domingo, 5 de julho de 2015

Festa Literária de Paraty debate intolerância O ciclo de discussões pretende mesclar diversos olhares para falar de diversidade, pluralidade e discriminação


Arquivo Pessoal
 
A intolerância sempre existiu e, ao longo da história da civilização, encontrou os mais diferentes focos. Seja religioso, de gênero, de raça ou social, o preconceito moveu a humanidade em direção a seus maiores desastres, por isso nunca é demais reunir uma boa leva de pensadores para refletir sobre o tema. É um pouco com essa perspectiva, e com a certeza de que as diferenças são necessárias e enriquecedoras da experiência humana, que a Casa Libre e a Nuvem de Livros convidaram mais de 30 escritores, intelectuais, poetas e ativistas para uma série de debates sobre a intolerância durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que acontece até amanhã na cidade histórica fluminense.

Dividido em mesas com temas que pensam a intolerância de perspectivas que vão da infância e da cultura afrodescendente até comida, arte, sustentabilidade e ditadura, o ciclo pretende mesclar diversos olhares para falar de diversidade, pluralidade e discriminação. “Cada mesa propõe uma abordagem diferente da intolerância, que é encarada de várias maneira”, avisa o curador, Luis Maffei.

Assim, o argentino Bruno Bimbi, que articulou o movimento pelo casamento entre pessoas do mesmo sexo na Argentina, vai dividir a mesa Ditaduras: da exceção à opressão, com o delegado Orlando Zaccone, cientista social especializado em exclusão, e Marcelo Godoy, autor de A casa da vovó, sobre os crimes praticados pela ditadura. Radicado no Rio de Janeiro e autor do livroCasamento igualitário, Bimbi acha perigosa a palavra tolerância quando se fala de discriminação. “Eu não gosto de usar o conceito de ‘tolerância’ nesse tipo de debates, porque a gente tolera aquilo que nos desagrada, que nos causa rejeição ou repugnância”, explica. O argentino ficou conhecido em seu país pela campanha pela aprovação da lei do casamento igualitário, mas também por ser um crítico contumaz do papa Francisco, que foi duro em relação aos homossexuais na época da aprovação da legislação. “Bom, na época do debate da lei de casamento igualitário, ele disse que o projeto de lei era uma manobra do Demônio para destruir a criação de Deus e convocou os cristãos a uma guerra ‘santa’ contra os direitos dos homossexuais. Eu acho que ele achou que se o casamento gay fosse aprovado pela primeira vez na América Latina no país onde ele era o chefe da igreja, ele perderia a chance de ser papa, que era o que ele queria”, garante Bimbi.
Consciência negra
Em Poesia e produção do pensamento, Maffei e poeta Zé Luis Rinaldi falam do papel dos versos na sociedade e Literatura e consciência negra é tema de bate-papo com a escritora mineira Conceição Evaristo, autora de romances sobre discriminação racial. Para Maffei, a contemporaneidade é multifacetada, mas duas de suas faces são muito claras: “Há o recrudescimento da intolerância em várias faces, com um crescimento preocupante da violência em nome da religião, mas, por outro lado, não se admite mais esse tipo de coisa como normal na dinâmica da sociedade”, Rinaldi aponta que o papel do escritor, quando se trata de intolerância, é pensá-la poeticamente e insistir na beleza. “Porque ela mata e é capaz de aniquilar a beleza e a riqueza humanas. Penso, entretanto, que não se trate apenas de combater`´ a intolerância, não basta apenas mantê-la sob o controle da tolerância. É necessário que o homem se disponha a um relacionamento positivo com a diferença”, diz.

