terça-feira, 1 de setembro de 2015

Barracas, tensão e caos: odisseia de imigrantes em botes de borracha transforma ilha grega Márcia Bizzotto De Kos para a BBC Brasil

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Image captionCentenas de refugiados chegam à ilha grega de Kos em botes de borracha, vindos do balneário turco de Bodrum, a 20 quilômetros
Com os pés descalços e os coletes salva-vidas alaranjados ainda vestidos, o grupo de paquistaneses que deixa o barco da Guarda Costeira grega contrasta com os turistas que tomam um farto café da manhã a bordo de uma lancha no porto da ilha de Kos.
A maioria tem as mãos vazias. Outros levam pequenas sacolas de supermercado onde carregam todos os seus pertences: uma garrafa de água, uma muda de roupa e o smartphone embrulhado em um pedaço de plástico junto com os documentos.
Sorridentes, posam para uma "selfie" que o dono do telefone envia imediatamente à família por WhatsApp.
Eles acabam de ser resgatados em alto-mar, quando tentavam chegar a Kos em um bote de borracha motorizado que os 50 passageiros tentavam fazer avançar com a ajuda de dois pequenos remos de caiaque.
Como eles, todos os dias, ao nascer do sol, centenas de refugiados chegam à ilha grega vindos do balneário turco de Bodrum, a 20 quilômetros, convertido por traficantes de pessoas em principal ponto de partida da rota clandestina para entrada na União Europeia.
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Image captionSem ter onde morar, imigrantes dormem pelas ruas da cidade
Entre os viajantes, há mulheres grávidas, recém-nascidos, crianças pequenas e idosos.
"Você não pode nem imaginar o que é estar em um bote de borracha às três da manhã com tudo escuro ao redor, tendo que manter as crianças quietas para não alertar os guardas", comenta um iraquiano acompanhado da mulher e dos dois filhos, de um e cinco anos, o mais velho com deficiência física.
Um médico originário de Raqqa, cidade síria dominada pelo grupo extremista autodenominado "Estado Islâmico", conta que seus cinco filhos - a mais nova de 1 mês e o mais velho de 10 anos - não tiveram medo do trajeto.
Ele decidiu fugir depois de ter sido diretamente ameaçado por atender pacientes mutilados pelo 'EI', que impôs a lei islâmica em Raqqa.
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Image captionMuitos migrantes acampam nas ruas do centro histórico ou no passeio marítimo
"Eles sorriam, acharam divertido. Depois de tudo o que viram em Raqqa... Viemos por eles, para que eles tenham um futuro. Lá não resta nada. Daech (acrônimo em árabe do Estado Islâmico) controla nossas vidas, não permite nada, e o Exército (sírio) joga bombas nas nossas cabeças", disse o médico, que não quis identificar-se por medo de represálias contra familiares que continuam na Síria."

Insalubridade

Os refugiados começaram a chegar a Kos em abril, mas a prefeitura até agora não providenciou nenhuma estrutura para recebê-los.
A maioria é de sírios, iraquianos, afegãos e paquistaneses, que chegam à Turquia de carro, ônibus ou mesmo a pé.
Mas há também uma minoria originária do Mali, Congo e Gana, que entra no território turco em avião, muitas vezes usando todas as economias da família.
Uma vez em Kos, muitos acampam nas ruas do centro histórico. O passeio marítimo está tomado por barracas. Na areia da praia, os guarda-sóis perderam espaço para os coletes salva-vidas, boias e restos dos botes usados na travessia desde Bodrum.
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Image captionHotel abandonado está sendo usado para abrigar imigrantes
Eles têm sido encaminhados a um hotel abandonado, onde não há móveis ou eletricidade. Os banheiros do local estão inutilizados, e os 600 habitantes ali dividem sete latrinas e quatro duchas instaladas há apenas 20 dias por uma equipe da ONG Médicos sem Fronteiras (MSF) .
Os alimentos são preparados no chão coberto de poeira, fraldas e roupas descartadas, restos de papéis e de embalagens ou ainda de água com sabão.
"Este lugar foi feito para alojar 80 pessoas, não 600", afirma Mikael Goldman, gerente de logística da MSF.
"Não esperava ver tantas pessoas sendo tratadas sem nenhuma consideração ou dignidade na Europa."
Apesar das dificuldades, os refugiados vistos pelas ruas de Kos estão geralmente de banho tomado e roupas limpas.
Segundo a MSF, as doenças se limitam a casos moderados de inflamações cutâneas e desidratação.

