terça-feira, 25 de agosto de 2015

Dilma anuncia corte de mil cargos comissionados Presidente também confirmou redução no número de ministérios

Dilma anuncia corte de mil cargos comissionados (foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
Dilma anuncia corte de mil cargos comissionados (foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
24 AGOSTO, 21:07SÃO PAULOZLR
(ANSA) - Em entrevista nesta segunda-feira, 24, no Palácio do Planalto, aos jornais "O Estado de S.Paulo", "O Globo" e "Folha de S.Paulo", a presidente Dilma Rousseff frisou que a reforma ministerial que está promovendo tem caráter estruturante e confirmou que, "à primeira vista", pretende reduzir 10 ministérios.
    "Vamos passar todos os ministérios a limpo", afirmou Dilma, adiantando que haverá também redução de secretarias em pastas que não serão extintas. "Até setembro anunciaremos os ministérios que serão cortados", declarou a presidente, que aproveitou a conversa para reafirmar seu apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
    "Minhas relações com Lula são as mais próximas. Quem tentar me afastar dele não conseguirá", disse, classificando como um "desserviço" os ataques ao ex-mandatário. "Botar bomba no Instituto Lula; fazer aquele boneco [Lula vestido de presidiário na manifestação do dia 16], é um desserviço para o país." Dilma afirmou ainda que a reforma ministerial enxugará em torno de 5% o total de cargos comissionados (de livre nomeação e exoneração na gestão pública). "A reforma ministerial vai extinguir cerca de mil, dos cerca de 22,5 mil cargos comissionados", disse a presidente. (ANSA)

Fonte: Estadão Conteúdo
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Cientistas dizem estar próximos de ‘vacina universal’ contra gripe Michelle Roberts Editora de Saúde do site da BBC

(Foto: Thinkstock)Image copyrightThinkstock
Image captionSegundo cientistas, estamos perto de não precisar tomar vacina contra a gripe todos os anos
Após testes promissores em animais, cientistas afirmam estar próximos de desenvolver uma vacina de longa duração que proteja contra qualquer tipo de gripe.
Duas equipes norte-americanas, que trabalham separadamente, tiveram sucesso ao atacar uma parte estável do vírus da gripe.
Isso poderia eliminar o principal problema das atuais vacinas contra a doença, que devem ser tomadas anualmente porque atacam partes mutantes do vírus.
A prova de conceito (estudo para comprovar uma teoria) da pesquisa foi publicada na revista científica Nature Medicine.
Agora, serão necessários novos estudos para confirmar se o método irá funcionar em humanos.
Enquanto isso, especialistas afirmam que as pessoas devem continuar recebendo suas doses anuais contra a gripe, uma vez que a vacinação ainda é a melhor maneira de se proteger contra uma infecção pela doença.

Dose universal

A injeção convencional da vacina mira moléculas que estão na superfície dos vírus – e que mudam constantemente.
Imagine que o vírus da gripe é uma bola com vários pirulitos, dotados de hastes, espetados do lado de fora.
Esses pirulitos mudam todos os anos, mas as hastes permanecem as mesmas. São elas o novo foco dos cientistas na busca por uma vacina universal.
Foto: ThinkstockImage copyrightThinkstock
Image captionDificuldade de cientistas é conseguir atacar apenas hastes de "pirulitos" que cobrem o vírus da gripe
Várias equipes diferentes de pesquisadores vêm testando potenciais candidatas, mas tem sido um desafio desenvolver algo que possa ser usado numa vacina sem que isso envolva a "cabeça" do pirulito da molécula hemaglutinina (proteína do vírus).
Segundo John Oxford, especialista em gripe da Universidade de Londres, esse trabalho recente parece particularmente promissor. Ele chama os resultados de um grande dia para ciência.
"É um salto adiante quando comparado com tudo o que foi realizado recentemente. Eles têm bons dados de testes em animais, não só em ratos, mas também em furões e em macacos. E conseguiram isso com o vírus da gripe aviária H5N1", afirmou.
"É um ótimo trampolim. Enfim, a esperança é alcançar uma vacina que abrangerá todo o vírus pandêmico."
Sarah Gilbert, professor de vacinologia da Universidade de Oxford, pondera: "É um avanço incrível, mas as novas vacinas agora precisam passar por testes clínicos para vermos o quão bem elas funcionam em humanos".
"Esse será o próximo estágio da pesquisa, que deve levar vários anos. Então, ainda há um bom caminho antes de termos melhores vacinas contra a gripe", acrescentou.

