terça-feira, 7 de julho de 2015

Sindicatos de trabalhadores de montadoras divergem sobre plano Governo lança programa pró emprego que permite reduzir jornada e salário. Entidades de duas regiões onde houve demissões se dizem favoráveis.

O plano que permite que empresas com dificuldades financeiras temporárias reduzam a jornada de trabalho dos funcionários, anunciado nesta segunda-feira (6) pelo governo federal, é visto de forma divergente por sindicatos que representam trabalhadores de montadoras, setor que enfrenta forte crise e deverá ser autorizado a aderir à medida.
Outros 6, incluindo o que representa trabalhadores da Fiat, líder em vendas no país, em Betim (MG), e o de São Caetano do Sul (SP), onde a General Motors também demitiu, criticam a proposta de reduzir salários para garantir empregos. Para eles, a medida dificilmente seria aprovada em assembleias com os trabalhadores.Disseram apoiar a medida dois sindicatos de regiões onde houve demissões neste ano – o do ABC, que negocia pelos trabalhadores deMercedes-Benz, Ford e Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP), e o de Taubaté (SP), que tem fábricas da Ford e da Volkswagen.
Volkswagen corta 800 funcionários de fábrica em São Bernardo do Campo (Foto: Divulgação)Fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do
Campo (SP) (Foto: Divulgação)
Como funciona
Apoiado pela associação das montadoras, aAnfavea, o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) propõe diminuir em até 30% as horas de trabalho, com redução proporcional do salário pago pelo empregador. Estima-se que, com isso, serão preservados 50 mil  empregos com salário médio de R$ 2,2 mil.
A medida é tida como alternativa aos lay-offs, que são a suspensão temporária de contrato, por até 5 meses, quando o trabalhador faz cursos de qualificação, recebe seguro-desemprego do governo e, em alguns casos, tem uma compensação financeira complementar das empresas, mas perde o vínculo empregatício pelo período.
O governo ainda vai anunciar quais setores poderão aderir ao plano. Além disso, as empresas interessadas deverão fechar acordo coletivo específico, ou seja, ter a aprovação dos trabalhadores. O período de validade para a utilização do programa não poderá ultrapassar 1 ano.
[O plano] vem em boa hora"
Rafael Marques,
do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
ABC paulista
Para o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que representa trabalhadores da Mercedes-Benz, Ford e Volkswagen, entre outros, em São Bernardo do Campo (SP), o programa é bem-vindo.
Na cidade, a Mercedes demitiu 660 trabalhadores neste ano e diz ainda ter 2 mil de excedente. A Volkswagen anunciou o corte de 800, no início de 2015, voltou atrás, após a greve dos trabalhadores, mas continua realizando lay-offs.
"[O plano] vem em boa hora. É necessário dizer que, quando reivindicamos o programa – isso foi em 2012, portanto com pleno emprego –, a visão nossa era criar um programa que, em olhando no futuro, em episódio de crise, pudéssemos utilizá-lo como mais um mecanismo da legislação trabalhista, que nos dê condições de vencer momentos de dificuldade, especialmente com a globalização”, afirmou o presidente, Rafael Marques, que participou da cerimônia de anúncio do plano, em Brasília.
O sindicato, no entanto, sofreu recentemente a rejeição pelos trabalhadores da Mercedes de uma proposta negociada com a montadora que previa redução de jornada e de salários, assim como o plano do governo, em troca de estabilidade.
Estabilidade sem dinheiro no bolso não adianta nada"
Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, do Sindicato dos Metalúrgicos de S. Caetano do Sul
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, também no ABC paulista, será difícil o programa do governo funcionar se os trabalhadores tiverem de abrir mão de algo.
"Estabilidade sem dinheiro no bolso não adianta nada. Veja o caso da Mercedes", citou Aparecido Inácio da Silva, o Cidão.
Ele também tenta negociar, junto à General Motors, dona da marca Chevrolet, o futuro de 819 funcionários cujo lay-off termina na próxima sexta-feira (10). "Teve reunião hoje, e não foi possível garantir a manutenção de todo mundo", afirmou, nesta segunda.
Ainda em São Caetano, a GM cortou 150 funcionários em maio e mantém outro lay-off, com 620 trabalhadores, que terminará em outubro, de acordo com o sindicato.
Fábrica da Ford Taubaté (Foto: Divulgação/Ford)Fábrica da Ford, em Taubaté (Foto: Divulgação/Ford)
Vale do Paraíba
O sindicato de Taubaté, onde há fábricas da Volkswagen e da Ford, disse apoiar o plano. Em março, a Ford demitiu 140 operários que voltavam de lay-off. Na planta da Volkswagen na cidade, há 370 em dois grupos com contratos suspensos temporariamente.
O sindicato de São José dos Campos (SP), que representa trabalhadores das fábricas de General Motors e da Chery, é contra a medida. "Não se trata de um plano de proteção, mas de precariedade do emprego. Esta redução contraria a legislação trabalhista e infelizmente teve apoio da CUT [Central Única dos Trabalhadores], mas, quando for apresentada em assembleia, será rejeitada pelos trabalhadores”, criticou o diretor Luiz Carlos Prates, o Mancha.
