quinta-feira, 28 de maio de 2015

Internado há 12 anos, Champinha é esperado em Fórum de Embu Guaçu


Champinha na UES (Foto: Reprodução/ Arquivo/ TV Globo)

Champinha na UES (Foto: Reprodução/ Arquivo/ TV Globo)
A Justiça de São Paulo quer ouvir Roberto Aparecido Alves Cardoso, o Champinha, de 28 anos, para decidir se o mantém internado na Unidade Experimental de Saúde (UES), em São Paulo, ou o coloca em liberdade, em regime ambulatorial para ele continuar o tratamento mental.

Internado por participar das torturas e dos assassinatos de Felipe Caffé, de 19 anos, e Liana Friedenbach, de 16, em 2003, Champinha é aguardado na tarde desta quinta-feira (28) no Fórum de Embu Guaçu, na Grande São Paulo, onde ocorreu o crime. Ele estaria há cerca de cinco anos sem comparecer a uma audiência judicial.

Além de Champinha, o juiz Willi Lucarelli também pretende ouvir, a partir das 14h, a defesa do interno, que pede o fim da internação; representantes do projeto de desinternação elaborado exclusivamente para ele; a acusação, que quer mantê-lo internado; a perícia, responsável pelos laudos psiquiátricos do paciente; e funcionários da UES, na Zona Norte da capital paulista, onde o interno está desde os 21 anos sem poder sair.
O G1 apurou que num dos trechos, o juiz Lucarelli comenta que há contradições num laudo feito no final do ano passado. O magistrado escreveu, por exemplo, que a perícia atestou que a internação de Champinha na UES não melhora seu tratamento.Em março deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, negou recurso da Defensoria Pública que solicitava a desinternação de Champinha. A defesa sugeria a ida dele à casa de um parente e reavaliações periódicas em um hospital psiquiátrico até que se atestasse a existência de condições do seu retorno ao convívio social. Em tese, não cabe mais recurso porque a decisão é da instância máxima da Justiça.

Além do STF, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), na capital federal, e o Tribunal de Justiça (TJ), em São Paulo, já haviam negado pedidos anteriores da defesa de Champinha para ele ir a regime ambulatorial.

Atualmente, Champinha está interditado civilmente na UES, por decisão da Justiça, porque teria doença mental. O interno passa por avaliações semestrais com psicólogos e psiquiatras. Eles elaboram laudos periódicos sobre o comportamento do rapaz, que cometeu os crimes quando tinha 16 anos.

Mas apesar de a Justiça de São Paulo também ter negado o pedido da defesa para desinternar Champinha, ela sugere numa sentença, de abril deste ano, que é preciso discutir os resultados das últimas avaliações sobre o estado da saúde mental do paciente.
Segundo o documento, essa doença faz com que Champinha não sinta culpa, desrespeite às leis e regras sociais, tendo predisposição a se envolver em atos violentos, além de ser extremamente impulsivo.
O juiz citou ainda que os peritos concluíram que o interditado tem condições, mesmo que mínimas, de controlar seus impulsos. Há contradição, porém, na descrição da perícia sobre o risco que Champinha representa à sociedade. O documento atestou a periculosidade do interno para outras pessoas.

Diante das dúvidas a respeito dos exames mentais, o juiz marcou para a tarde desta quinta-feira uma audiência para acusação e defesa justificarem seus argumentos a favor e contrários à internação de Champinha. Após as argumentações, contando inclusive com a oitiva do interditado, é que a Justiça irá decidir se ele continuará dentro da UES ou poderá sair dela, morar com a família e fazer exames periódicos numa unidade médica indicada.