'Capitalismo de Estado' na berlinda: Petrobras derruba resultado do BNDES na Bolsa Ruth Costas Da BBC Brasil em São Paulo

Sede da Petrobras, no Rio (Foto: Sergio Moraes/Reuters)Image copyrightReuters
Image captionDesempenho da Petrobras na Bolsa afeta rendimento de valores investidos pelo BNDES
A desvalorização das ações da Petrobras derrubou o retorno dos investimentos do BNDESPar, braço de participações acionárias do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), nos últimos 18 meses, segundo um estudo obtido com exclusividade pela BBC Brasil.
Elaborado pela economista Cláudia Bruschi e pelo professor do Insper Sérgio Lazzarini, o estudo mostra que o retorno da carteira do BNDESPar no período foi pior que o do Ibovespa, principal índice da Bolsa paulista.
"Ele parece confirmar que o BNDES não consegue atingir bons resultados com seu portfólio e talvez seja o momento de pesarmos que o dinheiro que o banco está concentrando em ações de grandes empresas poderia ser usado para outras finalidades", diz Lazzarini.
O levantamento atualiza um estudo feito por Bruschi e Lazzarini que analisava o período de 2004 a 2012 e já havia mostrado que os investimentos do banco em ações não estavam superando o principal índice da Bolsa paulista.
"Há uma constância de resultados. E uma vez que o BNDES usa nesses investimentos recursos públicos, que poderiam ser aplicados em outros projetos de maior retorno social, é difícil entender os benefícios dessa política ativa de compra de ações", diz Bruschi.
Desde 2013, o retorno da carteira do BNDESPar teve uma queda de 16,6%, enquanto o Ibovespa caiu 12,9%.
É verdade que desde janeiro deste ano o portfólio do banco teve uma recuperação, com alta de 12,6%, contra 6,1% do Ibovespa. Mas isso não foi suficiente para recuperar a queda de 20,8% do ano passado (quando o Ibovespa teve recuo de 2,9%).

Grandes empresas

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho (Foto: Gabriela Korossy/Ag. Câmara)Image copyrightAg. Camara
Image captionO presidente do BNDES, Luciano Coutinho; portifólio do banco registrou queda de 20,8% em 2014
O estudo aponta uma concentração da carteira do BNDESPar em poucas empresas. Em junho deste ano, quando foram coletados os dados usados na análise, as ações de apenas quatro empresas representavam 76% do total da carteira, revelando uma exposição ao risco.
A Petrobras é a empresa de maior participação no portfólio do banco – com um total de 33,0%. "Foi justamente a Petrobras que puxou os resultados da carteira do BNDESPar para baixo", diz Bruschi.
Em seguida, vem a JBS, dona das marcas Friboi e Seara e hoje maior empresa privada brasileira, com 20,2%. A Fibria, líder mundial na produção de celulose de eucalipto, representa 13,6% da carteira do BNDESPar e a Vale, 9,2%.
A Petrobras e a mineradora Vale estão entre as empresas chamadas não-coligadas – o BNDES não tem voz em suas decisões financeiras. Já a JBS e a Fibria são classificadas como coligadas – nelas o banco opina.
"O BNDESPar, na realidade, só não teve um retorno mais negativo em função da valorização das ações dessas duas empresas, JBS e Fibria, que provavelmente estão sendo beneficiadas por fatores como o dólar mais alto", diz Bruschi.
"Só os papéis da JBS tiveram uma valorização de 173% desde 2013."

Capitalismo de Estado

O BNDESPar foi criado para administrar as participações do BNDES em empresas e tem como objetivo ajudar a desenvolver o mercado de capitais no país.
Na prática, ele permite que o banco se torne acionista minoritário em diversos grupos privados.
O economista Sérgio Lazzarini (Foto: Divulgação)Image copyrightDivulgacao
Image captionPara o economista Sérgio Lazzarini, "é difícil entender os benefícios dessa política ativa de compra de ações" pelo BNDES
A questão é que, desde 2002, o valor de sua carteira cresceu de maneira exponencial, passando de R$ 16,2 bilhões para R$ 102 bilhões, no fim de 2010. Hoje, totaliza R$ 77 bilhões.
A participação significativa do banco no mercado acionário seria uma expressão de um modelo que alguns especialistas, entre eles Lazzarini, classificam de "Capitalismo de Estado".
Suas marcas seriam o forte protagonismo do Estado na economia e um esforço do governo para controlar ou influenciar empresas em setores-chave.
Os pesquisadores admitem que, ao analisar o levantamento, o bom resultado entre as empresas coligadas surpreendeu.
Os investimentos no frigorífico JBS e na Fibria, em particular, são parte da política de fomento aos chamados "campeões nacionais", que é considerada outra marca do "Capitalismo de Estado" à brasileira e gerou grande polêmica no final da década passada.
"Mas não acho que a valorização dessas empresas possa ser interpretada como um endosso a essa política, porque, para cada campeão que está indo bem, temos outro que vai mal", opina Lazzarini.
"Além disso, seria preciso analisar se os investimentos do banco tiveram algum efeito significativo sobre a produtividade e os resultados dessas empresas. Os estudos que nós temos até agora parecem mostrar que não faria diferença se elas tivessem conseguido recursos em outro lugar. Então, porque usar o dinheiro de um banco público com essa finalidade?", questiona.

