quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Imigração rouba a cena na abertura do Festival de Veneza

Membros do júri sobem ao palco na abertura do Festival de Veneza (foto: ANSA)
Membros do júri sobem ao palco na abertura do Festival de Veneza (foto: ANSA)
VENEZAZLR
(ANSA) - A grave crise migratória que atinge a Europa chegou ao renomado Festival de Cinema de Veneza, cuja 72ª edição começou oficialmente nesta quarta-feira (2).

Durante a cerimônia de abertura da mostra, o presidente do júri, Alfonso Cuarón, vencedor do Oscar de melhor diretor com "Gravidade", fez um apelo para a União Europeia acolher os milhares de solicitantes de refúgio que entram todos os dias em seus países-membros.

"Sou um mexicano que vive na Europa e sempre se sentiu bem-vindo. Gostaria que o mesmo acolhimento fosse reservado no futuro a todos os imigrantes", declarou o cineasta. As palavras encontraram eco na figura do presidente da Itália, Sergio Mattarella, que participou da abertura ao lado de sua filha, Laura.

"Foi um chamado verdadeiramente admirável e feito de maneira persuasiva", comentou o chefe de Estado, que é o principal símbolo institucional de um país que já recebeu pelo menos 115 mil imigrantes clandestinos em 2015, todos sobreviventes das chamadas "viagens da morte" no mar Mediterrâneo.

Por outro lado, a mesma receptividade não foi vista no prefeito de Veneza, o conservador Luigi Brugnaro, que declarou que é "muito cômodo" dar opiniões sentado "em uma poltrona de veludo". Recentemente, o mesmo alcaide se envolvera em umapolêmica com o cantor Elton John por causa da proibição de livros infantis sobre homossexualismo nas escolas da cidade.

No fim das contas, a imigração acabou deixando em segundo plano o filme exibido na abertura da mostra: "Everest", dirigido pelo islandês Baltasar Kormakur, é inspirado em fatos reais e conta a história de duas trágicas expedições rumo ao topo da montanha mais alta do mundo, em meio a geleiras, avalanches e falta de oxigênio.

O longa, que não concorre ao Leão de Ouro, foi filmado no Nepal, nos Alpes italianos e em estúdios de Roma e Reino Unido e tem no elenco nomes como Josh Brolin, Jason Clarke, Robin Wright, Keira Knightley e Emily Watson. "É um filme emocionante", disse Mattarella, em uma rápida conversa com jornalistas após a projeção.

O 72º Festival de Cinema de Veneza acontece até o dia 12 de setembro e tem três produções brasileiras na programação: os longas "Mate-me por favor", de Anita Rocha da Silveira, e "Boi neon", de Gabriel Mascaro, e o curta-metragem "Tarântula", de Aly Muritiba e Marja Calafange.

No entanto, nenhum deles está no concurso principal. Todos integram a mostra "Horizontes", que reúne filmes "representativos de novas tendências estéticas e expressivas". (ANSA)
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Por que os refugiados agora emigram maciçamente para a Europa A expansão do Estado Islâmico e o colapso líbio são algumas das respostas

