sexta-feira, 29 de maio de 2015

Caso FIFA desencadeia uma disputa política e econômica mundial Presidente russo, Putin defende Joseph Blatter da investigação dos Estados Unidos

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Agentes do FBI retiram documentos da CONCACAF na quarta-feira. / J. GALEANO (REUTERS)
escândalo dos subornos revelado pelos Estados Unidos no órgão que governa o futebol em nível mundial está provocando um choque diplomático inesperado entre duas das grandes potências do planeta, que se for além pode até ter ramificações financeiras profundas, e não só para a FIFA como entidade. O enfrentamento no âmbito do esporte-rei põe em campos opostos a Rússia e o Reino Unido enquanto a investigação da fraude vai tomando corpo.
A trama de corrupção desvendada na FIFA tem uma conexão com osgrandes bancos de Wall Street. Esse é precisamente um dos detalhes que levou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o FBI e a agência tributária norte-americana a agir contra os dirigentes da entidade, acusados de fazer uso ilícito do sistema financeiro para lavar dinheiro de subornos.

A polêmica na FIFA ameaça assim se transformar em uma crise geopolítica importante, com o esporte como epicentro. Enquanto o dirigente russo mostrava desse modo seu apoio à gestão de Blatter, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, pedia em Downing Street a cabeça do presidente da FIFA. E mais ainda, aproveitou a ação judicial dos EUA para exigir uma reforma na FIFA.“Os acusados e seus conspiradores dependiam enormemente do sistema financeiro dos EUA para que a trama pudesse funcionar”, diz o extenso documento no qual são apresentados os argumentos para essa ação, enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, acusa os EUA de abusarem de seu poder nesse caso, consciente de que o escândalo poderia afetar a realização da Copa do Mundo em 2018 em seu país.
Cameron chega a sugerir até mesmo que voltem a ser submetidas a votação as candidaturas da Rússia e do Catar para as Copas de 2018 e 2022, respectivamente. A tensão é evidente 24 horas depois de a fraude ser revelada, enquanto as autoridades suíças investigam agora a disputa para a realização desses dois torneios. Embora neste momento nenhum país defenda o boicote, há, sim, vozes que pedem aos patrocinadores da FIFA que reconsiderem fazer negócio com a entidade enquanto Blatter estiver em seu comando.
Que os EUA sejam os primeiros a puxar a corda da corrupção, como observam os especialistas, não é uma surpresa. Jennifer Rodgers, da Universidade Columbia, recorda que a aplicação da lei norte-americana não conhece fronteiras. As autoridades podem perseguir qualquer violação da legislação do país se a conduta criminosa afeta de alguma maneira os EUA. Neste caso, os dirigentes da FIFA e os empresários acusados fizeram uso fraudulento do sistema financeiro com transferências de dinheiro fruto de chantagem.
O documento de mais de 160 páginas que o Departamento de Justiça apresenta para fundamentar sua causa penal cita várias grandes instituições financeiras que serviram durante todos esses anos de canal para facilitar os pagamentos ilícitos, entre as quais os colossos norte-americanos JPMorgan Chase, Citigroup e Bank of America, a britânica HSBC e o suíço UBS. Agora está sendo investigado se essas empresas estavam cientes de que as transferências eram fruto de uma atividade ilegal.
"Parte de nossa investigação se concentra em olhar a conduta dessas instituições financeiras para ver se sabiam que estavam ajudando a lavar dinheiro procedente desses pagamentos ilegais”, explicou na quarta-feira em entrevista à imprensa o promotor nova-iorquino Kelly Currie. Neste momento, porém, as autoridades não têm registro de que esses bancos fizessem parte da trama. Nenhum foi acusado de conduta irregular ou ilícita. “São parte da investigação”, afirmou.
Além disso, Rodgers aponta outros dois detalhes que justificam a ação dos EUA. O primeiro se refere ao montante da fraude. Calcula-se que o total dos pagamentos ilícitos a dirigentes da FIFA chegaram neste caso a 150 milhões de dólares (cerca de 450 milhões de reais) durante os 24 anos que a trama durou. Desse total, o grosso, uns 110 milhões de dólares, está relacionado com a Copa América Centenário. O torneio será disputado pela primeira vez em solo norte-americano, em junho de 2016.

