domingo, 30 de agosto de 2015

Entenda as diferenças entre xiitas e sunitas

Em termos de lei, ambos os grupos islâmicos seguem a Sharia, mas Estados têm interpretações diferentes sobre as punições

Fundado por Maomé (570-632) no século 7, o Islamismo foi dividido predominantemente entre xiitas e sunitas após a morte do líder religioso, quando foi iniciada uma disputa sobre quem ocuparia a posição de principal liderança da comunidade islâmica mundial. Mas apesar de esses grupos corresponderem a vertentes distintas da religião, eles ainda compartilham de crenças e práticas fundamentalistas, como a fé no Alcorão e a regência da Sharia, código de leis do islamismo.
Há cerca de 900 milhões de sunitas no mundo e ao menos 120 milhões de xiitas, sugerem estudos
Reprodução/Youtube
Há cerca de 900 milhões de sunitas no mundo e ao menos 120 milhões de xiitas, sugerem estudos
Hoje, cerca de 90% dos muçulmanos, ou 900 milhões deles, são sunitas. Já os xiitas são compostos por uma média de 120 e 170 milhões, como explica a docente do programa de ciências da religião da Universidade Mackenzie Lidice Meyer Pinto Ribeiro. 
"Diferentemente dos evangélicos e católicos, por exemplo, os muçulmanos não enumeram os seguidores nas mesquitas. Então é difícil precisar seu número de seguidores", afirma. 
Essa divisão sectária tem gerado inúmeros conflitos ao longo da história, principalmente em países como o Líbano, a Síria, o Iraque e o Paquistão. Mas embora pareça hoje que as seitas não coexistem, elas ainda compõem comunidades em várias partes do mundo. Em áreas urbanas do Iraque, por exemplo, uniões entre sunitas e xiitas eram, até bem recentemente, bastante comuns. 
Quem são os xiitas?
Os xiitas surgiram após o assassinato do quarto sucessor de Maomé, o califa Ali (601-661), também primo e genro do profeta. Como Maomé não indicou um sucessor, os califas – chefes de Estado – assumiram a liderança da comunidade muçulmana. Depois da controversa posse de Ali, porém, uma parte dos muçulmanos – os autodenominados "shiat Ali", ou "partidários de Ali", em tradução livre – passou a defender que a única liderança legítima para o Islã deveria vir da linhagem direta de Maomé. 
Ativistas exibem cartazes contra a coalizão liderada pela Arábia Saudita cujos alvos  são rebeldes xiitas no Iêmen (Arquivo)
AP
Ativistas exibem cartazes contra a coalizão liderada pela Arábia Saudita cujos alvos são rebeldes xiitas no Iêmen (Arquivo)

