terça-feira, 9 de junho de 2015

Recalls crescem 58% e afetam mais de 1 milhão de veículos em 2015 Foram 49 convocações para 1,06 milhão de unidades. Mês de maio bateu recorde, segundo o Procon-SP.

Desde o início do ano, as montadoras de veículos instaladas no Brasil anunciaram 49 campanhas de recall, o que representa uma alta de 58% sobre os 31 chamados no mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Procon-SP.
O número de unidades afetadas subiu 45%, para 1.063.013 unidades até esta terça-feira (8), ante 733.309 no mesmo período de 2014. Os automóveis e comerciais leves somaram 37 convocações, 10 recalls foram para motocicletas, 1 para triciclo e 1 para caminhão.
Apenas em maio foram 19 chamados públicos e 1 sem anúncio, da Porsche, que comunicou diretamente os 3 proprietários do 918 Spyder. De acordo com o Procon-SP, o número mensal é recorde desde 2002, quando a entidade começou a levantar os dados no Brasil.Caso mantenha o mesmo ritmo até o final do ano, o número de recalls para o segmento deve atingir um novo recorde no ano. Em 2014, cerca de 1,51 milhão de veículos foram chamados para recall no Brasil, dentro de um total de 95 convocações diferentes.
Campeões
De janeiro a maio, a campanha com maior número de carros envolvidos foi da Honda, com 423.217 unidades dos modelos Fit, City, Civic e CR-V, e a menor foi da Jaguar, com apenas 1 unidade do sedã XF.
Desde 2002, a Chevrolet lidera a lista com 56 recalls registrados, seguida de Ford (49) e Mercedes-Benz (44). Segundo o Procon-SP, os defeitos se concentram no sistema de freios (111 casos) e no sistema elétrico/eletrônico (109).
No entanto, os problemas relacionados ao airbag são a maioria em 2015, já que diversas montadoras estão aumentando o recall do airbag defeituoso da Takata, que está relacionado a pelo menos 6 mortes nos Estados Unidos. Honda, Nissan e Toyota já convocaram mais proprietários no Brasil.
Confira todos os recalls anunciados em 2015:
CARROS E COMERCIAIS LEVES
(marca / modelo(s) e versão / mês do chamado / parte afetada)
Mercedes-Benz - Sprinter e GLK (janeiro): motor
6.326 unidades. Deformidade na vedação do tensionador hidráulico da corrente de distribuição do moto, com possibilidade de vazamento de óleo e princípio de incêndio.
Volkswagen - Fusca, Jetta e Golf GTI (janeiro): sistema de combustível
3.347 unidades. Modelos podem apresentar falha na solda de vedação da galeria de distribuição de combustível, ocasionando vazamento de gasolina com risco de incêndio do veículo e possíveis acidentes. Leia mais.
Volkswagen - Fox, Cross Fox, Space Fox e Space Cross (janeiro): airbag
2.370 unidades. Foi constatado que a unidade do sistema de airbag pode conter um sensor defeituoso, que pode fazer a bolsa inflável não funcionar adequadamente em caso de colisão ou abrir involuntariamente, mesmo sem uma colisão. Leia mais.
Jeep Grand Cherokee (janeiro): sistema eletrônico
1.039 unidades. Em caso de queima das lâmpadas das setas traseiras, o condutor pode não ser avisado que elas não estão funcionando. A falta da seta pode provocar acidentes no trânsito. Leia mais.
Lifan X60 (janeiro): cinto de segurança
6.147 unidades. A fabricante encontrou uma inconformidade no conjunto de fivela do cinto de segurança dianteiro. Há risco de rompimento prematuro quando o cabo da fivela for curvado ao extremo e repetitivamente. Leia mais.
Honda Fit (fevereiro): tanque de combustível
604 unidades. Foi detectada falha em uma solda próxima ao bocal do tanque, que aumenta a probabilidade de vazamento de combustível. Em casos extremos, pode haver incêndios. Leia mais.
Fiat Chrysler - Jeep Grand Cherokee, Chrysler 300 e Town & Country, Dodge Journey(fevereiro): sistema eletrônico
3.280 unidades. Os modelos podem sofrer uma alteração não intencional na posição da chave de ignição durante a condução, o que faria o veículo desligar mesmo em movimento. Leia mais.
Jeep Gran Cherokee (fevereiro): sistema eletrônico
1.044 unidades. A central eletrônica pode não acionar a função do controle de estabilidade do veículo durante curvas e/ou desvios bruscos, o que aumenta as chances de perder o controle da direção. Leia mais.
Ford Ranger (fevereiro): sistema de combustível
7.996 unidades. Por causa de atrito entre uma abraçadeira e a mangueira de combustível, pode haver vazamento nos veículos, com possibilidade de incêndio. Leia mais.
Mercedes-Benz Classe C (fevereiro): cinto de segurança
