspera da abertura do Sínodo é muito grave e irresponsável", disse Lombardi em um comunicado.
O porta-voz afirmou que as declarações de Charamsa buscavam "submeter a assembleia sinodal a uma pressão midiática injustificada".
Charamsa não nega isso. Pelo contrário, disse que a revelação pública busca levar uma mensagem à Igreja. "Quero, com minha história, sacudir um pouco a consciência da Igreja", afirmou.
"Gostaria de dizer ao Sínodo que o amor homossexual é um amor familiar, que necessita da família. Todas as pessoas, incluindo os gays, lésbicas e transexuais, têm no coração o desejo de amar e de ter relações familiares", acrescentou.
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Image captionVaticano classificou declarações de padre de 'irresponsáveis'

Significado

Além da entrevista ao jornal, Charamsa concedeu uma entrevista coletiva acompanhado de seu parceiro. Ele também planejava participar da primeiro reunião internacional de homossexuais católicos, organizada na véspera do Sínodo da Família.
O correspondente da BBC em Roma, David Willey, explica que o Sínodo vai discutir como assegurar que famílias católicas sigam os ensinamentos da Igreja. A proibição ao uso de anticoncepcionais, por exemplo, é hoje mais descumprida do que seguida.
Mas, para ele, a revelação do padre polonês leva a outra discussão: será que a Igreja poderia iniciar um relaxamento da tradicional hostilidade em relação a gays em uma época em que o próprio papa afirma "quem sou eu para julgar"?

Ex-presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra morre aos 58 anos Natural do Rio, petista lutava contra um câncer; Ele morreu em Belo Horizonte. Ex-presidente do PT, ele coordenou a campanha de Dilma em 2010.


Do G1, em Brasília
Presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, durante entrevista nesta quarta-feira (10). (Foto: Wilson Dias / Agência Brasil)José Eduardo Dutra será cremado em BH.
(Foto: Wilson Dias / Agência Brasil)
O ex-presidente do PT e da Petrobras José Eduardo Dutra morreu na madrugada deste domingo (4), em Belo Horizonte, aos 58 anos, informou a assessoria do partido. O petista lutava contra um câncer.
Segundo a assessoria do PT, Dutra será velado em Belo Horizonte, a partir das 10h desta segunda-feira (5), no Funeral House. No mesmo dia, o corpo será cremado na capital mineira.
O ex-dirigente petista foi um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff na eleição de 2010, ao lado do ex-ministro Antonio Palocci e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
O último cargo que ele ocupou foi o de diretor Corporativo e de Serviços da Petrobras, o qual se afastou já por conta da doença. Em fevereiro, o conselho de administração da estatal aprovou uma licença de saúde para Dutra.
O ex-presidente da petroleira havia sido um dos dois diretores da empresa que permaneceram no cargo de alto escalão após a renúncia de Graça Foster da presidência da companhia por conta da crise gerada pelas investigações da Operação Lava Jato.
Natural do Rio de Janeiro, José Eduardo Dutra fez carreira política em Sergipe e se formou em Geologia. Após presidir o sindicato dos mineiros sergipano e atuar como dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), ele se elegeu senador por Sergipe em 1994. Atualmente, ele era o primeiro suplente do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE).
Dutra assumiu o comando da Petrobras em janeiro de 2003, assim que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a chefia do Palácio do Planalto. Ele permaneceu à frente da estatal  do petróleo até julho de 2005, sendo substituído por José Sérgio Gabrielli.
Três anos mais tarde, Dutra retornou à empresa para presidir a Petrobras Distribuidora, uma das subsidiárias da petroleira. Ele deixou a companhia em agosto de 2009 para disputar a presidência do PT.
Dutra presidiu o Partido dos Trabalhadores entre 2010 e 2011. Apesar de seu mandato se encerrar somente em 2012, o petista decidiu renunciar e entregar o comando da legenda antecipadamente,em abril de 2011, em razão de problemas médicos.
À época, os médicos do então presidente do PT o advertiram que seu quadro clínico e laboratorial exigia mudanças de seus hábitos de vida, com reeducação alimentar e prática de exercícios. Na ocasião, Dutra já havia se licenciado da presidência da sigla por conta dos problemas de saúde.
Com seu afastamento definitivo da presidência do PT, seu vice, Rui Falcão, assumiu o comando da legenda.
Lava Jato
Na última semana, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), havia autorizado a Polícia Federal a tomar odepoimento de José Eduardo Dutra nas investigações da Lava Jato.
Além de Dutra, o magistrado também deu aval para que os delegados federais ouçam o ex-presidente Lula, o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, o atual presidente do PT, Rui Falcão, o tesoureiro da campanha de Dilma em 2010, José de Filippi Junior, a ex-ministra da Secretaria de Relações Institucionais Ideli Salvatti, o ex-ministro da Secretaria-Geral da PresidênciaGilberto Carvalho e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que está preso em Curitiba.
Confira a repercussão política da morte de José Eduardo Dutra:
Delcídio do Amaral (MS), senador e líder do governo no Senado
"Foi uma liderança que pautou sua vida política pela clareza de suas posições, diálogo e espírito público. Como executivo da Petrobras e da BR [Distribuidora], com serenidade e bom senso enfrentou e venceu grandes desafios. Deixa grandes amigos. Honrou nosso partido e nosso país."
Humberto Costa (PE), senador e líder do PT no Senado
"Eu era muito amigo dele. Nós fomos parlamentares juntos entre 1995 e 1998. Ele era senador e líder do PT no Senado e eu era deputado federal. Nós passamos a ter relação de amizade. Depois, eu fui uma das pessoas que apoiou o nome dele para ser presidente do partido. É uma pessoa extremamente leal, muito partidário, absolutamente honesto. É uma perda muito grande."
Rui Falcão, presidente do PT, por meio de nota
"José Eduardo Dutra foi um homem público de primeira qualidade, um batalhador da causa da justiça social e um exemplo de dedicação ao Partido dos Trabalhadores. Nesse momento de dor, gostaríamos de nos solidarizar com sua família e com todos os companheiros do PT, em particular aqueles de Sergipe, estado que Dutra sempre amou e onde deu o melhor de sua vida pelos mais carentes e excluídos da sociedade."
Sibá Machado (AC), deputado e líder do PT na Câmara
"Em primeiro lugar, é importante lembrar que Sergipe produziu dois grandes quadros, Marcelo Déda e José Eduardo Dutra. Duas personalidades muito fortes para todos nós. Em segundo lugar, Eduardo Dutra cumpriu uma missão muito honrosa para todos nós à frente da presidência da Petrobras. Ele foi presidente do partido e, quando pediu renúncia, acredito que já era pela causa que o levou ao falecimento. Ele unificou o PT depois do processo do mensalão."