Em meio à violência e rede de intrigas que dominou o curto reinado de Ali, o assassinato do califa rendeu uma série de outras tragédias entre os herdeiros de Maomé. Seus netos, Hassan e Hussein, foram mortos em diferentes circunstâncias: Hassan teria sido envenenado por Muawiyah, o primeiro califa da dinastia Umayyad, e Hussein foi vítima de uma conspiração em uma batalha. Esses eventos deram origem ao conceito xiita do martírio e rituais de luto.
Estimativas mostram que muçulmanos xiitas são maioria no Irã, Iraque, Bahrein, Azerbaijão e Iêmen. Há também grandes comunidades no Afeganistão, Índia, Kuwait, Líbano, Paquistão, Qatar, Síria, Turquia, Arábia Saudita e Emirados Árabes.
Saiba mais sobre os sunitas
Já os sunitas, termo que deriva da palavra Sunna – documento sagrado que narra as experiências de Maomé em vida –, assumiram uma visão mais ortodóxica e pragmática do Islã após a morte do profeta. Diferentemente dos xiitas, eles reconhecem a liderança dos primeiros califas que assumiram a liderança da comunidade islâmica após 632, e não apenas Ali, genro e primo do profeta.
Estado Islâmico explode prisioneiros em novo vídeo divulgado na web
. Foto: Reprodução/Estado Islâmico
Estado Islâmico explode prisioneiros em novo vídeo divulgado na web
. Foto: Reprodução/Estado Islâmico
Estado Islâmico explode prisioneiros em novo vídeo divulgado na web
. Foto: Reprodução/Estado Islâmico
Estado Islâmico explode prisioneiros em novo vídeo divulgado na web
. Foto: Reprodução/Estado Islâmico
Estado Islâmico acorrenta reféns antes de afogá-los em uma piscina (jun/2015). Foto: Reprodução/Estado Islâmico
Reféns antes de serem executados pelo Estado Islâmico dentro de gaiola em piscina (jun/2015). Foto: Reprodução/Estado Islâmico
Estado Islâmico também explodiu carro com reféns em área desértica do Oriente Médio (jun/2015). Foto: Reprodução/Estado Islâmico
Reféns antes de serem mortos por militantes do Estado Islâmico (jun/2015). Foto: Reprodução/Estado Islâmico
Terrorista do Estado Islâmico mira em reféns em região desértica do Oriente Médio (jun/2015). Foto: Reprodução/Estado Islâmico
Estado Islâmico afoga espiões dentro de gaiola em piscina (jun/2015). Foto: Reprodução/Estado Islâmico
Supostos espiões foram mortos por afogamento dentro de gaiola (jun/2015). Foto: Reprodução/Estado Islâmico
Estado Islâmico afoga espiões dentro de gaiola em piscina (jun/2015). Foto: Reprodução/Estado Islâmico
Dois dias de ataques do Estado Islâmico em Kobane, na Síria, deixaram mais de 200 mortos (jun/2015). Foto: AP
Militante do Estado Islâmico antes de decapitar refém em área desértica (maio/2015). Foto: Reprodução
Suposto piloto jordaniano é queimado vivo pelo Estado Islâmico (fev/2015). Foto: Reprodução/Twitter
John Cantlie aparece em vídeo do Estado Islâmico em Mosul, Iraque (jan/2015). Foto: Reprodução/Youtube
Militante do Estado Islâmico aponta arma durante batalha contra as forças do governo sírio em uma estrada entre Homs e Palmyra (maio/2015). Foto: AP
Estado Islâmico comemora vitória no Iraque mostrando picapes e armamento (maio/2015). Foto: Reprodução/Youtube
Armas são expostas para iraquianos após nova ocupação do Estado Islâmico (maio/2015). Foto: Reprodução/Youtube
Criança com arma de fogo em mãos participa de parada comemorativa do EI em cidade do Iraque  (maio/2015). Foto: Reprodução/Youtube
Estado Islâmico mostra reféns antes de decapitação em área desértica (fev/2015). Foto: AP
Refém britânico do Estado Islâmico antes de decapitação em área desértica (fev/2015). Foto: Reprodução/Youtube
Kenji Goto momentos anos de ser decapitado por rebelde do EI, em vídeo divulgado neste sábado (jan/2015). Foto: AP
Vídeo do Estado Islâmico mostra a decapitação do britânico David Haines (13/09). Foto: AP
Combatentes da al-Qaeda ligados ao Estado Islâmico, marcham em Raqqa, na Síria (jan/2014). Foto: AP
Filho de brasileira está entre os militantes do Estado Islâmico no Oriente Médio. Foto: Reprodução/Facebook
Líder e califa do Estado Islâmico (EI), Abu Bakr al-Baghdadi . Foto: Reprodução/The Guardian (21.04.15)
Estado Islâmico explode prisioneiros em novo vídeo divulgado na web . Foto: Reprodução/Estado Islâmico
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A seita defende ainda que a religião e o Estado devem ser uma coisa só e acreditam que os quatro califas que sucederam Maomé lideraram a comunidade legitimamente e seguiram governando o mundo árabe até o fim do Império Otomano, depois da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). 
Diferenças e semelhanças
Em termos de lei, ambas as seitas seguem a Sharia, mas com interpretações diferentes. De acordo com um relatório do Council of Foreign Relations, cada país tenta conciliar os costumes locais com o Islã, o que diferencia o peso que cada uma aplica à forma como a sharia é interpretada.
Quando o assunto é casamento ou divórcio, as leis de ambas as seitas são bem parecidas, mas diferem expressivamente sobre as leis criminais. No Irã, que é xiita, a pena capital mais aplicada é a forca. Já na Arábia Saudita, sunita, as sentenças variam. Por apostasia – abandono da fé – por exemplo, o condenado é decapitado com uma espada, enquanto, por adultério, a pena é a morte por apedrejamento.
Geralmente, os sunitas são mais abertos em termos religiosos e políticos do que os xiitas. "Igrejas xiitas no Brasil são feitas somente para descendentes de árabes. Um brasileiro não pode se converter e ser bem recebido numa mesquita xiita. Porque você não é visto como alguém que pertença ao grupo", explica Lidice Meyer Pinto Ribeiro.
Estado Islâmico é sunita?
Criança decapita soldado em vídeo divulgado pelo Estado Islâmico
Reprodução/Youtube
Criança decapita soldado em vídeo divulgado pelo Estado Islâmico
Os terroristas do Estado Islâmico, que se definem como grupo sunita, não seguem nenhuma vertente conhecida do Islã, mas uma corrente nova que aplica as leis da Sharia e do Alcorão conforme a visão do líder e fundador do EI, Abu Bakr al-baghdadi, como explica o chefe do Departamento de Relações Internacionais da PUC-SP, Reginaldo Nasser.
"Quando o Estado Islâmico realiza ataques no Oriente Médio, mata xiitas, sunitas e outros grupos religiosos. Eles não são sunitas, criaram para eles mesmos uma justificativa para o terror", avalia. 