Já o escritor e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) Antonio Torres tem como missão falar da “fabulação do mundo na criação de imagens”, mas ele sabe que não será difícil aproximar esse tema da intolerância. A literatura reflete o mundo e Torres lembra do romance Enigmas da primavera, de João Almino, como uma leitura recente que trata da intolerância. No livro, um jovem brasileiro de origem muçulmana está a meio caminho da radicalização e do fundamentalismo religioso. O próprio Torres abordou a discriminação em Essa terra, no qual um personagem é vítima de violência homofóbica. O acadêmico observa com certo medo a onda de intolerância no Brasil. “O país vive uma onda horrível e de todo lado. É uma coisa que acho que é acirrada pela crise econômica, a crise econômica puxa coisas do arco-da-velha, sentimentos muito arcaicos. A gente assiste aqui a um conflito que a gente não sabe onde vai dar”, lamenta.
 
 
>> Três perguntas para Maria Rita Kehl
 
 
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Qual o desafio de tratar do tema "intolerância" no Brasil?
Tratar do tema não é difícil. Difícil é praticar a tolerância. Não conheço nenhuma receita para isso. Mas gosto de uma frase inscrita em algum lugar da Escola Nacional Florestan Fernandes, do MST: "contra a intolerância dos ricos, a intransigência dos pobres". É diferente ser intransigente de ser intolerante; na intransigência, você admite a diferença que o outro representa; mas, se preciso, vai lutar para impedí-lo de te constranger ou te oprimir. Algum jovem (suponho que seja um jovem) que não conheço escreveu em muros da Vila Madalena: "Odeie seu ódio". Acho essa proposta um bom começo para qualquer projeto de convívio com a diferença. Não conseguimos evitar de sentir muita raiva de algumas atitudes, algumas posições políticas, alguns discursos que nos parecem perniciosos e burros. Mas se conseguirmos não adorar nosso ódio, já conquistamos uma pequena chance de pelo menos conseguir discutir com os defensores dessas posições e discursos. Ou, se isso for impossível, ignorá-los sem agredir. O que me preocupa é que hoje no Brasil existem setores que eu chamaria de "direita enraivecida" que parecem adorar seu ódio. Aí é que mora o perigo.
 
O país vive uma onda de intolerância? O que isso significa? E que contornos tem a intolerância hoje no Brasil?
Sim, posso chamar de "onda de intolerância" o sintoma social brasileiro, hoje. Mas talvez o melhor conceito seria o termo freudiano: "narcisismo das pequenas diferenças". Segundo a proposta que Freud utiliza para entender o antissemitismo na Alemanha dos anos 1930, o ódio social raramente se dirige àqueles que são radicalmente diferentes de mim. O ódio se volta contra os que ameaçam nosso "campo narcísico". Ou seja: os que são diferentes, mas não tanto quanto eu gostaria para conseguir me imaginar especial, superior a eles. Claro que existe a revolta dos muito ricos contra a perda de alguns privilégios, sobretudo com essa crise econômica de agora. Mas será que os muito ricos perdem privilégios? Bem antes disso, eles demitem seus empregados pobres, não é? E existe também a raiva da classe média que de repente tem que conviver com os ex-pobres que agora conseguem se aproximar dos espaços até então interditados a eles. A frase que ouvi uma vez em Congonhas - "esse aeroporto agora parece uma rodoviária" - expressa com muita nitidez esse tipo de intolerância. A família de classe média que considera um privilégio viajar de avião se vê, de repente, naquele espaço "diferenciado", lado a lado com pessoas realmente pobres que conseguiram, de algum jeito, comprar passagens aéreas. Essa proximidade excessiva com quem deveria "conhecer seu lugar" ameaça certezas arcaicas, até então exclusivas das elites, que a classe média a custo alcançou.
 