23 unidades. Em colisões frontais, o cinto pode se soltar, ocasionando ferimentos graves ou fatais nos ocupantes destes assentos. Leia mais.
Volkswagen - Fox e Cross Fox (fevereiro): direção
3.785 unidades. Peças com dimensão fora do especificado na região de fixação do volante podem fazer o motorista perder o controle do veículo e causar acidentes. Leia mais.
Chevrolet Spin (fevereiro): sistema de combustível
796 unidades. A possibilidade de fissura na mangueira de respiro do tanque pode causar vazamento de combustível e até um incêndio, em situações extremas como em um capotamento. Leia mais.
Range Rover Vogue (março): sistema de freio
158 unidades. Com o desgaste na mangueira de vácuo do sistema, o freio pode perder eficiência, deixando o pedal mais duro e afetando a distância de frenagem. Leia mais.
Chevrolet S-10 (março): sistema de combustível
71.578 unidades. Existe a possibilidade de atrito da mangueira de retorno de combustível com a estrutura inferior da carroceria da picape, ocasionada pela mudança da rota original da tubulação após a realização da troca do filtro de combustível. Leia mais.
Mercedes-Benz - Classe E e CLS (março): motor
1.010 unidades. A borracha de vedação do compartimento do motor pode se soltar e entrar em contato com o sistema de catalisador da tubulação do escapamento, com risco de incêndio. Leia mais.
Audi - A6 Avant, Avant Sedan, A7 SPB e Q7 (março): sistema de combustível
279 unidades. Existe a possibilidade de ocorrer um vazamento de combustível no sistema de injeção através do tubo de distribuição de combustível, o que pode resultar em incêndio. Leia mais.
Jaguar XF (março): sistema de combustível
1 unidade. Há possibilidade de o veículo ter sido montado sem o chicote. Se, de fato isso aconteceu, o fornecimento de combustível pode ser interrompido, causando desligamento inesperado do carro. Leia mais.
Range Rover Vogue (março): sistema de freio
524 unidades. A falha detectada é um possível vazamento nos tubos flexíveis do sistema de freios dianteiros. O motorista poderá notar aumento do curso do pedal e da distância de frenagem, além de sobrecarga nos freios traseiros. Leia mais.
Range Rover Sport (março): sistema de freio
52 unidades. Com o desgaste na mangueira de vácuo do sistema, o freio pode perder eficiência, deixando o pedal mais duro e afetando a distância de frenagem. Leia mais.
Hyundai i30 (abril): direção
15.723 unidades. Um falha de comunicação nos sinais eletrônicos pode provocar acendimento da luz de advertência "EPS" no painel e desligamento da assistência elétrica da direção. Leia mais.
Chevrolet Captiva (maio): sistema eletrônico
16 unidades. Há risco de haver curto-circuito no interior do módulo, causando desligamento involuntário do veículo, com risco de acidentes. Leia mais.
Renault Sandero e Logan (maio): sistema de combustível
33.974 unidades. Em carros equipados com motor 1.0 e ar-condicionado, uma falha na fixação do tubo de combustível provoca risco de incêndio no compartimento do motor. Leia mais.
Land Rover Discovery 4 (maio): sistema de freio
656 unidades. O ABS pode permanecer ativo, mesmo com o carro desligado. Os controles de inclinação e de tração são desativados, assim como a assistência de saída gradativa, o que aumenta o risco de acidentes. Leia mais.
Troller T4 (maio): capô
1.065 unidades. O pino que trava o capô pode quebrar e permitir a abertura com o jipe em movimento, com risco de acidentes. Leia mais.
Nissan Pathfinder (maio): airbags
75 unidades. O modelo entra na lista de veículos afetados pela falha dos airbags da Takata. A campanha é uma extensão às anunciadas em abril de 2013 e julho de 2014. Leia mais.
Jeep Grand Cherokee (maio): sistema de combustível
1.372 unidades. Um problema na bomba de combustível pode ocasionar até a parada do motor em movimento, diminuindo a capacidade de frenagem e retomada de potência. Leia mais.
Honda Fit, City, Civic e CR-V (maio): sistema de combustível
423.217 unidades. Um defeito no sensor da medição do nível de combustível pode fazer com que o indicador mostre uma quantidade maior de combustível do que, de fato, há no reservatório. Leia mais.
Suzuki Ignis (maio): sistema eletrônico
255 unidades. A perda de isolamento elétrico do conjunto da chave de ignição pode causar fumaça, faíscas e até fogo, em casos de uso intenso - de 20 a 30 partidas ao dia durante anos. Leia mais.
BMW Série 1, Série 2, Série 3 e Série 4 (maio): sistema de combustível