A derrocada do Brasil e outros nove efeitos da estagnação chinesa Do México à Argentina, ninguém está imune à queda da demanda asiática América Latina enfrenta o desafio de superar a crise de matérias-primas

Um agente da bolsa trabalha em uma corretora em Hong Kong (China). / EFE
Em toda a América Latina se notam as consequências da desaceleração da China. Não é que a economia do gigante asiático esteja estancada, mas desde 2012 parou de crescer 9% ao ano, como nas últimas décadas, e agora se expande a 7%. E cada ponto percentual tem seu impacto. A desaceleração chinesa é um dos fatores que explica a queda das cotações das matérias-primas desde 2014, assim como sua expansão acelerada foi um dos motivos dos altos preços desses bens de exportação no México e América do Sul nos 11 anos anteriores.
1. Um gigante afunda o outroMas não só as exportações latino-americanas se prejudicam com a freada da China. Também acontece que o gigante asiático está tentando liquidar na América Latina e em outras regiões os produtos que não consegue mais colocar em seu mercado interno, como acontece com o aço. Assim como a China foi um dos motores do crescimento latino-americano nos primeiros anos do século XXI, agora é um mas não é o único motivo da paralisação regional. Dez casos concretos ilustram a situação:
A China é o principal comprador do Brasil e sua desaceleração impacta a balança comercial brasileira. De janeiro a junho, as exportações brasileiras para a China caíram 22,6%. “A produção da China se reduzirá e diminuirá a demanda por commodities em países exportadores, como o Brasil”, explica o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. O Brasil já sofre com a queda do preço do minério de ferro, da soja e do petróleo enviados a Pequim.

2. A siderurgia mexicana sofre

O gigante asiático produz a metade do aço do mundo e agora está inundando-o, o que derruba os preços. O México, segundo produtor da América Latina, atrás do Brasil, é um dos afetados. A indústria mexicana pediu a seu Governo que a proteja com tarifas. Altos Hornos de México (Ahmsa) e ArcelorMittal anunciaram cortes que somados ultrapassam os 8.000 postos de trabalho, assim como o cancelamento de investimentos.