"É uma medida temporária, para reduzir os salários, o que não garante a manutenção dos empregos. Esta manutenção dos empregos é fruto da resistência dos sindicatos", completou. A GM tem 798 funcionários com contratos suspensos em São José, onde a montadora e o sindicato travam uma queda de braço há alguns anos. Com o fechamento da linha de automóveis, a produção local foi reduzida aos modelos S10 e Trailblazer.
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Linha de produção da Honda, em Sumaré, SP  (Foto: Caio Mattos/Divulgação Honda)Linha de produção da Honda, em Sumaré
(Foto: Caio Mattos/Divulgação Honda)
Campinas
O presidente do Sindicato de Metalúrgicos de Campinas e Região, Sidalino Orsi Junior, também condenou a iniciativa do governo. Na região estão instaladas fábrica da Toyota (Indaiatuba) e da Honda (Sumaré), marcas que, na contramão do setor, estão crescendo nas vendas e não realizaram lay-off nem férias coletivas neste ano.
“Nós não vamos submeter esse tipo de assunto a nenhuma assembleia. Não vamos negociar redução de salário em troca de uma falsa estabilidade", afirmou.
"O governo já injetou milhões nas montadoras, tirou imposto para reduzir custos das empresas, desonerou a folha de pagamento e, agora, quando o setor está em crise, querem que o trabalhador pague a conta? Não vamos aceitar isso de jeito nenhum."
Não tem como reduzir o salário. Estamos atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia "
João Alves,
do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, MG
Metalúrgicos da Fiat
O plano também foi criticado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Betim (MG), representante dos operários da Fiat, que  suspendeu a produção por 10 dias em maio, diante da baixa nas vendas.
"Nós somos contrários a este tipo de contrato. Temos o quinto pior salário dos metalúrgicos do país e somos o segundo maior estado industrializado do Brasil", disse o presidente João Alves. "O salário é muito baixo. A categoria não resistiria a uma redução da carga horária, mesmo com o FAT [Fundo de Amparo ao Trabalhador]", explicou.
O FAT será usado pelo governo para compensar parcialmente a diferença do salário: 50% da perda, desde o montante não passe de R$ 900,84, correspondente a 65% do valor do maior benefício do seguro-desemprego, hoje em R$ 1.385,91.
Fábrica da Fiat, em Betim, Minas Gerais (Foto: Divulgação)Fábrica da Fiat, em Betim (MG) (Foto: Divulgação)
Segundo João Alves, a média salarial dos metalúrgicos na Região Metropolitana de Belo Horizonte é de R$ 1,7 mil. "Não tem como reduzir o salário. Estamos atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. Os trabalhadores não vão resistir", afirmou.
Outros estados
"Aqui no estado, ainda não foi discutida essa medida. No Paraná, somos contra qualquer medida que venha a reduzir o salário. Queremos medidas que garantam o emprego e a qualidade de vida dos trabalhadores", afirmou Nelson Silva de Souza, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, que representa empregados da Volkswagen, Volvo, Renault e Nissan.
"Vamos fazer uma reunião na terça-feira (7) para avaliar a medida. Essa conversa começou há dois meses e parece que agora está se concretizando. A princípio, acredito que essa mudança não vai ser muito significativa", opinou Bartolomeu Citeli, diretor de comunicação do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, de Volta Redonda, que representam os funcionários de Peugeot Citroën, Nissan e MAN – as duas últimas têm trabalhadores em lay-off atualmente.
"Mexe com muita coisa, como os benefícios e precisamos estar atentos para que não represente vantagem apenas para os empregadores", completou.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (RS), Valcir Ascari, criticou o plano. Segundo ele, a medida prejudica os trabalhadores da General Motors na cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre, que, com o desconto, terão dificuldades financeiras.
"Esse governo é tão incompetente que nesse momento prejudica o trabalhador para pagar a própria incompetência na economia, por não fazer o que deveria ter feito. Vejo isso com profunda tristeza. Querem nos pagar [50% da perda] com o FAT [Fundo de Amparo ao Trabalhador], mas o FAT já é nosso, é dos trabalhadores, não do governo. Entendo isso como um paliativo. O governo precisa começar a reduzir os gastos públicos", afirmou.
Segundo Ascari, os trabalhadores da GM em Gravataí acertaram com a montadora que ficarão em casa durante o período de dificuldades financeiras da empresa, mas sem ter os salários descontados. Após a situação melhorar, eles voltarão a trabalhar e pagam os dias que ficaram parados trabalhando aos sábados. O sindicalista acredita que esta solução é mais vantajosa para os metalúrgicos que a medida proposta pelo Planalto.
O Sindicado dos Metalúrgicos de Catalão (GO), onde fica a fábrica da Mitsubishi, e o Sindicato dos Metalúrgicos de Araquari e São Francisco do Sul, região da fábrica da BMW, ainda não têm um posicionamento.

