sábado, 16 de maio de 2015

Bing, da Microsoft, dará preferência a sites adaptados a smartphones Motor de busca seguirá tendência do Google

Os sites Bing, Yahoo e Microsoft são vistos em um computador, no dia 29 de julho de 2009, em San Anselmo, Califórnia. Foto: Justin Sullivan/Getty Images North America/AFP/Arquivos
Os sites Bing, Yahoo e Microsoft são vistos em um computador, no dia 29 de julho de 2009, em San Anselmo, Califórnia. Foto: Justin Sullivan/Getty Images North America/AFP/Arquivos

Washington (AFP) - A Microsoft disse nesta quinta-feira que o Bing, seu motor de busca, será reconfigurado para dar mais destaque aos sites adaptados às plataformas móveis - um reconhecimento da importância crescente de smartphones e outros dispositivos similares.

O anúncio vem apenas algumas semanas depois que o Google implementou uma mudança semelhante. Os movimentos pelos dois motores de busca pode ter grandes implicações para os operadores de sites, anunciantes e aqueles que buscam otimizar rankings de busca.

"Com base em dados de interação dos usuários com o Bing, temos visto que os usuários móveis são capazes de satisfazer suas necessidades de informação muito mais rápido em pesquisas que retornam com mais sites 'mobile-friendly'", explicou Shyam Jayasankar, da Microsoft. 

"Com isso em mente, vamos marcar os sites adaptados ao uso móvel quando eles aparecerem nos resultados".

A Microsoft disse, porém, que a interface móvel seria apenas um dos fatores considerados ao exibir resultados de pesquisa.

Jayasankar disse que as páginas que são altamente relevantes para uma pesquisa não vão ser penalizadas mesmo que as páginas mobile-friendly recebam um impulso.

"Este é um bom equilíbrio e chegar a esse levou algumas alterações, mas acreditamos que agora estamos mais perto", afirmou Jayasankar.

Ele disse que as mudanças são esperadas para os "próximos meses ".

Estima-se que mais de metade das pesquisas na Internet em todo o mundo sejam feitas em telefones celulares, uma tendência impulsionada por países em desenvolvimento, onde o uso de smartphones é maior do que o de computadores.

Microsoft lança aplicativo Hyperlapse para criar e suavizar efeito timelapse em vídeos

A Microsoft anunciou primeiramente seu novo Hyperlapse ano passado, apenas algumas semanas antes do Instagram lançar seu próprio aplicativo Hyperlapse. A tecnologia de Redmond, no entanto, apresenta seus diferenciais que devem animar muito os fãs desse tipo de efeito nos vídeos e desejam uma melhor estabilização de movimentos.
Inicialmente, o algorítimo foi projetado para transformar os vídeos instáveis filmados comGoPro, em vídeos mais suavizados. Agora, o aplicativo que já esteve em fase beta, foi lançado pela Microsoft para aparelhos Android, Windows Phone e desktop, e tem também o potencial de processar vídeos e criar efeitos de timelapse. Ao contrário do serviço concorrente, com o Hyperlapse da Microsoft não é necessário usar especificamente os vídeos capturados na hora. Os arquivos armazenados no celular também podem receber o efeito de timelapse.
Para disponibilizar isso aos seus usuários, a Microsoft criou um algorítimo com uma nova tecnologia, que utiliza processamento de imagem para estabilização dos vídeos, ao invés de usar dados do giroscópio e acelerômetro, como o app do Instagram faz. Isso possibilita recriar o caminho 3D de uma câmera e juntar pixels para preencher regiões que faltam, e criar o efeito.
Além disso, o Microsoft Hyperlapse também usa reconhecimento de imagem para estabilizar o vídeo de um rosto, o que também é um diferencial em relação ao app do Instagram.
Enquanto as versões mobile do aplicativo oferecem esses recursos, o software para desktop possibilita edições ainda mais poderosas. Ele oferece duas opções de processamento de vídeos existentes: uma configuração básica otimizada para processamento rápido e menos movimentos de câmera, e um modo avançado otimizado para capturas de câmeras como a GoPro, com mais movimentação, capaz de obter melhores resultados de suavização.
A aplicação no desktop também é simples, e os usuários podem controlar a velocidade e a resolução final facilmente. Obviamente, a velocidade do processamento depende do hardware do computador, enquanto os apps mobile produzem um resultado em poucos segundos se a captura do vídeo for realizada com o próprio Hyperlapse.
Uma versão gratuita para testes foi lançada ontem para Android e Windows Phone, com a limitação de incluir uma marca d'água nos vídeos produzidos com o app. A Microsoft planeja lançar uma versão paga, mas não se sabe qual será o preço. Também não há previsão para uma versão voltada a usuários iOS. A companhia ainda está oferecendo uma versão na nuvem para desenvolvedores que desejam utilizar a tecnologia do algorítimo em seus sites e aplicativos. Através do Azure, a Microsoft é capaz de processar as edições do Hyperlapse em uma versão web.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

