domingo, 9 de agosto de 2015

NEWTON DE LIMA AZEVEDO | GOVERNADOR CONSELHO MUNDIAL DA ÁGUA “O Brasil precisa de um ministério da água. O resto, pode eliminar” "Incêndio" da crise hídrica está controlado, mas não resolvido, diz governador

Newton de Lima Azevedo, governador do Conselho Mundial da Água. / AMANDA OLIVEIRA/GOVBA
Em meio ao debate que esquenta em Brasília sobre a redução de ministérios, o engenheiro civil Newton de Lima Azevedo, um dos 35 governadores que representam o mundo no Conselho Mundial da Água, faz uma sugestão ousada. “Temos que criar o ministério da água. Pode tirar o resto [dos ministérios] que não são tão importantes”, exagera ele, durante suas intervenções nas palestras sobre a crise hídrica às quais é convidado frequentemente. Azevedo espera, com sua provocação, chamar a atenção para o fato de o Brasil não ter uma política pública para a água. 
Para ilustrar a carência do país em saneamento básico, ele sempre usa um exemplo: "O Brasil precisa de 20 bilhões de reais por ano para universalizar os serviços de água e esgoto. Isto é bonito de dizer mas difícil de fazer. Com todo o esforço que o Governo tem feito, não tem conseguido investir em saneamento mais do que nove bilhões por ano. Assim é impossível cumprir a meta de universalização até 2030". 
O engenheiro fala de um jeito direto e descontraído, defende a Sabesp, mas critica o fato de os esforços da companhia não terem sido suficientes nesta crise. Diz que votaria em Alckmin, caso ele venha a ser candidato nas próximas eleições presidenciais, mas lembra que o governador ainda não controlou o “incêndio”, provocado pela crise hídrica. "Ninguém paga minhas gravatas, não tenho o rabo preso", defende Azevedo, que é também vice-presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).Azevedo, que já ocupou altos cargos em companhias privadas de saneamento, é defensor das parcerias com o setor privado para avançar nas dívidas que o país tem com a população nas questões de saneamento. Em 2013, apenas 39% dos esgotos foram tratados no país,segundo o Instituto Trata Brasil.
Pergunta. O que temos resolvido nesta crise de abastecimento da água?
Resposta. Não tem muita coisa resolvida, mas há coisas positivas. A sociedade, ainda que não na medida que a gente gostaria, começou a perceber que a questão da água é um grande problema. Consumimos quase o dobro do que se consome na Europa, tudo bem que é outro país, é outra temperatura, mas a gente consome de forma indevida. A indústria também percebeu que tem que tomar uma atitude e começa a se movimentar. A agricultura começa a perceber que não pode continuar consumindo água de uma forma indiscriminada. Temos também um problema gravíssimo de gestão, que fica cada vez mais claro em uma crise como essa. Foram colocados dois assuntos sobre a mesa que estão presentes em outros países e que a gente nunca havia abordado: um é a  dessalinização da água e outra a questão do reuso. Não confundir reuso com reutilização de água do banho, da pia, mas reuso através da reutilização do esgoto tratado até ser água potável.
P. Você fala de uma crise de gestão. Qual é sua avaliação da administração da crise feita pelo governador Alckmin em São Paulo?
R. A Sabesp é a melhor companhia de saneamento que nós temos no Brasil.
P. Concorda que isso não é muito difícil?
R. Mas é. No Brasil, só se salvam três empresas, as mais antigas. O resto tem problemas sérios. Nós temos 26 companhias estaduais que abastecem as casas de 70% dos brasileiros. Mas dessas 26, 20 têm sua despesa maior que a receita. Como é que elas sobrevivem? Por subsídios do Governo, sem a menor capacidade de investimentos, sem a menor capacitação dos seus funcionários, motivação, sem acesso a tecnologia de ponta. Se nós não tomarmos uma atitude forte em relação a essas empresas não vamos ter condição de universalizar os serviços de água e esgoto nunca. Nem com todo o dinheiro do mundo essas companhias saberiam o que fazer com ele. Não há capacidade nenhuma de gestão nessas companhias.
A Sabesp é a melhor companhia de saneamento que nós temos no Brasil
Especificamente em São Paulo, a Sabesp tentou resolver o problema com medidas como a interligação dos reservatórios, redução de pressão, programa de bônus para otimizar o consumo... Ela controlou o incêndio, torceu para chover, choveu. Agora, atitudes fortes, como criar mais estações de reuso de esgoto como existe em outros países, não foram adotadas.
P. E as primeiras medidas? Você acha que foram tomadas no tempo certo?
R. Estudos do passado mostram planos de final da década de 90, que era para serem cumpridos em 2020. Agora, foram refeitos e adiados para 2050. O setor já sabia que o nosso coeficiente de segurança era muito baixo. Já estava previsto um crescimento grande, a dificuldade de reduzir as perdas de água [hoje em torno de 30% em São Paulo], o aumento da população, e a possibilidade de uma mudança de perfil das chuvas. Essa parceira pública-privada para fazer a transposição do rio São Lourenço era para ter sido feita há cinco anos. Esses movimentos por varias razões não foram feitos no tempo e na urgência necessária porque se achava que ia se dar um jeitinho, e aí veio a crise.
É como a questão de lixo. Daqui a cinco ou seis anos, nós vamos ter nas regiões metropolitanas um problema por não ter onde depositar o lixo. Ou partimos para uma processo da geração de energia, da incineração, com os processos que o mundo inteiro já adota, ou a próxima crise, sem dúvida, será a do lixo. Estou falando daqui a cinco anos, que pode parecer longo prazo, mas não é. Como o Brasil é muito grande tem muito espaço para fazer aterro ainda. Agora, nas regiões metropolitanas nós estamos levando o lixo cada vez mais longe. Mas isso tudo não aparece, como não aparecia a falta de água.
P. Você fala muito de novembro como o um novo deadline da crise hídrica para ser superado. O que pode acontecer em novembro?
R. A gente começa de novo a seca. Aumenta a temperatura, o consumo vai aumentar. Nós já estamos no volume morto [no Cantareira], mas a população já esqueceu isso. Os gráficos da Sabesp em português claro significam que nós não conseguimos atingir o nível para o qual a estrutura hidráulica foi concebida. Nós temos que controlar o incêndio, mas apagá-lo vai demorar. 
P. Você defende a revisão da estrutura tarifária da Sabesp. Qual é o problema do modelo atual?
R. Não é só da Sabesp, é de uma forma geral. A estrutura da tarifa nasceu na época do Planasa [Plano Nacional de Saneamento de 1968], no regime militar. Por que a tarifa de água e de esgoto é um para um, quando a gente sabe que tratar o esgoto é muito mais caro? Outro exemplo: como é que funciona a tarifação para as indústrias?E para os grandes consumidores? Como funciona o subsídio cruzado [quando uma classe de consumidores paga preços mais elevados para subsidiar um grupo específico]? No final, no subsídio cruzado o pobre da cidade rica está pagando a água do rico da cidade pobre [cuja tarifa é menor]. Por quê? Porque a Sabesp, ou qualquer companhia estadual joga tudo no mesmo tacho, então o subsídio cruzado não é identificado. São Paulo, como dá resultado, paga a conta de municípios que não são sustentáveis economicamente. Por exemplo, você pega um dos 365 municípios de São Paulo, escolha um do interior, bem pobrinho, e vai ver que a receita gerada lá não paga as necessidades de investimento. Como é que faz? São Paulo pega parte desse dinheiro e leva lá.