EL PAÍS VÍDEO
chegada em massa de refugiados à Europa, o maior fluxo migratório registrado desde a Segunda Guerra Mundial, confrontou as autoridades europeias à realidade de uma tragédia de dimensões astronômicas. Apenas entre 1º de janeiro e 1º de setembro de 2015, ao menos 351.314 pessoas chegaram às costas europeias, principalmente à Grécia (234.778 pessoas) e Itália (114.276), seguidas muito de longe pela Espanha (2.166) e Malta (94). Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), pelo menos 2.643 pessoas que tentavam chegar à Europa perderam a vida no Mediterrâneo, embora o órgão não descarte que esse número seja muito maior.
A guerra da Síria e a expansão do Estado Islâmico: As nacionalidades dos migrantes, principalmente sírios, mas também afegãos, eritreus e nigerianos, fornece a primeira chave para essa chegada à Europa de requerentes de asilo, sem precedentes na história recente. Embora seja verdade que a guerra na Síria já completou seu quarto aniversário, a entrada no campo de batalha do Estado Islâmico (EI) intensificou ainda mais um conflito que já custou a vida de mais de 230.000 pessoas e levou a que 11,5 milhões de sírios abandonassem suas casas, de acordo com a ACNUR (a agência da ONU para os refugiados). O autoproclamado califado controla parte do norte e do oeste do Iraque e mais da metade oriental da Síria, onde impõe um regime de terror para aqueles que não cumprem estritamente a versão mais extremista do islamismo sunita.O número de migrantes já ultrapassa em 60% o número total de refugiados e requerentes de asilo que chegaram em 2014. Aqui estão algumas das chaves:
Os países vizinhos restringem a entrada de refugiados sírios: Depois de que nos últimos quatro anos centenas de milhares de sírios se exilaram na Jordânia, Líbano e Turquia, esses países começaram a impor restrições às novas admissões, sobrecarregados com a entrada contínua de refugiados. A Turquia já recebeu 1,8 milhão de exilados (2,3% da sua população), a Jordânia 630.000 (9,4%) e o Líbano 1,2 milhão (27,9% de seu censo). Frente às dificuldades para entrar nos países vizinhos, os sírios estão buscando novas rotas para a Europa.
O colapso progressivo da Líbia: A virtual ausência de Estado na Líbia, com dois Governos estabelecidos em cidades diferentes, um em Tobruk (nordeste do país), reconhecido pela comunidade internacional, e outro baseado em Trípoli, controlado pelas milícias rebeldes, favoreceu a expansão das máfias que traficam imigrantes, especialmente subsaarianos. Em abril, um velho barco ocupado, no qual viajavam cerca de 800 pessoas, virou na costa da Líbia. Apenas 28 pessoas sobreviveram.
O uso das redes sociais: O Facebook tornou-se uma importante fonte de informações para aqueles que desejam escapar de seus países. Na rede social é possível encontrar o preço da viagem, incluindo os traslados e os subornos. Nas páginas em árabe é possível achar facilmente números de telefone para organizar uma viagem. Em seguida, o WhatsApp ou o Viber colocam em contato migrantes e traficantes durante o trajeto.

Mesa Diretora da Câmara aprova divulgação de salário de servidores

Crédito: Cícero Lopes/CB/D.A Press

A Câmara Legislativa vai começar a divulgar nominalmente os salários de todos os servidores. A decisão foi tomada em uma reunião da Mesa Diretora na última segunda-feira. Havia forte resistência contra a medida entre um grupo de servidores mas, por outro lado, entidades de defesa da transparência dos gastos públicos pediam a publicação completa dos gastos. Hoje, para ter acesso aos salários dos servidores, é preciso enviar um requerimento ao Departamento de Recursos Humanos da Câmara e informar dados pessoais, como CPF e endereço. Só o legislativo impõe essas barreiras para acesso aos dados. No GDF, no TCDF, no Ministério Público e no Tribunal de Justiça do Distrito Federal, é possível fazer a consulta nominal sem dificuldades.

No mês passado, o Ministério Público Federal entrou com uma ação civil pública contra a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, com a alegação de que as duas instituições não cumprem a Lei de Acesso à Informação. Para ter acesso aos dados da remuneração das duas casas, o internauta tem que preencher requerimento com dados pessoais. “Condicionar o acesso a informações de interesse coletivo ao fornecimento de dados pessoais do requerente, acrescidos de declaração de veracidade obstaculiza direito instituído por lei, impedindo que a publicidade cumpra o seu papel de forma livre e irrestrita”, cita um dos trechos da petição apresentada à Justiça.
A presidente da Câmara, Celina Leão, conta que a determinação já foi repassada à área de recursos humanos. “Eles já começaram a fazer tabelas para disponibilizarmos os dados no site. Não houve resistência na Mesa Diretora. Todos entendem que estamos na era da transparência e temos que abrir essas informações para a sociedade”, explicou Celina.