Apesar de o ticket médio ser menor, periferia pode dar mais retorno nos casos em que o serviço supre necessidade básica

Yes! tem unidade própria na Rocinha há 8 anos
EBC
Yes! tem unidade própria na Rocinha há 8 anos
Cada vez mais as marcas buscam inserção, por meio de franquias, em zonas de menor poder aquisitivo das grandes cidades. Rio e São Paulo já partilham dessa realidade, que pode superar as expectativas e dar ao franqueado um bom mercado consumidor – refletindo, é claro, em bom faturamento.
A rede de escolas de idiomas Yes!, por exemplo, mantém uma unidade própria desde 2008 na Rocinha, no Rio de Janeiro. Segundo a empresa, a escola na maior favela da América Latina não ganha – mas também não perde em nada – na comparação com qualquer outra localizada na zona sul, que em tese levaria vantagem pelo público de maior renda.
Ambas as franquias trabalham com os mesmos valores de investimento inicial, taxa de franquia, expectativa de retorno e capital de giro.

Perto da favela pode dar mais dinheiro
As diferenças estão no custo do metro quadrado pago pelo franqueado no ato da instalação, no ticket médio e na demanda por alunos. ”Nas unidades como a da Rocinha, o valor dos cursos e o ticket médio acabam sendo menores, mas o franqueado recebe uma demanda maior de alunos”, afirma a empresa, que também opera na favela de Paraisópolis, em São Paulo.
Se em alguns casos a situação se equivale – como na Yes –, em outros, a franquia localizada na periferia pode ser até mais lucrativa, como nos casos em que o serviço vem suprir uma necessidade básicas não atendidas em uma determinada área.
É o caso da Sorridents, rede de clínicas odontológicas que tem unidades em vários locais, mas que foca nas classes C e D e tem melhor rendimento financeiro nas periferias. 
O franqueado D’artagnan Alves, de São Paulo, tem na ponta do lápis a experiência prática no assunto. Sócio de uma franquia da Sorridents em Sapopemba, região com favelas, e na Mooca, bairro predominantemente de classe média, ele fatura mensalmente cerca de 5% a mais na unidade localizada na área de menor poder aquisitivo.
“As pessoas [em Sapopemba] não estão acostumadas a serem bem tratadas. Então, quando você monta um negório com padrão de qualidade, acaba virando ponto de referência. Os clientes procuram por status até, falam como se fosse deles”, explica. Alves acrescenta que o fluxo de clientes é quase 35% superior em Sapopemba.
Em zona de menor poder aquisitivo, unidade fatura 5% a mais que franquias em bairros mais ricos
Divulgação
Em zona de menor poder aquisitivo, unidade fatura 5% a mais que franquias em bairros mais ricos
A diferença entre as duas regiões é bem acentuada. Enquanto a Mooca tem o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) considerado “muito elevado” e uma renda mensal média em torno de R$ 4 mil, Sapopemba tem IDH apenas “médio” e abriga o cidadão que ganha, em média, aproximadamente R$ 1,3 mil ao mês.
Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), atualmente há três redes filiadas operando em favelas pelo País. Além da Yes! e da Sorridents, o guia de avaliação online Elefante Verde também tem penetração neste ramo ainda pouco explorado.
A expectativa para os próximos anos, de acordo com dados de fevereiro levantados pela ABF, é de que pelo menos seis redes queiram ampliar ou começar a atuação em favelas. Além das empresas citadas, o restaurante Espeto Carioca e a Odontoclinic miram mercados cariocas como Complexo do Alemão e Vidigal.