219 unidades. Um problema na bomba elétrica de combustível pode impedir o motor de ligar ou até mesmo interromper o funcionamento com o carro em movimento. Leia mais.
Toyota Corolla e Fielder (maio): airbag
112.995 unidades. Ampliação do recall de airbags da Takata, que podem lançar pedaços de metal ao abrir. A falha foi ligada a pelo menos  mortes nos EUA. Leia mais.
Toyota Hilux, Hilux SW4 e RAV-4 (maio): airbag
14.416 unidades. Ampliação do recall de airbags da Takata, que podem lançar pedaços de metal ao abrir. A falha foi ligada a pelo menos  mortes nos EUA. Leia mais.
Mercedes-Benz - Smart Fortwo Turbo e MHD Coupé (maio): direção
195 unidades. Existe a possibilidade de desprendimento dos parafusos que fixam a caixa de direção, o que causaria desalinhamento e perda de dirigibilidade. Leia mais.
Jeep Cherokee (maio): airbag
338 unidades. O airbag lateral de cortina e dos bancos pode abrir sem necessidade durante trechos com inclinação do carro, principalmente em situações fora de estrada. Leia mais.
Porsche 918 Spyder (maio): sistema elétrico
3 unidades. Foi detectado um problema na fiação elétrica da ventoinha do radiador, que pode ser danificada por um componente de fibra de carbono. A importadora comunicou diretamente os proprietários no Brasil e não consta no relatório do Procon-SP. Leia mais.
Chevrolet Malibu (maio): cinto de segurança
1.946 unidades. Os cintos de segurança podem se soltar ou impedir o afivelamento. O reparo acontece em 2 etapas. Leia mais.
Lexus NX 200t (maio): sistema de freio
23 unidades. Um defeito no sistema de antitravamento (ABS) das rodas causa também mau funcionamento dos controles de estabilidade e tração. Leia mais.
Honda - Fit, Civic e CR-V (junho): airbag
290.361 unidades. Depois de Toyota e Nissan, a Honda também ampliou o recall no Brasil por causa do airbag feito pela Takata, para modelos fabricados entre 2004 e 2009. Leia mais.
MOTOCICLETAS
Triumph Tiger Explorer e Tiger Explorer XC (janeiro): cavalete lateral
1.436 unidades. É preciso substituir o parafuso e a porca de fixação do cavalete lateral das motocicletas. Existe a possibilidade de ruptura da peça, com chance de queda quando estacionada. Leia mais.
BMW S 1000 RR, K 1300 S e K 1300 R (fevereiro): pneu
3.243 unidades. O pneu da marca Continental pode apresentar falhas na banda de rodagem e/ou cintas, resultando em possível esvaziamento imediato. Leia mais.
Yamaha XTZ 150 Crosser (fevereiro): sistema de rodas
31.700 unidades. Houve uma falha de fabricação no cubo que compõe o conjunto da roda traseira. O problema pode ocasionar a ruptura dos raios da roda traseira. Leia mais.
Yamaha XJ6 N, XJ6 F, MT-09 e Super Ténéré (abril): sistema de tração
400 unidades. Um problema no kit do eixo de mudança de marchas pode causar a quebra alavanca de marchas, impossibilitando a mudança durante a utilização da moto. Leia mais.
BMW K 1200, K 1300, R 1200 (abril): sistema de rodas
4.558 unidades. Os parafusos de fixação da roda traseira podem ter sido apertados acima do recomendado, o que provocaria rachaduras e até desprendimento da roda. Leia mais.
KTM 990 Supermoto T (abril): pneu
133 unidades. O pneu da marca Continental pode apresentar falhas na banda de rodagem e/ou cintas, resultando em possível esvaziamento imediato.
Yamaha Ténéré 660 e XT 660R (abril): câmbio
400 unidades. Pode ocorrer uma falta de lubrificação no câmbio, o que danificaria o componente e causaria o travamento da roda traseira. Leia mais.
Harley-Davidson Street Glide, Special e Ultra Limited, e CVO Street Glide (maio): embreagem
741 unidades. Uma reação química pode causar bolhas de ar no cilindro mestre da embreagem hidráulica, após longos período com a motocicleta parada. Leia mais.
Yamaha Ténéré 660 e XT 660R (maio): câmbio
896 unidades. Ampliação do recall anunciado em abril, por falta de lubrificação no câmbio, o que danificaria o componente e causaria o travamento da roda traseira. Leia mais.
Honda XRE 300 e CRF 230F (maio): sistema de suspensão
11.819 unidades. Falha que pode causar trincas ou até rompimento do garfo traseiro. Leia mais.
CAMINHÃO
Ford F-4000 (maio): eixo cardã
430 unidades. O eixo cardã pode apresentar comprimento menor do que o especificado, podendo causar vibração excessiva, ruído e, na hipótese de uso continuado, risco de desprendimento da peça. Leia mais.
TRICICLO
Can-Am Spyder Roadster RT (março): sistema do motor
26 unidades. Com o aumento da temperatura, partes do veículo podem aquecer a ponto de causar queimaduras na pele do condutor, ou até mesmo se incendiar.

