sexta-feira, 15 de maio de 2015

Moro estabelece fiança de R$ 500 mil para acusado de obstruir investigação Guilherme Esteves de Jesus está preso no sistema penitenciário do Paraná. Juiz da Operação Lava Jato aceitou denúncia contra ele e a esposa.

O  juiz Sergio Moro, da Justiça Federal emCuritiba, autorizou nesta sexta-feira (15), mediante fiança de R$ 500 mil, a soltura de Guilherme Esteves de Jesus, investigado por lavagem de dinheiro com origem no esquema de corrupção que operava naPetrobras.
No mesmo despacho, Moro aceitou adenúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra ele e a esposa, Lilia Loureiro Esteves de Jesus. Segundo a denúncia, Esteves foi preso por embaraço à investigação, ao dificultar a ação de agentes da Polícia Federal (PF) durante cumprimentos de mandados de busca e apreensão da 9ª fase da Operação Lava Jato.
Segundo o MPF, na manhã do dia 5 de fevereiro, Esteves e sua esposa atenderam à PF pelo interfone e atrasaram a entrada dos agentes alegando que iriam prender os cachorros.
Em seguida, conforme a Procuradoria, os dois juntaram provas e dinheiro e fugiram pela porta dos fundos. De acordo com o MPF, toda a cena foi gravada por câmeras do circuito interno da residência.
Guilherme Esteves não falou durante a CPI da Petrobras, em Curitiba (Foto: Reprodução/RPC)Esteves foi denunciado por obstruir a investigação
(Foto: Reprodução/RPC)
Provas
Conforme o juiz Sergio Moro, as provas apresentadas pelo MPF sobre a tentativa de obstruir as investigações são suficientes para aceitar a denúncia contra Esteves e a esposa.
Como ainda carecem de investigações as denúncias de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro, Moro optou por transformar a prisão preventiva em medidas cautelares alternativas.
Dentre essas medidas estão: entrega do passaporte e proibição de deixar o país; comparecimento a todos os atos processuais, salvo dispensa expressa do Juízo; e proibição de mudança de endereço, sem prévia autorização da Justiça.
A exigência do pagamento de fiança, segundo Moro, se faz necessária para diminuir o "risco de evasão".
Para calcular o valor, o juiz considerou o suposto envolvimento do acusado com contas off-shores no exterior e pagamentos de propina milionárias – "todos signos presuntivos de riqueza".
Defesa
No fim da tarde, a defesa de Esteves protocolou um pedido ao Juízo informando que, em razão do horário de funcionamento do sistema bancário, não poderia fazer o depósito nesta sexta. Pedia, contudo, que fosse emitido o alvará de soltura mediante compromisso de pagar o valor na segunda-feira (18).
O juiz Sergio Moro negou o pedido. “Em que pese a crença pessoal deste julgador de que o compromisso assumido pelo defensor seria cumprido, não é possível expedir o alvará antes do depósito da fiança. Assim, com as escusas do Juízo, indefiro o requerido”, justificou.
Papel como operador
Guilherme Esteves é investigado pelo MPF por suposta lavagem de dinheiro de propinas pagas pelo Estaleiro Jurong, destinadas a Pedro Barusco, Renato Duque, ao PT e a funcionários da Sete Brasil em contratos de construção de sondas de perfuração de águas profundas para exploração do pré-sal.
"O acusado Guilherme intermediaria, segundo a acusação, as propinas pagas pelo Estaleiro Jurong, contratado pela Sete Brasil para construção de seis sondas, cujo consumidor final é a Petrobrás [...] Teriam sido pagos USD 8.211.614,00 de propina, sendo que parte encontra, em cognição sumária", citou Moro no despacho.
Segundo os procuradores que integram a força-tarefa da Lava Jato, muitos desses pagamentos ocorreram mediante depósitos no exterior, em contas em nome de empresas off-shores.

Petrobras tem lucro líquido de R$ 5,33 bilhões no primeiro trimestre Resultado é 1% menor que o registrado no mesmo período de 2014. Executivo disse que pagamento de dividendos depende de resultado.