Lula confirma seu retorno à arena política: “Voltei a voar outra vez” Ex-presidente anuncia neste sábado, ao lado de José Mujica, seu retorno à arena política Lula sugere disputar em 2018 e testa educação como mote de campanha

O ex-presidente Lula, neste sábado em São Bernardo do Campo. / SEBASTIÃO MOREIRA (EFE)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está de volta à arena política. E para anunciar este retorno, nada mais simbólico que se reunir neste sábado em São Bernardo do Campo, seu berço político, com o ex-presidente do Uruguai José Mujica, um dos líderes mais populares da América Latina e do mundo hoje em dia, e falar para uma plateia formada por ministros, deputados, prefeitos, vereadores, lideranças sindicais e simpatizantes. “Fiquei calado durante muito tempo porque tinha que cumprir meu papel de ex-presidente. (…) Mas não me deixam em paz. Só matam um pássaro se ele fica parado. E eu voltei a voar outra vez”.
O anúncio ocorreu um dia depois desinalizar em uma entrevista que poderia voltar a se candidatar em 2018. Durante o discurso deste sábado, que encerrou o seminárioParticipação Cidadã, Gestão Democrática e as Cidades no Século XXI, Lula não chegou a mencionar uma possível candidatura. No entanto, parece ao menos se posicionar como porta-voz de um Governo que tem dificuldades de se comunicar e de um partido desgastado após 12 anos de poder. A presidenta Dilma Rousseff tem menos de 8% de popularidade, segundo as pesquisas, e seu Governo está atolado em uma crise econômica que derrubou 1,9% do PIB no segundo trimestre. Além disso, enfrenta um escândalo de corrupção na Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato, e a pressão das ruas e da oposição para sofrer um impeachment.
Sua fala foi toda uma introdução para o ex-presidente Lula. Se Mujica defendeu a necessidade de partidos políticos, Lula saiu em defesa do PT —do seu partido— como há muito tempo não fazia. "A cidadania é um tema que nosso partido tem que ensinar. (...) O PT passa por um momento de criminalização e esse é o momento de levantar a cabeça e voltar à rua como antes", pediu aos presentes, sob fortes aplausos e gritos que pediam sua volta.No entanto, as imagens recentes de um ex-presidente Lula abatido, pedindo para que o Partido dos Trabalhadores fizesse uma autocrítica, parecem ter ficado no passado. Esse papel ficou com"Pepe" Mujica, o carismático ex-presidente do Uruguai venerado em todo o mundo. Mujica fez uma enfática defesa da democracia —"é a melhor porcaria que encontramos"— e da necessidade de partidos políticos para que ela exista. "Eles são a vontade coletiva de grupos humanos de fazer as coisas melhores. Mas também ficam doentes. Temos que lutar por partidos republicanos, onde os dirigentes aprendam a viver como a maioria do país e não como a minoria", discursou. "Não se deve confundir um presidente com um monarca. O cargo não é nada mais que um voto de confiança dos cidadãos. Não há homens imprescindíveis, há causas imprescindíveis".
Lula e Mujica neste sábado. / NELSON ALMEIDA (AFP)
O retorno de Lula aos holofotes acontece logo após pesquisas de opinião revelarem que se a eleição fosse hoje, o senador Aécio Neves (PSDB) venceria com 19 pontos de vantagem sobre Lula; o senador José Serra com 7 pontos a mais do que o petista; e o governador de São Paulo Geraldo Alckmin com 4 pontos, segundo uma apuração do IBOPE. Mas Lula não se dá por vencido e parece querer dar volta por cima e sair do "volume morto" —expressão usada por ele mesmo há alguns meses. A campanha para as próximas eleições presidenciais, seja lá quando ocorram, parece já ter começado.
“A direita reacionária deste país gosta de dizer que o Lula já era. Como eu tenho as costas largas, vou ver se eles deixam a querida Dilma em paz e voltam a se incomodar comigo”, afirmou. Mais uma vez, tocou na tecla da educação como ponto de partida. "Temos que colocar na ordem do dia a questão da educação nesse país. Quem pode fazer isso é o PT. Temos que voltar a revolucionar a política. O PT é a voz do povo desse país, temos que fazer essa revolução". 
Durante seu discurso, Lula voltou a ser Lula. Ignorou o que estava escrito no papel, improvisou por cerca de uma hora, arrancou gargalhadas e gritos que pediam uma nova candidatura. Se vangloriou do seu Governo e defendeu enfaticamente o seu partido por "comandar os últimos 35 anos de luta popular no Brasil". Além disso, argumentou que o PT fez uma "revolução silenciosa no país" a partir das prefeituras ao fazer o orçamento participativo, o primeiro deles na Administração de Diadema, em 1982. "Pela primeira vez o povo humilde era chamado a discutir cada prioridade do seu bairro. Esse partido mudou a cultura administrativa das cidades desse pais.E isso incomoda muita gente", explicou.
Sobre seu Governo, disse que o seu principal legado foi a relação que estabeleceu com a sociedade e com os movimentos sociais. "Se juntar todos os presidentes do país, antes de mim, eles não fizeram 10% das reuniões que fizemos. Essas reuniões definiram as políticas publicas deste país. Não eram políticas do governo, eram da sociedade. Aquele palácio continuou recebendo empresários e príncipes, mas também passou a receber a sociedade".
Lula ainda citou algumas das conquistas sociais das últimas décadas, como o aumento contínuo do salário mínimo e o fato de que, hoje, mais pessoas podem viajar de avião. E disse que vai passar para a história com o presidente que mais fez universidades. "Pode ser que alguns tenham razão em suas críticas, mas por que todo esse ódio? Será que por que as empregadas domésticas conquistaram mais direitos? Essas pessoas vão às ruas para desfazer as melhorias que fizemos".
Lula promete falar e viajar mais pelo país. Está em campanha outra vez.