O corredômetro da doença Pagamos impostos altíssimos para ver humanos estendidos no chão dos corredores de hospitais

Poderia ser só no Ceará. Poderia ser só por causa da “chuva e aumento de viroses”, segundo a visão embaçada do governo cearense. Poderia ser só no Nordeste e no Norte, regiões mais carentes. Mas não é. A fileira de doentes no chão do corredor do hospital Instituto Dr. José Frota em Fortaleza, alguns com soro e remédios na veia, é uma síntese do descalabro da Saúde no Brasil.

Mesmo na cidade mais rica, São Paulo, doentes são tratados como cidadãos de última categoria. Uns inconvenientes, por expor um fracasso nacional. O Ministério da Saúde deveria mudar o nome para Ministério da Doença.

O direito ao atendimento médico digno está “garantido” na Constituição. Pagamos impostos altíssimos no país da propina. Até ontem, apenas em 2015, o governo Dilma havia arrecadado de nós, contribuintes, um recorde de R$ 700 bilhões. Trabalhamos quase metade do ano para pagar impostos. E para quê? Para ver o espetáculo degradante de seres humanos estendidos no chão de corredores de hospitais. Isso quando não estão na fila, ao relento, rezando para uma criança não morrer no colo ou um idoso não morrer na cadeira de rodas.

“A gente se sente impotente. Se for algo que mata, você morre mesmo”, disse ao jornal Folha de S.Paulo a estudante de 18 anos Louisy Lombardi, que esperou seis meses por uma consulta ginecológica em 2014. Joabe Silva, de 36 anos, aposentado por invalidez, ficou das 15 às 24 horas na rua com o filho de 1 ano, com conjuntivite e bronquite, até ser atendido. Peregrinou por três AMAs (unidades ambulatoriais) e dois hospitais. Seu sentimento? “Completo abandono.”

Pode ser febre alta. Um princípio de infarto. Pode ser a necessidade de uma ressonância. Uma biópsia. Uma ultrassonografia. Um raio X para uma perna possivelmente fraturada. Agendamento de uma cirurgia, simples ou complexa. Quando o tempo significa a vida ou a morte. A Saúde municipal, estadual e federal virou caso de polícia. A gente sente a gravidade do drama quando alguém próximo de nós, sem condições de pagar por medicina privada, precisa ser atendido ou operado.

Prefeituras e governos estaduais criaram postos de saúde 12 horas para casos menos sérios. Esses postos têm vários nomes e siglas, dependendo da cidade e do Estado. O objetivo é desafogar os prontos-socorros dos hospitais. A notícia é: não adiantou, entenderam, prefeitos e governadores? “Nunca tem médico”, é uma queixa comum da população. “Nunca tem data de agendamento.” “Nunca tem material.” É a Terra do Nunca.

Faltam médicos. Muitos desistem de ir para os postos porque não há condições básicas para exercer a função. Até nos hospitais, como o Hospital Geral de Fortaleza, faltam luvas, seringas, produtos para higienizar as mãos, fios para suturar cortes, tubos para entubar os bebês. “Estamos trabalhando numa guerra. Profissionais levam medicamentos de casa”, disse a presidente do sindicato dos médicos na capital cearense, Mayra Pinheiro. Hospitais dão calote em fornecedores. O calote vem lá de cima – e sabemos por quê. Não há mais dinheiro. Nem para financiar casa própria, nem para financiar estudantes, nem para cuidar de doentes.