O presidente do Sindicato dos Servidores da Câmara Legislativa e do Tribunal de Contas do DF, Josimar Oliveira Silva, afirma que a entidade não vai questionar a divulgação. “Muitos servidores têm receios por conta do medo da violência. Mas não há o que fazer, já há decisão do Supremo dizendo que as instituições devem divulgar a remuneração de servidores”, explicou Josimar. “Nossa briga agora é pela realização de concurso e pela valorização dos funcionários de carreira”, acrescentou o presidente do sindicato.

Dilma alega transparência para justificar criação de novos impostos Presidenta diz que não gosta da CPMF, e não descarta outros tributos para reduzir o déficit Governo sem alternativa recorre ao Congresso para conter rombo fiscal Presidenta garante apoio a Levy e diz que ele não está isolado

Após o Governo voltar atrás na recriação da CPMF (o imposto do cheque), a presidenta Dilma Rousseff (PT) deixou claro nesta quarta-feira que não abriu mão de ampliar a carga tributária brasileira nos próximos meses. A justificativa para a criação de novos tributos é a previsão de déficit para o ano de 2016 apresentado, segundo ela, de maneira transparente e admitindo que “claramente há um problema”. Na última segunda-feira, a equipe econômica anunciou que no próximo ano o país terá um rombo de 30,5 bilhões de reais nas contas públicas na proposta de Orçamento apresentada ao Congresso. É a primeira vez que um Governo informa que o país deve fechar o ano no negativo, gastando mais do que arrecada.
Ao menos duas novas fontes de receitas fiscais já estão previstas no Orçamento de 2016 e vão impactar no bolso dos consumidores a partir de dezembro. A redução de benefícios para produtos como smartphones, tablets e computadores, além do aumento dos impostos para bebidas como vinhos, whiskies e cachaças.“Não gosto da CPMF, se você quer saber. Acho que a CPMF tem as suas complicações, mas não estou afastando a necessidade de fontes de receita. Não estou afastando nenhuma fonte de receita, quero deixar isso claro, para depois se houver a hipótese de a gente enviar essa fonte, nós enviaremos”, disse a presidenta para jornalistas nesta quarta-feira, após um evento no Palácio do Planalto, em Brasília.
Rousseff não detalhou quais impostos seriam criados nem o prazo para que isso ocorra. Hoje, um trabalhador que ganha 1.000 reais por mês gasta quase 300 reais com impostos, incluindo os que estão embutidos em produtos e serviços que são adquiridos pelo consumidor. O cálculo é da Associação Comercial de São Paulo.
O que está claro neste momento é que o orçamento enviado pelo Governo Rousseff ao Legislativo sofrerá mudanças, uma espécie de adendo, conforme a própria mandatária informou. “Quando acharmos que a discussão maturou, que existem as condições para fazer isso, nós queremos mandar mais elementos para o Congresso”, declarou a presidenta.
Lançar mão da transparência para anunciar resultados negativos e medidas duras é algo novo para a gestão Rousseff. A presidenta perdeu parte de seu capital político no último ano justamente depois de prometer durante a campanha eleitoral de 2014 que não haveriaarrocho, como em crises anteriores. Meses depois, o Governo aprovaria reajuste das contas de energia elétrica, restrições em alguns benefícios trabalhistas e cortes em alguns programas sociais.
A transparência também é um apelo novo nas contas públicas. No mandato anterior, o Governo foi acusado de fazer manobras fiscais para maquiar problemas de caixa, as chamadas pedaladas fiscais. Com base nessa maquiagem, a ser julgada pelo TCU (Tribunal de Contas da União) nas contas de 2014, é que parte da oposição espera embasar um pedido de impeachment.
Cálculos feitos por técnicos do próprio Governo assim como por políticos oposicionistas demonstram que o rombo pode ser maior dos os 30,5 bilhões anunciados pela União. Poderia variar de 33 bilhões a 100 bilhões de reais, conforme as projeções de inflação, crescimento anual e gastos com emendas parlamentares e repasses de impostos que não foram incluídos na primeira avaliação governista.
Rousseff, contudo, entende que a conta de sua equipe econômica está correta. “Do nosso ponto de vista, nós não achamos que estamos errados. Nós achamos que o déficit é R$ 30 bilhões. O déficit é ruim. Eu não vou concordar com o 'desastroso', mas todo déficit é ruim. Se a gente achasse o déficit bom, nós iríamos abraçá-lo, nós não abraçamos, nós queremos resolver o problema”, ponderou.