Procurada pelo G1 para comentar o assunto, a assessoria de imprensa da Defensoria Pública informou que não iria comentar o assunto antes da audiência. A promotora Maria Gabriela Prado Manssur não quis falar do caso, alegando que ele está sob segredo de Justiça.
Crime em Embu Guaçu
Há 12 anos, Champinha e mais quatro homens participaram dos assassinatos dos namorados Felipe e Liana. O casal foi morto na mata de Embu-Guaçu, onde tinha ido acampar. Felipe foi assassinado com um tiro na nuca e Liana virou refém do grupo. Ela ficou quatro dias em cativeiro, período em que foi torturada e estuprada. Depois, foi morta a facadas por Champinha.
Aassassinato do casal de namorados Liana Friedenbach e Felipe Caffé completa dez anos (Foto: Reprodução TV Globo)Felipe Caffé e Liana Friedenbach
(Foto: Reprodução TV Globo)
Quatro adultos foram condenados pelos crimes. Como era menor de 18 anos de idade à época, Champinha foi inicialmente internado na Fundação Casa, onde ficou três anos cumprindo medidas sócio-educativas, como determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Depois, a Justiça paulista acatou pedido do Ministério Público Estadual (MPE) para decretar sua interdição civil, alegando que ele sofre de doença mental grave que coloca em risco outras pessoas.
Em outras palavras, a custódia de Champinha passou a ser responsabilidade do governo de São Paulo. O MPE recorreu à Lei 10.216/01, que protege portadores de transtorno mental, para garantir contenção mesmo após concluído o prazo máximo de internação na Fundação Casa - no caso de Champinha, isso ocorreu em novembro de 2006.

A decisão da Justiça de levar Champinha para a UES foi baseada em laudo psiquiátrico do Instituto Médico Legal (IML), que diagnosticou o então menor com transtorno de personalidade antissocial, um dos termos médicos para definir os psicopatas, e leve retardo mental, podendo cometer atos irracionais para ter o que deseja.

Segundo o documento, essa doença faz com que Champinha não sinta culpa, desrespeite às leis e regras sociais, tendo predisposição a se envolver em atos violentos, além de ser extremamente impulsivo.
O juiz citou ainda que os peritos concluíram que o interditado tem condições, mesmo que mínimas, de controlar seus impulsos.
Ministério Público Estadual
Desde o crime 2003, o quadro de saúde mental de Champinha tem se mantido inalterado, segundo os laudos médicos.

Champinha é descrito nos laudos como quieto, vivendo em ambiente restrito, de convívio controlado com outros internos por estar jurado de morte. Mantém contato com a mãe, que o visita na UES, que fica no Pari, Zona Norte da capital. A unidade, que é de competência da Secretaria de Estado da Saúde (SES), se destina à recuperar jovens infratores com distúrbios mentais graves.

Para a Promotoria, Champinha tem de permanecer internado na UES porque pode voltar a cometer crimes se for solto para cumprir uma medida ambulatorial.
Ministério Público Federal
Em 2013, o Ministério Público Federal (MPF) protocolou ação civil pública com pedido de liminar para extinguir a UES. No entendimento do procurador regional dos Direitos do Cidadão, Pedro Antônio de Oliveira Machado, o tratamento aos jovens na unidade não era adequado aos distúrbios mentais que têm. Ainda não há decisão judicial a esse respeito.

Proactive: Apple está criando um concorrente para o Google Now, diz site

O site 9to5Mac, a Apple está trabalhando em uma nova iniciativa para oiOS chamada Proactive. Basicamente, se trata da tentativa da empresa da Maçã em emular as funções do Google Now, que traz informações oportunas baseado nos dados do usuário e de como ele utiliza o celular.
No caso, o Proactive faria isso integrando a Siri, os contatos, calendário, mapas, Passbook e aplicativo de terceiros, em um serviço que seria uma evolução natural do recurso de busca Spotlight.
Os fundamentos do Proactive começaram em 2013, com a aquisição de um aplicativo de assistente pessoal chamado Cue. O intuito foi o de ampliar o leque das buscas do Spotlight e do Safari. O fato deles já trazerem também os resultados do Wikipédia já é um fruto do Proactive e foi em parte criado para a Apple depender menos do Google.