Paralisação de rodoviários do DF por reajuste salarial entra no segundo dia Categoria quer reajuste salarial de 20%; empresas oferecem 8,34%. Greve afeta 1 milhão de passageiros; sistema tem 12 mil rodoviários.

Van pirata atende passageiros que ficaram sem ônibus no DF no segundo dia de greve dos rodoviários (Foto: TV Globo/Reprodução)Van pirata atende passageiros que ficaram sem ônibus no DF no segundo dia de greve dos rodoviários (Foto: TV Globo/Reprodução)
Rodoviários do Distrito Federal entram nesta terça-feira (9) no segundo dia de greve em protesto por 20% de reajuste salarial e 30% no tíquete refeição e plano de saúde familiar. As empresas oferecem 8,34% de reajuste nos salários com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
A opção é contrária à indicação do sindicato da categoria, que pediu aos rodoviários que cumprissem a decisão provisória do TRT. A multa diária por descumprimento da decisão é de R$ 100 mil. Os horários de pico vão de 5h às 9h30, das 11h às 13h e das 15h às 19h30.A paralisação afeta 1 milhão de passageiros em todas as regiões do DF. O sistema de transporte da capital conta com 12 mil rodoviários. O Tribunal Regional do Trabalho havia determinado que 70% dos ônibus circulassem em horário de pico e 50% no entrepico, mas a ordem não foi cumprida no primeiro dia de greve.
Nesta segunda (8), o vice-presidente do sindicato dos rodoviários, Jorge Farias, afirmou que iria cumprir a determinação da Justiça e que iria recorrer da decisão para tentar cassar a liminar. O salário de um motorista de ônibus é R$ 1.928 e o de um cobrador, R$ 1.008. As negociações com as empresas começaram em abril.
Movimentação na rodoviária do Plano Piloto no primeiro dia de greve dos rodoviários no DF (Foto: Lucas Nanini/G1)Movimentação na rodoviária do Plano Piloto no primeiro dia de greve dos rodoviários no DF
(Foto: Lucas Nanini/G1)
A última paralisação com grande adesão feita pela categoria ocorreu no dia 27 de maio, entre 11h e 15h. Os rodoviários afirmam aceitar renegociar o valor pretendido de reajuste, desde que o governo participe da discussão. O secretário de Mobilidade, Carlos Tomé, afirmou que a postura do Executivo tem sido a de acompanhar as negociações entre a categoria e as empresas.
"Ao contrário de outras categorias, os rodoviários não são funcionários do GDF. Entendemos desde o início das negociações que esse é um debate que precisa ser feito entre patrões e empregados. [...] O GDF tem se mantido em uma posição de neutralidade nessas negociações justamente por entender isso", declarou.
Primeiro dia
Com a greve, as paradas de ônibus amanheceram lotadas. Policiais militares acompanharam a movimentação na garagem da Pioneira em Santa Maria, responsável por 200 mil passageiros de nove regiões. O DER liberou o trânsito de carros nas faixas exclusivas da EPTG e da EPNBaté o meio-dia para diminuir os transtornos.
Passageiros embarcam em trem do Metrô do DF (Foto: Isabella Calzolari/G1)Passageiros embarcam em trem do Metrô do DF
(Foto: Isabella Calzolari/G1)
Com a paralisação, o movimento no Metrô foi maior do que o normal. A companhia colocou 24 trens entre 16h e 21h. O número máximo de composições é adotado entre 16h45 e 20h15.
Na volta para casa, ônibus e vans piratas eram as alternativas nas plataformas da rodoviária do Plano Piloto. No fim da tarde, o terminal estava cheio, mas o movimento era menor do que em dias normais. Veículos sem autorização, como ônibus e vans escolares, vans de fretamento e ônibus de empresas pequenas, se revezavam nas baias.