Daqui a cinco ou seis anos, nós vamos ter nas regiões metropolitanas um problema por não ter aonde depositar o lixo
Eu sou a favor do subsídio direto, como tem no Chile. Ali a pessoa é enquadrada em uma tarifa social e até tantos metros cúbicos ela paga, e a diferença é paga pelo Governo para o operador. A estrutura tarifária no Brasil como um todo passa, de novo, por uma discussão de política pública em nível nacional.
P. Seguindo essa lógica, não faz sentido o argumento da Sabesp de que os grandes consumidores, com tarifas diferenciadas, estariam subsidiando a água do pequeno consumidor? Esse subsídio cruzado existe?
R. Ele existe mas de uma forma desordenada, fica etéreo. Faz sentido que esses grandes consumidores façam uso da água de uma forma menos intensiva. Como a água para eles é um insumo barato, eles não se preocupam com isso, apenas agora que falta a água. Eu não tenho dados para afirmar que não é verdade que os grandes consumidores subsidiam o resto, isso é feeling. Mas não é que você pega o dinheiro do grande consumidor e dá para o pequeno. Tudo vai dentro da mesma caixa, e você depois administra. Mas esse não é um jeito empresarial de fazer as coisas. Você tem que ter uma atuação dentro das pequenas e grandes indústrias de forma que elas consumam menos água, otimizem processos, evitem fraude, como acontece com os hotéis, por exemplo. Os hotéis fazem poço, não pegam água da rede mas sim jogam todo o esgoto nela. Como ele pega pouca água e a relação do preço com o esgoto é de um para um, ele paga o mínimo de esgoto porque pega o mínimo de água. Isso distorce tudo. Precisa ser revisto todo esse conceito da estrutura tarifária, seja na indústria, seja no comércio, seja no consumo humano, seja na agricultura. Você tem que ter uma discussão em nível federal que faça isso. Hoje há dez ministérios tratando este assunto e cada um puxando a sardinha para seu lado.
P. Dizem que o governador Geraldo Alckmin pode usar a gestão da crise hídrica como exemplo de sucesso na sua possível candidatura ao Planalto em 2018. Você votaria nele?
R. Eu acho que ele fez o correto. Ele foi buscar profissionais apolíticos, competentes no setor [o secretário de Recursos Hídricos Benedito Braga e o presidente da Sabesp, Jerson Kelman], o que foi uma surpresa para todo mundo. Acho que ele controlou o incêndio, mas ele não resolveu. Essa política de controle não vai ser suficiente para enfrentar o que vem pela frente que é um aumento de população, mudanças climáticas... Mas sim, eu votaria nele, porque de tudo o que nós temos por aí, eu não vejo por enquanto alguém sério, honesto, preocupado, que sabe se cercar de pessoas boas como ele é.
P. Você defende a criação de um ministério da água? Não há suficientes ministérios no Brasil já?
Tem que ter alguém que suba no banquinho e passe para os governos e para as prefeituras alguns princípios a serem seguidos nas suas políticas públicas sobre água
R. Quando eu coloco essa questão eu exagero e digo que podemos eliminar o resto. Mas nós precisamos ter uma política pública em nível nacional sobre o uso da água. As pessoas confundem a Agência Nacional da Água (ANA) como a entidade responsável, mas ela gere só os recursos hídricos, e você tem que gerir também os recursos na agricultura, no setor elétrico, cuidar do plano nacional de saneamento... Tem que ter alguém que suba no banquinho e passe para os governos e para as prefeituras alguns princípios a serem seguidos nas suas políticas públicas sobre água. Existe ministério da água na China e em outros países, não vou entrar no mérito de se funcionam. Mas que falta uma política pública integradora da água no país, não tenho dúvida. A gente fica discutindo pequenos pedaços, mas falta a integração deles. A gente só faz essa integração quando está em crise.
P. Você é um firme defensor da dessalinização, inspirado no modelo de Israel. Mas essa opção foi completamente descartada em São Paulo pelo presidente da Sabesp...
R. [Jerson] Kelman tem razão porque nós temos em São Paulo 850 metros de desnível, e realmente o custo de uma coisa dessas é complicado, mas no Nordeste não. Nós temos que começar a estudar essa alternativa de uma forma institucional dentro de uma política pública do país, não pode ser a cargo do privado.
P. Que desafios hídricos enfrenta o Rio diante os Jogos Olímpicos, com o esgoto correndo a céu aberto e uma Baía de Guanabara poluída?
R. Guardando as proporções é o que você tem em São Paulo. A poluição é pela inexistência de tratamentos de esgoto. Eles correm soltos e procuram um lugar para chegar, aqui chegam nos rios Tietê, Pinheiros e no Tamanduateí e, no Rio, vão para a Baía de Guanabara. Então, o problema não é tratar a água da baía, o problema está em todos aqueles afluentes que desembocam na baía que já trazem no seu leito esse esgoto. A falta de recursos dos Estados destinados a enfrentar isso é clara. O Governo federal também já deixou claro que não consegue dar a verba necessária para criar infraestruturas. Você precisa de parcerias público-privadas, mas já não dá tempo, 2016 é depois de amanhã. Agora, o projeto de despoluição da baía de Guanabara existe há mais de 15 anos, com dinheiro do Banco Mundial.
O projeto de despoluição da Bahia de Guanabara é de há mais de 15 anos, com dinheiro do Banco Mundial
O investimento é uma questão de prioridades. Precisava ter um novo velódromo ou investir em tubulação de esgoto? Precisava enfrentar a mobilidade urbana ou o saneamento básico? Ai é que entram as políticas públicas. No Brasil, em outros setores como o aeronáutico estamos aparelhadíssimos, mas em certas coisas temos um nível horrível. O país parou de planejar.
P. Você enxerga o mundo através da água há três anos. Como é ter essa visão?
R. Eu vejo que em algumas regiões, as mais desenvolvidas onde a sociedade tem maior consciência sobre o meio ambiente, você vê prioridades bem claras nesse assunto nas políticas públicas. Nos países emergentes, localizados na América Latina e na África principalmente, você vê coisas horríveis. Nós temos na América do Sul cerca de 480 milhões de pessoas e 50% não têm esgoto tratado. Você vai na África, na Namíbia por exemplo, e as pessoas tomam água do esgoto porque ou bebe aquela água ou não bebe nenhuma. Agora, se você vê Israel, questiona: como pode ser exportador de alimentos quando sofre um estresse hídrico por natureza? O país foi buscar tecnologias, eles tratam a água com uma delicadeza que nós não tratamos. Nosso problema é que somos um país abundante do ponto de vista hídrico, e falta um cuidado pela água que o resto do mundo já tem. Nós começamos só agora a nos preocupar, a partir desta seca.  