Proatividade

Segundo o site, a Apple quer levar o Proactive para um novo nível e pode mostrar isso durante a WWDC, conferência de desenvolvedores das plataformas da Maçã, quando vai apresentar o iOS 9. O recurso vai ficar à esquerda da primeira tela de aplicativos, onde ficava o Spotlight antes do iOS 7.
Na tela do Proactive, haverá um campo de busca no topo e o restante da tela será preenchido por conteúdos baseados em três elementos-chave: aplicativos, contatos e mapas, expandindo as funcionalidades de assistente pessoal já prestadas pela Siri.
O site 9to5Mac dá como exemplo um usuário que tem um voo marcado no calendário e uma passagem no Passbook. Nesse caso, uma bolha vai aparecer quando chegar próximo do horário de embarcar. Se há um compromisso cadastrado, vai aparecer um mapa com estimativa de tempo, direção e o horário em que se deve sair com base no nível de congestionamento.

Antecipando ao usuário

O Proactive também vai se integrar com os aplicativos mais usados. Se o usuário abre o Facebook todo dia mais ou menos no mesmo horário, um botão para o app aparece. Isso também é válido para ligações telefônicas.
Por fim, o recurso pode dar sugestões de restaurante em horas usuais de refeição, tudo baseado na localização do usuário. Algumas dessas funcionalidades vem do Spotsetter, companhia que criou um mecanismo de busca social e foi fundada por Stephen Tse e Jonny Lee, ex-engenheiros do Google Maps. A empresa, claro, foi comprada pela Apple.
O aplicativo de mapas também será mudado pela iniciativa Proactive. Além de haver um novo serviço de rotas de ônibus, trem e metrô, o sistema de pontos de interesse está sendo refeito. Em torno desse recurso estão funcionalidades de realidade aumentada e "Browse Around Me".
No primeiro, a imagem apontada pela câmera recebe informações extras. Se estiver direcionado para um restaurante, pode aparecer o menu da casa, por exemplo. Já a segunda funcionalidade mostra um mapa e os pontos de interesse ao redor da localização do usuário, à la Foursquare. Este é um recurso que pode já aparecer no iOS 9, enquanto a realidade aumentada pode ficar para mais tarde.

Expandindo

A Apple quer que o Proactive se integre não apenas com os aplicativos da casa, mas também com apps de terceiros. A companhia está estudando um jeito de indexar parte dos programas acessados recentemente, permitindo o Siri e o buscador levarem para lugares específicos dentro dos aplicativos. Se um usuário tem costume de assistir a um determinado gênero no Netflix, o Proactive pode levá-lo para dentro dessa seção no app.
Muitos dos recursos do Proactive já estão com desenvolvimento avançado, mas nenhum deles tem lugar garantido no iOS 9, porque o novo foco da Apple é na qualidade (talvez seja um mea-culpa pelo lançamento meio trapalhado do iOS 8). Em vez de funções ambiciosas, a companhia da Maçã pode optar por versões mais modestas e ir melhorando aos poucos.
O escopo deve ficar claro na abertura da WWDC, em 8 de junho.