CPI
A Câmara Legislativa do DF instaurou no início deste mês uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a licitação que renovou a frota de ônibus no DF, em 2012. Nesta segunda, o grupo aprovou a convocação dos gestores dos contratos de concessão dos serviços para depoimento na próxima quinta-feira (11).
Vans esperam passageiros nas baias da rodoviária do Plano Piloto, em Brasília (Foto: Lucas Nanini/G1)Vans esperam passageiros nas baias da rodoviária do Plano Piloto, em Brasília (Foto: Lucas Nanini/G1)

Os primeiros depoimentos serão tomados a partir das 9h. No dia 18 será ouvido o ex-presidente da comissão de licitação que resultou na renovação da frota do DF, o economista Galeano Furtado Monte.

Na reunião de segunda, o deputado Bispo Renato (PR), presidente da CPI, disse que a concorrência foi feita sem um projeto básico e que continha informações sigilosas. "A falta de projeto básico, que é um princípio básico da administração pública, deveria ter levado à anulação do processo licitatório desde o início", disse.
Passageiros tentam entrar em micro-ônibus lotado durante greve no DF (Foto: Isabella Calzolari/G1)Passageiros tentam entrar em micro-ônibus lotado durante
greve no DF (Foto: Isabella Calzolari/G1)
A Comissão também divulgou um telefone para recebimento de denúncias: 3348-8721. O telefone funciona em horário comercial.

Investigação
Relator da comissão, o deputado Raimundo Ribeiro (PSDB) disse no final do mês passado que seriam convocados o ex-secretário de Transporte e atual diretor da Adasa José Walter Vazquez. Ele é um dos citados na denúncia do Ministério Público que aponta suposto esquema de favorecimento na licitação de 2012.
O MP cita na ação o advogado Sacha Reck, que prestou consultoria para o GDF no projeto básico da licitação, em 2009, e no julgamento de recursos do próprio edital, em 2012, enquanto representava uma das empresas participantes da concorrência.
Se condenados, os envolvidos podem perder direitos políticos e terão que pagar multa de mais de R$ 1,4 milhão. O MP também pede a anulação completa da licitação caso o suposto esquema seja confirmado pela Justiça.
Em 24 de março do ano passado, o G1 mostrou que o órgão ministerial investigava um suposto esquema que favorecia empresas de transporte público ligadas a duas famílias – Constantino, que também controla a companhia aérea Gol, e Gulin, do Paraná.

Empresas da Lava Jato podem atuar em pacote de concessões, diz CGU Valdir Simão afirmou que construtoras ainda estão sendo investigadas. Governo lançará plano de investimentos em infraestrutura nesta quarta.