Executivos da Petrobras apresentam resultados (Foto: Cristiane Caoli/G1)Executivos da Petrobras apresentam resultados (Foto: Cristiane Caoli/G1)
A Petrobras divulgou nesta sexta-feira (15) que terminou o primeiro trimestre de 2015 com lucro líquido de R$ 5,33 bilhões. O resultado representa uma queda de 1% em relação ao lucro de R$ 5,393 bilhões registrado no mesmo período de 2014. Este é o pior resultado para um primeiro trimestre desde 2007, quando a empresa registrou lucro de R$ 4,1 bilhões.
O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em R$ 21,518 bilhões de janeiro a março de 2015, crescimento de 50% sobre um ano antes.No quarto trimestre do ano passado, a companhia teve prejuízo de R$ 26,6 bilhões.

Este foi o primeiro balanço da gestão de Aldemir Bendine, sucessor de Graça Foster na presidência da Petrobras.
A empresa destacou que houve, no trimestre, o efeito integral dos reajustes de 5% no preço do diesel e de 3% no preço da gasolina ocorridos em 7 de novembro de 2014. Também influenciaram no resultado os menores custos de vendas por conta da redução dos gastos com importação de petróleo.
lucro da petrobras (Foto: G1)
Questionado sobre possíveis novas altas no preço dos combustíveis durante entrevista coletiva realizada no Rio de Janeiro após a divulgação dos dados, Ivan de Souza Monteiro, diretor financeiro, afirmou que “a companhia vai operar preços competitivos e de mercado o tempo inteiro”.
Os investimentos totalizaram R$ 17,8 bilhões, 13% inferior aos do 1º trimestre de 2014.

O foco dos investimentos foi o segmento de Exploração e Produção no Brasil, que recebeu 79% dos recursos, com destaque para os projetos de aumento da capacidade produtiva.
Lucros em primeiros trimestres
Veja o valor em R$ bilhão por ano, desde 2006
6,74,16,95,87,710,999,27,695,45,3201020150102,557,512,5
Gráfico elaborado em 2015
O lucro operacional foi de R$ 13,3 bilhões, 76% superior ao do primeiro trimestre do ano passado, principalmente devido ao crescimento da produção de petróleo e gás. Além disso, diz a estatal, o resultado do 1º trimestre de 2014 sofreu impacto do provisionamento de gastos com o Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário (R$ 2,4 bilhões), o que não se repetiu em 2015.
No trimestre, houve redução da receita com exportações, influenciada pela queda no preço do petróleo, além da queda de 10% nas vendas no mercado interno devido à sazonalidade do consumo e ao menor nível de atividade econômica, segundo a Petrobras. A baixa da demanda foi de 10% para o diesel e de 11% para a gasolina.
“A gente observa que a receita da companhia caiu 9%. Essa queda na receita está relacionada com menor volume de venda de derivados, principalmente e também com a queda do preço do petróleo, que impactou o preço médio dos produtos que são exportados”, disse Mario Jorge da Silva, gerente executivo de desempenho empresarial, em entrevista coletiva.
"No entanto, essa queda do preço do petróleo impactou muito mais o custo dos produtos vendidos, que caíram 27%. Essa conjunção de fatores levou a companhia a subir substancialmente seu lucro bruto", ressaltou Silva.
Segundo a Petrobras, a companhia teve despesas financeiras líquidas, no trimestre, de R$ 5,6 bilhões. A estatal terminou o trimestre com R$ 68,2 bilhões em caixa. "As despesas operacionais caíram 22% nesse período, principalmente porque em 2014 tivemos lançada programa de demissão voluntária”, disse Mario Silva.
"O resultado financeiro negativo é reflexo direto da elevação da taxa de câmbio no período. Como a maior parte da dívida da companhia é nominada em moeda estrangeira, a elevação da taxa impacta o resultado", acrescentou.
A estatal projeta, para 2015, que as atividades operacionais permitirão a agregação de US$ 25 bilhões ao fluxo de caixa. "Temos que fazer frente a pagamento de juros, amortização e outro que somam US$ 21 bilhões e vencimentos projetados de US$ 29 bilhões", disse Mario Jorge da Silva.
Operação
No lado operacional, a Petrobras destacou que atingiu recorde na produção média mensal de petróleo de 672 mil barris por dia no pré-sal. Em 11 de abril foi alcançada a marca de 800 mil barris por dia de produção de petróleo no pré-sal, configurando novo recorde.
Mario Silva ressaltou que a Petrobras conseguiu reduzir o tempo de perfuração e completação de poços do pré-sal. “O que significa isso? Projetos mais competitivos”.
A empresa também citou no balanço a entrada em operação da plataforma P-61 no campo de Papa-Terra (Bacia de Campos), além do sistema de produção antecipada do campo de Búzios (Bacia de Santos), e o início da produção do campo Hadrian South em águas ultraprofundas no Golfo do México.
Sobre a contratação de plataformas previstas para o próximo ano, a diretora de exploração e produção da Petrobras, Solange da Silva Guedes, afirmou que a empresa está "em processo de fechamento" dessa operação. "Esse processo da construção dessas plataformas são contratos que afetam todos, o conjunto grande de plataformas. Estamos fazendo esforço muito grande no sentido de fazer que esses suprimentos aconteçam”, disse em entrevista coletiva.
Ivan de Souza afirmou que o presidente da empresa, Aldemir Bendine, "adiantou que haverá tremenda priorização à área de exploração, já que os grandes projetos ou estão concluídos ou tiveram processo de adiantamento." "A cadeia de fornecedores sofreu em consequência dos acontecimentos de tudo que foi tornado público na Operação Lava Jato”, completou.
Em nota divulgada junto ao balanço, Bendine declarou: "estamos trabalhando para manter nosso desempenho econômico-financeiro em patamares elevados. Como já pude mencionar em algumas ocasiões, nosso objetivo é desenvolver uma companhia rentável, com excelência em governança e que seja capaz de utilizar de maneira eficiente sua base de ativos para gerar o máximo de valor aos seus acionistas e investidores."
Pagamento de dividendos
Por conta do resultado negativo de 2014, a Petrobras não pagou aos acionistas os dividendos relativos a esse ano. A decisão de não pagar, no entanto, não teria sido contestada pelos acionistas: "não temos conhecimento de nenhuma ação na Justiça em relação a esse tema. A companhia prestou hoje informações ao regulador sobre o procedimento respaldado na orientação do seu departamento jurídico", disse o diretor financeiro Ivan de Souza.
Questionado sobre o pagamento de dividendos este ano, o executivo afirmou que "dividendo vai depender do resultado, e se apurando resultado positivo não tem por que não [pagar]". A declaração foi feita a jornalistas na coletiva depois da divulgação.
Prêmio
Em nota divulgada com o balanço, Bendine parabenizou os funcionários da empresa pelo prêmio recebido pela Petrobras neste ano. "Não poderia deixar de mais uma vez parabenizar os empregados da companhia, os verdadeiros responsáveis pela conquista de mais um OTC Distinguished Achievement Award for Companies, Organizations, and Institutions, o mais importante prêmio da indústria offshore mundial", afirmou.
"Este reconhecimento é a prova de que a Petrobras dispõe da expertise, da tecnologia e dos recursos necessários para a construção de uma empresa que almeja criar o máximo de valor em suas operações", finalizou o presidente da empresa.