Tensão

No mês de agosto, o número de refugiados registrados em Kos até o dia 28 passava de 13 mil, quase o dobro de julho.
As autoridades estão sobrecarregadas e, diante da falta de funcionários e da barreira linguística, os candidatos ao asilo têm dificuldades para se informar.
"A situação é tensa e, às vezes, perigosa. As regras mudam o tempo todo. Há falta de informação, e tem gente que passa muito tempo esperando. As pessoas estão cansadas, desconfiadas, com medo", explica Roberto Mignone, coordenador de emergência da agência da ONU para os refugiados (Acnur).
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Image captionMaioria dos imigrantes é de sírios, iraquianos, afegãos e paquistaneses
O grupo ajuda com tradução, organização e tentando acalmar os ânimos dos refugiados, mas não pode envolver-se no processo de cadastramento, que fica a cargo das autoridades locais e da agência europeia de controle de fronteiras, a Frontex, que conta com um único funcionário na ilha.
Os protestos se repetem todos os dias diante da sede da polícia, onde aqueles sem documentos passam longas horas esperando para se cadastrar e, em seguida, retirar os papéis que lhes permitirá continuar sua viagem.
As temperaturas superam os 33ºC, mas representantes de apenas duas ONGs passam esporadicamente para distribuir água ou alimentos aos necessitados.
Enquanto os sírios são automaticamente considerados refugiados e recebem seus papéis em cerca de três dias, as demais nacionalidades estão sujeitas a um processo mais complexo e demorado.
"Só estão trabalhando para os sírios. No nosso país, também há guerra", diz um iraquiano.
"Faz 15 dias que estamos esperando, com crianças pequenas, idosos. Tem sírio que chegou aqui ontem e já poderá ir embora amanhã. Por que dizem sim para os sírios e não para a gente?".
"Eles não vão se esquecer da gente, vão?", pergunta um malinês que aguarda há 20 dias por seus documentos.

'Eldorado' alemão

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Image captionTravessia é feita em botes, de forma precária, e muitos precisam ser resgatados
Todos os dias, entre 300 e 500 refugiados deixam a ilha em direção a Atenas, de onde seguem viagem pela chamada rota balcânica, atravessando Macedônia, Sérvia, Hungria e Áustria.
A maioria pretende chegar à Alemanha, apresentada por traficantes turcos como o "Eldorado" europeu.
"Eu não tinha preferência. Só queria tirar minha família do Afeganistão. Na Turquia, (os traficantes) nos aconselharam a ir para a Alemanha. Disseram que lá há ajuda e trabalho, que é o melhor país", explica um comerciante de Kandahar decidido a proteger a mulher e as três filhas da ameaça dos talebãs. Ele não quis ter seu nome divulgado.
O congolês Eric, de 42 anos, fugiu sozinho da violência em seu país e não conhece ninguém na Alemanha, mas não vê motivos para duvidar dos traficantes.
"Não tenho nenhuma dúvida. A Alemanha é um grande país, tem uma economia forte. Então, não pode nos abandonar", afirma com um sorriso.
Ele acredita que no país terá acesso gratuito a alojamento, cursos de alemão e uma formação técnica como eletricista.

'Arruinaram meu negócio'