A palavra tolerância não é, em si, carregada de significados problemáticos
Penso que sim. Tolerar não é amar, não é admirar, não é nem ao menos respeitar, no sentido republicano da palavra. Tolerar é aguentar, a contragosto, a presença ou a opinião alheia. Por isso mesmo, acho a proposta da tolerância algo assim como o degrau mais baixo da cidadania - que ainda assim, nos separa da barbárie. A questão do convívio com o diferente não pode ser relegada ao campo dos afetos, das decisões subjetivas. Este é um campo escorregadio, sobre o qual os próprios sujeitos não têm tanto controle quanto se espera. Para isso existem regras, existem leis, e no limite existe a polícia (se a polícia for justa, o que já é outro problema no caso das polícias brasileiras, herança militarizada da ditadura de 1964-85). Os padrões de convívio cidadão não dependem do sujeito amar o semelhante/ desconhecido com quem ele divide o espaço público. Dependem de ele temer as consequências do desrespeito. Ocorre que o Brasil é um país desigual, em vários aspectos. Tem uma elite acostumada a ser obedecida e desacostumada a negociar até mesmo o espaço da calçada com os que não reconhece como de sua classe. Tem uma classe média que gostaria de poder se comportar como essa elite, e sempre que pode, faz isso. Tem um enorme contingente de pessoas pobres e muito pobres que, se você pensar bem, são respeitosos porque tem medo, ou sentem-se inferiores. E claro, como consequência dessas diferenças abissais entre direitos e deveres de uns e outros, tem um contingente de revoltados violentos - nem todos bandidos, atenção! mas dispostos a enfrentar conflitos com violência.

Crise chega ao mercado do sexo e prostitutas estimam queda de faturamento Profissionais do setor justificam que, em tempo de recessão, esse tipo de lazer é um dos primeiros itens a serem cortados

Carlos Vieira/CB/D.A Press

O frio não afastou das ruas a garota de programa Fernanda*, 25 anos. Há três anos trabalhando como prostituta, ela não pode deixar que o clima a espante dos afazeres diários, principalmente agora, em que o cenário econômico do país não está favorável nem mesmo para as profissionais do sexo. “Convivo com homens de vários mercados. São farmacêuticos, advogados, servidores. Se a crise chegou até eles, é claro que também chegou até nós”, garante. Fernanda, que trabalha em Taguatinga, afirma que começou a sentir os efeitos desde janeiro — segundo ela, o atraso no pagamento dos servidores do Governo do Distrito Federal (GDF) foi o começo de tudo. “Foi um mês horrível, mas ainda ficou pior. Acredito que eu esteja ganhando até 50% menos atualmente”, calcula.

Apesar de a média de programas ser flutuante, ela lembra que, até o ano passado, conseguia tirar cerca de R$ 2,4 mil por semana trabalhando de quarta a domingo. Agora, mesmo batendo ponto de segunda a sábado, só chega a juntar R$ 800. “Nunca fiquei uma noite sem trabalhar, mas está bem difícil. E sinto isso na hora de gastar o que ganhei: antes, com R$ 40, comprava lanches para o meu filho que duravam uma semana. Agora, não gasto menos de R$ 110 para comprar os mesmos produtos.”

Não há números oficiais para definir o quanto as profissionais desse mercado têm sido afetadas pela crise econômica, mas a reclamação é geral: seja daquelas que ficam nas ruas, seja das que atendem em apartamentos do Plano Piloto. “Posso garantir que houve uma queda de 30% a 50% na quantidade de programas. Havia sentido uma diminuição parecida em fevereiro, mas isso é um efeito do carnaval. Essta fase atual começou em junho”, assegura Natália*, 38 anos, há quatro na profissão, que mora no Riacho Fundo I.

Mesmo as que oferecem serviços diferenciados reclamam. Carol*, 23, também faz massagens no Sudoeste, onde atende. Ela diz que cobra entre R$ 80 e R$ 170, mas todos os clientes têm pedido desconto. “Não tenho como diminuir o preço. Se fizer isso, vou ter prejuízo”, reclama.

O DF não tem um grupo específico que reúna as profissionais dessa área. Entretanto, Cida Vieira, presidente da Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig), que conta com mais de 3,5 mil associadas, garante que a crise é real e tem resultado, inclusive, em uma maior movimentação das garotas de programa entre as cidades do Brasil. “Este ano, já conversei com diversas meninas de Brasília e Goiânia que vieram para cá tentando nosso mercado. Pelo menos a média de programas diários tem se mantido”, frisa.