Novas regras para reduzir cesáreas nos planos de saúde entram em vigor

Propostas da ANS e Ministério da Saúde têm como objetivo diminuir cesáreas desnecessárias (Foto: ALBANE NOOR / BSIP)Resolução da ANS têm como objetivo diminuir cesáreas desnecessárias (Foto: ALBANE NOOR / BSIP)
Entrou em vigor nesta segunda-feira (6) a nova regra da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para estimular o parto normal nos planos de saúde. A Resolução Normativa nº 368 prevê, entre outras coisas, que a gestante tenha o direito de saber a porcentagem de partos normais e cesarianas de seu plano de saúde, de seu hospital e de seu médico.

Veja abaixo 6 perguntas sobre os motivos e o funcionamento dessa resolução:
O que muda para a gestante com plano de saúde?Qual é o objetivo da Resolução Normativa nº 368?
O objetivo das novas regras é diminuir a porcentagem de cesáreas desnecessárias e aumentar a de partos normais nos planos de saúde. Em 2013, do total de 541.476 partos pagos por planos de saúde, 84,5% foram cesáreas, segundo informações divulgadas pela ANS. No SUS, segundo o Ministério da Saúde, esse índice é menor que 40%.
A partir de agora, a gestante tem o direito de pedir a seu plano de saúde a informação sobre qual é o índice de cesáreas e partos normais de seu plano, de sua maternidade e de seu médico. A ideia é que, com essas informações, ela possa tomar decisões mais conscientes sobre seu parto. 
Ela também deve receber o Cartão da Gestante, documento que traz os principais dados de acompanhamento da gestação. O cartão deve ficar em posse da gestante e ela pode apresentá-lo nos estabelecimentos de saúde em que for atendida para que os profissionais que tiverem contato com ela possam se informar sobre o andamento de sua gravidez.
Faz parte do Cartão da Gestante a Carta de Informação à Gestante, documento que dá informações básicas sobre pré-natal, gestação e direitos das gestantes, como o de ter um acompanhante de sua escolha durante o parto.
O que muda para médicos e hospitais?
Além da obrigatoriedade de fornecer o Cartão da Gestante, médicos também passam a ter de preencher o partograma. Trata-se de um documento que detalha o andamento do trabalho de parto. Se for necessário fazer uma cesárea ou recorrer a outras intervenções durante o parto, esse documento deve dizer por que esses procedimentos foram necessários.
Segundo César Eduardo Fernandes, diretor-científico da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), tanto o cartão da gestante quanto o partograma são ações que já vinham sendo feitas mesmo antes da resolução da ANS. O que muda é que, agora, a operadora só vai pagar o médico pelo procedimento quando ele apresentar o partograma ou um relatório médico, quando não for possível fazer o partograma.
Os médicos veem com ressalva a divulgação das taxas de parto de cada profissional. "Isso é uma medida discriminatória", diz Fernandes. Em nota, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) afirma que pode haver obstetras que tenham índices altos de cesáreas porque são especializados em partos de alto risco, por exemplo. Por isso, a entidade pede que as gestantes avaliem essas informações junto às operadoras de saúde.
E quando a mulher optar por cesárea, mesmo tendo condições de fazer parto normal, os planos de saúde cobrirão o procedimento?