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Image captionComerciante de Kandahar, no Afeganistão, resolveu apostar em um futuro incerto na Europa para proteger mulher e filhas da ameaça dos talebãs
A situação em Kos irrita muitos comerciantes locais, que se queixam que a chegada em massa de imigrantes afastou os turistas causando quedas de até 80% por cento nas vendas durante a temporada de verão. Alguns enxotam os refugiados de suas portas como se fossem pombas na praça.
"Arruinaram meu negócio. Não tenho mais como pagar o aluguel. Que fechem as fronteiras e mandem todos de volta a seus países", defende um aposentado holandês proprietário de uma loja de presentes vizinha à sede da polícia.
"Normalmente, nessa época do ano o terraço está cheio, servimos 90 mesas. Sabe quantos clientes tivemos ontem? Seis. Metade dos empregados não foram chamados este ano", afirma Laura Buzdugan, garçonete de um restaurante na praça de Hipócrates, um dos pontos geralmente mais visitados de Kos.
Mesmo se os turistas continuam frequentado a ilha, eles evitam as lojas e restaurantes do centro histórico, assim como as praias da ilha, devido à tensão e à sujeira gerados pela concentração de refugiados.
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Image captionPara lojistas e donos de bares e restaurantes locais, presença de imigrantes afastou turistas
A maioria prefere passar os dias em passeios de barco a banhar-se ao lado dos botes de borracha e coletes salva-vidas abandonados pelos refugiados nas areias de Kos.
A Acnur apresentou planos para instalar um campo de refugiados e centro de cadastro nos limites da cidade e identificou dois lugares que poderiam servir para isso, mas continua esperando autorização do governo.
Mignone critica as autoridades locais por não terem reagido ainda diante de uma crise que começou em abril.
"A prefeitura não quer um campo aqui, provavelmente porque teme atrair ainda mais refugiados. Mas seria benéfico para todos: para os refugiados, para os turistas e para o comércio local", afirma.

Apple vai anunciar novo iPhone no dia 9; vídeo mostra comparação Novidade desta geração é uma tela sensível a diferentes níveis de pressão, o que permitiria melhor manuseio com os dedos

No próximo dia 9 de setembro, em um evento em San Francisco, nos Estados Unidos, a Apple vai apresentar a próxima geração do iPhone. São aguardadas outras novidades, como na área de TV. A companhia americana deve mostrar o iPhone 6S e o iPhone 6S Plus, que terão praticamente o mesmo formato e design dos da geração atual, mas melhorias no desempenho. 
A tela do iPhone 6 é comparado ao do sucessor, que terá lançamento anunciado em setembro(Foto: Reprodução)
Uma novidade desta geração mencionada em rumores é uma tela sensível a diferentes níveis de pressão, o que permitiria manuseio mais avançado do sistema com os dedos. Intitulada Force Touch, a capacidade é integrada aos touchpads dos MacBooks mais recentes.
Um vídeo do canal do Youtube EverythingApplesPro mostra um vídeo comparando a tela do iPhone 6S com o aparelho atual. Novidade teria vazado para os especialistas; assista abaixo: 
Segundo uma reportagem de The Wall Street Journal, a Apple está preparando um serviço de TV pela internet que seria apresentado no outono do hemisfério norte (entre setembro e dezembro). A conferência será sediada no auditório Bill Graham, com capacidade para 7.000 pessoas.
As novas edições dos sistemas iOS (iPad, iPhone e iPod touch) e OS X (computadores Mac) também serão detalhadas mais a fundo e devem ganhar uma data de lançamento. 

Rombo nas contas provoca cortes em saúde, educação e programas sociais Orçamento de 2016 com de 30,5 bilhões reduz Minha Casa Minha Vida e Pronatec