No Estado do Rio de Janeiro, o Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, interditou a sala de parto porque o ar-condicionado não funciona por falta de manutenção. Montanhas de lixo ocupam corredores e salas. Faltam lâmpadas. Um recém-nascido teve infecção hospitalar logo após o parto. “Meu neto nasceu na sala de pré-parto, o lugar estava muito sujo, até vômito tinha”, disse ao jornal O Globo a avó do bebê, Naila de Sá Alves, de 41 anos, que participou pessoalmente de um mutirão, com médicos e enfermeiros, para limpar o local. Isso pode?! Macas estavam nos corredores da emergência do Rocha Faria.

Em outro hospital estadual, o Carlos Chagas, em Marechal Hermes, faltam antibióticos, luvas, fraldas e até papel de escritório. Roupas e lençóis não são trocados como deveriam ser. Uma enfermeira disse ter comprado com seu dinheiro lenços umedecidos. Parentes levam cobertores para os doentes. Não entendo por que a presidente Dilma Rousseff e o governador Pezão não fazem uma excursão aos hospitais. Deveriam comer no bandejão dos médicos e enfermeiros. E posar no corredômetro da vergonha.

Há seis anos, em 2009, um artigo meu em ÉPOCA se intitulava “Queria escrever sobre a luz de maio”. De lá para cá, tudo piorou. Do índice de homicídios ao de roubalheira, passando pelo número de desempregados – que não conseguem sequer entrar com pedido de seguro-desemprego!

A luz de maio continua linda. Mas o resto é escuridão: os bandidos estão à solta na planície e no planalto.

Justiça Federal determina o bloqueio de R$ 282 milhões da empreiteira OAS Empresa é uma das investigadas na Operação Lava Jato. Ao todo, a Justiça já bloqueou quase R$ 1 bilhão de construtoras.

O Ministério Público Federal (MPF) anunciou, nesta sexta-feira (15), que a Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 282.494.939,72 da construtora OAS S.A.. A empresa é uma das investigadas na Operação Lava Jato que, entre outros assuntos, investiga desvio de dinheiro da Petrobras, por meio de contratos fraudulentos.
Na quinta-feira (14), o MPF anunciou que a Justiça determinou o bloqueio de R$ 241.541.922,12 da construtora Camargo Corrêa e da empresa Sanko Sider e outros R$ 302.560.926,48 da Galvão Engenharia. As três empresas são citadas em processos da Operação Lava Jato, em curso desde março de 2014 e que investiga, entre outros crimes, fraudes em contratos de empreiteiras junto à Petrobras.
A divulgação se soma a outro bloqueio de dinheiro feito pela Justiça Federal contra a construtora Engevix, anunciado no dia 24 de abril. A decisão foi tomada por uma vara cível em Curitiba, na qual seguem alguns dos processos da Lava Jato. Ao todo, foram bloqueados R$ 153.957.199,60 da empresa. Somados, os valores atingem R$ 980.554.987,92.
Ainda de acordo com o MPF, os valores bloqueados correspondem a 1% dos contratos firmados entre essas empresas e a Petrobras durante o período investigado. Também estão somados a estas quantias multas civis no valor de três vezes o crescimento patrimonial considerado indevido.
As empresas citadas têm prazo de 15 dias para apresentar à Justiça os bens passíveis de serem embargados. Neste período, elas também podem entrar com recursos contra as decisões judiciaias que determinaram o bloqueio dos valores
Outro lado
Procurada pelo G1, a OAS diz que "não se manifestará sobre o processo em andamento".

Governo de MG e Sind-Ute assinam acordo sobre piso de professores Documento define ainda, outras reivindicações como plano de carreira. Negociação foi encaminhada à Assembleia Legislativa, para aprovação.

Governo de Minas Gerais e Sind-Ute assinam acordo de piso salarial de professores estaduais (Foto: Michele Marie / G1)Governo de Minas Gerais e Sind-Ute assinam acordo de piso salarial de professores estaduais (Foto: Michele Marie / G1)
O acordo salarial que trata do pagamento do piso salarial aos professores estaduais de Minas Gerais, entre outras reivindicações da categoria, foi assinado na manhã desta sexta-feira (15), durante entrevista coletiva feita em Belo Horizonte.