“É um erro confundir a insatisfação com Dilma com apoio a sua saída”

Renato Meirelles, presidente do Data Popular / F.CAVALCANTI (FC)
Renato Meirelles aprendeu a enxergar o Brasil pelos olhos dos mais pobres. Sua empresa de pesquisa, o Data Popular, nasceu para ler o comportamento desse grupo, que representa, na verdade, a maioria das famílias brasileiras – 66% vivem com pouco mais de 2000 reais mensais. Essa proximidade o ajudou a antecipar diversos movimentos na economia – como a explosão da classe C a partir de 2004 – e na política – ele previu no início de 2013 que haveria uma pressão popular cada vez mais forte por serviços públicos de qualidade, mote das manifestações de junho daquele ano. Neste momento, ele enxerga o jogo de lideranças nebuloso, com um Governo e uma oposição que não conseguem apresentar perspectivas de futuro.
Pergunta. Tivemos uma semana de estresse, com o Congresso desgovernado, e um debate explícito sobre impeachment. Como isso está na cabeça dos brasileiros?
Resposta. A decisão do futuro do país está na mão de uma briga de torcida e o brasileiro percebe isso. Não se pode colocar a estabilidade do país abaixo do interesse político. Ainda que as pessoas estejam insatisfeitas com o Governo elas se perguntam qual é o real interesse de um impeachment. É um erro confundir quem está insatisfeito com o Governo com apoio à saída da Dilma.
P. Os políticos passaram uma sensação de insegurança, o que fez empresários virem a público pedir bom senso e entendimento.
R. Estão todos em busca de um consenso, de entendimento. A fala do Michel Temer – precisamos de alguém que una o Brasil – contribuiu para isso. Não se pode subestimar o papel dele nisso. As demonstrações raivosas, de ira, também atiçam os guardiões do bom senso. O nervosismo do Temer quando falou na quarta-feira mostrou que temos de dirigir a classe política. Ninguém enxerga a porta de saída nem na situação nem na oposição, e essa guerra impossibilita o bom senso e prejudica a solução da crise que paralisa a economia.
P. Nesse flerte com o impeachment, em que a oposição apoia em um momento, recua, volta a apoiar. Como é que funciona para o eleitor?
R. Primeira coisa para entender. Nas pesquisas, quando você pergunta sobre manifestações. “Você lembra de passeatas que aconteceram nos últimos tempos, que juntou muita gente na rua, não só na sua cidade mas no Brasil inteiro? A grande maioria das pessoas lembra de 2013. Estou falando muito mais a classe C e D. Eles não têm as manifestações deste ano como referência. Vamos lembrar que a gente está há meses sem manifestação, mas isso aconteceu porque se tentou radicalizar para o impeachment naquela conjuntura e aí isso foi perdendo força. Por que estamos voltando com isso agora? Porque além da Lava Jato ter ganhado novas proporções, do ponto de vista da comunicação com a opinião pública o Governo não fez nada para explicar, por exemplo, o ajuste fiscal e a crise econômica. A última passeata [de abril] teve menos gente do que a penúltima [março] e isso deixou uma sensação de que as coisas estavam resolvidas para o Governo. Essa é a impressão que dá. E não estavam, como não estão resolvidas desde 2013. Pensar no que levou as pessoas a reelegerem este Governo é fundamental pra entender o que a população quer e acredita. E o Governo tinha que ter aprendido com isso. Por outro lado, a oposição tinha que refletir em como ela conseguiu perder uma eleição em que 71% queriam mudança. O que também não é uma coisa trivial...
P. A oposição não está conseguindo ganhar o terreno que o Governo está perdendo?
R. Quando você faz uma pesquisa de intenção de voto, por exemplo, e mostra que o senador Aécio Neves estaria na frente se a eleição fosse hoje é muito mais por ser o nome mais conhecido de oposição. Ele é o ímã dos insatisfeitos. Mas está longe de conquistar o coração e mente de pessoas. Muito mais longe de conquistar as pessoas que estão órfãos do presidente Lula.
R. Temos mais órfãos do que oposicionistas. Órfãos de uma liderança que defenda o estado de igualdade de oportunidades.P. Temos muitos órfãos?
P. A raiva contra Dilma é somente pela economia?
R. Se a gente for olhar alguns dos grandes indicadores econômicos como desemprego, como reservas internacionais. Ou a escolaridade média do trabalhador. Na prática nós temos indicadores melhores hoje do que tínhamos antes, em 2008, por exemplo, ano de outra grande crise. O que diferencia os dois momentos? A principal diferença está em saber para onde vamos. Para onde a gente está indo. O Brasil tem uma crise econômica? Evidente que tem. É só sair na rua que tem. O Brasil tem uma crise moral e ética? Claro que tem. São as maiores do Brasil? Não. A maior crise do Brasil é a de falta de perspectiva. O brasileiro não sabe para onde vai e não consegue enxergar nem na situação nem na oposição, uma luz no fim do túnel. Isso que vai fazer diferença em todo o resto. No limite o Lula chamava para conversar, como em 2008 “Ah meu amigo. Estão dizendo  pra você guardar o seu dinheiro e não gastar. Se você não gastar, o seu primo que trabalha na fábrica Brastemp vai ficar desempregado...
P. A lição popular de economia...
R. O governo tinha um reason why forte para essa condição de futuro. Só que ele está desde o segundo turno sem falar ou fazer algo que caminhe nesse sentido, enquanto o povo está fazendo seu ‘ajuste fiscal’ doméstico. Fazendo rodízio de contas pra pagar, fazendo bico extra, cortando despesas... Não se explicou o que era o ajuste fiscal. E um monte de medidas que efetivamente poderiam ser muito positivas, não foram vistas por isso. Por exemplo, fraude no seguro desemprego. O seguro desemprego precisava mudar não por causa do ajuste fiscal. Por causa das fraudes!
P. O fato da Dilma não ter pedido desculpas, dizendo “erramos ao estender uma fórmula de economia”, pesa?
R. Temos que entender o que é a tradição cristã do Brasil. Os cristãos valorizam quem reconhece o erro. O Brasil valoriza quem joga limpo e pede ajuda. Seria muito bom que a Dilma conseguisse falar para a sociedade que reconhece o que as pessoas estão passando. Isso seria bom pra ela, e seria bom para o país. Do mesmo jeito que a oposição tinha de dizer claramente qual a proposta dela para sair disso.
P. O que é pior para a população da base da pirâmide: Lava Jato ou é a inflação que comeu o salário dele?