O primeiro orçamento deficitário apresentado por um Governo brasileiro prevê cortes proporcionais em áreas-chave da gestão Dilma Rousseff, como saúde, educação e desenvolvimento social. Além disso, o rombo nas contas públicas, que em 2016 chegará aos 30,5 bilhões de reais, atingirá programas sociais vitrine da gestão, como o Minha Casa Minha Vida, o Ciência Sem Fronteiras e o Fies, assim como carros-chefe da campanha de 2014, como o Pronatec. A equipe econômica não caracteriza essas medidas como cortes, mas como revisões ou melhorias dos gastos públicos. Com ou sem eufemismos, os números deixam claro que o doloroso programa de ajuste fiscal não terminará neste ano, contaminando os resultados do ano que vem.
peça orçamentária entregue nesta segunda-feira para o Congresso Nacional prevê uma clara diminuição proporcional das despesas discricionárias de oito ministérios. Esse tipo de gasto é o que o Governo escolhe como e onde investir. Ele é diferente das despesas obrigatórias, que, como o nome diz, ele tem de gastar em determinada área. As reduções mais relevantes ocorrerão nas pastas da Saúde (que em 2015 representa 37% dos gastos e em 2016 será 35%), na Educação (de 14,4% para 13,3%) e Desenvolvimento Social (de 13,5% para 12,9%). Este último ministério é o responsável pelo programa que foi o carro-chefe das gestões petistas, o Bolsa Família.O Governo prevê arrecadar, em 2016, 1,180 trilhão de reais líquidas e terá despesas de 1,210 trilhão de reais. O déficit será de 0,5% do produto interno bruto (PIB). Neste ano, haverá um superávit de 0,1% do PIB, de acordo com as estimativas governistas. Em meio à crise política, o vice-presidente Michel Temer elogiou ao menos "a transparência" do Governo de abandonar a maquiagem fiscal de anos anteriores e admitir o saldo negativo. Já a oposição reagiu: “O buraco nas contas públicas estimado para o próximo ano demonstra, de forma taxativa, o desgoverno da gestão Dilma Rousseff marcada pela incompetência e pelo total descrédito de suas ações”, afirmou o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), o líder da minoria na Câmara.
Sobre outros programas sociais, os cortes aparecem de maneira mais discreta. Os valores não foram divulgados, mas o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, os explicou como uma necessária revisão nos processos e criticou a palavra corte. “O termo corte não é adequado porque estamos fixando o valor para o próximo ano. Quando você fala em corte, você fala em contingenciamento de um orçamento que já foi aprovado”, explicou.

Os ministérios que terão cortes

Ministério / % no orçamento 2015 / % no orçamento 2016

Cidades / 0,24% / 0,23%
Desenvolvimento, Indústria e Comércio / 0,41% / 0,40%
Desenvolvimento Social / 13,5% / 12,9%
Educação / 14,4% / 13,3%
Ciência e Tecnologia / 1,53% / 0,83%
Pesca / 0,67% / 0,66%
Saúde / 37,8% / 35,9%
Transportes / 0,41% / 0,40%
Barbosa admitiu que o programa Minha Casa Minha Vida, por exemplo, será tocado em um ritmo mais lento do que o atual. A prioridade, segundo ele, será concluir as 1,5 milhão de unidades que estão sendo construídas nesta segunda fase do programa. Ainda assim, o Governo pretende lançar a terceira fase do projeto ainda neste ano. “Nós procuramos fazer uma proposta de despesa que seja bem realista e adequada aos recursos. Isso implicou em uma revisão de vários programas. Revisão de metas, alongamento de cronogramas.”
Outras áreas em que haverá mudanças estão nos financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e no Plano Safra, que concede benefícios para agricultores.

Grau de investimento e Congresso

Para especialistas, como o economista Alex Agostini, da agência Austin Rating, essa decisão de reduzir os gastos discricionários em pontos nevrálgicos pode influenciar no relacionamento do Governo com o Congresso e, futuramente, interferir na queda da confiabilidade do Governo frente ao mercado. “Se houver dificuldades em aprovar o orçamento, pode resultar em um maior prazo para pagar as contas”, avaliou Agostini.
Um impacto esperado da queda da confiança é sobre o veredito das agências de avaliação de risco, que mantém o Brasil a apenas um passo de perder o grau de investimento, o selo de bom pagador para investidores. A  Standard & Poor's  e a Moody's rebaixaram a nota de crédito do país nos últimos dois meses e o déficit orçamentário poderia acelerar o ritmo rumo ao nível especulativo. A notícia de que Orçamento teria déficit já impactou o mercado, já agitado por incertezas externas. O dólar teve nova alta ante ao real nesta segunda, fechando em 3,62 reais.
O Governo está particularmente preocupado com o relacionamento com o Congresso e diz contar com os parlamentares para superar a crise econômica. É do Legislativo que podem vir tanto a ratificação de medidas que o Governo tem de aplicar para sair da crise como mais dores de cabeç na forma de pautas-bomba, de aumento de gastos. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tratou o relacionamento como "uma ponte" a ser construída. “A gente sabe onde a gente quer chegar, a gente sabe como vai chegar, que é através de reformas, é fazer o Brasil mais justo simples, eficiente através de medidas legislativas em alguns casos. Precisa de uma ponte para assegurar a estabilidade fiscal, com receitas para cobrir despesas no curto prazo, podem ser ações provisórias, mas é importante considerá-las", afirmou. Numa tentativa de fazer essa ponte, numa relação já desgastada, a presidenta recebeu parlamentares no Planalto nesta segunda.
O líder do Governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), tentou seguir Levy e se mostrar otimista. Disse que apresentar um orçamento deficitário abre a possibilidade de se debater no Legislativo vários temas “vêm se eternizando como tabu”. “A despeito da crise você abre perspectivas muito boas para temas importantes, como previdência, qualidade da gestão pública, ICMS, repatriação de recursos brasileiros no exterior. São temas relevantes que precisam ser discutidos”, declarou.