Sim, a gestante pode optar pela cesariana agendada mesmo tendo condições de fazer o parto normal. O plano de saúde deve cobrir o procedimento. O que muda é que a gestante deve assinar um "Termo de Consentimento Livre e Esclarecido", em que declara que está ciente dos riscos associados à cesárea. Esse termo deve ser anexado ao relatório médico sobre o parto que será entregue à operadora de saúde no lugar do partograma.
Como o texto da resolução cita a obrigatoriedade do partograma – que só é possível fazer a partir do momento em que a mulher entra em trabalho de parto – alguns médicos interpretaram que a resolução impedia que a grávida optasse pela cesárea, segundo Etelvino Trindade, presidente da Febrasgo. Detalhamentos da resolução publicados no site da ANS, porém, deixam claro que a mulher pode optar pela cesariana.
Parto (Foto: Reprodução/TV Globo)Parto cesariano (Foto: Reprodução/TV Globo)
Por que o número de cesáreas é tão alto no Brasil?
Segundo Fernandes, os altos índices de cesarianas nos planos de saúde envolvem vários fatores, entre eles maternidades com estruturas voltadas para o parto cesáreo, comodidade no agendamento do parto e remuneração baixa dos médicos para o parto normal.
Além de equipar maternidades para a realização de partos normais, ele considera importante haver campanhas educativas para a população sobre os benefícios do parto normal, fazer treinamentos com os obstetras e criar um programa de incentivo com remuneração melhor para parto normal.
A nova resolução não prevê que os hospitais criem estruturas adequadas para a realização desse procedimento. “Menos de 20% das salas de parto das maternidades estão preparadas para fazer parto normal”, diz Fernandes.
“A ação que realmente pode ser definidora de uma mudança de cultura é a ambientação do parto. Se a mulher entender que ela será bem atendida no hospital, que tem uma equipe que vai entendê-la, que ela conhece e reconhece, isso vai permitir que ela se sinta confortável para escolher o tipo de parto”, diz Trindade, da Febrasgo.
Entre as mães que já passam pela experiência de fazer parto normal pelo plano de saúde, também há relatos sobre a falta de adequação das maternidades ao procedimento. É o caso de Simone Queiroz Bueno Peffer, de 27 anos. Grávida do segundo filho, desta vez ela optou por um parto domiciliar para não ter de repetir a experiência ruim do primeiro parto, que fez em uma maternidade particular pelo plano de saúde.
O médico que faria seu parto demorou para chegar ao hospital e, enquanto isso, ela se sentiu pressionada pela equipe médica da maternidade para a realização de intervenções que não estavam previstas em seu plano de parto. “Meu marido teve que ficar brigando para que nossas exigências fossem atendidas. Gera uma tensão. Nosso médico ficou preso em um trânsito terrível e ficamos duas horas com a equipe de plantonistas. Foi um terror.”
Qual seria a porcentagem ideal de partos normais?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal seria que apenas 15% dos partos fossem cesáreas. Médicos dizem, porém, que esse índice não é praticado nem em países com sistemas de saúde considerados como modelo, como a Inglaterra. Lá, o índice é de 22%. “Locais onde menos de 15% dos partos são cesáreos têm também maior morbidade materno-fetal”, diz Trindade.
Bebê em maternidade (Foto: Reprodução/TV Globo)Bebê em maternidade (Foto: Reprodução/TV Globo)