R. A gente tem pesquisado muito isso no Data Popular. E basicamente vemos que a corrupção acaba sendo vista como a grande responsável pelo aumento de preços, por exemplo... por que a gasolina aumentou? Na cabeça do povo a gasolina aumentou porque tinha roubo na Petrobras e nós estamos pagando esse roubo com o aumento da gasolina.
P. Embora não seja exatamente isso, não é de todo errado, se falarmos da gestão da empresa...
R. O meu negócio é percepção da opinião pública. A corrupção acabou sendo a grande vilã de tudo. Mas vamos pegar o histórico. Em 2013, passeatas, porque a régua de qualidade, de exigência do que recebia do serviço público tinha mudado. Eles tinham saído de 2010 com uma perspectiva de melhora de vida gigantesca, e a vida não estava mais melhorando. E os governos, de todos os níveis, achavam que aquilo não estava acontecendo. Mas o brasileiro pensava: “Eu estou fazendo a minha parte e o governo não está fazendo a dele.”. Depois veio a Copa. E na sequência, o processo eleitoral mais pesado, e a percepção que a crise começou a crescer. A gente começou o processo eleitoral com 71% dos eleitores querendo mudança. Bom, acabou o processo eleitoral, o que aconteceu? Eu desafio qualquer brasileiro a me dizer cinco medidas positivas que o governo fez depois do segundo turno.
P. A base da pirâmide faz panelaço?
R. Faz. Primeiro entenda a eleição. Por primeira vez em muitos anos a classe C rachou. Os jovens da classe C estão indo para a oposição. E os mais velhos vão mais para a situação. O panelaço é a demonstração de insatisfação. Ele aconteceu muito mais em áreas ricas do que pobres? Sim. Isso significa que não acontece na periferia? Nao é verdade. Panelaço é a representação física da intolerância. Porque significa que você não quer ouvir, você só quer brigar. Por que ele é feito durante a fala? Quando você se recusa a ouvir, você não pode exigir do outro lado para que ele te ouça. Uma coisa é 8 horas protestar sobre algo. O panelaço para não ouvir o outro demonstra que você não está preocupado em conversar com o outro para construir um consenso.
P. Essa é a percepção? Por isso não há identidade geral com as manifestações deste ano?
R. As manifestações de 2013 tinham a ver com discussões do cotidiano. E estas estão mais com uma coisa de disputa eleitoral, e não de poder, mais com o Fla Flu político. Não entendem como uma manifestação pode ser no domingo, e não em dia de semana como ele já viu. E não entende gente de classe média levando a babá, ter ‘camarote’ na passeata. Então não tem um lastro com a vida real das pessoas.
P. Não se pode dizer que as manifestações atuais representam o Brasil?
R. Representam os 20% mais ricos do Brasil. Isso não quer dizer que o restante do Brasil esteja satisfeito. Os decepcionados são em número maior dos que radicalmente oposicionistas. Quando as pesquisa se pergunta: você apoia as manifestações? Todo mundo apoia. Daí quando Datafolha ou Ibope fala sobre impeachment. Todo mundo diz ‘sou a favor’. Mas isso não dura 30 segundos de reflexão, e aí na pesquisa qualitativa, eles não sabem quem entraria melhor, sem proposta de futuro.
P. Uma proposta de impeachment vai adiante?
R. Impeachment é um processo legal, logo, não é golpe. Mas é político. Portanto, sujeito a influências políticas, perspectivas de poder, e arranjos internos. Sujeito a negociações como moeda de troca por alguém estar sendo investigado pela Procuradoria. Podemos não ter abertura de processo de impeachment por uma questão legal, ou como abraço dos afogados do presidente da Câmara. Nesse jogo político tudo cabe. Achar que a população diz que defender impeachment não pode ser revertido com o debate é um erro.
P. Em outras palavras, a batalha do impeachment está longe de ser ganha?
R. Completamente longe de ser ganha. Nem para um lado e nem para o outro. É a raiz da crise de perspectiva. Quando a gente pergunta em pesquisas para as pessoas – quando eu falo futuro, qual é a palavra que aparece? As pessoas ficam em silêncio.
P. Quando você fazia essa mesma pergunta alguns anos atrás?
R. Sempre era: ver meu filho se formar, ser dono do meu negócio, eu me formar. Conseguir viajar para o exterior, ter a casa do exterior. Hoje o silêncio. E depois desse minuto, dizem – incerteza, escuridão. Porque não tem perspectiva. O impeachment do Collor havia perspectiva. Não era só revolta. Este não tem. E a oposição não conseguiu formar quadros com a visão de ser um estadista. Um líder de verdade capaz de oferecer perspectiva de futuro. O maior erro da oposição é o que fortalece o Lula. Ele fica como a única opção efetiva disso. Agora, não é o Lula que xinga imprensa. Mas o que olhar pra frente, responsável pelas maiores mudanças do pais.
P. Um encontro entre Fernando Henrique e Dilma seria revolucionário nos dias de hoje?
R. Os dois ganhariam mais, sem medo de errar. O brasileiro não suporta mais político que age como candidato, estão buscando estadistas. Quem ocupar esse papel ganha o eleitorado.
P. Como São Francisco de Assis, “onde houver ódio que eu leve o amor”, e “ onde houver dúvidas que eu leve a fé”?
R. É basicamente um discurso de identidade. Por que o papa Francisco tem essa popularidade? Se os políticos se inspirassem na postura dele, de redução de desigualdade e defesa dos mais pobres, é o que o Brasil quer.
P. Mas e essas teses sobre fim de Bolsa Família, o discurso pela meritocracia, está restrito a um grupo pequeno, ainda que barulhento?
R. Toda vez que os movimentos de protesto de rua defendem meritocracia sem levar em conta a diferença de oportunidades, tratando pobre como vagabundo, defendendo Estado mínimo, ou quando alguém usa meme na internet, com adesivo ofensivo com a Dilma de pernas abertas, eles perdem. Quando eles dizem que o imposto dele paga o BF não está certo. Quem paga mais imposto, proporcionalmente, é a classe baixa. A elite tem dificuldade de entender, tanto no Brasil, como na América Latina, que houve melhora, com projetos de redução de desigualdade. E radicalizações de discurso não são positivos. A classe C não racionaliza o ganho de oportunidade. Ela só sabe que ganhou algumas coisas nos últimos anos, que teve oportunidades, que nunca antes imaginou em ter.
P. A ideia de um Estado que dá igualdade de direitos é um valor claro na cabeça do brasileiro?
R. O valor de defesa da igualdade de oportunidades está absolutamente claro para pelo menos dois terços do eleitorado brasileiro.
P. Ou seja, se o PMDB que está em evidência agora, com planos de lançar presidente. Se ele não oferecer isso, ele não se elege?