Assinaram o documento, além do governador do estado Fernando Pimentel, a diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute MG), Beatriz Cerqueira; e a presidente da Associação dos Diretores de Escolas Oficiais de Minas Gerais (Adeomg), Ana Maria Belo.

Durante a cerimônia, o documento também foi entregue a Adalclever Lopes, presidente da Assembleia Legislativa. Conforme explicado pelo governo, o acordo deve ser aprovado pela Assembleia Legislativa e transformado em lei para ser aplicado.

Pimentel definiu a data como histórica para a educação. “Nós estamos quitando uma dívida histórica com os professores da rede estadual do ensino”, disse o governador, acrescentando que o pagamento do piso salarial é uma reivindicação antiga dos trabalhadores.
 
Então, enquanto no resto do Brasil, nós assistimos a espetáculos lamentáveis, chegando a agressões públicas ao professorado, aqui em Minas, (...) nós obtivemos o consenso necessário para dar esse passo histórico"
Fernando Pimentel, governador de Minas
Durante a cerimônia, Pimentel disse que, em Minas Gerais, os professores são tratados com respeito e com dignidade. Ele também comparou a situação dos docentes no estado com a de profissionais de outros locais do país. “Então, enquanto no resto do Brasil, nós assistimos a espetáculos lamentáveis, chegando a agressões públicas ao professorado, aqui em Minas – pela via do diálogo, do consenso, do trabalho, sem abrir mão de nenhuma das convicções de parte a parte, sem abrir mão da autonomia que os sindicatos têm e têm que ter nessa negociação –, nós obtivemos o consenso necessário para dar esse passo histórico”, disse.

No dia 29 de abril, professores paranaenses entraram em confronto com a polícia, deixando centenas de feridos na Assembleia Legislativa do Paraná. A categoria protestava contra o projeto de lei que promove mudanças no custeio do Regime Próprio da Previdência Social dos servidores estadual. Segundo a Prefeitura de Curitiba, 213 pessoas ficaram feridas, em mais de duas horas em conflito, com uso de bombas e tiros de balas de borracha. A Secretaria de Segurança Pública afirma que 20 policiais também ficaram machucados no tumulto.

'Início da recuperação'
“Minas Gerais demorou sete anos para cumprir uma lei que é de 2008. Então Minas Gerais está atrasada sete anos”, afirma Beatriz Cerqueira. “O documento assinado é resultado de muita luta nossa, não é bondade”, acrescenta ela, falando da importância do resultado para a categoria. “É o início da recuperação da nossa profissão, da nossa carreira”, conclui.

Sobre as datas em que as negociações salariais começam a valer, Beatriz explica que as mudanças no plano de carreira serão iniciadas nos próximos meses de junho e julho. Já o piso, chega para os professores, efetivamente, em 2017, quando já entrará em vigor o valor do piso.

No último dia 4 de maio, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE) apresentou proposta de reajuste salarial e de reestruturação das carreiras dos servidores públicos da área no estado. Além da garantia de cumprimento da implementação do piso salarial até 2018, adiantado em um ano com o novo acordo, o governo previa que os aposentados na educação básica, que fizerem jus à paridade, recebam o mesmo reajuste dos servidores ativos.

O acordo foi aprovado pelos professores em assembleia feita nesta quinta-feira (14) e, segundo o Sind-Ute MG, também define o fim do subsídio como forma de remuneração e o retorno do vencimento básico, direitos retirados em 2011; garantia de aplicação automática dos reajustes salariais anuais do piso salarial;  e progressões no plano de carreira, entre outros pontos.  Ainda há demandas ainda não definidas, que permanecem em negociação.

Segundo a secretária estadual de Educação, Macaé Evaristo, “a educação pública precisa melhorar, porque essa educação é a que atende mais de 80% da população brasileira”. “A gente não consegue melhorar a educação se não valorizar o profissional que atua”. Conforme aponta a secretária, para que o piso seja corrigido e os acordos cumpridos, serão gastos cerca de R$ 13 bilhões. “Isso é uma conta inicial“, explica Macaé.