Coautor do atentado contra Maratona de Boston é condenado à pena de morte

Dzhokhar Tsarnaev © Foto: FBI/AP Photo Dzhokhar Tsarnaev Um júri norte-americano condenou nesta sexta-feira à pena de morte o coautor do atentado contra a Maratona de Boston, Dzhokhar Tsarnaev, por ele ter ajudado a realizar o ataque em 2013 que matou três pessoas e feriu 264.
O júri federal demorou 15 horas para chegar a uma decisão e escolheu a morte por injeção letal para Tsarnaev, de 21 anos. A outra opção era prisão perpétua sem possibilidade de libertação.
O mesmo júri considerou no mês passado o rapaz de origem chechena culpado de colocar um par de bombas caseiras numa panela de pressão na linha de chegada da famosa corrida em 15 de abril de 2013, bem como atirar fatalmente contra um policial. O atentado foi um dos ataques de maior destaque em solo norte-americano desde 11 de setembro de 2001.
Tsarnaev, vestido com uma jaqueta esportiva preta e camiseta de cor clara, permaneceu em silêncio enquanto a sentença era lida, mantendo a atitude firme que teve durante a maior parte do julgamento.
O juiz George O'Toole agradeceu Tsarnaev pela sua "compostura e decoro".
Durante 10 semanas de depoimentos, o júri ouviu cerca de 150 pessoas, incluindo aquelas cujas pernas foram arrancadas pelas bombas cheias de estilhaços. William Richard, o pai de uma das vítimas, descreveu a decisão angustiante de deixar seu filho de 8 anos morrer de seus ferimentos para que ele pudesse salvar a vida de sua filha, Jane, que perdeu uma perna, mas sobreviveu.
Os promotores descreveram Tsarnaev como um adepto das ideias de militantes islâmicos da Al Qaeda que realizou o ataque como um ato de retaliação às campanhas militares norte-americanas em países muçulmanos.
Os advogados de defesa abriram o julgamento em 5 de março com a admissão de que Tsarnaev cometeu todos os crimes que vinha sendo acusado, mas argumentaram que seu cliente foi um contribuidor minoritário no esquema planejado e conduzido pelo seu irmão, Tamerlan, de 26 anos.
Tamerlan morreu após um tiroteio, que terminou quando Dzhokhar o atropelou com um carro roubado.
A decisão do júri não significa que a morte é iminente. O juiz George O'Toole ainda vai sentenciar formalmente Tsarnaev à morte numa audiência a ser agendada nos próximos meses. A defesa provavelmente recorrerá da decisão.
A pena de morte continua sendo altamente controversa em Massachusetts, que não coloca ninguém no corredor da morte há quase 70 anos e aboliu a pena capital para crimes estaduais em 1984. Tsarnaev foi julgado sob a lei federal, que permite a injeção letal como punição.
(Reportagem de Scott Malone, Richard Valdmanis e Elizabeth Barber)