O secretário da Fazenda, Valdir Moysés Simão, apresentou dados de arrecadação tributária nesta sexta-feira (19) (Foto: Divulgação)O ministro da CGU, Valdir Moysés (Foto: Divulgação)
O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Valdir Simão, afirmou nesta segunda-feira (8) que as empresas suspeitas de envolvimento no esquema de corrupção que atuava na Petrobras não estão impedidas de participar do pacote de concessões que será lançado pelo governo federal nesta terça (9). A jornalistas, Simão explicou que as empresas só poderão vir a ser impedidas de assinarem contratos com órgãos públicos se forem declaradas inidôneas ao final do processo administrativo que respondem na CGU.
Ao todo, 29 companhias investigadas pela Operação Lava Jato também são alvo de processo administrativo na CGU. Além do risco de ficarem proibidas de fechar contratos com a administração pública, essas empresas podem ser penalizadas pelo Executivo, se forem consideradas culpadas, com multas ou outras penalidades previstas na legislação.
“Tecnicamente, é sabido que parte dessas empresas [investigadas na Operação Lava Jato] são players importantes. Atuam no âmbito de estrutura logística. Algumas delas já estão respondendo processo de improbidade. Tecnicamente, não há impedimento no momento para que participem de qualquer processo licitatório”, ressaltou o chefe da CGU.
“Uma eventual declaração de inidoneidade, que é a pena mais grave, não tem impacto nos contratos existentes. Contratos preexistentes à data de declaração de inidoneidade podem ser celebrados”, complementou.
Responsável pelo combate à corrupção no governo federal, Valdir Simão não soube dizer, no entanto, se os processos em andamento na CGU poderão ser concluídos antes da assinatura dos contratos de concessões.
“Temos que considerar que processos licitatórios não vão começar amanhã. Processos de responsabilização têm prazos de 180 dias que podem ser prorrogados. Acordos de leniência também […] Mas é muito difícil ter uma previsão do prazo de conclusão, até porque nós ainda estamos coletando provas junto ao Ministério Público, que não concluiu as investigações da Lava Jato”, afirmou.
Das 29 empresas investigadas na CGU por supostas irregularidades na Petrobras, quatro negociam acordos de leniência junto ao governo. Se eles forem aprovados, a empresa pode continuar contratando com o governo, desde que aponte os desvios e melhore suas práticas.
O plano de concessões do governo – pelo qual serão concedidos à iniciativa privada aeroportos, portos e rodovias – deverá injetar entre R$ 130 e R$ 190 bilhões na economia, segundo informou nesta segunda o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE)

Pacote de concessões, a última cartada de Dilma para reanimar a economia Presidenta lança plano para atrair 190 bilhões em investimento em infraestrutura Ajuste fiscal inibe investimentos na já sobrecarregada área de saúde

AMPLIAR FOTO
Dilma Rousseff, durante entrevista a um canal francês. / ROBERTO STUCKERT FILHO (PR)
O anúncio do pacote de concessões de obras de infraestrutura previsto para esta terça-feira parece ser a última forte cartada doGoverno de Dilma Rousseff neste ano para retomar o crescimento do país e resgatar o apetite dos investidores. Em meio a uma série de medidas de austeridade para equilibrar as contas do Governo e diante da previsão de que o PIB deve recuar 1,2% no ano, no pior resultado em 25 anos, o novo plano de concessões — que incluirá 11 rodovias e 4 aeroportos em grandes capitais, além de terminais portuários e ferrovias — deve movimentar, ao todo, entre 130 a 190 bilhões de reais e pretende alavancar infraestrutura brasileira.
Lançado há 3 anos, o PIL previa centenas de concessões e investimentos superiores a 200 bilhões de reais.De lá pra cá, o projeto teve êxito apenas no setor aeroportuário. Já no setor ferroviário, por exemplo, que previa um investimento de quase 100 bilhões, nenhuma ferrovia foi licitada. “De todas as promessas, apenas o trecho de Lucas do Rio Verde (MT)- Campinorte (GO) foi liberado para ter o lançamento do edital de concessão. No entanto, retomar esse tema é bem oportuno. É exatamente o que o Brasil está precisando para destravar a economia: fazer a infraestrutura que falta no país”, afirma Vicente Abete, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária, que também aposta no anúncio de renovações antecipadas.O ministro de Comunicação, Edinho Silva, afirmou que o anúncio “será o maior plano de investimentos em logística da história do país”. “É um plano de impacto que garante a retomada da nossa economia de forma sustentável”, disse. No entanto, apesar do otimismo do Governo, o plano, que será uma nova etapa do Programa de Investimento em Logística (PIL) é tratado pelo mercado com certa cautela, já que poucas obras têm as autorizações necessárias para serem repassadas à iniciativa privada.
Para Abate, agora depende Governo fornecer as condições atrativas para que investidores brasileiros e internacionais —principalmente os chineses— confiem na rentabilidade das concessões. “Há vários pontos estratégicos para construção de ferrovias, pontos no meio da produção de soja, com distribuição de norte a sul. Eles precisam oferecer uma boa fórmula de financiamento”, explica.
De acordo com o jornal Estado de São Paulo, o pacote deve trazer crédito mais caro para as concessões em rodovias e linhas mais vantajosas para o modelo de ferrovias e estuda oferecer a totalidade do financiamento a cargo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Além disso, para as ferrovias, o crédito deve ser contratado com base na Taxa de Juros a Longo Prazo, bem abaixa da Selic.
"A diferença da rodovia para a ferrovia é que a primeira é muito mais fácil de construir ou apenas duplicar aqui no Brasil, com essa geografia montanhosa. Ferrovias precisam de planícies. Além disso, o retorno do investimento é mais rápido e as arrecadações (por exemplo, com pedágios) mais seguras. Realmente o incentivo às ferrovias precisam ser maiores", pondera o coordenador do Nupei (Núcleo de Pesquisa em Energia e Infraestrutura da PUC-Rio), Luiz Eduardo Brandão.
Segundo o especialista, de forma geral o pacote é positivo, mas chega atrasado. “A possibilidade de a Infraero, por exemplo, passar a ter uma fatia de apenas 15% das novas concessões de aeroportos já deveria ser discutida muito antes”, afirma.
O especialista ressalta que a criação de um fundo garantidor para os projetos —que estaria em discussão— no ministério da Fazenda pode dar mais proteção às obras e tranquilidade aos investidores e criar um ambiente mais favorável para captar novos investimentos. “Eu acho que  o projeto é uma grande oportunidade, estão apostando todas as fichas, e liberando muitas amarras para o mercado investir”, diz.

