quarta-feira, 6 de maio de 2015

Começa o grande teste da credibilidade de Levy

O ministro Joaquim Levy cresceu. Não em altura, porque ele não tem mais idade para isso e nem precisa, já que mede 1,90m. Ele cresceu em peso político e representatividade do governo. Desde que começou a revelar os detalhes de seu ajuste fiscal, Levy já fez de tudo um pouco, transitando entre a política, as relações internacionais, as intrigas do poder e os afazeres da sua pasta.
Nesta quarta-feira (5) começa o grande teste da credibilidade alcançada pelo super ministro até agora e, principalmente, do grau de convencimento assimilado pelo Congresso Nacional para aprovação das medidas do ajuste que dependem do legislativo. A primeira prova começa pelas mudanças na Previdência, como pagamento de pensão e seguro desemprego – coisa que pega o político pelo fígado.
Tem muito mais a ser feito e os resultados vão demorar a chegar. O desempenho das contas públicas nos três primeiros meses do ano deixa claro que a pedreira é grande. O governo não conseguiu alcançar nem 10% da economia prometida para o pagamento dos juros da dívida pública – as despesas continuam crescendo acima das receitas e os cortes de gastos feitos até agora não foram suficientes. Será preciso fazer mais, apertar mais.
Nesses meses de discursos e metáforas sobre a importância dos ajustes, a maior ameaça feita pelo ministro foi sobre o chamado grau de investimento – nota concedida pelas agências de classificação de risco que dá ao Brasil status de país seguro e com acesso ao mercado internacional de crédito. Levy tem razão em enfatizar o tamanho do enrosco se sairmos dessa categoria – seria uma pá de cal na recuperação da economia no médio prazo. 
Para aproveitar a musculatura adquirida, Levy quer, com uma mão, segurar o grau de investimento, com a outra, conduzir uma agenda "triplo A” na economia. O AAA é a nota máxima concedida pelas agências de classificação de risco, ou seja, seria uma agenda de alto nível, supimpa, coisa de país rico. Os principais temas desta pauta são qualitativos e giram em torno do fortalecimento institucional do país, sem foco em algum setor, partido ou região. Levy fala em qualidade dos gastos, competitividade, infraestrutura e educação. “Eu aperto aqui mas mostro o caminho do bem”, estaria dizendo o ministro.
Do outro lado do “balcão”, os consumidores assistem com preocupação a deterioração ao seu redor. Os desequilíbrios provocados pela política econômica do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff já saíram da cartilha da economia e afetam as conquistas subjetivas alcançadas nos últimos anos: o bem estar, a previsibilidade, o poder de compra, a segurança no emprego – a confiança no presente e a esperança com o futuro.
A esperança de Joaquim Levy não deve estar apenas na conveniência do Congresso Nacional em aceitar as medidas impopulares, mas necessárias para o fortalecimento da economia e do país. Ela também precisa estar na sensibilidade e na capacidade dos brasileiros em absorver as perdas, receber os choques, aguentar a “dor” das correções da realidade e, fundamentalmente, na paciência de todos para esperar a retomada. 

Qual será o ajuste possível?

Na ponta do lápis, o ajuste fiscal pretendido pelo governo vai perder uns bilhões de um lado e ganhar outros bilhões de outro. As mudanças feitas pelo Congresso Nacional nas medidas que regulam benefícios sociais fazem parte desta equação que está longe do fim. Para entregar uma economia de 1,2% do PIB em 2015, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, vai precisar somar e subtrair muitos “dinheiros” das contas públicas.
Entre as negociações com a política do Congresso e a gestão das receitas e despesas do país, ainda leva um tempo até que se forme uma noção mais acurada da quantidade de recursos alcançados para compor o superávit primário. Também não estão claras as fontes do dinheiro - quanto virá de aumento de impostos, quanto virá de cortes de gastos, quanto virá de reformas nos benefícios. 
A pergunta que se faz hoje é: qual será o ajuste possível? Com um adendo: o possível será suficiente? Com o que já sabemos até agora, o possível parece bem distante do ideal. Não valendo mágica, milagre ou um arrocho descomunal na economia, dependendo da composição do que foi “possível fazer”, o suficiente aceita - por hora. Se a economia para pagar os juros da dívida sobrecarregar os contribuintes, não será bom. Se o plano de corte de gastos gerar alguma eficiência na gestão pública, será bom.
Para quem assiste ao debate de casa com a “carteira” em perigo, a sensação de dúvida transita entre o curto, o médio e o longo prazo. É a tal da confiança com o presente e a esperança com o futuro que estão comprometidas. A inflação é a força mais contundente do preço do ajuste e a mais rápida. A corrosão do poder de compra é mais cruel com a população de baixa renda, mas não poupa as outras classes.
No médio prazo o que vai pesar é a estagnação da economia. Para corrigir a inflação o Banco Central sobe os juros, encarece o consumo e derruba o PIB para equilibrar demanda e oferta (supostamente). Devemos terminar o ano com o pior desempenho da atividade dos últimos 20 anos, com uma queda do Produto que pode chegar a 2%. Na mesma conta da estagnação está o desemprego, que já cresce e vai continuar subindo até que o custo do trabalho esteja adequado à produtividade.
Para o longo prazo a perspectiva não é negativa, é medíocre. Tudo vai depender de como vamos atravessar o curto e o médio prazos. Quanto vai ter custado ao país a correção da política econômica? Claro que em algum momento o Brasil começa a entrar em recuperação. Aqui aparece a conta do futuro: a queda dos investimentos. Ao passar anos arrumando a casa, o país estaciona no avanço tecnológico e na melhora da infraestrutura e, consequentemente, na capacidade de produção.
Então, ficamos assim. No curto prazo vai custar muito caro. No médio prazo será desalentador por causa do desemprego maior. E no longo prazo, será medíocre. Para completar esse roteiro, minimamente, não há como escapar do ajuste de agora. Quanto mais eficiente, rápido e abrangente for o ajuste, menos medíocres seremos (ou estaremos) no futuro.