Revista em Miami

Como afirmou Currie na coletiva de imprensa, os dirigentes da FIFA realizaram vários encontros em Nova York com os empresários que buscavam sua posição de influência para se beneficiarem na negociação dos direitos de torneios e outras atividades promocionais. Outro elemento adicional, e relacionado com a Copa América Centenário, se refere à própria localização da sede da CONCACAF. A confederação teve sua sede em Nova York até 2012, mas desde esse ano opera em Miami. Os escritórios foram revistados na quarta-feira.

Procuradoria convoca presidente da federação espanhola a depor

Como membro do Comitê Executivo da FIFA, Ángel María Villar, presidente da Federação Espanhola de Futebol, terá de prestar declarações à procuradoria, a princípio como testemunha, pela eleição da Rússia e Catar como sedes das Copas de 2018 e 2022, respectivamente. Depois de assistir à final da Liga Europa, Villar regressou a Zurique, disse o diretor dos serviços jurídicos, Kepa Larumbe. Villar se negou a colaborar com Rudi García no relatório que ele elaborou a pedido da própria FIFA. Agora a investigação reaberta pela procuradoria suíça tenta demonstrar que houve compra de votos por parte da Rússia e do Catar.
Jennifer Rodgers, que trabalhou como assistente do promotor do distrito sul de Nova York, dá por certo que o caso não acaba aqui e que haverá mais implicados. Putin, na realidade, tem motivos para estar preocupado. Como explicam os especialistas na lei, este caso está relacionado de alguma maneira com a investigação interna da FIFA realizada pelo antigo promotor nova-iorquino Michael García.
No resumo da investigação divulgado pela FIFA consta que não houve irregularidades na concessão da Copa de 2018. O advogado optou, no entanto, por renunciar a seu cargo na FIFA em sinal de protesto. Por tudo isso, John McCain e Robert Menéndez mandaram no mesmo dia em que o escândalo irrompeu uma carta ao Congresso da FIFA pedindo que reexamine a reeleição de Blatter, por considerarem que não se pode dar a Putin o “privilégio” de sediar a competição.
De passagem, os congressistas republicano e democrata lembraram na carta que todos os membros da entidade estão submetendo a Rússia a sanções pelo conflito na Ucrânia. “O próximo presidente da FIFA deve ter a responsabilidade de garantir não só um lugar seguro e bem-sucedido para a Copa do Mundo de 2018”, disseram. Devem assegurar, além disso, que a FIFA prossiga em sua missão de promotora dos valores da unidade, educação, cultura e humanos.

"Não podemos deixar espírito da Fifa ser dragado para lama”, diz Blatter Discurso do presidente da Fifa antes da eleição pede colaboração para que o futebol seja limpo. Congresso teve protesto de manifestante pró-Palestina nesta sexta



Em um discurso que abriu a eleição para a presidência da Fifa, na manhã desta sexta-feira em Zurique, Joseph Blatter enfatizou mais uma vez querer transparência no futebol, pedindo colaboração às Federações para combater a corrupção. Abalado com o escândalo que atingiu a entidade, culminado quarta com a prisão de influentes executivos, o presidente frisou se tratar de indivíduos e não de toda a organização, realçando a importância de uma atuação incisiva para o combate ao jogo sujo.
- Há uma sombra sobre o futebol e sobre esse Congresso, por conta dos eventos que ocorreram. Vamos levantar essa sombra. Não podemos deixar espírito da Fifa ser dragado para lama. Quem está por trás são indivíduos e não toda a organização. Indivíduos que perderam de vista o fato de que nosso jogo é um esporte de equipe, onde todos buscam o mesmo objetivo - destacou.