China corta taxa de juros após forte queda das bolsas Banco Popular da China cortou juros do crédito e de depósitos. Medidas vêm em reação à turbulência nos mercados de ações.

China moeda local iuan (Foto: AP)China moeda local iuan (Foto: AP)
O Banco Popular da China (o banco central chinês) anunciou nesta terça-feira (25) que cortou suas taxas de juros e, ao mesmo tempo, afrouxou as taxas do depósito compulsório pela segunda vez em dois meses, aumentando o apoio à economia e ao mercado acionário, cuja forte queda afetou o resto do mundo.
O país reduziu em 0,25 ponto percentual (p.p.) os juros para empréstimos, ficando no patamar de 4,6%, e mais 0,25 ponto percentuai das taxas para depósitos, ficando em 1,75%.A medida vem em reação à forte queda dos mercados de ações da China no início desta semana. As ações chinesas desabaram novamente nesta terça-feira (25), apesar da recuperação de outros mercados asiáticos.
Os dois principais índices acionários chineses despencaram mais de 7% nesta terça-feira, atingindo o menor patamar desde dezembro, após o tombo de mais de 8% na segunda-feira, que reverberou ao longo dos mercados financeiros globais.

O índice CSI300, das maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 7,1% para 3.042 pontos, enquanto o índice de Xangai fechou com perda de 7,6% a 2.965 pontos.

No Japão, a Nikkei 225 de Tóquio fechou com perdas de 3,96%, embora tenha passado a maior parte do pregão estável em quase 1%. O segundo indicador, o Topix, que reúne os valores da primeira seção, caiu 3,25%.

Em Hong Kong, a Hang Seng se manteve instável: chegou a operar em baixa de 1,41%, mas reagiu e fechou em alta de 0,72%. Veja a cotação das principais bolsas.
Investidor usa smartphone para monitorar ações na China (Foto: Mark Schiefelbein / AP Photo)Investidor usa smartphone para monitorar ações na China (Foto: Mark Schiefelbein / AP Photo)
Preocupações crescentes com a China
A China, um dos mais importantes motores da economia global, superou a Grécia no topo da lista de preocupações que acometem investidores globais, que temem que a economia esteja crescendo em ritmo muito mais lento do que a meta oficial de 7% para 2015.
Mas, ao contrário de julho, quando Pequim injetou bilhões de dólares no mercado em uma operação de resgate sem precedentes, autoridades têm amplamente dado de ombros durante a última rodada de turbulência, que começou na semana passada.

"Investidores globais estão canibalizando uns aos outros. Chamar isso de um desastre no mercado não é exagerado", disse o analista Zhou Lin, da Huatai Securities. "O pânico está dominando o mercado... E não vejo sinais de intervenção significativa do governo".

Destacando o pânico que envolve investidores de varejo, que dominam as bolsas da China, os contratos futuros do índice caíram pelo limite diário de 10% pelo segundo dia seguido, apontando dias mais sombrios à frente.
Veja o comportamento dos principais índices nesta terça-feira (25):

Bolsa de Xangai caiu 7,63%, a 2.965 pontos
Bolsa do Japão recuou 3,96%, a 17.806 pontos
Bolsa de Hong Kong avançou 0,72%, a 21.404 pontos

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Quatro mansões no Lago Sul são alvos de derrubada no primeiro dia de ação A promessa do governo é derrubar todas as construções nos 30 metros das margens do espelho d'água, conforme exige a lei.

 postado em 24/08/2015 17:01 / atualizado em 24/08/2015 17:40
Terminou por volta das 16h30 desta segunda-feira (24/8) o primeiro dia da operação de derrubada de invasões nas margens do Lago Paranoá. Uma piscina localizada no quarto imóvel alvo da ação de desocupação da orla do lago, na QL 12, começou a ser aterrada, mas equipes da Agência de Fiscalização do DF (Agefis) não terminaram o serviço. A previsão é de que os servidores retornem a partir das 8h desta terça-feira (25/8) para retirarem a piscina do espaço e retomarem as atividades no segundo dia de desobstrução da margem do espelho d’água. Ao todo, quatro mansões foram alvos da operação no primeiro dia de derrubada. 