segunda-feira, 6 de julho de 2015

'Nem conto o que se passou comigo em 11 anos', diz Barbosa em mensagem de apoio a Maju

Por Fausto Macedo e Julia Affonso
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa usou o Twitter no domingo, 5, para mandar duas mensagens de apoio à jornalista Maria Júlia Coutinho, a Maju, do Jornal Nacional, da TV Globo. Ela foi alvo de comentários racistas na noite de quinta-feira, 2, na página oficial do telejornal, no Facebook. Internautas escreveram posts pejorativos sobre a cor da pele da repórter em uma publicação que continha a foto dela com a previsão do tempo para o dia seguinte. 
"Pois é, Maju. Aqui é assim. O pior é que boa parte dessa gente ainda se acha relevante, tem veleidades de ser vista como pessoas civilizadas", disse Barbosa no primeiro post.
Publicações em defesa de Maju logo surgiram após as críticas. Na tarde de sexta-feira, 3,, um usuário do Twitter postou uma crítica ofensiva à jornalista, que foi rebatida por ela. "Beijinho no ombro", respondeu Maju.
"Adorei tua resposta, Maju. Nem te conto o que se passou comigo nos 11 anos em que ocupei posição de alta responsabilidade e visibilidade...", afirmou o ex-presidente do STF.
Joaquim Barbosa ficou onze anos no Supremo, entre 2003 e 2014. Ele presidiu a Corte máxima no julgamento do Mensalão, a histórica Ação Penal 470 que levou para a cadeia quadros importantes do PT, inclusive o ex-ministro-chefe José Dirceu (Casa Civil no goverro Lula). Barbosa não entrou em detalhes, porém, sobre o que ele viveu naqueles onze anos na Corte máxima.
Na sexta-feira, o Ministério Público do Estado (MPE) do Rio informou que instaurou um procedimento investigatório criminal para apurar os comentários racistas contra Maju. Em nota, a TV Globo informou que as mensagens racistas contra Maju haviam sido retiradas da página do Facebook do Jornal Nacional.
O âncora do Jornal Nacional William Bonner, a apresentadora Renata Vasconcellos e a equipe do telejornal fizeram um vídeo em resposta aos comentários preconceituosos. Sem citar a polêmica, Bonner falou: "A gente queria dar um recado para vocês. E o recado é esse aqui, ó: 'somos todos Maju'". A hashtag "SomosTodosMajuCoutinho" ficou em primeiro lugar nos Trend Topics do Twitter.

MP denuncia mais 2 suspeitos cinco anos após morte de Eliza Samudio Promotoria ofereceu denúncia contra policial aposentado e outro da ativa. Goleiro Bruno e mais cinco já foram condenados por envolvimento no caso.