G7 pede "decisões corajosas" a negociadores da Líbia no Marrocos


O enviado especial da ONU à Líbia, Bernardino Leon, em Argel, no dia 3 de junho de 2015
Os parlamentos rivais líbios iniciaram nesta segunda-feira uma nova rodada de negociações no Marrocos, considerada "decisiva" pela ONU, sob a pressão dos líderes do G7 que pedem "decisões políticas corajosas" para acabar com a guerra civil que assola o país.
Mergulhado no caos desde a queda de Muammar Gaddafi em 2011 e devastado pelos combates entre milícias armadas, o país está dividido entre duas autoridades e enfrenta a ascensão do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
O país tem agora dois governos e parlamentos rivais: um em Trípoli, dominado pelas milícias da Fajr Libya, e outro para o leste, em Tobruk, a única liderança reconhecida pela comunidade internacional.
Há um mês a ONU tenta iniciar um compromisso de ambos os lados para formar um governo de unidade nacional contra o aumento do jihadismo. O objetivo do seu enviado, Bernardino Leon, é chegar a um acordo antes do início do Ramadã, que começa em 17 de junho.
"Hoje, os olhos do povo líbio convergem para vocês (...), com a esperança de que suas ações silenciem as armas (...). Está em suas mãos evitar novas tragédias aos líbios", afirmou o diplomata espanhol.
"Os recentes ataques terroristas deveriam agir como um gatilho. A luta deve parar", acrescentou.
Os negociadores vão trabalhar nesta rodada um quarto projeto de acordo, que inclui as "últimas observações das partes", segundo a Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia Unidas (Minul), após a rejeição das três anteriores.
A Minul chamou na última sexta-feira de "decisiva" esta nova rodada, salientando que as negociações estão em um "ponto de viragem " e exortou "todas as partes" para "assumirem suas responsabilidades perante a história", recordando que "não há solução militar" possível no conflito.
Nesta segunda-feira, durante a reunião do G7 na Alemanha, os países também pressionaram as delegações da Líbia, instando-as a tomarem "decisões políticas corajosas" em sua declaração final.
- "Salvar a Líbia" -
"As autoridades líbias devem aproveitar a oportunidade para concluir estas negociações e formar um governo de unidade nacional e atenda primeiramente aos líbios", afirmaram os G7, antes de oferecerem apoio para ajudar este governo hipotético a "criar instituições públicas eficazes" e se livrarem dos "terroristas e as redes criminosas" que operam no país.
Segundo Bernardino Leon, o quarto projeto de resolução inclui alterações que consagram o "princípio do equilíbrio entre todas as instituições na Líbia e de consenso". "Ainda é possível salvar a Líbia", disse o emissário.
A ONU está pronta para fornecer uma lista de nomes de pessoas dispostas a integrar o governo de unidade nacional, logo que chegar a um acordo, disse Leon.