Sempre pedindo colaboração, Blatter assumiu, como mandatário maior da entidade, sua parcela de responsabilidade nos indevidos rumos, porém insistiu na ajuda de todas as Federações para realinhar a entidade. - Aceito que presidente seja responsável por tudo, mas quero compartilhar responsabilidade com vocês e o Comitê Executivo. Eu os convoco a se juntarem a nós para colocar a Fifa de volta nos trilhos. A Fifa precisa de vocês – Joseph Blatter, que tenta o quinto mandato e tem no príncipe Ali bin Al-Hussein o único adversário.
Manifestante Congresso Fifa 2015 (Foto: Reuters)Manifestante retirada durante o congresso da Fifa (Foto: Reuters)
Após o discurso do presidente, o Congresso da Fifa comunicou aprovação do relatório de atividades de 2014, sem votos contrários. Outra informação, esta fornecida um pouco antes da abertura do evento, é entrevista coletiva pós-votação foi adiada de hoje para amanhã. Dessa forma, o vencedor só responderá no sábado as perguntas dos jornalistas.
Durante o evento, uma manifestante pró-Palestina invadiu o local onde ocorrem os discursos e abriu uma bandeira. Joseph Blatter logo pediu que seguranças a retirassem (confira o vídeo acima).
O momento em que seguranças retiram o manifestante pró-Palestina (Foto: Ruben Sprich/ Reuters)O momento em que seguranças retiram manifestante pró-Palestina (Foto: Ruben Sprich/ Reuters)

Senado aprova MP que aumenta tributos sobre produtos importados Medida provisória faz parte do ajuste fiscal e aumenta PIS-Pasep e Cofins. Texto já foi aprovado pela Câmara e segue agora para sanção presidencial

Senado aprovou nesta quinta-feira (28) a medida provisória (MP) 668, que aumenta impostos sobre produtos importados, incluindo cerveja, produtos farmacêuticos e cosméticos. Como já foi aprovada pela Câmara, a proposta segue agora para sanção presidencial.
A matéria é a terceira MP do governo para ajustar as contas públicas aprovada pelo Congresso Nacional. Nos últimos dois dias, o Senado aprovou as MPs 665, que limita o acesso ao seguro-desemprego, ao abono salarial e ao seguro-defeso, e 664, que restringe as pensões por morte, ambas consideradas essenciais para o ajuste fiscal.
Para completar as alterações enviadas ao Legislativo, o Congresso ainda tem de avaliar o projeto de lei que sobe a tributação sobre a folha de pagamentos. A Câmara ainda não começou a apreciar o assunto.