Parcelado no cartão
De acordo com Aparecida Silva, conselheira fiscal da Aprosmig, muitas estão procurando outras formas de conseguir manter os clientes. Depois de oferecer o parcelamento dos programas com cartão de crédito, o desconto tem sido a opção mais comum e viável. Mesmo assim, muitas prostitutas querem mudar de ramo. “Há várias delas pensando em abandonar o serviço para trabalhar como diaristas ou cuidadoras de idosos, porque isso está dando mais retorno.” Para Natália, que trabalhou como garota de programa por três anos na Europa, há um efeito cultural que agrava a situação das prostitutas brasileiras. De acordo com ela, aqui, os homens ainda se sentem na obrigação de serem os provedores da casa, o que faz com o sexo pago seja o primeiro serviço cortado da lista de prioridades. “Lá, o dinheiro que os homens ganham não vai todo para cuidar da casa. Aqui, muitos ainda acham que têm que sustentar tudo e isso muda a nossa realidade”, acredita.

Outros profissionais da indústria do sexo também reclamam da situação econômica atual. Eusébio Ribeirinha, presidente da Associação Brasileira de Motéis (Abmotéis), afirma que, desde o início de 2015, a queda média de faturamento tenha ficado em 20%, principalmente entre os clientes das classes B e C. “A última vez que havíamos sentido algo assim foi em 2009, quando ocorreu outro momento de crise. Mas, naquela época, não fomos tão afetados quanto agora.” Por isso, táticas como promoções têm sido evitadas, já que trazem um aumento nos gastos. “O que os empresários têm tentado fazer é trazer clientes que não costumam ir a motéis, criando uma ideia de hospedagem alternativa.”

Pelo menos um grupo tem visto seus ganhos aumentarem com a crise. Dados da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme) mostram que esse mercado cresceu 8% em 2014 e continua em ascensão em 2015. Adelaide Rodrigues, proprietária de um sex shop no Guará, estima em 25% o crescimento nas vendas desde janeiro. “Isso ocorre porque essa é a forma mais prática, econômica e prazerosa de economizar”, brinca a empresária. Porém, ela frisa que o perfil do consumidor mudou. Se antes arriscavam mais nas escolhas, agora chegam com valores fixos e sabendo o que querem comprar, para evitar desperdício. “Junho é um mês de mais vendas por causa do Dia dos Namorados. Acredito que os casais não devam viajar em julho e isso vai manter as vendas em alta.”

Explosões de carros bomba matam 11 no Iraque no fim do Ramadã

BAGDÁ (Reuters) - Explosões de dois carros bomba mataram 11 pessoas na capital iraquiana neste sábado, afirmou a polícia e serviços de emergência. Os ataques ocorreram no fim da celebração do Ramadã.
Uma das bombas atingiu o distrito xiita de Amil, no sudoeste da cidade, matando oito pessoas e ferindo 27. A outra explosão ocorreu em uma garagem de ônibus, no sul de Bagdá, e matou outras três.
A nordeste de Bagdá, na cidade de Balad Roz, um terceiro carro bomba matou duas pessoas, disse a polícia.
Nenhum grupo reivindicou de imediato autoria dos ataques, mas combatentes do Estado Islâmico que controlam grandes porções do oeste e norte do Iraque frequentemente detonam bombas na capital.

Grécia é "dramática ilustração" do que aconteceria em Portugal sem PS

Líder socialista reafirma que o seu partido é uma "alternativa de confiança".