Os homens de Blatter na América

Joseph Blatter junto a Eduardo LiAMPLIAR FOTO
Blatter e Eduardo Li, presidente da federação de Costa Rica. / MARTIN ROSE - FIFA
A maioria dos detidos nesta quarta-feira dirige atualmente, ou dirigiu até há pouco tempo, o futebol sul-americano e centro-americano, dois dos nichos de votos nos quais Joseph Blatter se apoiou nas duas últimas décadas para se manter no poder.
Dois dos oito vice-presidentes da FIFA estão entre os presos. A rede de corrupção teria cometido, entre outros, delitos de fraude maciça e lavagem de dinheiro durante mais de 20 anos, por um valor superior a 150 milhões de dólares (450 milhões de reais). Estes são os principais detidos e investigados:
Jose Maria Marin. / JORGE ADORNO (REUTERS)
José Maria MarinTodo-poderoso presidente daConfederação Brasileira de Futebol(CBF) até poucos meses atrás (e hoje, vice-presidente), Marin encarna a oligarquia que dominou o futebol no Brasil durante as últimas décadas. Tem 83 anos e é o grande responsável da organização do futebol nos próximos Jogos Olímpicos. Criticado pelos cargos que ocupou durante a ditadura militar brasileira, foi nomeado presidente da CBF pelo também suspeito de corrupção Ricardo Teixeira e nomeou seu sucessor, sem debate, Marco Polo del Nero.
Eugenio Figueredo
Eugenio Figueredo / ROBERT CIANFLONE
Eugenio Figueredo. Esse uruguaio de 83 anos, ex-jogador, presidiu a Federação de seu país entre 1997 e 2006 e foi o vice-presidente da Conmebol (entidade que comanda o futebol sul-americano) durante duas décadas, entre 1993 e 2013. Posteriormente voltou a ser presidente durante um ano, após a saída apressada deNicolás Leoz, também detido e com pedido de extradição. Em 2014 foi substituído pelo paraguaio Juan Ángel Napout. Foi acusado de exigir subornos para a escolha das Copas de 2018 e 2022.
Eduardo Li. Este empresário costarriquenho de 56 anos e ascendência chinesa, crente fervoroso em Deus, é membro do comitê executivo da FIFA e da Concacaf (órgão dirigente do futebol centro-americano, norte-americano e do Caribe). Preside, além disso, a Federação Costarriquenha de Futebol, à frente da qual organizou a Copa do Mundo Sub-17 feminina de 2014. Em 13 anos, Li passou da presidência de um clube da Segunda Divisão a estar na mesa com os máximos responsáveis do futebol mundial.
Nicolas Leoz
Nicolas Leoz / NORBERTO DUARTE (AFP)
Julio Rocha. Foi presidente da Federação Nicaraguense de Futebol durante 26 anos e membro do departamento da FIFA para o desenvolvimento do futebol no México, América Central e parte do Caribe. Dirigia a distribuição de dinheiro dentro do projeto Goal FIFA para a construção de infraestrutura e a expansão do esporte em países que precisavam. Foi acusado em seu país de malversações na construção do Estádio Nacional de Futebol em Manágua, cuja primeira pedra foi colocada pelo ubíquo Blatter em 2002. Um ano depois de sua inauguração, em 2012, Rocha assumiu como diretor do Escritório de Desenvolvimento que atende ao México, América Central, República Dominicana, Cuba e Porto Rico. Deixou a federação a cargo de Rolando López, primeiro vice-presidente e amigo muito próximo.
Jeffrey Webb
Jeffrey Webb / SZILARD KOSZTICSAK (EFE)
Nicolás Leoz. Esse paraguaio de 86 anos, ex-membro do comitê executivo da FIFA, presidiu a Conmebol durante 27 anos (1986 a 2013) até que foi obrigado a pedir demissão por um escândalo de corrupção relacionado com subornos recebidos de uma empresa de marketing associada à FIFA durante a década de 1990. Um funcionário britânico afirmou, além disso, que Leoz havia pedido que fosse nomeado Cavalheiro do Império Britânico em troca de apoiar a candidatura britânica para organizar a Copa do Mundo de 2018.
Jeffrey Webb. Esse carismático administrador nascido nas Ilhas Caimã há 50 anos, é presidente da Concacaf desde 2012, o que o converte em vice-presidente da FIFA e membro do comitê executivo. Sua prisão é algo relativamente chocante, por ter-se destacado na defesa da luta contra a corrupção e o racismo no mundo do futebol. Chegou a pedir a publicação de todos os relatórios relacionados com a polêmica indicação das Copas de 2018 e 2022. Dirige o grupo Antirracismo na FIFA.
Jack Warner
Jack Warner / DSK (AFP)
Jack Warner. O tio Jack (Trinidad e Tobago, 1943) é ex-vice-presidente da FIFA e pertenceu a seu comitê executivo entre 1983 e 2011. Foi, além disso, presidente da Concacaf e conselheiro especial da Federação de seu país, posto que abandonou em 2011 por outro escândalo de corrupção. Foi central na reeleição de Blatter em 2002, quando convenceu os membros da Concacaf de que estava recebendo pressões do candidato camaronês Issa Hayatou (com chances, naquele momento, de desbancar o dirigente suíço). Com o tempo, a relação se deteriorou em uma sucessão de denúncias recíprocas por comissões ilegais. Sobre Warner recaíram, além disso, suspeitas de revenda de entradas nas Copas da Alemanha e da África do Sul.
Rafael Esquivel. Nascido em 1948, natural de Tenerife, passou toda a vida como dirigente: 27 anos à frente da Federação de Futebol da Venezuela (FVF). Esquivel é o dirigente federativo de maior longevidade na América do Sul e há muito é suspeito de corrupção por aferrar-se tanto ao cargo e por seu alto nível de vida. Sempre afirmou que seus negócios “não têm nada a ver” com sua condição de presidente da FVF e que suas empresas foram abertas em 1982, “anos antes” de sua entrada no organismo que organiza o futebol venezuelano.