O governo argumenta que as medidas também visam corrigir distorções da economia brasileira.
A estimativa do governo é que, com a aprovação da MP 668, a arrecadação anual com importações aumente em R$ 1,19 bilhão a partir de 2016. Só neste ano, o impacto seria de R$ 694 milhões. Pelo texto aprovado, a alíquota do PIS-Pasep para a entrada de bens importados no país passa de 1,65% para 2,1%. No caso da Cofins, vai de 7,6% para 9,65%.
O Executivo diz que, além de aumentar a arrecadação, a medida visa a proteger a indústria nacional.
Alterações
Nesta quinta, os senadores mantiveram no texto um artigo inserido pelos deputados que autoriza a Câmara e o Senado a celebrar parcerias público-privadas (PPPs), prerrogativa que hoje é apenas do Executivo.
A mudança é de interesse especial do atual comando da Câmara porque viabiliza a construção de mais prédios para abrigar gabinetes parlamentares, incluindo um shopping, que está em discussão na Casa. Pelas PPPs, a iniciativa privada arca com a obra e, em contrapartida, pode explorar serviços ou áreas do empreendimento.
  • Manifestação interrompe sessão no Senado sobre MPs do ajuste fiscalO "jabuti" (item alheio ao texto original, no jargão parlamentar) foi criticado por senadores de oposição e de alguns da base aliada. O líder do PSOL, Randolfe Rodrigues (AP) chegou a afirmar que a construção do "Parlashopping" é um "escárnio" com a população. Ele disse confiar que a presidente Dilma Rousseff vetará o trecho que prevê a obra.
Também foi mantida no texto a alteração feita pela Câmara no artigo que desobrigava as igrejas de recolherem a contribuição previdenciária ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) sobre os valores pagos a padres, pastores e membros de ordem religiosa. Assim, a isenção fica restrita a ajudas de custo de moradia, transporte e formação educacional.
A MP 668 também prevê o fim da isenção de PIS e Cofins sobre bebidas prontas frias quando vendidas por empresa estabelecida fora da Zona Franca de Manaus para serem consumidas ou industrializadas dentro da zona.
Indústria nacional
Mais cedo, antes da votação da medida, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que o texto é importante porque ajuda a indústria nacional.
"A gente tem uma indústria que e extremamente importante pela nossa atividade econômica. Então, hoje completa esse pedaço da nossa estratégia de equilíbrio e ai tem a questão do projeto de lei da desoneração [da folha de pagamentos] que logo depois do feriado deve começar a ser discutido na Câmara", disse.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Homem que recebeu rosto em transplante encontra irmã do doador Primeiro contato dos dois será mostrado por TV australiana no domingo. Operação de Richard Norris teve grande repercussão mundial.

Irmã Rebekah se encontra com Richard pela primeira vez (Foto: Reprodução/9jumpin.com.au)Irmã Rebekah se encontra com Richard pela primeira vez (Foto: Reprodução/9jumpin.com.au)
O canal australiano Nine vai exibir no domingo (31) o primeiro encontro da irmã do jovem Joshua Aversano, de 21 anos, morto por atropelamento, com Richard Norris, o homem que recebeu o rosto do rapaz num arriscado transplante.
Richard passou em 2012, aos 32 anos, por um transplante de face considerado um dos mais extensos já feitos. O americano havia destruído seu rosto num acidente com uma arma de fogo, em 1997. A emissora australiana realizou o encontro para que Norris pudesse agradecer à família Aversano por terem doado o rosto de Joshua. Eles já se falavam à distância, mas não haviam se encontrado fisicamente.
Richard Norris em foto de 18 de junho durante consulta ao psiquiatra que o acompanha após transplante de face. Imagem foi divulgada nesta sexta-feira (28) (Foto: Patrick Semansky/AP)Richard Norris em foto de 18 de junho de 2013 durante consulta ao psiquiatra que o acompanha após transplante de face. Imagem foi divulgada nesta sexta-feira (28) (Foto: Patrick Semansky/AP)
Richard atirou acidentalmente contra seu rosto, e até a cirurgia vivia recluso. Durante o período, ele enfrentou a crueldade de estranhos, lutou contra o vício em remédios e até pensou em suicídio. Depois da cirurgia, e com uma recuperação considerada exemplar pelos médicos, ele disse em entrevista à agência AP, em 2013, que, se pudesse voltar no tempo, talvez não apagaria o episódio de sua vida.
“Os mais de 10 anos de horror que vivi me deram um grande conhecimento”, disse Norris à AP, em sua segunda entrevista após o transplante. “Isso colocou algumas das melhores pessoas que conheço na minha vida”.
Fotos mostram Richard antes do acidente, após atirar contra si mesmo e a evolução depois de passar pelo transplante de face (Foto: University of Maryland Medical Center e Pat Semansky/AP)Fotos mostram Richard antes do acidente, após atirar contra si mesmo e a evolução depois de passar pelo transplante de face (Foto: University of Maryland Medical Center e Pat Semansky/AP)
Depois do acidente, Richard ficou sem dentes, nariz e partes de sua língua. Ele podia falar e identificar sabores, mas perdeu o olfato. Quando saía em público, normalmente à noite, se escondia com uma máscara.
Ele passou por dezenas de cirurgias para tentar recuperar sua face, mas seu corpo chegou a um limite. Foi quando um de seus médicos sugeriu um transplante de rosto.
O medico Eduardo Rodriguez, que liderou a equipe que fez o transplante, já vinha trabalhando na área há algum tempo. O time explicou todos os riscos, como a rejeição dos tecidos, para todos os familiares. A mãe de Richard, Sandra, lembra do risco de 50% de seu filho morrer durante a cirurgia.
Richard Norris trabalha com material de pesca em foto de 25 de junho (Foto: Chuck Burton/AP)Richard Norris trabalha com material de pesca em foto de 25 de junho de 2013 (Foto: Chuck Burton/AP)