3. Desvalorização da soja

“Com a produção de alimentos não se brinca”, diz um cartaz na entrada de Suipacha (121 quilômetros a oeste de Buenos Aires), como símbolo do enfrentamento entre os produtores agrícolas e a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner. Em 2008, ela chamou de “yuyo [erva daninha]” a soja, responsável por um quinto das exportações argentinas. Na época, valia o dobro de hoje. “A China me preocupa, porque era o motivo pelo qual a tonelada chegou a valer mais de 600 dólares”, diz o presidente da Sociedade Rural de Suipacha, Eduardo Lawler.

4. O petróleo onera a Colômbia

As exportações da Colômbia para a China caíram 72% no primeiro semestre de 2015. Mas o principal sócio comercial do país sul-americano são os EUA, para quem vão 26,4% de suas exportações, enquanto a China caiu para o terceiro lugar, com 4,9%, a maioria de petróleo e ferro-níquel. “Com o país asiático temos uma balança comercial deficitária, então o impacto não será tão forte”, confia David Barriga, presidente da Asia B Consulting.

5. As coisas estão difíceis na Venezuela

A desaceleração da economia do gigante asiático moderou as previsões sobre a demanda de petróleo cru e constitui uma das causas por que o preço deste combustível caiu a menos da metade em um ano. Como as vendas de petróleo representam 95% da entrada em divisas da Venezuela, parte da culpa dos apuros orçamentárias que enfrenta o Governo de Nicolás Maduro recai sobre a China. O gigante asiático é o segundo sócio comercial da Venezuela, superado apenas pelos EUA. Mas, diferentemente da superpotências de Norte, a asiática quase não paga em dinheiro pelo petróleo, mas desconta os valores de empréstimos oferecidos a Caracas.

6. Pequenas e médias empresas chilenas em apuros

As exportações chilenas de cobre refinado para a China caíram 8,8% nos primeiros sete meses de 2015. “Uma vez que a relação entre Chilee China é determinada pelas compras de cobre, porque China é o principal comprador e o Chile é o principal produtor mundial, esta é uma informação que traz muita preocupação estratégica no país”, explica Fernando Reyes Matta, diretor do Centro de Estudos Latino-americanos sobre a China da Universidade Andrés Bello. Em um ano, o valor do cobre caiu 21%. As grandes corporações ainda têm forças para se virar, mas os problemas imediatos atingem as pequenas e médias empresas. A Empresa Nacional de Mineração (ENAMI), que compra o metal dos produtores menores, decidiu oferecer empréstimos a oito delas.

7. Mineração em conflito aberto

O banco Morgan Stanley incluiu o Peru entre os 10 países cujas moedas enfrentam problemas porque a China é o principal destino de suas exportações, sobretudo de minérios. Oito empresas chinesas concentram 36% do investimento em mineração no Peru e, ainda que em meio à queda da Bolsa de Xangai em agosto passado a Chinalco tenha anunciado que o projeto Toromocho se concretizaria com uma demorada ampliação de operações por 1,16 bilhão de euros, El Galeno, outro empreendimento de Minmetals e Jianxi Copper que exige 2,23 bilhões de investimento, continua paralisado.

8. Quem com ferro fere...

O minério de ferro é um dos produtos que vem se ajustando à nova realidade chinesa. Além de seu preço ter baixado muito, sofreu uma queda da demanda por parte da China. De janeiro a julho deste ano, o Brasil vendeu ao país 88,7 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 7,4%. As quantidades de outros produtos importados pela China continuam em alta. O Brasil vendeu a ela mais de 27 milhões de toneladas de soja, 28,5% a mais. “A demanda aumenta. No entanto, o valor da soja caiu 29,4% em um ano. Então o que percebemos é uma queda da receita”, explica Castro, da AEB.

9. Infraestrutura em suspense

As reformas empreendidas pelo Governo mexicano em 2013 para desregulamentar setores de sua economia despertaram a atenção da China. Três grandes projetos de investimento com um total de 12,4 bilhões apareceram: a licitação de um trem de alta velocidade, a construção de um complexo imobiliário e a instalação de uma rede estatal de telecomunicações. Os dois primeiros foram cancelados e o terceiro está hibernando. Os dois países criaram em janeiro um fundo de investimento em infraestrutura com uma cota limite de 8,015 bilhões, mas só foram designados 1,07 bilhão.