O secretário-geral socialista, António Costa, considerou que a situação na Grécia é a "dramática ilustração" do que aconteceria em Portugal sem o PS, garantindo uma "alternativa de confiança" que rompe com a austeridade sem se meter em aventuras.
António Costa discursava durante o encerramento do II Fórum dos Movimentos Sociais, promovido no Porto pela Juventude Socialista, onde destacou que as últimas semanas na Grécia têm sido "a dramática ilustração do que seria a situação em Portugal se não houvesse em Portugal o PS" e o país estivesse assim condenado "a ter de escolher a continuidade da austeridade que a direita defende ou a ruptura com o euro que a esquerda radical defende".
"A verdade é que há alternativa e tem de haver alternativa porque a Grécia é mesmo o melhor exemplo de como a austeridade não resolveu nenhum problema. Mas a Grécia também é bem a ilustração de que a saída do euro para resolver os problemas é uma ilusão falsa, porque a saída do euro só significa empobrecer ainda mais quem já empobreceu o bastante e demais com a própria austeridade", defendeu.
É por este motivo, de acordo com o secretário-geral do PS, que o partido se empenha em "afirmar uma alternativa de confiança", uma vez que "rompe com a austeridade e faz diferente", mas "não se mete em aventuras e não nos faz sentir da Zona Euro".
António Costa falou ainda de alguns mitos que se criaram sobre a Europa e esclareceu que "decidir quem governa em Portugal determina saber quem se senta à mesa no Conselho Europeu em Bruxelas", sendo, na sua opinião, a escolha "muito simples".
"Quem votar na coligação de direita, vota para que, em Bruxelas, fale em nome de Portugal o Dr. Passos Coelho e o que dirá é que quer austeridade para a Grécia, para a Espanha, para a Irlanda, para a Itália, porque quer super-austeridade para Portugal", alertou.
No entanto, o líder do PS garante que há alternativa se, "em vez de sentar o Dr. Pedro Passos Coelho, se sentar o líder do PS e defender em Bruxelas uma política diferente daquela política que a direita defende".
Numa sala cheia de jovens, António Costa considerou que haver mais representantes desta faixa etária na Assembleia da República, "a serem a voz directa da juventude é absolutamente essencial".
"Se há algo que eu gostaria muito que fosse possível o PS conseguir fazer no próximo processo de elaboração de listas para a Assembleia da República é poder dar um sinal muito claro à sociedade e à juventude portuguesa que no PS nós damos voz aos jovens e os jovens participam dando não só opiniões mas participando, votando, decidindo, construindo as políticas que nós queremos realizar no próximo ciclo de governação", prometeu.
Tempo ainda para críticas à governação de direita que acusou de" falar com toda a hipocrisia da grande prioridade que é necessário dar à natalidade e procura apresentar 80 medidas para promover a natalidade".
"Nós devemos dizer à direita uma coisa simples: concentrem-se no essencial. Não há natalidade sem estabilidade, não há estabilidade sem confiança e não há confiança sem emprego. É, portanto, aqui onde se têm que concentrar é no emprego, no emprego, no emprego", aconselhou.
Para o líder socialista apostar "na formação e na educação, nas políticas de emprego e de combate à precariedade, numa nova geração de políticas de habitação é absolutamente central para dar esperança, para dar confiança à juventude portuguesa".

Papa viaja à A. Latina com agenda voltada a 'periferias' Francisco fará entre 5 e 13 de julho sua segunda visita à região