R. Imagina o seguinte: se ele não oferece, mas os outros também não oferecem, talvez ele pode ter uma candidatura boa. Então não depende só dele. Eleição é um jogo do que está sendo afetado. É disso que a gente está falando. Agora que esse é um valor consagrado, é. Esse valor hoje é identificado com algum partido político? Não, nem com o PT.
P. Há um divórcio dos partidos?
R. A classe política não entendeu o recado de 2013. Empurrou esse não entendimento até hoje e agora tudo estourou. Qual é o recado número um? Minha régua de qualidade é outra, sou mais criterioso com o que espero do Estado. Mas o principal recado não foi esse. O principal recado foi a classe política não me representa. Os partidos políticos não me representam. Isso já refletia uma ausência de perspectiva. Isso parte de um entendimento de que o Lula, depois de anos e anos foi o primeiro político que conseguiu gerar identidade do povo. As pessoas gostavam e muitos gostam ainda do presidente Lula por duas razões. Ele tinha um reason why concreto do governo dele, então ele fez coisas que efetivamente melhoraram a vida das pessoas. Se era conjuntura internacional, se eram ações próprias do governo é um longo debate, eu acho que eram as duas coisas. E tinha um fator emocional, que ‘ele veio de baixo, ele sabe o que eu sofro, ninguém me entende como ele me entende’. E tudo isso foi elevado à vigésima potência em 2010 com a economia bombando e com maior índice de popularidade do Lula. As pessoas foram perdendo essas referências. 2013 estourou e nenhum partido político fez um conjunto de ações para trazer essas pessoas a voltarem a gostar da política organizada. Para mostrar que o Estado estava a serviço do cidadão. Na prática, isso foi o que levou ao Fla-Flu político. Ninguém acredita que os políticos que apoiam o impeachment da presidente Dilma o querem para melhorar a vida do povo.
P. Vamos supor que houvesse uma eleição agora. Se um sucessor de Dilma não entregar perspectiva de futuro, ele corre o risco de viver o mesmo inferno que ela?
R. Claramente. Se a vida das pessoas não começar a melhorar, não vai haver mudança. Para mim, o maior termômetro de qualquer crise é quando as coisas mudam numa velocidade tão rápida que o que discutimos hoje pode não valer na semana que vem. Se tivesse uma eleição hoje, vamos supor, se fosse aquele modelo o mais difícil de acontecer: Impeachment completo e novas eleições. A chance de um novo, de alguém desconhecido aparecer, é muito maior. O momento é esse. Com alguém em tese sem nenhum tipo de vínculo, de lastro. Tudo isso muda? Tudo isso muda, campanha é campanha. Agora, a pauta da oposição é o antipetismo. Mas não é antipetismo que ganha a eleição, é uma discussão de futuro.
P. O que os analistas políticos repetem é que o objetivo central é matar o mito Lula. Conseguiram?
R. Quem primeiro entendeu a força do Lula claramente, foi o ex-presidente Fernando Henrique. Se você pegar os jornais, os artigos que ele escreveu no início do ano, todos eram ‘é o Lula, é o Lula.’ Porrada na Dilma todo dia, e ele diz: “Vocês não estão entendendo, é o Lula”. O Lula tem força.
P. Mas perde ibope?
R. Claramente. A popularidade dele cai por conta dos ataques, mas cai também por ele não aparecer. Estão batendo em um jogador que está no banco. Objetivamente qual a última entrevista que o presidente Lula deu?
P. Agora, você disse que o Brasil só quer consenso mas o Lula entrou no jogo do Fla-Flu quando ele fica falando de rico contra pobre e começa a falar que os petistas estão sendo tratados como judeus, não?
R. Mantenho o que disse antes. Qualquer radicalização é ruim, inclusive a dele. A gente fez uma pesquisa no Data assim: o que você acha de um político que fala mal do outro? As respostas eram: Ele está querendo esclarecer alguém disso? Pouquíssimo. Ele está querendo o lugar do outro político? 80%. É como se tivesse um vício de origem na informação. Quando a crítica de um político para outro político acontece, você pode até desgastar o seu adversário, mas você não ganha nada. Pelo contrário. A sua rejeição aumenta.
P. Com qual liderança há vínculo emocional por parte do povo?
R. O único político com real lastro emocional com a população é o Luiz Inácio Lula da Silva.
P. Nem Aécio?
R. O Aécio tem para parte do eleitorado dele uma alternativa de mudança. Muito mais inflacionado pelo antipetismo do que uma identificação com ele. A pessoa que gera identificação ainda é o Lula. As Pessoas perguntam, “Mas Renato, nas últimas pesquisas o Lula tinha 30% do voto ele sempre ganhou disparado”, eu falei: Sem dar nenhuma entrevista em quase um ano, sem aparecer tomando porrada todo dia, ele ainda tem 30% dos votos. Então vamos achar outra perspectiva disso. E por que as pessoas não gostam do Lula com essas comparações que apareceram na imprensa? Porque esse é o Lula raivoso e o que eles sentem saudade é do Lula paz e amor, é do Lula que passa a mão na cabeça e falar, vamos vencer, vai na minha, eu sei o que você está passando. Eu sei o que é passar fome, eu sei o que é dar o que seu filho está pedindo. É desse Lula que as pessoas têm saudade.
P. O que o brasileiro médio pensa do Eduardo Cunha?
R. Não sabe quem é. Eles acham que é mais um político nessa confusão de políticos. Que ora ele faz alguma coisa que as pessoas defendem, a maioria da população defende, como a redução da maioridade penal, ora faz alguma coisa que eles não sabem direito o que significa..
P. E o Congresso como é que é visto?
R. É tudo igual. A sensação que começou em 2013 e que a classe política não foi capaz de mudar, é a percepção de que político é tudo igual. Isso é tão sério, porque isso gera um vício de origem na critica política. Por que o tema corrupção hoje é mais importante do que foi na eleição? Ninguém fez essa pergunta né? Porque o tema da corrupção sai de um debate da sociedade civil, da opinião pública e da imprensa. Na eleição saía de outros candidatos. Quem são os outros candidatos? São políticos e se é político, é ladrão. Na opinião pública.
P. Você está mais para pessimista, realista ou otimista com o país?
R. Com o Brasil, otimista. Porque o povo é foda, transforma limão em limonada, não vai parar de comer o churrasco no domingo, querem sonhar. Ele sabe que esta não é a primeira nem a segunda crise que vai passar. Temos hoje uma população mais empoderada, mais escolarizada, que sabe seus direitos de cidadão, de consumidor. Escolaridade maior, sonha em ter o filho da universidade. Vai ser com dor, sofrimento, não vai ser fácil, mas o povo brasileiro é foda...