A promessa do Governo do Distrito Federal (GDF) é derrubar todas as construções nos 30 metros das margens do espelho d'água, conforme exige a lei.

Durante todo o dia nenhum morador ofereceu resistência à operação. Ao todo, 314 edificações serão derrubadas no Lago Sul e 125 no Lago Norte em todas as três etapas de desocupação. A segunda fase só começa 60 dia após o início da primeira etapa. A terceira ação tem início daqui a oito meses. 
 
Cronograma de retirada:

Fase 1: Começou nesta segunda-feira (24/8)
Lago Sul: QL 12
Lago Norte: QL 2

Fase 2: Começa 60 dias após o início da 1ª etapa

Lago Sul: 
Área Vivencial SHIS QLs 14/16
Monumento Natural Dom Bosco
Parque Ecológico Anfiteatro Natural
Parque Ecológico do Bosque
Refúgio da Vida Silvestre Copaíbas
Refúgio da Vida Silvestre Garça Branca

Lago Norte: 
Parque dos Escoteiros, SHIN EQL 4/6
Parque Ecológico das Garças
SHIN EQLs 11/13 e 13/15

Fase 3: Oito meses após o início da 1ª etapa

Lago Sul: 
Parque Vivencial Canjerana
Pontão do Lago Sul
Setor Habitacional Dom Bosco e Condomínio Villages Alvorada
SHIS QLs 6 a 10
SHIS QLs 14 e 15
SHIS QLs 20 a 22
SHIS QLs 24 e 13
SHIS QLs 26 e 14
SHIS QLs 28 e 22

Lago Norte: 
SHIN EQL 6/8
SHIN QLs 3 e 5
SHIN QL 7
SHIN QLs 4, 6 e 8
SHIN QLs 10 e 12
SHIN QL 13
SHIN QL 14
SHIN QL 15
SHIN QL 16
SHIN QLs 9 e 11
 
Total de lotes que serão derrubados no Lago Norte: 125

1ª etapa: 10
2ª etapa: 23
3ª etapa: 92

Total de lotes que serão derrubados no Lago Sul: 314

1ª etapa: 37
2ª etapa: 87
3ª etapa: 190    

Setor privado se movimenta para blindar a economia brasileira Empresários vêm a público para interferir na crise política O objetivo é manter a confiança necessária para preservar a atividade econômica Dilma tem dias de trégua com apoio de empresários