Primeiro sinal de apoio

Na terça-feira, após a divulgação das contas negativas, a petista se reuniu com os presidentes das duas Casas do Congresso Nacional,Renan Calheiros, do Senado, e Eduardo Cunha, da Câmara, ambos do PMDB. Pediu a eles ajuda para contornar a crise, sem a aprovação de medidas que resultassem em novos gastos públicos. Ouviu uma resposta positiva quanto ao apoio institucional, mas os dois reforçaram para Rousseff que o problema maior era dela, não deles. Calheiros, demonstrou-se mais aberto e disse que Congresso iria ajudar no que fosse possível para melhorar o orçamento.
A primeira sinalização de apoio foi dada nesta quarta-feira, quando senadores e deputados da base governista esvaziaram a sessão conjunta do Congresso Nacional que iria analisar dois vetos presidenciais a projetos de lei que criam novos encargos para a União. Um previa um aumento de até 78,5% para os servidores do Poder Judiciário – impacto de 25,7 bilhões de reais aos cofres públicos. O outro, extinguiria o fator previdenciário (que é uma medida que reduz o valor dos proventos dos aposentados). Essa última medida resultaria em um aumento das despesas em 9,1 bilhões de reais, conforme os cálculos do Ministério do Planejamento.
Nas tribunas do Congresso os deputados bateram boca. Do lado do Governo, como Carlos Zarattini (PT-SP), o discurso era de que o momento não era propício para a criação de novos gastos para a União. Opositores, como Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), diziam que o ajuste governista não poderia ser cobrado apenas dos trabalhadores. “Estamos no baile do ajuste fiscal, mas só quem está dançando é o trabalhador. Se tem dinheiro para pagar juros estratosféricos, têm de ter para pagar o funcionalismo público”, reclamou o petebista.
A sessão do Congresso foi encerrada enquanto parte dos congressistas xingavam o deputado Waldir Maranhão (PP-MA), que presidia os trabalhos, e servidores o vaiavam das galerias da Câmara. Do lado de fora do Legislativo, os funcionários do Judiciário em greve promoviam mais um sonoro e irritante buzinaço que durou boa parte do dia.

Presidenta garante apoio a Levy e diz que ele não está isolado

Isolado dentro do Governo Dilma Rousseff e derrotado em várias batalhas internas, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, teve ontem uma demonstração de apoio por parte da presidenta. Questionada se o responsável pelas finanças da União estaria de saída, Rousseff negou e disse que isso é um boato, um “desserviço para o país”. Ela recorreu a uma comparação de uma discussão familiar para explicar a situação de seu ministro.
“Dentro de uma família, nós todos sabemos aqui, tem várias opiniões. O fato de haver opiniões de A, de B, de C, de D, da mãe, do pai, de quem quer que seja, não significa que a família está desunida, não. Significa que ela debate, discute, que ela quer enfrentar o problema e que ela quer superar o problema. Me desculpa, mas eu acho que é um desserviço para o país esse processo de transformar e de falar que o ministro Levy está isolado, está desgastado. Não está”, afirmou a presidenta.
Na última segunda-feira, Levy foi obrigado por Rousseff a apresentar ao lado do ministro Nelson Barbosa o déficit no orçamento da União. Ele não queria participar da divulgação para a imprensa porque sugeriu que os cortes nas despesas discricionárias (as que não são obrigatórias por lei) deveriam ser maiores do que foram e, assim, o déficit nas contas públicas seria menor. Na ocasião, Levy teve de cancelar sua participação em um evento em São Paulo.
Essa não foi a primeira derrota do ministro dentro da gestão Rousseff. No primeiro semestre, quando da apresentação do ajuste fiscal, o titular da Fazenda sugeriu fazer cortes de 80 bilhões de reais, mas o Governo apresentou medidas legais que chegaram aos 69 bilhões, o que o desagradou.