Aaron Davidson.
 Este norte-americano de 44 anos radicado em Miami é presidente da empresa promotora Traffic Sports USA e conselheiro da North American Soccer League. Sua empresa tem direitos comerciais sobre a Gold Cup e a Champions League da Concacaf; também foi dona do clube Fort Lauderdale Strikers.Costas Takkas. Esse britânico de 58 anos, de acordo com fontes consultadas, é o ex-secretário geral da federação das Ilhas Caimã presidida por Jeffrey Webb e atua hoje como adjunto ao gabinete do presidente da Concacaf.
Alejandro Burzaco. É um executivo de meios de comunicação argentinos; preside Torneos y Competencias S.A., uma importante empresa de marketing com sede em Buenos Aires que se dedica à transmissão de eventos esportivos. Foi durante muitos anos próximo ao poderoso ex-presidente da Federação Argentina, Julio Grondona, falecido em 2014, e é um personagem conhecido no mundo do esporte e da televisão argentinos.
Hugo e Mariano Jinkis. Pai e filho de 70 e 40 anos, respectivamente, dirigem Full Play, uma empresa de marketing esportivo com sede na Argentina que foi fundada em 1998 e tem os direitos televisivos da maioria das seleções da América do Sul, algumas pertencentes à Concacaf, das Eliminatórias Sul-Americanas e da Copa América do Chile 2015.
José Margulies. Brasileiro de 75 anos, apelidado de Lázaro, é empresário e presidente da Valente Corp. e Somerton Ltd. É acusado de atuar como intermediário que facilitava os pagamentos ilegais entre as empresas de marketing esportivo e os executivos da FIFA.

África do Sul nega ter pago propina para assegurar Copa do Mundo de 2010

JOHANESBURGO (Reuters) - Todos os recursos da Copa do Mundo de 2010 foram contabilizados e auditados, disse o ministro dos Esportes da África do Sul nesta quinta-feira, e o governo ainda não recebeu um indiciamento de procuradores norte-americanos envolvendo sul-africanos.
"Nossos registros e livros financeiros para o ano financeiro de 2010/2011 e aqueles antes e depois da Copa do Mundo foram auditados pelo auditor-geral da África do Sul e tal valor não foi encontrado", disse o ministro do Esporte Fikile Mbalula a jornalistas.
Mbalula falou um dia após a prisão de dirigentes da Fifa sob acusações de corrupção, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, não foi a acusado.
(Reportagem de Nqobile Dludla)

Inimigo da CBF, ex-jogador Romário comemora prisão de dirigente Senador pelo Rio ainda chamou o atual presidente da confederação de “safado, ladrão"

Romário, ao centro, coletando assinaturas para abrir uma CPI da CBF. / WALDEMIR BARRETO (AG. SENADO)
Um dos principais críticos da Confederação Brasileira de Futebol, o ex-jogador Romário de Souza Faria, hoje senador pelo PSB do Rio de Janeiro, comemorou a prisão do vice-presidente da entidade e dirigente da FIFA, José María Marin. Durante uma audiência no Senado, o ex-centro-avante da seleção brasileira disse que lugar de ladrão é na cadeia. “Muitos dos corruptos, ladrões e que fazem mal ao futebol foram presos. Inclusive um dos maiores do país, no que se refere ao esporte, que se chama José María Marin”, disse e completou: “Infelizmente não foi a nossa polícia que prendeu, mas alguém tinha de prender algum dia. Ladrão tem que ir para a cadeia”.