Família americana viaja 2.300 km para recuperar cão perdido há 9 anos Boozer, da raça boxer, fugiu durante mudança dos donos. Abrigo descobriu origem do animal ao escanear microchip.

Cão Boozer reencontra donos após 9 anos (Foto: Reprodução / 9News)Cão Boozer reencontra donos após 9 anos (Foto: Reprodução / 9News)
Uma família do estado americano do Alabama percorreu mais de 2.300 km até o Colorado para recuperar um cão perdido 9 anos antes. Boozer, que atualmente tem 10 anos de idade, se perdeu quando a família se mudou do Tennessee para o Alabama.
O cão, da raça boxer, estava com um homem, que decidiu se mudar para outro estado, e decidiu doar Boozer a um abrigo na cidade de Golden, já que não poderia continuar tomando conta do animal.
O abrigo escaneo o microchip de Boozer, e descobriu que ele havia sido registrado por Lloyd Goldston, do Alabama. O antigo dono afirmou que a família mantinha um álbum de fotografias de Boozer. "Nós nunca o esquecemos", disse.
Goldston and seus dois filhos viajaram por 18 horas até o abrigo. Lá, o dono não conteve as lágrimas ao reencontrar o cão perdido. "Olá Boozer, bem vindo de volta, amigão", disse o antigo dono, enquanto abraçava o cão. Assista ao reencontro de Boozer com a família Goldston.
Cão Boozer reencontra donos após 9 anos (Foto: Reprodução / 9News)Cão Boozer reencontra donos após 9 anos (Foto: Reprodução / 9News)