Salário mínimo de 865,5 reais e mais imposto sobre vinhos

Uma das frentes para amenizar as perdas financeiras pelo Governo é o aumento de tributos, como a revisão da desoneração do PIS/Cofins para computadores, tablets e smartphones, a mudança no IOF sobre operações de créditos do BNDES e mudança na tributação de bebidas como vinhos e destilados. A expectativa de arrecadação com essas medidas é de 11,2 bilhões de reais.
Outra fonte de receita extra a comercialização de ativos, como imóveis, a venda de participações acionárias não prioritárias, o leilão da folha de pagamento do funcionalismo público e a ampliação de concessões. Nessa linha, o Governo espera obter mais 37,3 bilhões de reais.
A volta da CPMF, o imposto do cheque, está descartada em um primeiro momento pela gestão Rousseff. Na semana passada, o Governo lançou um balão de ensaio para ver qual era a reação do Congresso e do empresariado por essa proposta, que seria para financiar exclusivamente a saúde. Como os retornos foram insatisfatórios, o projeto foi suspenso, ainda que temporariamente.
Eis alguns dos números da peça orçamentária apresentada pelo Governo ao Congresso Nacional nesta segunda-feira:
  • Receita líquida - 1,180 trilhão de reais
  • Despesa total - 1,210 trilhão de reais
  • Salário mínimo previsto - 865,50 reais
  • Inflação estimada - 5,40%
  • PIB previsto - crescimento de 0,2%

Apple TV poderá ter suporte a controles Bluetooth e competir com plataformas de jogos

Um dos lançamentos mais aguardados para o próximo evento da Apple que ocorrerá em setembro é o Apple TV que, segundo relatos, competirá diretamente com o Xbox, PlayStation e Wii. O dispositivo terá um grande suporte para jogos e permitirá os usuários a fazer download de novos títulos da App Store e usar um controle Bluetooth incluído.
O controle remoto incluído no Apple TV terá tanto botões físicos táteis quanto uma interface touchpad. De acordo com algumas fontes, um dos botões dedicados será um botão Home, enquanto outro será para ativar o microfone integrado, acionando o controle da Siri na Apple TV.
Uma fonte que utilizou o produto disse que "você pode navegar [em praticamente tudo] no novo Apple TV [unicamente] utilizando o novo botão Siri." A fonte também chama a profunda integração da Siri de "foco principal".
O controle parece possuir uma bateria substituível e sensores de movimento, o que deixará o usuário usá-lo como um volante em jogos de corrida, e também é relatado que o controle remoto usa Bluetooth para se conectar à Apple TV, invés de usar uma barra de sensor com o suporte IR, ou seja, o suporte do Apple TV para controles de movimento não deverá contar com um sistema de apontamento de interface semelhante ao Wii.
O Apple TV deverá também oferecer suporte a controles Bluetooth de terceiros, semelhante à forma como o iPhone, iPad e iPod touch fazem. É provável que o dispositivo terá Bluetooth 4.2 e suporte wireless 802.11ac para velocidades melhoradas de dados, sinal e consumo de energia. Jogadores "que levam a sério" terão a possibilidade de escolher entre vários controladores para o Apple TV.
Isso pode significar que, se o Apple TV vai suportar tanto os jogos para download quanto os controles, é provável que desenvolvedores de ambos, software e periféricos, vão trabalhar para melhorar seus produtos, ao contrário dos controles até então lançados para dispositivos iOS.
Por fim, além do suporte à Siri, uma App Store, foco em jogos, e um novo controle remoto, o novo Apple TV também vai incluir uma interface de usuário atualizada e um núcleo iOS 9 em seu sistema operacional. O novo aparelho deverá ser lançado em outubro na faixa de preço entre US$ 149 e US$ 199.