O diretório do PSDB em Minas Gerais divulgou nota informando que "ao longo de 12 anos foram cumpridos todos os compromissos com o funcionalismo público, com muita justiça e por merecimento. Conquistas dentre as quais estão o pagamento em dia dos salários e a valorização das carreiras, em especial a educação. Nos últimos 10 anos a inflação medida pelo IPCA foi de 82.10%  e tivemos um crescimento da folha de pessoal da educação de 185%. Ou seja, evidencia importante conquista de ganho real da ordem de 100% no período".
Ainda de acordo com a nota, o PSDB "lamenta que o governador Fernando Pimentel em seu primeiro ato relacionado aos professores tenha descumprido a promessa feita à categoria em campanha eleitoral  ao anunciar o pagamento do piso defendido pelos professores. Em realidade, o que se viu hoje foi um aumento em forma de abono a ser pago em dois anos".

Ministério Público pede condenação de Cerveró por lavagem de dinheiro Para defesa, pedido era esperado, mas não há 'elemento de prova'. MP também pediu que ele ressarça cofres públicos em R$ 2,5 milhões.

Ministério Público Federal (MPF) pediu a condenação do ex-diretor da área Internacional da Petrobas Nestor Cerverópor lavagem de dinheiro.
Cerveró está preso em Curitiba e responde a dois processos na Operação Lava Jato. O pedido do MPF foi registrado no andamento processual do caso na noite desta quinta-feira (14).

No dia 24 de fevereiro, o MPF havia apresentado denúncia contra Cerveró, que significa a abertura de inquérito diante de índícios de crime.
Ao pedir a condenação, o MPF considera que, ao longo das investigações do inquérito, houve provas suficientes para atestar a existência do crime e a autoria.
Defesa
Ao G1, o advogado de Nestor Cerveró, Edson Ribeiro, afirmou que "não existe nenhum elemento de prova" para a condenação do ex-diretor. Ele afirmou que o pedido de condenação do MPF já era esperado, mas, segundo a defesa, as provas de acusação não comprovam a participação a Cerveró no esquema.
"Não existe nada que o implique nesta denúncia. Até porque, o crime de lavagem de dinheiro tem que ter um crime antecedente. Você só lava o que é ilegal. Muito embora o MPF tenha pedido a condenação, isso não significa absolutamente nada, porque as provas antecedentes são no sentido de absolver o Cerveró", afirmou.
No pedido de condenação, o MPF requer que a pena seja cumprida em regime incialmente fechado e que a prisão preventiva do ex-diretor seja mantida, além do pagamento de R$ 2,5 milhões como reparação de danos para os cofres públicos.
Agora, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, vai decidir se aplica ou não a condenação a Cerveró. Moro também vai definir o período de uma eventual pena na cadeia.
Nestor Cerveró é apontado pelo MPF como um dos beneficiários do esquema de pagamento de propina em contratos da Petrobras investigados pela Lava Jato.

Na denúncia que originou o pedido de condenação, procuradores da República alegam que parte do dinheiro pago ao ex-diretor no esquema foi enviado ao exterior por meio de offshores, empresas de fachada no exterior, localizadas no Uruguai e na Suíça.
Nestor Cerveró permanece em silêncio durante sessão de depoimento na CPI da Petrobrás, realizada na Justiça Federal, em Curitiba (PR), nesta segunda-feira (10) (Foto: Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo)Nestor Cerveró está preso em Curitiba
(Foto: Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo)
Cobertura no Rio
De acordo com as investigações, em uma dessas operações, o ex-diretor da Petrobras repatriou ao Brasil, por meio de uma empresa de fachada, recursos repassados para a offshore Jolmey para comprar uma cobertura de luxo no Rio.
Os procuradores explicam na denúncia que apesar de estar registrada em nome de terceiros, a offshore era de propriedade de Cerveró.
No pedido desta quarta, os procuradores da Repúbica pediram que a pena imposta a Cerveró fosse agravada por conta dos "motivos", "circunstâncias" e "consequências" do crime.
"As suas ações foram movidas em busca de enriquecimento fácil e pela ganância injustificável, já que possuía renda mensal de aproximadamente R$ 110.000,00, muito acima da média do Brasileiro, excelente emprego, previdência garantida e conjunto de patrimônio confortável", afirma o pedido de condenação.
Inicialmente, também eram reús neste processo o lobista Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema – o partido nega – e o advogado uruguaio Oscar Algorta. O processo contra Baiano, no entanto, foi arquivado pela Justiça e o de Algorta se tornou uma ação penal em separado.