Dilma aguarda nova lista de Janot para iniciar reforma ministerial

Apesar da pressão que deve ser reforçada hoje na reunião de coordenação política, a presidente Dilma Rousseff quer aguardar a nova lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, desta vez com os políticos denunciados da Operação Lava Jato, para deflagrar uma reforma ministerial.

Dilma tem sido cobrada por aliados petistas e até pelo ex-presidente Lula a refazer o desenho da Esplanada dos Ministérios e com isso recuperar apoio da base aliada no Congresso. 

A presidente, contudo, quer ter um quadro mais claro das investigações sobre a corrupção na Petrobras para evitar nomeações de políticos envolvidos no esquema.

No final do ano passado, Dilma já havia feito isso quando deixou para a última hora o anúncio da equipe ministerial do novo governo e mesmo assim só anunciou Henrique Eduardo Alves para o Turismo depois que ele foi excluído da lista de investigados de Janot.

Já outro aliado, o ex-ministro Aguinaldo Ribeiro, do PP, ficou de fora do ministério, porque seu nome foi incluído nos inquéritos da Lava Jato.

A divulgação da lista é aguardada para este mês de agosto.

Após derrota na Câmara, Dilma irá se reunir com líderes da base aliada Estratégia foi definida em reunião no Alvorada neste domingo (9). Objetivo é tentar recompor a base e evitar mais votações desfavoráveis.

Edinho Silva na saída da reunião deste domingo no Palácio da Alvorada (Foto: Fernanda Calgaro/G1)Edinho Silva na saída da reunião deste
domingo (Foto: Fernanda Calgaro/G1)
Após sofrer derrotas na Câmara, a presidente Dilma Rousseff irá se reunir ao longo da semana com líderes dos partidos da base aliada, informou na noite deste domingo (9) o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, depois de participar de uma reunião da coordenação política do governo no Palácio da Alvorada. De acordo com Silva, a estratégia tem como objetivo recompor a base governista no Congresso e evitar mais votações desfavoráveis na Câmara e no Senado.
Além da presidente, participaram da reunião, que durou quase três horas, 13 ministros, o vice-presidente, Michel Temer, e líderes do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), e no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE).
O ministro reconheceu que o Palácio do Planalto enfrenta dificuldades com os integrantes da base, mas disse que o governo está confiante em reverter o cenário desfavorável dialogando com os partidos."Na semana, ela vai receber todos os partidos que compõem a base, inclusive o PTB e o PDT. A iniciativa foi da presidente, que quer dialogar com todos os partidos”, afirmou Silva. Os novos encontros devem ser separados.

Na semana passada, o Executivo viu o PDT e o PTB desembarcarem da base ao anunciarem que passarão a votar de forma “independente” do governo.
Também na semana passada, na volta do recesso parlamentar, a presidente viu a Câmara aprovar a primeira "pauta-bomba", como são chamados os projetos com impacto nos cofres públicos.
Apesar do compromisso dos líderes da base em adiar a votação, os deputados, inclusive com ajuda de parlamentares de siglas governistas, aprovaram o texto principal de uma proposta que vincula os salários da Advocacia-Geral da União a 90,25% dos subsídios dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje em R$ 33,7 mil.
O Ministério do Planejamento calcula um impacto de R$ 2,4 bilhões por ano nas contas públicas, o que contraria o esforço de economia do Executivo para reequilibrar as contas públicas.

Michel Temer
Edinho Silva afirmou que, na reunião deste domingo, o vice-presidente, Michel Temer, que acumula a função de articular político, recebeu o apoio dos ministros para continuar no cargo. Na quinta-feira (6), ele havia colocado o cargo à disposição após ter feito um apelo para tentar unificar a base, o que gerlou mal-estar no Palácio do Planalto.

O ministro também cobrou responsabilidade do Legislativo nas votações e afirmou que os interesses do povo brasileiro devem ser colocados em primeiro plano, acima de interesses "político-partidários".

Falou ainda que a reunião não tratou de reforma ministerial ou redução no número de pastas. Sobre as manifestações previstas para o próximo domingo (16), afirmou que o governo as vê com "naturalidade".
Encontro
Os ministros presentes na reunião deste domingo foram: Edinho Silva (Comunicação Social), José Eduardo Cardozo (Justiça), Aloizio Mercadante (Casa Civil), Joaquim Levy (Fazenda), Eliseu Padilha (Aviação Civil), Gilberto Kassab (Cidades), Jaques Wagner (Defesa), Nelson Barbosa (Planejamento), Ricardo Berzoini (Comunicações), Antônio Carlos Rodrigues (Transportes), Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia) e Eduardo Braga (Minas e Energia), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) e Edinho Silva (Comunicação Social).