Ex-CEO Apple abre empresa e lança 2 smartphones Android

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A vida dá muitas voltas e todos sabemos bem que a rivalidade entre iOS e Android é forte. Mas quem sempre defendeu o iOS ou o Android, poderá não ter que o fazer para sempre. Exemplo disso são as constantes afirmações de Steve Wozniak cofundador da Apple.
Recentemente, John Sculley, ex-CEO da Apple, foi notícia após abrir uma empresa e ter já lançado dois Android.

Quem diria que o próprio ex-CEO da gigante de Cupertino iria agora ser, ele mesmo, um produtor de smartphones Android?
Pois é bem verdade, John Sculley, que foi CEO da Apple durante 10 anos, entre 1983 e 1993, abriu agora a empresa Obi Worldphone e apresentou, ao mercado, dois novos Android Lollipop, o SF1 e o SJ1.5.
SF1
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Trata-se do Topo de Gama da Obi Worldphone, tendo um design elegante e um aspecto interessante. Chama-se SF1 e o design mistura metal, plástico e vidro. O ecrã IPS é de 5 polegadas, Full HD e tem protecção Gorilla Glass 4.
Traz um SoC Snapdragon 6152GB de memória RAM e te 16GB de armazenamento interno. Há ainda uma versão de 3GB de memória RAM e 32GB para dados, ambos com entrada MicroSD.
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Vêm incorporadas duas câmaras digitais Sony de 13MP e 5MP, respectivamente, a traseira e a frontal, uma bateria de 3000 mAh, que recarrega rapidamente. Este equipamento é Dual-SIM.
O preço é de 199 dólares, cerca de 177€.
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O segundo modelo é o SJ 1.5 e é o smartphone mais acessível, apesar de ter uma boa construção. Tem um corpo todo em plástico, ecrã IPS HD de 5 polegadas, protecção Gorilla Glass 3 e procesador MediaTek quad-core.
Traz 1GB de memória RAM, 16GB de armazenamento interno e possibilidade de incorporar um cartão microSD. É Dual-SIM e tem uma bateria de 3000 mAh.
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Para fotografias e vídeos, este smartphone tem 2 câmaras digitais OmniVision de 8MP e 5MP, respectivamente na traseira e frontal e o preço ronda os 119 dólares, o que anda próximo dos 105€.
Estes dois modelos serão lançados já em Setembro, sobretudo em mercados como a Índia, Indonésia, Tailândia, Arábia Saudita, África do Sul, entre outros.
Apesar de não serem concorrentes a um iPhone, podem muito bem ser de outros modelos muito populares como MotoG3, Xiaomi Redmi 2, Zenfone 2 e ainda o Galaxy A5.