Na audiência desta quarta-feira, que tratava do futuro do futebol feminino no país, o senador estava com a língua bastante afiada. Disse que a CBF não se interessa por futebol feminino porque ele não dá lucro e, sem lucro, não há o que roubar. Chamou o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, de “safado, ladrão e ordinário”. E declarou que espera uma troca no comando das confederações de futebol na América do Sul e a detenção de Joseph Blatter, o presidente da FIFA. “ Espero que isso repercuta positivamente e essas ações entrem definitivamente na América do Sul e no Brasil para a gente limpar, do nosso futebol, esses corruptos, como o Marco Polo Del Nero ”.Ao lado de outros seis dirigentes da FIFA, Marin foi detido nesta quarta-feira, na Suíça, sob a suspeita de fazer parte de uma rede de corrupção que teria recebido até 150 milhões de dólares em 24 anos.
Romário foi um dos maiores jogadores brasileiros. Escolhido o melhor do mundo em 1994, quando atuava pelo Barcelona, participou de duas Copas do Mundo, vencendo a de 1994, nos Estados Unidos. Desde 2010 é político. Foi deputado federal e agora é senador. Mesmo crítico ao futebol brasileiro, aproveitou a Copa no país para lucrar como garoto propaganda e comentarista.
Em seu primeiro mandato, ele tentou emplacar uma investigação contra a CBF, seria a segunda desde 1996, quando houve a CPI da Nike, que devassou os contratos entre a entidade e a empresa de materiais esportivos. Romário não conseguiu apoio para seu pleito. Outros dois parlamentares também não tiveram sucesso em investigar a confederação.
Nesta quarta-feira, depois da divulgação da prisão do ex-presidente da CBF, José María Marin, o assunto Comissão Parlamentar de Inquérito voltou à tona. Além de Romário, que iniciou a coleta de assinaturas para a abertura da CPI, quem também levantou a hipótese foi o senador Zezé Perrella (PDT-MG). Ex-presidente do clube de futebol Cruzeiro, um dos mais tradicionais do país, Perrella já foi aliado de Ricardo Teixeira, o antecessor que renunciou, em 2012, ao mandato presidente da CBF por suspeitas de irregularidades.
Em 2013, Perrella disse que não havia razões para investigar a entidade futebolística. “Eu fui contra a CPI na época da Copa do Mundo porque achava que não tínhamos fato relevante que a justificasse. Hoje, existe ex-dirigente da CBF preso por corrupção. Pela gravidade da situação, nós temos a obrigação neste momento de fazer uma CPI nesta Casa”, afirmou à Agência Senado. No ano passado, um helicóptero da família deste senador, foi apreendido em Minas Gerais com 445 quilos de cocaína. O caso está sendo investigado como tráfico internacional de drogas.
Em nota, a CBF informou que “apoia integralmente toda e qualquer investigação” e que aguardará, “de forma responsável, sua conclusão,sem qualquer julgamento que previamente condene ou inocente”.

Putin diz que caso Fifa mostra interferência dos EUA fora de jurisdição

Por Darya Korsunskaya
MOSCOU (Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou nesta quinta-feira os Estados Unidos de interferência fora de sua jurisdição na operação que resultou na prisão de dirigentes da Fifa.
Putin disse que as prisões realizadas na Suíça na quarta-feira foram uma "tentativa óbvia" de tentar impedir a reeleição do presidente da Fifa, Joseph Blatter, de 79 anos, apoiado pela Rússia.
O esporte mais popular do mundo sofreu uma turbulência nesta semana quando sete dirigentes da Fifa, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin, foram presos sob acusações norte-americanas de corrupção, e enfrentam extradição. Autoridades suíças também anunciaram uma investigação criminal na escolha das sedes das próximas duas Copas do Mundo, incluindo o torneio de 2018 na Rússia.
"Se algo aconteceu, não aconteceu em território norte-americano e os Estados Unidos não têm nada a ver com isso", disse Putin. "Esta é outra tentativa descarada (dos Estados Unidos) de estenderem sua jurisdição para outros países", acrescentou.
Citando o ex-prestador de serviço de agência de inteligência dos EUA Edward Snowden e o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, ambos se escondendo no exterior da Justiça norte-americana, Putin questionou o direito de Washington em pedir a extradição de autoridades da Fifa.
"Infelizmente, nossos parceiros norte-americanos usam tais métodos para alcançar seus objetivos egoístas e perseguir pessoas ilegalmente. Eu não descarto que no caso da Fifa, é a mesma coisa", disse Putin.