BC da China vai estabelecer fundo de investimento de US$10 bi na América Latina

Bandeira nacional chinesa vista em distrito comercial em Pequim.  20/04/2015 
REUTERS/Kim Kyung-Hoon
PEQUIM (Reuters) - O banco central da China vai estabelecer um fundo de 10 bilhões de dólares para investimento em países da América Latina, informou a autoridade monetária em comunicado em seu site nesta terça-feira.
O Banco do Povo da China informou que vai gerenciar conjuntamente o fundo com o Banco de Desenvolvimento da China e com o regulador de câmbio do país.
Entre as áreas que o fundo irá investir estão indústria, tecnologia, agricultura, energia e mineração, bem como projetos de infraestrutura.
(Reportagem de Winni Zhou e Nick Heath)

Três perguntas sobre o deficit no Orçamento federal Mariana Schreiber Da BBC Brasil em Brasília

Ministro Nelson Barbosa (Foto: Marcos Oliveira/Ag. Senado)Image copyrightAg. Senado
Image captionSegundo Ministério do Planejamento, essa é a primeira vez que o governo planeja déficit orçamentário desde que a atual metodologia para contas públicas foi adotada
Diante da arrecadação em queda e da dificuldade de cortar gastos e elevar impostos, o governo federal enviou nesta segunda-feira para o Congresso uma proposta de Orçamento para 2016 que prevê um deficit de R$ 30,5 bilhões.
De acordo com o Ministério do Planejamento, essa é a primeira vez que o governo planeja um deficit orçamentário desde que a atual metodologia para contas públicas foi adotada no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
A administração Dilma Rousseff tentou contornar essa medida com a proposta de recriação da CPMF, um imposto sobre transações financeiras. Sem apoio no Congresso e sob críticas do empresariado, foi obrigada a recuar da ideia.
Para 2015, a previsão é de pequeno saldo positivo (superavit primário) de R$ 5,8 bilhões. Em 2014, o governo previa que conseguiria economizar, mas o saldo ficou vermelho em R$ 32,53 bilhões no ano passado.
Dois economistas renomados ouvidos pela BBC Brasil concordaram que a previsão de deficit é ruim, mas defenderam soluções diferentes para o problema.
Para Paul Singer, economista ligado ao PT e que hoje é secretário de Economia Solidária do Ministério do Trabalho, a saída é elevar impostos, evitando assim cortar gastos sociais.
Já Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central (1983-1985) e atual diretor do Centro de Economia Mundial da FGV, defende que o governo reduza os gastos.
Entenda melhor abaixo o que significa o deficit anunciado hoje.
(Foto: Jane de Araújo/Ag. Senado)Image copyrightAg. Senado
Image captionDscompasso é reflexo da dificuldade do governo em evitar o aumento de gastos num cenário de queda na arrecadação federal

Por que o governo está prevendo deficit no Orçamento?