Netanyahu: Irã pode financiar terror global após acordo nuclear




O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, é fotografado durante reunião semanal de seu gabinete, em Jerusalém, agosto de 2015
O acordo sobre o programa nuclear iraniano permitirá a Teerã financiar o terrorismo em todo o mundo, graças aos bilhões de dólares obtidos após a suspensão das sanções, advertiu neste sábado, na Itália, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu.
"O Irã obterá centenas de bilhões de dólares graças à suspensão das sanções e aos investimentos para financiar sua política de agressão e do terrorismo no Oriente Médio, no norte da África e além", declarou Netanyahu, pouco antes de se reunir com seu colega italiano, Matteo Renzi.
O chefe de governo israelense, que transformou o acordo entre o Irã e as grandes potências em seu demônio particular, pôs no mesmo nível a "ameaça" representada pelo grupo radical Estado Islâmico (EI) e o programa nuclear iraniano, embora tenha dito que este último é muito mais "grave".
Segundo Netanyahu, Israel não se opõe a um programa civil no Irã, mas o acordo fechado em 14 de julho em Lausanne permitirá a Teerã "manter e ampliar uma infraestrutura formidável completamente inútil para objetivos nucleares civis, mas muito necessária para produzir armas nucleares", acrescentou.

Os índios que não fazem aniversário Em 13 anos, 9.663 crianças morreram nas aldeias brasileiras antes de completar um ano O pico foi em 2013, últimos dados disponíveis, o que demonstra que a situação piorou Construções abandonadas formam obras ‘surrealistas’ nas aldeias GRÁFICO Veja a situação de saúde em cada uma das áreas indígenas