10. Austeridade no vinho

A China é o sétimo destino da exportação de vinhos da Argentina, quinto produtor mundial, mas em 2013 e 2014 as vendas do país sul-americano para lá caíram 9,1% e 5,2% respectivamente, devido à campanha anticorrupção e de austeridade imposta pelo presidente chinês, Xi Jinping, a seus funcionários. “Em 2011, abrimos um escritório na China e tivemos um começo muito auspicioso, porque eram vendidos vinhos de alto nível”, relembra Guillemo Barzi, presidente da Wines of Argentina (associação de bodegas). “Com a mudança de Governo, isso acabou”, acrescenta Barzi. Alberto Arizu, diretor da bodega Luigi Bosca, destaca que a austeridade prejudicou sobretudo a França, mas “beneficiou países com boa relação qualidade-preço, como a Argentina”. As exportações de seu país para a China se recuperaram 35,7% no primeiro semestre de 2015. É que o gigante asiático, apesar de tudo, continua sendo uma esperança para os negócios latino-americanos.
Com a colaboração de Heloísa Mendonça em São Paulo, David Marcial Pérez no México, Elizabeth Reyes em Bogotá, Ewald Scharfenberg em Caracas, Rocío Montes em Santiago do Chile, e Jacqueline Fowks em Lima.
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Assad diz que fracasso de coalizão russa destruiria o Oriente Médio Presidente sírio disse que ação de Rússia, Síria, Irã e Iraque deve triunfar. Moscou iniciou nos últimos dias bombardeios contra o Estado Islâmico.

produção/YouTube/Syrian Presidency)
O presidente da Síria, Bashar al-Assad, durante entrevista a canal de TV iraniano (Foto: Reprodução/YouTube/Syrian Presidency)
O presidente da Síria, Bashar al-Assad, disse que a Síria, Rússia, Irã e Iraque estão unidos para combater o terrorismo e que devem ter sucesso, mas alertou que o custo de uma possível derrota seria devastador para o Oriente Médio. A declaração foi feita uma emissora de TV iraniana, que transmitiu a entrevista neste domingo (4).
As quatro nações vão alcançar “resultados práticos”, ao contrário da coalizão liderada pelos Estados Unidos, cuja campanha de ataques aéreos que já dura um ano contra os militantes do Estado islâmico na síria e no Iraque viu uma expansão da violência.
Na quarta-feira (30), a Rússia, aliada do regime de Assad, iniciou uma campanha de bombardeios no território sírio contra o Estado IsIâmico, embora ativistas e opositores tenham denunciado que os aviões russos estão atacando também zonas residenciais e bases de brigadas rebeldes.A Síria e seus aliados devem ter sucesso “ou nós enfrentaremos a destruição de toda a região”, disse o presidente, segundo sua conta oficial no Twitter, que divulgou as declarações feitas por Assad na entrevista.
Assad também afirmou na entrevista que a Rússia nunca tentou impor nada à Síria, especialmente durante esta crise, e aproveitou para criticar os ataques feitos pela coalizão liderada pelos Estados Unidos – que apoia os rebeldes contrários a Assad.
“Desde que a coalizão liderada pelos EUA foi formada, o Estado Islâmico se expandiu geograficamente e seus recrutas se multiplicaram”, disse.
Luta contra terroristas
O presidente sírio garantiu que a “destruição do terrorismo” é a base de qualquer ação no país, e que “apoia qualquer movimento político em paralelo para combater o terrorismo.”
Entretanto, Assad também afirmou que “o terrorismo é o novo instrumento usado pelo Ocidente para subjugar a região”, e que “não pode haver uma solução política enquanto os Estados continuarem a apoiar os terroristas”. “Queremos que os líderes ocidentais digam à verdade às pessoas”, disse Assad.
“A guerra continuará enquanto houver aqueles que apoiem o terrorismo. Estamos lutando contra grupos terroristas que chegam de todo o mundo. Os mais importantes líderes terroristas na Síria e no Iraque são europeus”, disse Assad na entrevista, segundo seu gabinete.
O presidente sírio também criticou a polícia europeia em relação aos refugiados, principalmente de seu país, que têm chegado ao continente. “Os ocidentais atiram nos refugiados sírios com uma mão e lhes dão comida com a outra”, afirmou.
Saída do poder
O presidente sírio também afirmou que apenas os cidadãos de seu país podem decidir sobre as mudanças do sistema político local ou de seus líderes, afirmando que o tema é um “assunto interno”. “Se minha saída for a solução, eu nunca vou hesitar em fazê-lo”, disse.
Seus opositores internacionais afirmam que qualquer solução política para a guerra da Síria deve envolver a saída de Assad do poder, apesar de que alguns Estados ocidentais já suavizaram essa exigência, afirmando que ele poderia se manter na presidência durante um período de transição.
Mortes de civis
Os ataques deste domingo na província de Homs e em área sob controle do grupo terrorista Estado Islâmico na vizinha Hama mataram civis, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos.
Alguns dos bombardeios tiveram como alvo as aldeias de Al Gayar e Sharshuh, no norte de Homs, onde até agora há informações sobre a morte de um civil e vários feridos.
Duas crianças morreram em outro ataque russo na próxima cidade de Garnata, segundo a ONG.
Outros dois ataques, que provavelmente foram lançados por aviões russos, causaram a morte de quatro civis na região de Aqeirbat, no leste de Hama e sob o controle do EI.
Os aviões de combates russos bombardearam também a região de Aqrab, no sul de Hama, que ontem foi cenário de intensos combates entre forças leais ao regime sírio, por uma parte, e rebeldes islamitas e grupos insurgentes.
O porta-voz das Forças Aéreas russas, Igor Klimov, garantiu hoje que seu país utiliza bombas guiadas de alta precisão em sua campanha de bombardeios contra as posições de EI e de outras organizações jihadistas na Síria.