Papa Francisco visitará Equador, Bolívia e Paraguai (foto: ANSA)
Papa Francisco visitará Equador, Bolívia e Paraguai (foto: ANSA) SÃO PAULOBEATRIZ FARRUGIA
(ANSA) - O papa Francisco iniciará neste domingo (5) sua segunda viagem à América Latina, passando por Equador, Bolívia e Paraguai, com a missão de discutir questões sociais e se aproximar das "periferias", marco de seu Pontificado.
    A visita ao continente era aguardada desde 2013, quando o argentino Jorge Mario Bergoglio assumiu a liderança da Igreja Católica e esteve no Brasil para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
    Apesar da expectativa de uma ida à Argentina, sua terra natal, e à Colômbia, que enfrenta há décadas um confronto com o grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o roteiro de Francisco inclui apenas nações que estão longe dos centros de poder da geopolítica internacional.
    "Pela primeira vez a visita será feita a três países, não os maiores e os primeiros na geopolítica, seguindo a lógica das periferias querida pelo Pontífice. A história desses três países, feita de conflitos e ditaduras, será um elemento importante para entender as mensagens que o Papa irá proferir", disse o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi.
    De acordo com o o professor Fernando Altemeyer Junior, do Departamento de Ciências da Religião da PUC-SP, Francisco sabe que não há necessidade de estar somente em países centrais para que sua mensagem seja ouvida.
    "O Papa possui outros interesses além da diplomacia. Ele não precisa ir a um caldeirão quando a água está fervendo", disse o especialista, em entrevista à ANSA, justificando a exclusão da Colômbia e da Argentina do roteiro.
    Para Altemeyer, os três países foram escolhidos por apresentarem semelhanças como economias em desenvolvimento, populações rurais, forte influência do catolicismo, presença de movimentos sociais e povos minoritários, como os indígenas.
    "Equador, Bolívia e Paraguai não são destinos muito prestigiados, mas o objetivo do Papa não é fazer uma missão diplomática. Ele celebrará uma missa em guarani, visitará um hospital, se reunirá com a sociedade civil e religiosos", afirmou o teólogo Jorge Claudio Ribeiro, da PUC-SP.
    "O que chama mais a atenção no Pontificado de Francisco é que ele transpassa por diversos temas, sem escolher um mote específico. Ele toca em questões de níveis variados, de pobreza, imigração e pedofilia à corrupção e ecologia", analisou o especialista.
    E é justamente o assunto do meio ambiente que pode vir à tona durante sua passagem pela América Latina. Com sua recém-lançada encíclica "Laudato Si", que fala sobre ecologia e escassez, Francisco deverá fazer apelos direcionados às populações rurais.
    "Francisco já conhece esses países desde a época em que era sacerdote e poderá fazer discursos mais livres e contundentes em sua língua materna, o espanhol", disse Altemeyer.
    Talvez em 2016 o líder da Igreja Católica faça, finalmente, uma visita à Argentina e à Colômbia, sendo que neste último país ele deve assumir um papel de mediador com as Farc.
    Para 2015, Francisco tem programada uma viagem para Cuba e Estados Unidos, após se tornar peça-chave na retomada das relações entre as duas nações, rompidas há mais de meio século. (ANSA)

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Gregos indecisos, confusos e divididos para o referendo A reportagem da VISÃO esteve na rua para procurar compreender quais são as razões que levam os gregos a votar SIM ou NÃO no referendo de hoje Ler mais: http://visao.sapo.pt/gregos-indecisos-confusos-e-divididos-para-o-referendo=f824640#ixzz3f16ikdKS