aura Madja, 27 anos, segura o filho doente, Sheyenne, de um ano. / ALEX ALMEIDA

Com os olhos semiabertos, 
Sheyenne, de um ano, circula pálido e completamente entregue dentro do sling preto pendurado no tórax da mãe, Maura Madja, de 27 anos. O menino está com diarreia, vômito, febre e tosse há mais de uma semana, mas ainda não recebeu atendimento médico. Uma viagem desconfortável de duas horas e meia em um barco de madeira separam sua casa, na Terra Indígena Alto Rio Purus, no Acre, do posto de saúde mais próximo, na cidade de Santa Rosa do Purus. E a equipe médica que deveria fazer visitas mensais não apareceu pelo segundo mês seguido.
A família de Sheyenne teme que a história da criança seja como a da vizinha Edna, de seis meses, que em fevereiro deste ano apresentou sintomas semelhantes, teve de ser levada pelo pai a Santa Rosa do Purus, e, em estado grave, acabou transportada de avião até Rio Branco, onde morreu uma semana depois de entrar na UTI. “A equipe de saúde não veio”, conta Bodiapi Kulina, pai da menina, perto do toco de madeira que marca o local em que a filha está enterrada na aldeia Canamary, onde crianças brincavam com o nariz escorrendo no último dia 17 de julho, quando a reportagem esteve no local. A aldeia vivia mais uma epidemia de rotavírus, explicavam os índios, mostrando intimidade com a doença dos brancos que ano após ano os visita, vitimando especialmente os mais novos.
Na área onde fica a aldeia, a taxa de mortalidade entre crianças menores de um ano é similar à de Uganda. E, nos últimos anos, a situação piorou, uma tendência que se repete na maioria das áreas indígenas brasileiras, apontam dados obtidos pelo EL PAÍS junto ao Ministério da Saúde via Lei de Acesso à Informação. Os registros permitem um retrato detalhado de cada um dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) do Brasil, responsáveis pela saúde de quase 700.000 índios de 5.700 aldeias.
Clique para ver a situação em cada DSEI.
Os dados apontam que, em 2011, 670 índios morreram antes de completar um ano. Em 2013, o ano mais recente disponibilizado pelo ministério, nasceram menos crianças, mas o número de mortes foi maior: 793 não chegaram ao primeiro aniversário, o maior número de mortes na faixa etária da série histórica obtida pela reportagem, que começa no ano 2000. Com isso, a taxa de mortalidade infantil indígena do país (número de mortes por 1.000 nascidos vivos) passou de 31,90 para 43,46  – um número duas vezes maior do que a média do Brasil (15) e similar ao de países como a Namíbia ou São Tomé e Príncipe. A piora nesses dados vai na contramão da quantidade de dinheiro investida nesses distritos, que aumentou exponencialmente em todos eles desde 2011. Em 2015, os 34 DSEIs juntos receberam 1,39 bilhão de reais, 221% a mais do que os 431,5 milhões de 2011. Uma boa quantia dessa verba (quase 90 milhões de reais) é usada para fretar voos para áreas mais distantes.
Apenas nove distritos não apresentaram piora nas suas taxas de mortalidade infantil. Nos outros 25, há casos como o do Vale do Javari, no Amazonas, onde vivem 5.489 índios de seis etnias diferentes: a taxa de mortalidade infantil no local, que já chegou a ser de 20 por mil nascidos vivos em 2000, aumentou, entre 2011 e 2013, de 86,73 para 123, chegando a um valor equivalente ao que o Chade registrava no início dos anos 90. No DSEI Kayapó do Mato Grosso, onde vivem 5.682 índios de nove etnias, a mortalidade infantil subiu de 11, em 2010, para 74,29, em 2013. E entre osYanomami, que apresentam a pior situação de saúde do país, a taxa de mortalidade infantil bateu recorde: chegou a 149 em 2013, o mesmo que Angola tinha nos anos 90. Em março deste ano, um dos índios da etnia enviou um WhatsApp ao telefone da reportagem para denunciar o descaso com a saúde de seu povo. “Povo Yanomami está morrendo por falta de assistência de saúde. Mortes causadas por doenças, pneumonia, diarreia, tuberculose. Nos ajude a divulgar para as autoridades do Brasil e do mundo”, pedia Anselmo Yanomami.
Em um relatório de gestão de 2013, divulgado no ano passado, o secretário Antônio Alves de Souza, da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), dá pistas que ajudam a entender o problema. “Em 2013 a Sesai encontrou alguns obstáculos à plena execução de seu objetivo estratégico”, afirmou, ressaltando a “escassez crônica de recursos humanos” e as “condições precárias” da infraestrutura dos estabelecimentos de saúde indígenas e dos veículos e barcos utilizados para fazer os atendimentos das aldeias.
WhatsApp com pedido de socorro enviado por Anselmo.
Os dados obtidos pelo EL PAÍS mostram que mesmo com oprograma Mais Médicos, que há dois anos traz ao Brasil profissionais de saúde de outros países, como Cuba, para trabalhar em regiões pobres e de difícil acesso, o Governo brasileiro não conseguiu suprir a carência de médicos em áreas indígenas. Apenas metade dos 34 DSEIs tem uma taxa maior ou igual a de um médico para 1.000 habitantes, padrão usado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para comparar os países. O próprio Ministério da Saúde afirmou, ao lançar o programa Mais Médicos, que o objetivo do país era atingir a longo prazo uma taxa de 2,5 médicos para 1.000 habitantes, equivalente a de países desenvolvidos - os últimos dados, de 2011, mostram que a média do país era de 1,95.