O enviado especial da ONU à Líbia, Bernardino Leon, participa de coletiva de imprensa, em Skhirat, Marrocos, no dia 15 de abril de 2015
Paralelamente às negociações no Marrocos, os representantes líbios de diferentes facções discutem periodicamente na Argélia. Na última quarta-feira e quinta-feira, 27 autoridades líbias se encontraram em Argel, na presença do enviado da ONU.
Eles exortaram as partes a "formar rapidamente um governo de unidade" para resolver os problemas do país nas áreas de "segurança, economia e política".
Reunidas no Cairo no último domingo, autoridades egípcias, argelinas e italianas também deram seu "apoio" às negociações. A Itália anunciou que um acordo na Líbia iria parar o fluxo de migrantes que deixam as costas deste país para chegar à Europa.
O Egito teme que as milícias jihadistas que ocupam uma parte do leste da Líbia, em especial as que estão ligadas ao grupo EI, coloquem em risco a fronteira ocidental, forçando-a a abrir uma segunda frente. O exército egípcio combate no Sinai um grupo muito ativo que jurou fidelidade ao EI.
O EI, essencialmente implantado na Síria e no Iraque, se aproveitou no caos reinante para se instalar na Líbia no ano passado, e no final de maio tomou o controle do aeroporto internacional de Sirte (sul).

HSBC anuncia que irá vender e encerrar atividades no Brasil e Turquia Banco deve reduzir número de funcionários em 50 mil. Decisão é parte de reestruturação para investir na Ásia.


O banco britânico HSBC anunciou nesta terça-feira (9) que vai vender e encerrar suas atividades no Brasil e também na Turquia até 31 de dezembro de 2016. Uma "participação modesta" será mantida no Brasil para atender grandes clientes corporativos.
As mudanças são parte de um plano de reestruturação para economizar entre US$ 4,5 bilhões e US$ 5 bilhões até 2017. O objetivo do banco é concentrar a atuação na Ásia, principalmente na China e na Índia.
O HSBC prevê eliminar quase 10% do número de funcionários, entre 22 mil e 25 mil empregos, segundo um plano divulgado em seu site. Além deste número, outros 25 mil postos de trabalho devem ser suprimidos com a venda de suas atividades no Brasil e na Turquia – esses funcionários deixam os quadros do HSBC, no entanto, não serão necessariamente demitidos, já que passarão a fazer parte dos quadros das instituições compradoras.A instituição financeira ainda deve reduzir seu quadro de funcionários em 50 mil empregos.
No Brasil, o banco britânico tem mais de 21 mil  funcionários, segundo a agência France Presse.
Entre 2011 e 2014, o banco já havia cortado 40 mil postos de trabalho, para reduzir os custos e para concentrar o grupo nas atividades consideradas estratégicas.
“Reconhecemos que o mundo mudou e precisamos mudar com ele”, disse o CEO Stuart Gulliver.
Mudanças
O banco informou que o objetivo das mudanças é acelerar seus investimentos na Ásia, "capturando as esperadas oportunidades da riqueza emergente na região".
"O mundo está cada vez mais conectado, e a Ásia deverá mostrar alto crescimento e se tornar o centro do comércio global ao longo da próxima década. Estou confiante que nossas ações nos permitirão capturar as oportunidades futuras de crescimento e entregar mais valor aos acionistas", afirmou Gulliver.
O HSBC estuda ainda a possibilidade de transferir sua sede de Londres para a Ásia – o que deve acontecer até o final deste ano – e busca melhorar suas operações no México e nos Estados Unidos.
Em maio, o principal executivo do banco espanhol Santander no Brasil, Jesús Zabala, declarou queestudaria a possibilidade de adquirir a atividade brasileira do HSBC.

No Brasil, o HSBC tem 853 agências em 531 municípios, 452 postos de atendimento bancários, 669 postos de atendimento eletrônico e 1.809 ambientes de autoatendimento, com 4.728 caixas automáticos. O HSBC Bank Brasil faz parte do Grupo HSBC, corporação internacional sediada em Londres e presente em 73 países e territórios.
Escândalo
O HSBC esteve no centro do escândalo de fraude fiscal conhecido como "SwissLeaks" – uma investigação sobre lavagem de dinheiro e sonegação de impostos na Suíça.
Na semana passada, o banco concordou em pagar 40 milhões de francos suíços (cerca de US$ 43 milhões) em acordo com o Ministério Público da Suíça para encerrar as investigações.
Os dados do SwissLeaks foram vazados por um funcionário do banco e são analisados por um grupo de jornalistas do mundo inteiro, chamado de Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). Desde fevereiro, o consórcio começou a divulgar as informações segundo as quais o HSBC teria ajudado clientes a esconder bilhões de dólares no país europeu entre 2006 e 2007.
De acordo com o jornal francês "Le Monde", que iniciou a investigação sobre o caso, cerca de 180,6 milhões de euros pertencentes a mais de 100 mil clientes e 20 mil pessoas jurídicas transitaram entre novembro de 2006 e março de 2007 por contas bancárias na Suíça, escondidos atrás de sociedades offshore.