Dilma Rousseff, nesta quinta-feira. / FERNANDO BIZERRA JR. (EFE)
Os representantes do setor privado estão dando sua contribuição para garantir um mínimo de estabilidade em meio à crise política. Neste domingo, o presidente do Itaú-Unibanco, Roberto Setúbal, disse em entrevista à Folha de S. Paulo que seria “um artificialismo” tirar a presidenta neste momento. “Não se pode tirar um presidente do cargo, porque ele momentaneamente está impopular”, afirma Setúbal, que diz não ver neste momento nenhuma condição para um impeachment.
Setúbal é o segundo banqueiro que vem a público falar sobre a crise política e econômica. No dia 8, o presidente do Bradesco, Luis Carlos Trabuco disse ao jornal O Globo que o país precisava de serenidade para resolver suas dificuldades. “Os problemas econômicos se resolvem pois são o resultado da matemática de certas variáveis que podem ser consertadas. Mas os problemas políticos não. Eles são de ideias, de ideologia, de postura. É uma energia para provocar calor, e hoje o país precisa de energia para provocar luz”, declarou Trabuco.
A mudança repentina no clima se deve a um pacto silencioso entre atores econômicos e políticos para frear o que parecia um turbilhão sem fim, que chegou ao auge dez dias antes de os gritos anti-Dilma invadirem as ruas. Em 6 de agosto, a Câmara, insuflada por Cunha, instaurou a Comissão Parlamentar de Investigação (CPI) do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a entidade pública que concedeu crédito a quase todas as principais empresas brasileiras.Um dia antes, as Federações das Indústrias do Rio de Janeiro e de São Paulo haviam divulgado nota cobrando responsabilidade no mundo político para garantir a estabilidade institucional.
“A investigação colocaria todos os empresários que negociaram com o BNDES em um clima perigoso, como se houvesse algo ilícito. Todos se viram sob o risco da exposição”, observa o cientista político Fernando Limongi.
Naquele mesmo dia, a Câmara votou a favor do aumento do salário de alguns servidores públicos que passariam a ganhar mais que a presidenta. Era um golpe contra o ajuste fiscal de que o país precisa para restabelecer a credibilidade na economia.
Eduardo Cunha dificultou a vida de Dilma desde que assumiu a presidência da Câmara em fevereiro. Deixou de votar projetos importantes e criticou-a em todas as oportunidades que teve. A má relação azedou com a divulgação do vídeo do delator Julio Camargo, em meados de julho. O lobista de uma empresa que trabalhava para a Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato, denunciou que Cunha o pressionava para receber um suborno de cinco milhões de dólares. Foi então que o presidente da Câmara anunciou a ruptura com o Governo. Acreditava que Dilma estava envolvida no vazamento do vídeo para prejudicá-lo politicamente.
Ninguém se queixou da fúria de Cunha enquanto seus ataques tentavam desgastar apenas a mandatária. Mas quando a sede de vingança do deputado pôs em risco a já fragilizada economia (e aumentou as possibilidades de o Brasil perder a atual nota de investimento das agências de risco) o establishment reagiu. E advertiu, publicamente, que os donos do capital – que financiam as campanhas eleitorais – não podiam continuar vivendo nesse ambiente de insegurança política que contamina a economia.
A bronca parece ter funcionado, ao mesmo tempo em que Eduardo Cunha começou a ver minguar o seu poder. Dois dias antes dos protestos, a Justiça determinou que as contas públicas de Dilma devem ser avaliadas pela Câmara e pelo Senado, e não só pelos deputados, como queria Cunha. Os gastos públicos do Governo em 2014 estão sob análise do Tribunal de Contas. Se esse órgão encontrar irregularidades, pode reforçar uma petição de impeachment no Congresso, o que seria uma possibilidade remota, segundo vários cientistas políticos.
Aos poucos, cresce um sentimento no país de que, independentemente do que acontecer – guerras políticas que podem até levar a um impeachment – não se pode perder o que foi conquistado até agora. Já se perderam, neste ano, 345.000 empregos e a expectativa é de que muitos mais trabalhadores fiquem desempregados até dezembro. A inflação também castiga o Brasil, com uma alta que pode chegar a 10%, ultrapassando a meta estabelecida pelo Banco Central pela primeira vez em uma década.
Mas o Brasil criou 20 milhões de empregos nos últimos 13 anos e venceu uma inflação de 80% ao mês em 1994. Mais ainda, o Produto Interno Bruto (PIB) triplicou desde 1995, quando o país domou a hiperinflação. Todas essas conquistas estão em risco. Mas se o furacão continuar, as consequências serão mais graves.
A percepção de boa parte da sociedade brasileira – dos empresários e da população inconformada com o Governo, mas que não se uniu aos protestos contra Dilma Rousseff – é que o país está mal com a presidenta, mas estaria pior sem ela, porque não há alternativas de liderança. Ao menos por enquanto. Os burburinhos em torno do nome de Temer mostram que a estabilidade ainda é frágil e qualquer passo em falso piora o que já está ruim.

Seul e Pyongyang decidem encerrar hostilidades Países trocaram tiros em fronteira na semana passada

Tensão havia aumentado na fronteira entre as Coreias após incidente com minas (foto: EPA)
Tensão havia aumentado na fronteira entre as Coreias após incidente com minas (foto: EPA)
24 AGOSTO, 14:56TÓQUIOZLR
(ANSA) - Após uma maratona de três dias de negociações, as Coreias do Sul e do Norte chegaram a um acordo para interromper a escalada de tensão na fronteira entre os dois países.
    De acordo com a agência "Yonhap", as delegações de Seul e Pyongyang concluíram as tratativas na cidade de Panmujeom de maneira "positiva". Os colóquios se encerraram por volta das 13h (horário de Brasília).
    Segundo o acordo, ficou estabelecido que o Sul deixará de veicular propaganda contra o regime de Kim Jong-un em alto-falantes colocados na fronteira, enquanto o Norte cancelou o "estado de quase guerra" e expressou "remorso" pela instalação de minas na zona desmilitarizada entre as duas nações, causando ferimentos em dois soldados no início do mês.
    Os episódios levaram Pyongyang e Seul a trocarem tiros na fronteira na última quinta-feira (20), mas sem deixar feridos. Por conta disso, a Coreia do Sul chegou até a evacuar algumas zonas na parte ocidental da divisa. (ANSA)
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