Em dia de santo protetor, animais recebem bênção em São Paulo São Francisco de Assis é conhecido por ser protetor dos animais. Bolo e ração abençoada serão distribuídos aos bichos na Paróquia.

O cardeal arcebispo Dom Cláudio Hummes abençoa cachorro durante missa na Igreja de São Francisco de Assis, no centro de São Paulo (Foto: J. Duran Machfee/Estadão Conteúdo)O cardeal arcebispo Dom Cláudio Hummes abençoa cachorro durante missa na Igreja de São Francisco de Assis, no centro de São Paulo (Foto: J. Duran Machfee/Estadão Conteúdo)
A Paróquia São Francisco de Assis, na Vila Clementino, Zona Sul da capital, realiza neste domingo (4) uma programação especial para comemorar o dia do santo protetor dos animais. Sete missas acontecerão ao longo do dia e duas celebrações serão abertas aos bichos. Em frente à igreja, os freis darão bênçãos durante todo o dia.

As chamadas missas ecológicas, quando os fiéis levam seus animais de estimação para serem abençoados dentro da igreja, acontecem às 11h30 e 19h. A missa pela manhã foi celebrada pelo Cardeal Arcebispo Dom Cláudio Hummes.
Cachorro aguarda a vez para receber a bênção na Igreja de São Francisco de Assis, em São Paulo (Foto: Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo)Cachorro aguarda a vez para receber a bênção na Igreja de São Francisco de Assis, em São Paulo (Foto: Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo)

Às 13h, a igreja distribuiu o bolo especial para os cães. Além disso, pacotes de ração abençoada foram entregues aos cachorros, gatos e pássaros. Para os donos dos bichos, terá o tradicional bolo de São Francisco com as medalhas espalhadas.

Parta os interessados em adotar animais de estimação, a igreja organizou uma feira de adoção e de atendimento clínico e veterinário gratuito.

Entenda a história de São Francisco de Assis
Pessoas levam seus animais de estimação para serem abençoados na Igreja de São Francisco de Assis, no centro de São Paulo, na manhã deste domingo (04). Hoje é celebrado o dia do santo padroeiro dos animais. (Foto: DARIO OLIVEIRA/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO)Pessoas levam seus animais de estimação para serem abençoados na Igreja de São Francisco de Assis, no centro de São Paulo, na manhã deste domingo (04). Hoje é celebrado o dia do santo padroeiro dos animais. (Foto: DARIO OLIVEIRA/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO)
Nascido em Assis, na Itália, São Francisco era filho de um rico comerciante de tecidos. Tentou, em vão, seguir a carreira do pai. Dedicou-se ao serviço de doentes e pobres. Enquanto rezava na igreja de São Damião, ouviu a imagem de Cristo lhe dizer: "Francisco, restaura minha casa decadente". O pedido foi tomado no sentido literal. O santo vendeu as mercadorias da loja do pai para restaurar a igreja. Indignado com o ocorrido, o pai o deserdou. São Francisco pregava o desapego aos bens materiais.