Reunião antecipada
Normalmente, a reunião da coordenação política ocorre às segundas-feiras, mas foi antecipadaporque, nesta segunda-feira (10), a presidente tem compromisso em São Luís (MA), onde entregará unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida e participará da inauguração do Terminal de Grãos do Maranhão, no Porto de Itaqui.

Deltan ao ingressar no MPF com 22 anos se tornou o segundo procurador mais jovem a ser admitido no órgão.

Heróis Nacionais. Deltan Dallagnol, Procurador da República.
No currículo, mais de 200 horas de cursos sobre lavagem de dinheiro, corrupção, evasão de divisas, técnicas de denúncia, dentre outros.





Pretendo dedicar um tempo “validando” diversos heróis nacionais, além do Sergio Moro que já virou herói nacional, mas não é o único.
Começarei com Deltan Dallagnol, coordenador da força tarefa, sem o qual Sergio Moro estaria trabalhando sozinho.

Pela primeira vez vemos a força de uma equipe, bem coordenada e bem preparada, como exige qualquer ação administrativa.
Deltan Dallagnol tem 34 anos e é especialista em apurar crimes financeiros.
Procurador da República desde 2002, é formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e fez mestrado na escola de Direito de Harvard Law School.
Compare isto com o curso de guerrilha que Dirceu fez em Cuba, o mestrado da Dilma em Economia jamais concluído, e o curso colegial que Lula nunca quis completar. Nenhum dos três aprendeu a sequer falar inglês.
Deltan escreve e se comunica em inglês impecavelmente.
Com este diploma ele poderia ter ganho fortunas em qualquer escritório de advocacia americano, mas preferiu servir nosso país.
Dilma quebrou como lojista, Dirceu só conseguiu emprego de bibliotecário, e Lula de sindicalista.
Deltan ao ingressar no MPF com 22 anos se tornou o segundo procurador mais jovem a ser admitido no órgão.
No mesmo ano foi aprovado em segundo lugar em concurso para juiz substituto no Paraná, e em primeiro lugar em concurso para promotor de Justiça.
Dirceu, Dilma e Lula não têm nada parecido nos seus currículos. Dilma desistiu de entregar sua tese de Economia, não por falta de tempo porque tempo ela tinha.
No currículo, mais de 200 horas de cursos sobre lavagem de dinheiro, corrupção, evasão de divisas, técnicas de denúncia, dentre outros.
No Twitter, ele se refere como um marido e pai apaixonado. https://twitter.com/deltanmd
Posso garantir que Fernanda Dallagnol se orgulha do marido que tem.
Deltan Dallagnol ainda faz questão de colocar no seu Twitter que segue os preceitos éticos cristãos, algo que muitos jamais ousariam fazer.
Se você tem uma conta Twitter mostre seu apoio seguindo-o.
Se você é estudante de advocacia siga-o em https://harvard.academia.edu/DeltanDallagnol/Followers
Fico triste como nossa imprensa “progressista” ignora estes nossos heróis, e confesso que foi difícil garimpar estas informações. Sequer um verbete no Wikipedia este herói brasileiro tem.
Vamos parar de somente noticiar bandidos e passar a valorizar os nossos heróis preparados, abnegados, estudiosos, esforçados e honestos que são.
O que mais eu poderia exigir?
Parabéns Deltan e Fernanda, vocês têm o meu respeito e admiração.

Temer é visto como solução política em eventual saída de Dilma

Vice-presidente Michel Temer ri durante palestra em Brasília. 06/08/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino
Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) - O chamamento do vice-presidente da República, Michel Temer, pela reunificação diante da grave crise no Congresso e sua habilidade política o credenciam para assumir o país num eventual impedimento da presidente Dilma Rousseff, ainda que ele negue tal objetivo.
Temer veio a público na quarta-feira fazer um apelo para que os parlamentares não agravassem a crise econômica e afirmou que alguém teria que trabalhar pela reunificação do país. As federações das indústrias dos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro manifestaram apoio à proposta de união apresentada pelo vice-presidente.
Mas as palavras dele abriram caminho para a interpretação de que Temer estaria fazendo um jogo duplo, articulando em prol do governo e movimentando-se para mostrar ser alternativa confiável de solução num cenário de impedimento de Dilma.
A situação levou Temer a explicar para a chefe a intenção de suas declarações, gerando rumores sobre a saída do vice do posto de articulador, o que foi classificado por ele como boatos infundados.
Pessoas próximas ao peemedebista procuram afastar a intepretação de que Temer estaria fazendo jogo duplo destacando para isso a lealdade do vice.
"Ele é uma pessoa muito leal", disse o analista político Thiago de Aragão, sócio da consultoria Arko Advice e que trabalhou com Temer neste ano. "Não acho que ele disputará a Presidência em 2018, porque antes o governo atual precisa ser resolvido. Após isso, o futuro dele está em aberto", acrescentou.
Mas o futuro do vice-presidente de 74 anos pode ser definido antes do que ele imagina, caso Dilma sofra um impeachment. A petista tem pela frente a análise das contas do ano passado de seu governo pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que pode abrir caminho para um processo de impedimento e catapultar Temer para o comando da República.

“Eu sinceramente acho que ele (Temer) é o único que poderia vir a ter (as condições para solucionar a crise)... Se ele não tem, ninguém mais tem", disse o cientista político Carlos Melo, do Insper.