O governo procura todo ano fazer uma economia para pagar juros da dívida pública, o chamado superavit primário, com objetivo de evitar um aumento descontrolado desse débito.
O superavit é o que sobra da diferença entre receitas e despesas não financeiras, ou seja, essencialmente a arrecadação com tributos subtraídos os gastos com funcionamento dos serviços públicos (como saúde e educação), benefícios sociais (Bolsa Família, seguro-desemprego, aposentadorias), subsídios (com programas como o Minha Casa Minha Vida e os juros mais baixos do BNDES), investimentos em obras públicas, entre outros.
Na proposta de Orçamento enviada nesta segunda-feira ao Congresso, o governo prevê que terá receita líquida (receita total menos transferências para Estados e municípios) de R$ 1,18 trilhão em 2016. Já as despesas devem somar R$ 1,21 trilhão.
O descompasso é reflexo da dificuldade do governo em evitar o aumento de gastos num cenário de queda na arrecadação federal devido à recessão econômica.
Os números divulgados hoje pelo Ministério do Planejamento indicam que a receita líquida do governo federal recuará de 19% do PIB neste ano para 18,9% em 2016, enquanto a despesa subirá de 19% do PIB para 19,4%.
Já a previsão para o PIB é de queda de 1,8% nesta ano e de pequeno crescimento de 0,2% em 2016. O salário mínimo vai subir de R$ 788 para R$ 865,50 no ano que vem, implicando em aumento de gastos públicos com aposentadorias pagas pelo INSS.
Diante da queda na arrecadação, o governo teria que cortar gastou e/ou elevar impostos. Isso já começou a ser feito, mas não tem sido suficiente para gerar superavit. Como a ampliação dessas medidas é impopular, o Congresso resiste a aprovar novos cortes de despesas ou aumentos de taxas.
O governo optou, então, por um saída que classificou como "realista" e assumiu que não será capaz de economizar no próximo ano.
A expectativa era que a volta da CPMF pudesse gerar cerca de R$ 80 bilhões em receita. Mas após o recuo na recriação da cobrança, o governo anunciou nesta segunda-feira a elevação de alguns impostos pontuais, que devem aumentar a arrecadação em R$ 11,2 bilhões em 2016.
"Acho que esse Orçamento com deficit é uma forma de pressão que o governo está colocando para que o Congresso seja mais generoso e apoie os cortes de gastos", acredita Langoni.
Para Singer, o ajuste fiscal adotado pelo governo neste ano acabou agravando a situação na medida em que os cortes de gastos contribuíram para a recessão econômica. Na sua avaliação, o governo deveria ter feito um ajuste mais gradual.
"A própria classe dominante que queria esse ajuste votou completamente contra o governo. Aprovaram projetos que aumentam as obrigações (gastos). Enfim, ninguém ajudou. Agora vamos ter que aguentar as consequências", disse.
Dilma durante entrevista (Foto: Wilson Dias/Ag. Brasil)Image copyrightAg. Brasil
Image captionDilma buscava aumentar arrecadação com nova CPMF, mas reve de recuar

Por que o deficit preocupa?

A dívida pública é uma dívida que nunca será totalmente paga – o que os governos de diversos países fazem é gerenciar seus débitos, pagando seus credores ao mesmo tempo que contraem novas dívidas.
O crescimento da dívida em si não é considerado um problema por economistas e investidores – o que preocupa é o crescimento da relação entre a dívida pública e o tamanho da economia, o PIB (Produto Interno Bruto).
Dessa forma, quando a economia está crescendo, a dívida pode até aumentar em valores nominais e sua proporção em relação ao PIB ficar estável ou recuar.
Essa relação é importante porque a arrecadação do governo também costuma variar de acordo com o crescimento do PIB. Dessa forma, se a economia aumenta, o governo também arrecada valores maiores e, assim, pode arcar com débitos maiores.
Por exemplo, em julho de 2002, a dívida líquida do setor público (governos federal, estaduais e municipais) somava R$ 826,2 bilhões e representava 58,71% do PIB. Treze anos depois, em julho de 2015, essa dívida cresceu para R$ 1,9 trilhão, mas em proporção ao PIB caiu para 34,2%.*
Um deficit significa que o governo terá que aumentar mais sua dívida e, como o PIB está diminuindo, haverá um aumento na proporção entre as duas coisas. Isso eleva a percepção de risco dos investidores, que passam a cobrar juros mais altos para continuar financiando o Tesouro Nacional.
"O problema é saber se as agências de risco vão tolerar e aceitar essa realidade de que o ajuste vai ser feito de uma forma muito mais lenta, moderada e mais gradual do que se imaginava", destaca Langoni.
As agências de classificação de risco dão notas segundo a expectativa de que o país pague suas dívidas. O Brasil ainda possui grau de investimento, um selo de bom pagador, mas a deterioração das contas públicas tem aumentado as chances de que a nota seja reduzida.
Se isso acontecer, o país perde acesso a algumas fontes de financiamento mais baratas, como fundos que só aplicam em países com grau de investimento.
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Image captionMinistros Levy e Barbosa entragam plano de orçamento a Renan Calheiros, presidente do Senado; para economista ouvido pela BBC Brasil, "é uma forma de pressão do governo epara que o Congresso apoie os cortes de gastos"

Qual deve ser o tamanho do Estado?