Moro estabelece fiança de R$ 500 mil para acusado de obstruir investigação Guilherme Esteves de Jesus está preso no sistema penitenciário do Paraná. Juiz da Operação Lava Jato aceitou denúncia contra ele e a esposa.

O  juiz Sergio Moro, da Justiça Federal emCuritiba, autorizou nesta sexta-feira (15), mediante fiança de R$ 500 mil, a soltura de Guilherme Esteves de Jesus, investigado por lavagem de dinheiro com origem no esquema de corrupção que operava naPetrobras.
No mesmo despacho, Moro aceitou adenúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra ele e a esposa, Lilia Loureiro Esteves de Jesus. Segundo a denúncia, Esteves foi preso por embaraço à investigação, ao dificultar a ação de agentes da Polícia Federal (PF) durante cumprimentos de mandados de busca e apreensão da 9ª fase da Operação Lava Jato.
Segundo o MPF, na manhã do dia 5 de fevereiro, Esteves e sua esposa atenderam à PF pelo interfone e atrasaram a entrada dos agentes alegando que iriam prender os cachorros.
Em seguida, conforme a Procuradoria, os dois juntaram provas e dinheiro e fugiram pela porta dos fundos. De acordo com o MPF, toda a cena foi gravada por câmeras do circuito interno da residência.
Guilherme Esteves não falou durante a CPI da Petrobras, em Curitiba (Foto: Reprodução/RPC)Esteves foi denunciado por obstruir a investigação
(Foto: Reprodução/RPC)
Provas
Conforme o juiz Sergio Moro, as provas apresentadas pelo MPF sobre a tentativa de obstruir as investigações são suficientes para aceitar a denúncia contra Esteves e a esposa.
Como ainda carecem de investigações as denúncias de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro, Moro optou por transformar a prisão preventiva em medidas cautelares alternativas.
Dentre essas medidas estão: entrega do passaporte e proibição de deixar o país; comparecimento a todos os atos processuais, salvo dispensa expressa do Juízo; e proibição de mudança de endereço, sem prévia autorização da Justiça.
A exigência do pagamento de fiança, segundo Moro, se faz necessária para diminuir o "risco de evasão".
Para calcular o valor, o juiz considerou o suposto envolvimento do acusado com contas off-shores no exterior e pagamentos de propina milionárias – "todos signos presuntivos de riqueza".
Defesa
No fim da tarde, a defesa de Esteves protocolou um pedido ao Juízo informando que, em razão do horário de funcionamento do sistema bancário, não poderia fazer o depósito nesta sexta. Pedia, contudo, que fosse emitido o alvará de soltura mediante compromisso de pagar o valor na segunda-feira (18).
O juiz Sergio Moro negou o pedido. “Em que pese a crença pessoal deste julgador de que o compromisso assumido pelo defensor seria cumprido, não é possível expedir o alvará antes do depósito da fiança. Assim, com as escusas do Juízo, indefiro o requerido”, justificou.
Papel como operador
Guilherme Esteves é investigado pelo MPF por suposta lavagem de dinheiro de propinas pagas pelo Estaleiro Jurong, destinadas a Pedro Barusco, Renato Duque, ao PT e a funcionários da Sete Brasil em contratos de construção de sondas de perfuração de águas profundas para exploração do pré-sal.
"O acusado Guilherme intermediaria, segundo a acusação, as propinas pagas pelo Estaleiro Jurong, contratado pela Sete Brasil para construção de seis sondas, cujo consumidor final é a Petrobrás [...] Teriam sido pagos USD 8.211.614,00 de propina, sendo que parte encontra, em cognição sumária", citou Moro no despacho.
Segundo os procuradores que integram a força-tarefa da Lava Jato, muitos desses pagamentos ocorreram mediante depósitos no exterior, em contas em nome de empresas off-shores.