Yannis Deliyannis, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos em Perama, o subúrbio portuário de Atenas, pensa que não há forma de votar no referendo de hoje. "Nós queremos dizer 'Não' à União Europeia e 'Não' ao Governo Syriza", diz, afastando, no entanto, a hipótese de se abster na votação. Yannis Deliyannis e alguns dos metalúrgicos que pertencem ao sindicato vão votar à sua maneira. "Vamos destruir os boletins de voto e colocar os nossos próprios folhetos nas urnas", declara.
Encontramos Deliyannis num dos estaleiros navais de uma das regiões mais pobres de toda a Grécia, o Piréu. Em vastas áreas deste estaleiro há lugares vazios que deviam estar ocupados por barcos à espera de serem concertados. Os barcos não chegam e o trabalho escasseia. O secretário-geral diz-nos que das 16 mil pessoas que trabalhavam aqui antes da crise restam, neste momento, 700. O trabalho é temporário e dura apenas 60 dias por ano. Yannis Deliyannis diz que o seu sindicato tem lutado junto do Governo Syriza para conseguir mais investimento na região e mais apoios sociais para os trabalhadores, mas sem sucesso. Para este sindicalista, não há diferenças entre o Governo e a União Europeia: "estão todos a trabalhar para os patrões e não para o povo", diz.
Na noite anterior ao referendo em que os gregos vão ser chamados a decidir se apoiam ou não a proposta dos credores internacionais, algumas pessoas nas ruas de Atenas estavam ainda indecisas quanto ao voto e outras disseram não se rever em nenhuma das opções de resposta.
Perto da praça Sintagma, Yannis, 18 anos, diz que vai votar em branco por não querer votar 'Sim' ou 'Não'. Ainda assim, diz, não coloca sequer a hipótese de ficar em casa. "Sou contra a abstenção. Não nos podemos queixar sobre o estado do país se não participarmos ativamente." Uma amiga que o acompanha, Konstantina, 18 anos, diz que não concorda nem com o 'Sim', nem com o 'Não', mas vai votar 'Sim' porque quer "ficar na União Europeia" e está convencida de que um voto negativo significa deixar o euro e a UE. "Sinto-me tão ansiosa por causa de tudo aquilo que está a acontecer", diz-nos esta estudante que se prepara para ingressar na Universidade. "Tenho exames em pouco tempo. Quero ter um bom futuro e ser jornalista."
Niko, 60 anos, acabou de levantar dinheiro de uma caixa multibanco, e diz que vai votar 'Sim' porque considera que um voto negativo "dificulta as negociações com a UE". Ao contrário daquilo que pensam muitos dos apoiantes do 'Sim', Niko não acredita que em caso de vitória do 'Não', a Grécia seja forçada a abandonar o euro.
Panayiotis, 22, estudante de Biologia, diz à VISÃO que ainda não decidiu definitivamente, mas que está "mais inclinado para o 'Não'." Isto porque, defende, "dizer 'Sim' é continuar o rumo dos últimos cinco anos". E apesar de ainda não ter a certeza absoluta do seu voto, Panayiotis também não teme cenários dramáticos a partir de segunda-feira caso o 'Não' seja vencedor. "Penso que os bancos não estarão fechados na segunda-feira. Os jornalistas é que criam esses cenários", diz, a poucos metros de uma manifestação em frente à sede da Mega TV, uma estação privada que está a ser acusada pelos apoiantes do 'Não' de estar a fazer uma cobertura catastrofista das consequências do controlo de capitais na Grécia.
Dimitrios Papadimitriadis, 41, é um psiquiatra com uma forte presença mediática nos meios de comunicação gregos que vai votar 'Não'. "Os gregos estão fartos da crise humanitária que só conduziu ao aumento dos suicídios, do desemprego e do desemprego jovem", diz, acrescentando estar convencido de que o povo grego "está pronto para entrar em colisão com a União Europeia." "E se os bancos fecharem na segunda-feira", perguntamos. "Esse é o cenário mais provável", diz. "Mas penso que os gregos sabem isso e estão a levar isso em consideração enquanto decidem", continua. Para este psiquiatra, a frustração que se sente na sociedade grega é "tão grande" que muitos gregos podem já estar prontos a "correr o risco".

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sábado, 4 de julho de 2015

Derrota na final da Copa América faz Argentina virar motivo de piada

Não deu para os hermanos! Após um 0 a 0 no tempo normal e também na prorrogação, o Chile venceu a Argentina na disputa dos pênaltis e conquistou o título da Copa América.
Além da conquista em casa, a seleção chilena também ganha uma vaga na Copa das Confederações, corando uma das melhores gerações que o Chile já teve.
Esta é a terceira vez em que Messi fica “no quase” pela seleção principal da Argentina. O astro do Barcelona já havia sido vice na Copa América de 2007 e na Copa do Mundo 2014.
Nas redes sociais, os internautas brasileiros não fizeram valer a rivalidade com os argentinos e fizeram piadas com o vice. Sobrou até para os clubes aqui do Brasil.