No distrito de Mato Grosso do Sul, com mais de 72.000 indígenas, existem 33 médicos a menos do que o necessário para atingir a taxa da OMS. No local, 2.112 pessoas morreram nos últimos 13 anos por causas evitáveis, aquelas que poderiam não ter acontecido caso houvesse imunização, atenção à gestante, ao parto e ao recém-nascido, além de diagnóstico e tratamento adequados. A região é um dos principais focos de conflitos por terra entre fazendeiros e indígenas e há aldeias em situação de extrema precariedade, na beira de estradas, o que agrava a situação de saúde desses povos.
"É uma quantidade de recurso público gasta que a gente não sabe para onde vai. Temos surtos de diarreia há anos nas aldeias e nada se resolve. Precisamos de atendimento para que nossos parentes não adoeçam", reclama Ninawá Huni Kui, conselheiro estadual acreano de Saúde e vice-coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Acre, Noroeste de Rondônia e Sul do Amazonas (OPIARA). Ao lado de Manoel Kaxinawá, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena de Santa Rosa do Purus, ele levou a reportagem para conhecer a realidade das aldeias do Alto Rio Purus, em uma viagem que durou quatro dias.
Na região visitada pelo EL PAÍS, dois médicos cubanos se dividem para atender as aldeias localizadas no município de Santa Rosa do Purus. Eles coordenam duas equipes de trabalho, formadas por um enfermeiro, dois técnicos de enfermagem, um dentista, um auxiliar de saúde e um barqueiro, responsável por levá-los pelo rio Purus, o único trajeto possível para chegar às aldeias.
20,6% das crianças menores de seis meses e 29% das menores de cinco anos atendidas pelos DSEIs em 2013 apresentam peso inadequado para idade
Pelo plano de trabalho, as duas equipes deveriam se dividir e visitar a área indígena todos os meses, em viagens que duram entre 15 e 20 dias por causa das paradas para o atendimento. Mas, neste ano, apenas duas visitas haviam sido feitas até o meio de julho, segundo os índios. Em junho, por exemplo, as viagens não foram feitas porque os barqueiros passavam por capacitação, contou Igor Albuquerque Lustosa, que coordena a operação do posto de Santa Rosa do Purus. Em julho, até o dia 20, quando o EL PAÍS estava na região, as equipes ainda não haviam saído pois aguardavam a chegada de medicamentos, cuja entrega estava atrasada.
Em maio e junho deste ano, chegaram ao posto da cidade 48 índios se queixando de diarreia. Muitos navegaram até lá nas próprias canoas, a maioria feita com troncos de árvores da região. Outros foram levados pelos agentes de saúde indígena, índios das próprias aldeias que servem de "ponte" entre os postos e as comunidades. Esses agentes recebem pouquíssimo treinamento, segundo relatos deles próprios, e cabe a eles, muitas vezes, decidir se um doente está em situação grave o suficiente para ser levado ao posto de saúde. Caso decida que sim, ele leva o paciente à cidade em uma canoa da aldeia, com combustível dado mensalmente pelo posto de saúde. "Eles falam que é só pra levar o doente se for um problema sério. Mas e se a criança morre no meio do caminho?", desabafa José Genésio Jacinto, 36, da aldeia Morada Nova.
Neste ano, até 16 de julho, 15 pessoas morreram na área por causas que vão de diarreia a pneumonia, que podem ter relação com o rotavírus. A água contaminada é uma das formas de transmissão do vírus, um problema já que as aldeias sofrem com a falta de uma estrutura de saneamento básico adequada. Em 2012, um surto de diarreia matou 27 pessoas no Alto Rio Purus, três delas na aldeia Morada Nova, onde vivem dez famílias da etnia Huni Kuin (também chamada de Kaxinawá). Alisson e Josinaldo tinham seis meses e Eva, 1 ano. Em 2014, José Arlindo, pai de Josinaldo, perdeu outro filho. Josinei passou três meses internado em Rio Branco. “Ele teve diarreia desde recém-nascido. Era desnutrido”, conta José. O menino foi enterrado uma semana antes de comemorar seu primeiro aniversário.Há também a alternativa de chamar por rádio o único barco de emergência existente, que já chegou a ficar sem funcionar por seis meses. Mas nem todas as aldeias têm o equipamento. E a estrutura do barco do Governo não é melhor que a da canoa dos índios: não há, por exemplo, espaço confortável para deitar. Os pacientes, graves o suficiente para serem removidos, viajam sentados por até oito horas pelo rio. Um trajeto, em meio a ataques de mosquitos, desconfortável até para quem está bem de saúde.

Papa se reunirá com presidente israelense dia 3 Reuven Rivlin terá seu primeiro encontro no Vaticano

Papa se reunirá com presidente israelense dia 3 (foto: EPA)
Papa se reunirá com presidente israelense dia 3 (foto: EPA)
CIDADE DO VATICANOZBF
(ANSA) - O papa Francisco receberá em audiência, no próximo dia 3 de setembro, no Vaticano, o presidente de Israel, Reuven Rivlin.
Esta será a primeira visita de Rivlin, eleito em junho de 2014, ao Pontífice, que assumiu a liderança da Igreja Católica em 2013. Jorge Mario Bergoglio mantinha uma relação de amizade e se encontrou diversas vezes com o antecessor de Rivlin, Shimon Peres.
Uma das reuniões mais importantes ocorreu há um ano e contou com a presença do líder palestino Mahmoud Abbas. (ANSA)
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