Avião abatido na Venezuela pode ter provocado a morte de dois brasileiros Embaixada do Brasil em Caracas foi informada do ocorrido pelo ONA. Documentos de amazonenses e drogas foram encontrados junto aos corpos.

Escritório Nacional Antidrogas (ONA) informou à Embaixada do Brasil sobre a morte de brasileiros em avião abatido na Venezuela   (Foto: Reprodução )
O Ministério das Relações Exteriores informou nesta quarta-feira (27) que um avião, que teria saído do Brasil, foi abatido na Venezuela. Na aeronave EMB-820C, foram encontrados restos mortais, documentos de dois supostos amazonenses e carga de drogas. O fato ocorreu no domingo (24). Ao G1, familiares das supostas vítimas disseram não saber sobre as mortes, mas informaram que estão sem se comunicar com eles há alguns dias.
Segundo o Itamaraty, a Embaixada do Brasil em Caracas foi informada do ocorrido pelo Escritório Nacional Antidrogas (ONA), responsável pelo abatimento da aeronave. Segundo portais de notícias venezuelanos, a aeronave transportava cocaína. O piloto teria 24 anos e o auxiliar 19.
De acordo com o Ministério venezuelano, os tripulantes não responderam às tentativas de comunicação feitas pelas Forças Armadas, o que levou ao abate. A aeronave estava com falso registro venezuelano, informou o governo.Uma publicação do Ministério do Poder Popular para Relações Interiores, Justiça e Paz da Venezuela (MPPRIJP) afirma ainda que o Comando de Defesa Aeroespacial Integral detectou a aeronave voando ilegalmente na região da cidade de Puerto Ayacucho. Em seguida, teria deslocado aviões de caça para abordar o avião supostamente conduzido pelos amazonenses.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) disse que um dos nomes das vítimas tinha documentação válida para pilotar. A Anac também afirmou não possuir informações sobre o outro tripulante no sistema da Agência.
Ainda conforme o órgão, a aeronave Embraer EMB-820C tem a Inspeção Anual de Manutenção (IAM) em dia e o Certificado de Aeronavegabilidade (CA) válido, segundo registros do Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB).
A Força Aérea Brasileira informou por meio de nota que, em território brasileiro, o último voo registrado da aeronave abatida  ocorreu em 23 de fevereiro entre o Aeroclube de Flores emManaus e a cidade de Borba, no interior do Amazonas.
A Embaixada e o Consulado do Brasil na Venezuela informaram que estão em contato com as autoridades venezuelanas para obter mais esclarecimentos sobre o caso.
Familiares
Em Manaus, Marcos Silva, tio do suposto piloto da aeronave, afirmou ao G1 que familiares não receberam qualquer comunicado oficial sobre o caso. Eles tomaram conhecimento das informações por meio de um amigo do rapaz, que trabalhava como piloto.
"Ontem [terça-feira], por volta de 20h (21h pelo horário oficial de Brasília), eu estava em casa quando um amigo dele, do meu sobrinho, veio perguntar por ele. Esse amigo disse que tinha uma informação em um site venezuelano relacionada a ele e pediu para que eu confirmasse se ele estava em casa ou não. Foi o momento em que eu entrei em contato com o pai dele, que me informou que ele havia feito uma viagem no sábado", relatou.
Um tio do outro suposto ocupante do voo disse que a família não recebeu nenhum comunicado oficial sobre a morte. "A mãe ficou sabendo agora, porque ligamos para avisar o que aconteceu. Ele morava em Belém com a mãe e a irmã. Ele trabalhava com elas vendendo frango. Ele não era piloto, nunca foi. A gente nem sabia que ele estaria em Manaus ou que ele iria viajar. Foi uma surpresa quando vimos a notícia. Ele passa tempos sem aparecer por aqui, mas quando está em Manaus sempre vem aqui, pedir bênção do tio dele. Se ele se envolveu com drogas, foi muito recente, porque ele é muito tranquilo", afirmou.