Após 7 altas seguidas, Copom mantém juros em 14,25% ao ano Em meio à recessão, taxa de juros permanece no maior nível em 9 anos. Decisão confirma sinalização do BC e expectativa do mercado financeiro.

Selic 14.25 materia (Foto: Arte/G1)
Após sete aumentos consecutivos nos juros básicos da economia brasileira, implementados desde outubro do ano passado, logo após o fim das eleições presidenciais, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu colocar o pé no freio e manteve, em reunião terminada nesta quarta-feira (2), a taxa Selic estável em 14,25% ao ano.
Os juros seguem, mesmo assim, no maior nível em nove anos, ou seja, desde julho de 2006. Antes do início deste ciclo de alta, em setembro do ano passado, a taxa básica de juros da economia estava em 11% ao ano. Com isso, a taxa Selic, que serve de referência para o mercado financeiro, avançou, ao todo, 3,25 pontos percentuais nos últimos meses.
Recessão e desemprego em altaAo fim do encontro, o BC divulgou a seguinte frase: "Avaliando o cenário macroeconômico, as perspectivas para a inflação e o atual balanço de riscos, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 14,25% ao ano, sem viés. O Comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016".
A decisão, que acontece em meio à uma forte queda do nível de atividade, confirmada por meio de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de que o país está em meio à uma recessão técnica - e à alta do desemprego - já era esperada por analistas do mercado financeiro, que apostavam maciçamente na manutenção dos juros nesta semana.
A percepção de que os juros seriam mantidos nesta reunião do Copom se consolidou após indicação do próprio Banco Central. Em julho, a instituição informou entender que a manutenção da taxa básica de juros em 14,25% ao ano, por um "período suficientemente prolongado", é necessária para a convergência da inflação para a meta [central de 4,5%, tendo por base o IPCA] no final de 2016.
Ao manter juros elevados, o Banco Central tenta controlar o crédito e o consumo, atuando assim para segurar a inflação, que tem mostrado resistência neste ano. Por outro lado, ao tornar o crédito e o investimento mais caros, os juros elevados prejudicam o nível de atividade da economia brasileira e, também, a geração de empregos.
Sistema de metas
Pelo sistema de metas de inflação vigente na economia brasileira, o BC tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. Para 2015 e 2016, a meta central de inflação é de 4,5%, mas o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência, pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Em julho, a inflação oficial medida pelo IPCA somou 0,62%, o valor mais elevado, para o sétimo mês do ano, desde 2004. Nos sete primeiros meses deste ano, a inflação subiu 6,83%. Em doze meses até julho, acumula alta de 9,56%, o maior resultado desde novembro de 2003.
O próprio Banco Central já admite que a inflação deve estourar o teto de 6,5% do sistema de metas em 2015. A previsão da autoridade monetária é de que a inflação fique em 9% neste ano. Já o mercado prevê um IPCA de 9,28% em 2015 – o maior patamar desde 2003.
A autoridade monetária tem dito que trabalha para evitar a propagação da inflação neste ano e para trazer a o IPCA para o centro da meta, de 4,5%, até o final de 2016. Os economistas dos bancos, porém, não acreditam que essa promessa será cumprida. A estimativa dos analistas, colhida na semana passadas, é de 5,51% para o ano que vem.
Dólar pressiona inflação
Apesar do cenário de recessão na economia, e do aumento do desemprego, que atingiu, no segundo trimestre deste ano o maior valor da série histórica do IBGE, inciada em 2012, fatores que atuam para conter a alta dos preços, a inflação ainda segue pressionada pelas tarifas públicas (nesta semana foi confirmada alta do gás de cozinha) e pela alta do dólar.
Dólar mais alto barateia as exportações e torna as compras feitas no exterior (quer seja de insumos ou industrializados) mais caras – e os valores geralmente são repassados para os preços finais dos produtos importados, pressionando a inflação.
Nesta quarta-feira (2), o dólar fechou em alta pelo quarto dia seguido, cotado a R$ 3,7598, o maior valor desde 2002, pressionado por preocupações com as contas públicas do Brasil e o risco de o país perder o grau de investimento (selo internacional de bom pagador). No ano de 2015, o dólar acumula alta de 41,41%.
Segundo o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Lima Gonçalves, o resultado do PIB do segundo trimestre confirmou a esperada recessão e indicou que a mesma continuará, observando que o mercado de trabalho teve forte “distensão” (piora). Para ele, porém, a alta do dólar neste ano deverá gera um impacto de 0,2% a 0,5% no IPCA, mantido o atual nível (ao redor de R$ 3,68).