ENTENDA A REFORMA POLÍTICARelator do projeto na Câmara defende mudanças na legislação

Definição do sistema eleitoral

COMO É HOJE

Proporcional com lista aberta

A eleição de deputados federais, estaduais e vereadores depende de um cálculo, chamado quociente eleitoral, baseado nos votos válidos do candidato e do partido ou coligação de partidos. A partir desse cálculo, são estipuladas as vagas a que cada partido (ou coligação) terá direito

PROPOSTAS DE MUDANÇA

Distritão

São eleitos os mais votados em cada estado ou município, independentemente da votação do partido
- É o que defende o texto do relator Rodrigo Maia (DEM-RJ)

Proporcional com lista fechada

Eleitor vota só no partido, que define em uma lista pré-ordenada os políticos a serem eleitos

Proporcional com lista flexível

Legenda monta lista, mas os mais votados podem alterar a ordem

Em dois turnos

Eleitor vota primeiro no partido, para definir quantas cadeiras cada legenda terá; depois nos candidatos

Distrital misto

Metade das vagas são preenchidas pelo sistema proporcional e outra pelo distrital

Câmara aprova restrição para acesso a recursos do fundo partidário Pelo texto, fundo irá para partido que tiver ao menos um parlamentar eleito. Cláusula de barreira também impede tempo de TV a sigla que não eleger.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (28) instituir uma cláusula de barreira para limitar o acesso de partidos pequenos a recursos do fundo partidário e ao horário gratuito em cadeia nacional de rádio e televisão. Pelo texto, terão direito a verba pública e tempo de propaganda os partidos que tenham concorrido, com candidatos próprios, à Câmara  e eleito pelo menos um representante para qualquer das duas Casas do Congresso Nacional.
A votação foi parte da série de sessões iniciada nesta semana, destinada a analisar a proposta de emenda à Constituição da reforma política. Por decisão dos líderes partidários, cada ponto da PEC, como o fim da reeleição, será votado individualmente, com necessidade de 308 votos para a aprovação de cada item. Ao final, todo o teor da proposta de reforma política será votado em segundo turno. Se aprovada, a PEC seguirá para análise do Senado.
A intenção ao instituir uma cláusula de barreira ou desempenho é evitar a proliferação de partidos que só tenham interesse em receber os recursos do fundo partidário ou negociar alianças em troca de tempo a mais de televisão. O fundo partidário é formado por dinheiro de multas a partidos políticos, doações privadas feitas por depósito bancário diretamente à conta do fundo e verbas previstas no Orçamento anual.
Quanto à propaganda política na TV e no rádio, a legislação prevê a distribuição igualitária de um terço do total de tempo disponível a todos os partidos que tenham candidato próprio a cargo eletivo. O restante é repartido de forma proporcional ao número de representantes na Câmara dos Deputados filiados ao partido. No caso de haver coligação, é considerado o resultado da soma do número de representantes de todas as legendas que a integram.
Pela legislação atual, 5% do montante total são entregues, em partes iguais, a todos os partidos com estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os outros 95% são distribuídos às siglas na proporção dos votos obtidos na última eleição para a Câmara.
“Está cheio de partido sem voto com tempo de TV, com tempo de rádio, portanto queremos uma cláusula de barreira verdadeira, não essa para que continue tudo como está. Precisamos de uma cláusula que exija 1%, 2% ou 3% de votos para acesso aos recursos e tempo de TV.”, disse o deputado Samuel Moreira.Em discurso no plenário, parlamentares doPSDB criticaram a regra de barreira proposta pelo relator da reforma política, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e que acabou sendo aprovada em plenário. Para os tucanos, os limites aos pequenos partidos deveriam ser ainda maiores que o previsto no relatório. 
