O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (6) que, se um governante depender da vontade da área econômica de um governo, nunca implementará um programa de transferência de renda.
A afirmação foi feita durante discurso na 39ª conferência da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), em Roma, na Itália.
"Se cada governante ficar dependendo da vontade da área econômica do governo, se cada presidente ficar esperando que o ministro da Fazenda diga que está sobrando dinheiro, ele nunca vai fazer um programa de transferência de renda", disse o ex-presidente, depois de falar sobre programas sociais brasileiros.
A equipe econômica do governo brasileiro anunciou em maio um corte de R$ 69,9 bilhões no orçamento deste ano, o maior contingenciamento da história, destinado a reequibrar as contas públicas. Em razão da política de ajuste, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, enfrenta resistência no próprio PT, partido da presidente, e entre políticos da base aliada do governo. Segundo o Ministério do Planejamento, o programa Bolsa Família, de transferència de renda, não sofreu cortes.
A assessoria de imprensa do Instituto Lula disse que o ex-presidente fez a afirmação não especificamente em relação ao Brasil, mas "de forma geral", em referência "ao papel desepenhado pelos ministros da Fazenda".
Durante o discurso, Lula defendeu o Bolsa Família e a importância da criação de um cadastro único para o programa. "Sabemos onde mora cada pessoa que recebe esse dinheiro", disse.
"No Brasil, antigamente, se distribuía cesta básica para o pobre. (...) Nós achamos que a melhor coisa que podemos fazer para garantir independência de alguém que precisa de ajuda do Estado é ele receber o dinheiro e comprar o que ele quiser, da qualidade que ele quiser", afirmou.
Lula disse, ainda, que a transferência de renda para os pobres é benéfica para o conjunto do país. "Faz crescer a demanda, o comércio, a produção, os empregos, e gera um círculo de desenvolvimento", disse.
Eleito pela primeira vez em junho de 2011, Graziano ficará no cargo por mais quatro anos, até julho de 2019.Eleição
Ministro de Segurança Alimentar e coordenador do Programa Fome Zero durante o governo Lula, o brasileiro José Graziano da Silva, foi reeleito neste sábado (6) como diretor-geral da FAO. Único candidato ao cargo, ele foi reconduzido com os votos de 177 dos 182 países presentes à 39ª conferência da entidade, em Roma.
Ministro de Segurança Alimentar e coordenador do Programa Fome Zero durante o governo Lula, o brasileiro José Graziano da Silva, foi reeleito neste sábado (6) como diretor-geral da FAO. Único candidato ao cargo, ele foi reconduzido com os votos de 177 dos 182 países presentes à 39ª conferência da entidade, em Roma.
Agrônomo, professor e escritor, José Graziano foi ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome enquanto a pasta existiu, entre 2003 e 2004, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente. Ele coordenou a elaboração do programa Fome Zero, dando também início à sua implementação.
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