Segundo analistas, o anúncio de que o orçamento do ano que vem, enviado nesta semana ao Congresso Nacional, contempla, pela primeira vez na história, um déficit fiscal (despesas maiores do que receitas) também não contribui para o controle da inflação. A previsão do governo é de um déficit de R$ 30,5 bilhões em 2016, ou 0,5% do PIB. Até então, a estimativa era de um superávit de 0,7% do PIB.
O próprio BC avaliou, no passado, que quanto maior for o esforço fiscal (economia para pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda, também conhecido como "superávit primário" no Brasil), melhor é para o controle da inflação – principal objetivo da autoridade monetária. Na proposta de orçamento, o governo prevê um aumento real de gastos.

Senado aprova fim da doação de empresas em campanhas eleitorais Minutos antes, plenário havia reduzido limite de doação de empresa a partido. Projeto, que veio da Câmara, tem de voltar para nova análise dos deputados.

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (2), por 36 votos a 31, o fim do financiamento por empresas de campanhas de partidos. A votação da proposta ocorreu minutos após a aprovação de texto-base que limitava a R$ 10 milhões a doação de empresas a partidos políticos.
Os senadores começaram a votar nesta quarta projeto de reforma política que foi encaminhado pela Câmara e alterado por comissão doSenado. Os senadores ainda precisam analisar outras propostas de alteração de trechos do texto-base. Em seguida, devido às mudanças sobre a proposta aprovada na Câmara, o texto voltará a ser analisado pelos deputados. O projeto foi aprovado como um complemento à proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma política.

O texto-base do projeto, aprovado menos de uma hora antes, previa R$ 10 milhões de limite de doação de empresas a partidos políticos, sem incluir a doação a candidatos. O projeto da Câmara previa limite de doação a empresas de R$ 20 milhões.

Depois da votação do texto-base, o próprio relator da proposta, senador Romero Jucá (PMDB-RR) apresentou uma proposta de alteração no texto, sugerindo acabar com a doação não só a candidatos, mas também a partidos.