Paróquia São Francisco de Assis
Rua Borges Lagoa, 1.209, Vila Clementino
Horário das missas: 7h, 9h, 11h30, 15h, 17h, 18h e 19h.
Saiba mais sobre a igreja no vídeo abaixo do programa Antena Paulista:
Movimentação na Paróquia São Francisco de Assis na Vila Clementino, na Zona Sul de São Paulo, com programação especial neste domingo (4), dia do santo protetor dos animais. Saquinhos de ração para cachorro e gato serão abençoados para serem distribuídos a (Foto: RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)Movimentação na Paróquia São Francisco de Assis com programação especial no dia do santo protetor dos animais. Saquinhos de ração para cachorro e gato serão abençoados para serem distribuídos (Foto: RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

Médicos Sem Fronteira nega que Taliban disparou a partir de hospital atingido

SÃO PAULO (Reuters) - O grupo humanitário Médicos Sem Fronteiras negou neste domingo que os combatentes do Taliban tenham disparado a partir de um hospital no Afeganistão antes de um ataque mortal atingir o prédio.
Ao menos 19 pessoas morreram após um ataque ao hospital que supostamente foi liderado por forças norte-americanas na cidade Kunduz.
A cidade tem sido palco de violentos combates desde que combatentes talibãs foram capturados há quase uma semana.
O Exército dos EUA disse que realizou um ataque aéreo perto do hospital, em uma tentativa de subjugar os insurgentes do Taliban que estavam atirando diretamente contra as forças dos EUA.
O governo dos EUA prometeu fazer uma investigação sobre o incidente, enquanto o chefe de Direitos Humanos da ONU disse que o bombardeio poderia representar um crime de guerra.
Em um comunicado divulgado na noite de sábado, o presidente Barack Obama ofereceu suas condolências pela vítimas do que ele chamou de "um incidente trágico."
Em Cabul, o Ministério da Defesa disse que os combatentes
Taliban atacaram o hospital e eles estavam usando o edifício como "escudo humano".

Mas o Médicos Sem Fronteira nega essa versão.

Lula atuou a favor de empreiteiras na Guiné e em Gana, diz revista Questionado sobre o assunto, o Instituto do ex-presidente informou que vai processar jornalistas da publicação

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria atuado em Guiné Equatorial e Gana em favor da Odebrecht e de outras empreiteiras brasileiras agora investigadas por desvios na Petrobras na Operação Lava Jato. A revista Época desta semana traz um telegrama reservado do Itamaraty datado de março de 2013 em que a embaixadora do Brasil em Malabo, capital da Guiné, Eliana da Costa e Silva Puglia, diz que "Lula citou, então, telefonema que dera ano passado ao presidente Obiang (da Guiné) sobre a importância de se adjudicar obra de construção do aeroporto de Mongomeyen à empresa Odebrecht". A Andrade Gutierrez também participava da concorrência pelo aeroporto.

Depois de visitar a Guiné, Lula seguiu para Gana, onde se reuniu com o chefe de Estado John Mahama. Mahama pediu apoio do petista para conseguir liberação de US$ 1 bilhão em crédito do BNDES ao país. Na ocasião, segundo telegrama do Itamaraty, Lula disse "acreditar que o BNDES teria condições de acolher a solicitação da parte ganense e, nesse sentido, intercederia junto à presidenta Dilma Rousseff". Quatro meses depois o banco de fomento liberou US$ 202 milhões para um consórcio formado por Andrade Gutierrez e Odebrecht para construção de uma rodovia no país africano.

Questionado sobre o assunto, o Instituto Lula informou que vai processar jornalistas da publicação e defendeu a "legalidade e a lisura" da conduta do ex-presidente. Em nota, o Instituto afirmou que a "diplomacia presidencial contribuiu para aumentar as exportações brasileiras de produtos e serviços, que passaram de US$ 50 bilhões para US$ 200 bilhões".

A Odebrecht Infraestrutura disse que mantém uma relação institucional com o ex-presidente e que apresentou proposta para o aeroporto da Guiné Equatorial mas não foi a vencedora da licitação.

Segundo a revista, os documentos do Itamaraty estão sendo analisados pelo Ministério Público Federal em Brasília em ação em que Lula é investigado por tráfico de influência internacional.