O vice-líder do PSDB Marcus Pestana (MG) classificou as mudanças aprovadas até agora pelo plenário de “puxadinhos” que não representam uma verdadeira reforma política.
“Essa reforminha, esse puxadinho que estamos produzidos, que não merece o nome de reforma, sai desse tamanho pequenininho. Graças ao vácuo de lideranças e alienação da presidente Dilma. Reforma depende de estadista que não quer popularidade fácil, se faz enfrentando interesses.”
Já integrantes de partidos pequenos defenderam a proposta de exigir apenas um representante eleito no Congresso para que os partidos tenham acesso a recursos do fundo partidário e tempo de TV. "A partir do momento em que um deputado superou o quociente eleitoral [mínimo de votos] e chegou nesta Casa, não podemos tirar o direito de ele ir a televisão falar de suas propostas", disse a deputada Renata Abreu (PTN-SP).
Outras votações
Mais cedo nesta quinta (28), os deputados decidiram manter a possibilidade de coligação entre partidos nas eleições proporcionais, quando são escolhidos deputados federais, deputados estaduais e vereadores. O plenário rejeitou a proposta de só permitir aliança entre partidos nas eleições majoritárias- para presidente da República, governador e prefeito.
Na quarta (27), a Câmara aprovou o fim da reeleição para presidente da República, governador e prefeito. Os parlamentares ainda decidirão se mantêm o tempo de mandato em quatro anos ou se ampliam para cinco. Essa deliberação estava prevista para ocorrer nesta terça, mas diante de um impasse sobre o mandato de senador, que atualmente é de oito anos, os líderes partidários decidiram adiar a votação para a próxima semana.
A regra do fim da reeleição só não vai valer para prefeitos eleitos em 2012 e governadores eleitos em 2014, que terão direito a uma última tentativa de recondução no cargo. O objetivo dessa medida foi garantir o apoio de partidos com integrantes atualmente no poder.
A Câmara também aprovou na quarta incluir na Constituição Federal autorização para que empresas doem recursos a partidos políticos, mas não a candidatos individualmente. A doação a candidatos será permitida a pessoas físicas, que também poderão financiar partidos.
No início da madrugada de quarta, o plenário havia rejeitado emenda de autoria do PMDB que previa doação de pessoas jurídicas tanto a partidos quanto a campanhas de candidatos.
A derrubada dessa emenda foi interpretada por lideranças políticas como uma derrota do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do vice-presidente Michel Temer, que negociaram pessoalmente a votação do artigo da PEC. O PMDB, então, se empenhou para aprovar, pelo menos, uma emenda que garantisse a doação de empresas aos partidos políticos.
Pontos pendentes
De acordo com o presidente da Câmara, Eduardo Cunhax (PMDB-RJ), os demais pontos da reforma política serão analisados após o feriado de Corpus Christi, já que será difícil garantir quórum elevado para votar proposta de emenda à Constituição em uma semana de feriado. Para aprovar PEC, são necessários votos favoráveis de ao menos 308 deputados.
“Vai ter muita gente fora e não tem como votar emenda constitucional enfrentada com o debate correto. Vai para a outra semana”, disse Cunha. O peemedebista detalhou que, no dia 10 de junho, colocará em votação a medida provisória aprovada nesta quinta no Senadox que eleva impostos sobre produtos importados. Em seguida, será retomada a discussão da reforma política.

Só para relembrar: Rolemberg promete, mas não cumpre! Não brinque com os policiais governador. Agnelo que o diga!!!