A proposta, no entanto, não acaba com doações feitas por pessoas físicas a candidatos. “A minha subemenda permite só doação de pessoa física a candidato, com limite do rendimento que a pessoa teve no ano anterior. Votar sem limite poderia gerar distorção grave”, disse Romero Jucá, que minutos antes havia afirmado que não estabeleceria um limite.
Por outro lado, o líder do PSDB no Senado, senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), disse que não há "problema algum" em doação de empresas "desde que não haja extorsão". "Eu já recebi doações de pessoas jurídicas, estão na minha prestação de contas. Nem por isso o meu mandato é meio mandato, é limitado, é vinculado, é tolhido", afirmou o tucano.Debate
Durante a discussão do projeto, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) defendeu a proibição de doação de pessoa jurídica. "Pessoa jurídica não é cidadã, não tem cidadania, não pode participar", afirmou o parlamentar.
Presidente da comissão que estuda a reforma política no Senado, o senador petista Jorge Viana (AC) defendeu o fim das doações feitas por empresas. "Nunca o Brasil precisou tanto de uma manifestação que depure a atividade política, que limpe a atividade política e que nos coloque de novo como pessoas honradas diante da sociedade. E só com o fim do financiamento empresarial é que vamos dar o primeiro passo nesse rumo", opinou.
Para o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), a proibição da doação de empresas pode estimular contribuições "por baixo do pano". "Se nós proibirmos as doações de empresas, elas continuarão existindo por baixo do pano, e nós contribuiremos para criminalizar ainda mais a atividade política no nosso País", disse o senador.

Por meio de nota, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coêlho, elogiou a aprovação da proposta. "Parabéns ao Senado da República por exteriorizar o sentimento da nação brasileira. A relação imprópria entre empresas, candidatos e partidos está no germe da corrupção eleitoral e administrativa. A ampla maioria da população quer uma nova forma de fazer política, com redução de gastos de campanhas. Não quer mais campanhas milionárias, Hollywoodianas”, declarou.

Mudança de partido
Outro ponto aprovado pelos senadores na noite desta quarta-feira é a permissão para que políticos detentores de mandato possam se desfiliar de um partido no 13º mês antes da eleição sem perder o mandato – ou seja, um mês antes do fim período de filiação partidária. Para concorrer a cargo eletivo, a pessoa deve estar filiada ao partido há pelo menos um ano antes da data fixada para as eleições.
Na prática, se a regra entrar em vigor, um político que cumpre mandato poderá trocar de partido para concorrer na eleição seguinte pelo novo partido.
Atualmente, uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estabelece que o detentor de mandato eletivo que se desligar do partido perderá o mandato, salvo nos casos de grave discriminação pessoal, mudança substancial ou desvio reiterado do programa praticado pela legenda ou quando houver “criação, fusão ou incorporação de partido”.

Lutadora de MMA imobiliza assaltante no Maranhão; assista ao vídeo Por iG São Paulo | 02/09/2015 13:19 - Atualizada às 02/09/2015 13:30

Dois homens montados em uma moto abordaram um grupo de mulheres e anunciaram o assalto, na noite desta terça-feira (1º). A ação, em frente à uma academia na cidade de Açailândia, no Maranhão, deveria ser rápida, mas a dupla deu azar: uma das vítimas era faixa azul de jiu-jítsu e lutadora de MMA.
Monique Bastos, de 23 anos, imobilizou um dos suspeitos aplicando um "triângulo" digno de Ronda Rousey, a maior campeã do MMA feminino. A ação durou cerca de 20 minutos e foi flagrada no vídeo abaixo:

"Um dos caras pegou o celular que estava comigo. Logo vi que eles não estavam armados e os derrubei da moto. Não tive medo. Sabia que poderia imobilizá-los", contou Monique ao iG
"O homem que pegou o meu celular conseguiu correr, então peguei o piloto da moto com o 'mata-leão' e segurei por uns 20 minutos."
O suspeito, identificado como Wesley Sousa de Araújo, de 18 anos, clamou por socorro diversas vezes e chegou até mesmo a pedir para chamarem a polícia. O pedido foi atendido e os policiais levaram o suspeito para a delegacia. O homem nega ter assaltado Monique e as amigas. O outro suspeito não foi encontrado.
Lutadora de MMA Monique Bastos, que imobilizou um suspeito de assalto no Maranhão
Arquivo pessoal