José Lauriano de Assis Filho (Foto: Reprodução / TV Globo / Fantástico)José Lauriano de Assis Filho
(Foto: Reprodução / TV Globo / Fantástico)
Cinco anos depois da morte de Eliza Samudio, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou mais duas pessoas por envolvimento no assassinato da jovem. O goleiro Bruno Fernandes e mais cinco pessoas foram condenadas por participação no caso.

A Promotoria ofereceu denuncia contra o policial aposentado José Lauriano de Assis Filho, conhecido como Zezé, e o policial da ativa Gilson Costa.

Segundo consta na denúncia assinada pelo promotor Daniel Saliba de Freitas, Zezé poderá responder por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho, ocultação de cadáver, corrupção de menor majorada, corrupção de menores, além de uso de violência ou grave ameaça. Já Gilson Costa foi denunciado apenas por este último crime.
Gilson Costa (Foto: Reprodução / TV Globo / Fantástico)Gilson Costa (Foto: Reprodução / TV Globo / Fantástico)
De acordo com a denúncia, no dia 4 de junho de 2010, Zezé sequestrou Eliza Samúdio e o filho dela, então com quatro meses,  com a ajuda do primo de Bruno, Jorge Luiz Lisboa Rosa. Ainda segundo o MP, a ação foi acertada com o goleiro e Luiz Henrique Romão, o Macarrão.
Zezé também teria ajudado a manter Eliza e o bebê em cárcere privado até o dia 10 de junho quando a vítima foi assassinada. O denunciado ainda teria participado da morte dela ao lado do já condenado Marcos Aparecido de Souza, o Bola.
O MP sustenta que Zezé corrompeu o então adolescente Jorge Luiz Lisboa Rosa a ajudá-lo a ocultar o cadáver de Eliza.
Ainda segundo a denúncia, com medo de também ser incriminado, Zezé pediu ajuda a Gilson. O policial teria dito a Jaílson que ele tinha três opções: mudar o depoimento, fugir ou ter a esposa assassinada. A testemunha chegou a escapar da penitenciária, sendo recapturado posteriormente, vindo a relatar a coação sofrida, de acordo com o MP.No dia 16 de julho de 2011, Zezé e Gilson Costa teriam ameaçado a testemunha Jaílson Alves de Oliveira dentro da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Belo Horizonte. Ele havia sido companheiro de cela de Bola na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.Por causa disso, Jaílson ficou sabendo de detalhes da morte de Eliza.
O caso
Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.

Condenados
Bruno Fernandes foi condenado a 22 anos e 3 meses pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio e também pelo sequestro e cárcere privado do filho, Bruninho. A pena é de 17 anos e 6 meses em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), a outros 3 anos e 3 meses em regime aberto por sequestro e cárcere privado e ainda a mais 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver. A pena foi aumentada porque o goleiro foi considerado o mandante do crime, e reduzida pela confissão do jogador.

Já Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi condenado a 22 anos de prisão pela morte de Eliza Samudio e pela ocultação do cadáver da ex-amante do goleiro Bruno. A pena, determinou 19 anos de prisão em regime fechado pelo homicídio e mais três anos de prisão em regime aberto pela ocultação do cadáver.

Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, foi condenado a 15 anos de prisão - pena mínima por homicídio qualificado em razão de sua confissão. Conforme a sentença da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, Macarrão foi condenado a 12 anos em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima) e mais três anos em regime aberto por sequestro e cárcere privado. Ele foi absolvido da acusação de ocultação de cadáver.

Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do goleiro, foi condenada a 5 anos de prisão pelos crimes de sequestro e cárcere privado, de Eliza Samudio e de seu filho, Bruninho, condenada à pena de 2 anos e 3 anos respectivamente, ambas em regime aberto.

Elenilson da Silva e Wemerson Marques – o Coxinha – foram considerados culpados pelo sequestro e cárcere privado do filho da ex-amante do goleiro. O primeiro foi condenado a 3 anos em regime aberto e o outro, a dois anos e meio também em regime aberto.