Rolemberg em 2013: Má gestão do GDF deixa policiais militares sem plano de saúde “Os pactos sem a espada são apenas palavras e não têm força para defender ninguém.” (Thomas Hobbes)

Bálticos e Polônia pedem à OTAN uma presença permanente Países vizinhos da Rússia não temem invasão ou anexação, mas uma guerra híbrida

Jens Stoltenberg, em Antalya. / LEFTERIS PITARAKIS (AP)
Um dia depois da OTAN alertar a Rússia contra a possível instalação de armas nucleares na Crimeia, as três repúblicas bálticas e a Polônia querem que a Aliança Atlântica estabeleça uma missão permanente em seus territórios para enfrentar qualquer ameaça russa.
Estônia, Letônia, Lituânia e o Governo de Varsóvia não temem mais uma anexação ou invasão no estilo soviético, mas as ações hostis que o Kremlin pode empreender contra eles e que, de fato, empregou recentemente. Essas ações vão desde a espionagem cibernética ao emprego da desinformação e a utilização de unidades convencionais e encobertas, algo que os especialistas batizaram de guerra híbrida.
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, garantiu nesta quinta-feira em entrevista à imprensa, no segundo e último dia de uma reunião de ministros de Relações Exteriores, que a Aliança realizou na cidade turca de Antália, que esperaria receber a carta, mas, por ora, não manifestou nenhuma posição oficial. “Já temos presença militar no flanco oriental da Aliança”, afirmou, recordando que a OTAN realiza missões de vigilância aérea nos países bálticos desde o início da crise com a Ucrânia, que foi ampliada sua presença naval nessa zona e no mar Negro e que a criação da força de ação rápida em 2016 permitiria responder a todas as demandas do Leste.O pedido dos bálticos, que consistiria em uma brigada rotativa (entre 3.000 e 5.000 integrantes), foi feito mediante uma carta conjunta dirigida ao comandante supremo das forças aliadas na Europa, o general Philippe Breedlove, e foi confirmado nesta quinta-feira por um porta-voz do Ministério da Defesa lituano. A Polônia, segundo um documento ao qual a agência Reuters teve acesso, pretenderia levantar a questão na próxima cúpula da OTAN, que será realizada precisamente na capital polonesa em 2016. No caso polonês, seriam duas brigadas.
Na cúpula de Gales de 2014, a OTAN concordou com um rodízio permanente de tropas na região, mas não definitivo porque essa é uma questão que divide os 28 aliados. Os Estados Unidos, sim, têm cerca de 150 efetivos em cada um dos países bálticos e na Polônia desde 2014.
Mas o tema sobre o qual o secretário-geral da OTAN falou de fato com desenvoltura foi a guerra híbrida, que, segundo afirmou, é um dos principais desafios enfrentados pela Aliança. Tanto que ele anunciou, como já havia feito a chefa da diplomacia europeia, Federica Mogherini, presente no encontro turco, que sua organização e a UE colaborarão estreitamente nesse campo. “A Alta representante da UE, Federica Mogherini, e eu decidimos pedir a nossas equipes que intensifiquem a cooperação entre a UE e a OTAN na luta contra a guerra híbrida”, disse, e apresentou, entre outras, duas iniciativas do Reino Unido e da Turquia para compartilhar informações.