Por trás do debate do ajuste fiscal, há uma questão de fundo importante: qual deve ser o tamanho do Estado brasileiro e de sua carga tributária?
Por um lado, é comum os brasileiros reclamarem que pagam muitos impostos. De outro lado, há uma demanda na sociedade, que foi consolidada na Constituição de 1988, por benefícios sociais e serviços públicos gratuitos de qualidade.
A redução dos impostos implica em ter um Estado menor. Já o fornecimento de benefícios sociais e serviços públicos exige um Estado maior e, portanto, uma carga tributária mais alta.
"O governo precisa aumentar os impostos para colocar as contas públicas em ordem, não vejo outra saída. A não ser que a economia volte a crescer, mas eu não estou nem um pouco otimista", afirma Singer. "Não tem onde cortar mais (gastos) a não ser cometendo graves injustiças. Qualquer coisa que signifique reduzir o gasto social do governo é uma injustiça."
Langoni, por sua vez, acredita no oposto disso. Ele defende o combate ao desperdício e uma reforma da Previdência que reduza os gastos do governo com aposentadoria.
"Eu acho que sempre há espaço para cortar. A gente conhece a ineficiência do Estado brasileiro, em todos os níveis: municipal, estadual e federal. É lógico que há sim possibilidade de cortes de gastos", defendeu. "Nós estamos falando de um deficit de R$ 30 bilhões, não é um número absurdo para o tamanho da economia brasileira. É só procurar que vai achar (onde cortar os R$ 30 bilhões)."
Mas em uma coisa ambos concordam: a situação fiscal está ruim, mas o Brasil está muito longe de virar uma Grécia. A dívida bruta brasileira está hoje em 65% do PIB, enquanto a grega supera 160%.**
O problema, nota Singer, é que o Brasil paga juros muito altos - e a taxa básica Selic vem sendo elevada ainda mais para tentar conter a inflação.
"Não há comparação do problema fiscal brasileiro com o problema enfrentado em alguns países europeus nos últimos anos. Mas quanto mais a gente adia a hora de enfrentar esse problema, maior o custo econômico e social", argumenta Langoni.
*Esses valores disponibilizados pelo Banco Central são correntes, ou seja não são atualizados pela inflação. Isso vale tanto para o valor da dívida quanto para o valor do PIB usado no cálculo.
**A dívida líquida é a diferença entre os débitos e os investimentos do setor público, enquanto a dívida bruta (indicador mais usado para comparações internacionais) é o valor total da dívida.

Economia da Itália surpreende e registra maior crescimento desde 2011 Istat divulgou crescimento de 0,3% no segundo trimestre

Renzi fez pronunciamento após dados econômicos serem divulgados (foto: ANSA)


01 SETEMBRO, 08:53ROMAZGT
Renzi fez pronunciamento após dados econômicos serem divulgados (foto: ANSA)

(ANSA) - O Produto Interno Bruto (PIB) da Itália cresceu 0,3% no segundo trimestre de 2015, segundo os dados finais divulgados nesta terça-feira (01) pelo Instituto de Estatísticas Italiano (Istat).

O valor ficou acima dos dados prévios, que mostravam crescimento de 0,2% para o período, e fez com que o aumento para este ano esteja em 0,7%. Ainda de acordo com a entidade, o número é o maior dos últimos quatro anos - tendo atingido esse crescimento anteriormente no segundo trimestre de 2011.

Outro bom resultado divulgado pelo Istat é a queda na desocupação em todas as áreas no país. A taxa de desemprego do mês de julho ficou em 12%, uma queda de 0,5% na comparação com o mês precedente e de 0,9% na comparação com o mesmo período do ano passado.

A diminuição ocorreu após dois aumentos e levou os dados para os números mínimos de exatos dois anos - era de 12% em julho de 2013. Os dados entre os jovens de 15 a 24 anos ainda não são bons, mas também apresentaram queda. Em julho, 40,5% deles não tinham emprego, uma diminuição de 2,5% na comparação com junho e de 2,6% na base anual.

"Os dados sobre o trabalho e o crescimento demonstram que nós não estamos na liderança e não crescemos mais que todos, mas voltamos ao grupo de países líderes da União Europeia graças às reformas que fizemos e que estamos fazendo", disse o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, em vídeo oficial sobre os dados econômicos.(ANSA)
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