Cai a ficha, e Dilma vê a crise

Focada nas pedaladas matinais que têm feito muito bem à sua saúde, Dilma parecia não enxergar que  os problemas políticos se acumulavam.
No último domingo, contudo, depois de uma barulhenta convenção do PSDB, ela viu a necessidade de se movimentar: determinou a ministros que fizessem a defesa do governo e convocou duas reuniões para esta segunda feira. A primeira da chamada articulação política e no começo da noite do conselho político, que reúne os presidentes dos partidos aliados.
O primeiro sinal veio depois da viagem aos Estados Unidos, que integrantes do governo consideraram um sucesso (ela recebeu seguidos elogios de Barack Obama e do vice Joe Biden), mas tudo acabou ofuscado pelos problemas internos.
Durante a viagem, Dilma insistiu em falar de problemas internos, como comentar trechos da delação premiada do empresário Ricardo Pessoa, alvo de investigações na Operação Lava Jato. O que poderia ganhar com a viagem, Dilma perdeu ao não se desligar dos problemas internos.
Nesse ambiente, o governo começou a ver sua base parlamentar se esfarelar no Congresso. Perdeu duas votações importantes  o fim do fator previdenciário e o reajuste do Judiciário.
Ao mesmo tempo, na Câmara, foi aprovada emenda que reduz a maioridade penal. Embora não seja assunto de governo, Dilma citou a proposta como uma vitória (que durou menos de 24 horas, quando a primeira proposta foi rejeitada na Câmara). Na segunda, a derrota mostrou a fragilidade da base, ou falta de capacidade de iniciativa.
 
Na reação organizada para esta segunda-feira, Dilma obteve bom resultado: o vice Michel Temer  que na semana passada não quis comentar a sugestão de Eduardo Cunha para que se afastasse da articulação política (ele disse que continuará trabalhando para articular a base do governo) – e vários líderes de partidos aliados deixaram de lado o silêncio e saíram em defesa do governo. 
 
Ponto para Dilma. Afinal, outros dois problemas não dependem de um movimento tão rápido. São eles, a crise econômica que está levando o Brasil ao crescimento negativo, e a popularidade de um dígito, que assusta qualquer governante.

Polícia derrete mais de 3 mil armas apreendidas em Los Angeles Metal será reaproveitado na construção de pontes e estradas. Em 22 anos, mais de 180 mil armas já foram destruídas.

Um policial joga armas em uma grande pilha antes delas serem derretidas em uma usina siderúrgica de Rancho Cucamonga, na Califórnia. Cerca de 3400 armas confiscadas foram derretidas e o seu metal será utilizado na construção de estradas e pontes (Foto: Nick Ut/AP)Um policial joga armas em uma grande pilha antes de elas serem derretidas em uma usina siderúrgica de Rancho Cucamonga, em Los Angeles, na segunda (6) (Foto: Nick Ut/AP)
Quase 3.400 armas foram derretidas em Los Angeles na manhã de segunda-feira (6), em uma ação promovida pelo Departamento de Polícia do Condado de Los Angeles. As armas foram apreendidas pelo departamento e por outras dez agências legais, segundo o xerife Jim McDonnell.

Esta foi a 22ª edição do “Annual Gun Melt”, no qual armas apreendidas são destruídas e o material resultante é transformado em barras de metal que posteriormente são usadas na construção de pontes e estradas.

Os armamentos foram derretidos na usina siderúrgica Gerdau Strett Mill, em Rancho Cucamonga, que há 20 anos cede suas instalações e funcionários para a ação. De acordo com o xerife, nesse período foram destruídas mais de 180 mil armas.

“As armas destruídas jamais serão usadas novamente para cometer um crime, ou para ameaçar, intimidar ou ferir uma vítima inocente”, afimou McDonnell em um release para a imprensa sobre o “Annual Gun Melt” deste ano.

General Santos Cruz