Tribunal da Itália suspende extradição de Pizzolato para o Brasil Corte italiana irá analisar recurso do ex-diretor do BB no dia 3 de junho. Defesa diz no recurso que decisão do governo italiano contraria lei recente.

O Tribunal Administrativo Regional (TAR) do Lacio, na Itália, suspendeu nesta quarta-feira (6) a extradição do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão do PT. A Corte italiana agendou uma audiência para o dia 3 de junho para analisar o recurso protocolado pela defesa do ex-dirigente do banco público.
A correspondente da TV Globo em Roma, Ilze Scamparini, relata que os advogados argumentaram ao TAR que a decisão do ministro da Justiça, Andrea Orlando, se baseou em documentos aos quais a defesa não teve acesso, e que contraria a lei recém-aprovada que permite que cidadãos italianos condenados no Brasil cumpram pena na Itália.
Caso o tribunal considere legítima a extradição, os advogados solicitaram que ele cumpra a pena na Itália.
A Procuradoria Geral da República (PGR) ainda não foi informada oficialmente sobre a decisão da Corte italiana. Segundo a PGR, o tribunal da Itália viu risco de dano irreparável caso a entrega dele fosse permitida ao Brasil.

Por volta das 16h, a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça informou que o governo brasileiro ainda não havia sido notificado pela Justiça italiana sobre a decisão de suspender a extradição de Pizzolato. De acordo com a assessoria da pasta, o governo só se pronunciará após comunicado oficial.
Pizzolato, que tem cidadania italiana, foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no julgamento do mensalão do PT pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Em 2013, ele fugiu para a Itália antes de ser expedido seu mandado de prisão.
Declarado foragido, em 2014, ele foi encontrado e preso pela Interpol em Maranello, município do norte da Itália. Após Pizzolato ser detido, o governo brasileiro pediu sua extradição à Justiça italiana.
A solicitação do Brasil foi negada na primeira instância pela Corte de Apelação de Bolonha, mas, depois de a Procuradoria Geral da República protocolar um recurso, a Corte de Cassação de Roma acatou a extradição em fevereiro deste ano. Em 24 de abril, o governo da Itália autorizou que ele fosse enviado ao Brasil para cumprir a pena do mensalão.
O tratado de extradição, que foi suspenso nesta quarta, prevê que a Itália deverá informar ao Brasil o lugar e a data a partir da qual a entrega do ex-diretor poderá ser realizada. A norma também permite que o Brasil envie à Itália, com prévia concordância, agentes devidamente autorizados para conduzirem Pizzolato de volta, segundo informou a PGR.
O tempo de pena que o ex-diretor cumpriu na Itália – quase 11 meses – será descontado da pena total de 12 anos e 7 meses.

O senador da Itália visitou Pizzolato na penitenciária Sant'Anna di Modena na segunda-feira. Segundo a agência italiana Ansa, Giovanardi relatou que o ex-diretor "prefere morrer a descontar a pena por anos em uma penitenciária do Brasil".
Apoio na Itália

Na última segunda-feira (4), o senador italiano Carlo Giovanardi, integrante do bloco partidário de centro-direita AP (NCD-UDC), solicitou que o Ministério da Justiça da Itália revogasse a decisão de extraditar Pizzolato. Em seu site, o parlamentar afirmou que o ex-diretor do BBcorreria risco de vida no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde deve ficar preso.
Na tentativa de reverter a decisão do governo italiano, o senador europeu ressaltou que o Pizzolato foi submetido a um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sem possibilidade de recurso. Giovanardi classificou de incompreensível a decisão do Ministério da Justiça da Itália de extraditar um cidadão italiano.

06/05/2015 21h45 - Atualizado em 06/05/2015 22h25 Em sessão tumultuada, Câmara aprova texto-base de MP do ajuste MP torna mais rígidas regras de acesso a seguro-desemprego. Sessão teve agressão entre deputados e 'dólares' jogados por sindicalistas.

Em uma sessão tumultuada, com agressões entre deputados e retirada de sindicalistas do plenário, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (6) o texto-base da MP 665, que endurece as regras de acesso ao seguro-desemprego. Os deputados ainda analisarão destaques e emendas que visam modificar o texto.
Conforme acordo feito pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com líderes partidários, duas propostas de alteração da MP serão votadas nominalmente nesta noite. Outros destaques e emendas serão analisados em sessão nesta quarta (7).
Considerada pelo governo como necessária para o ajuste fiscal que visa reequilibrar as contas públicas, a medida provisória 665 foi editada em dezembro de 2014 pela presidente Dilma Rousseff juntamente com a MP 664, que restringe o acesso à pensão por morte – a 664 foi aprovada nesta terça em comissão especial e deverá ser votada depois da 665.                       
A aprovação do texto principal da proposta na Câmara só se tornou viável depois que a bancada do PT oficializou em nota que “fechou questão” em defesa das medidas provisórias de ajuste fiscal. A posição mais “enfática” do partido era uma reivindicação do PMDB, que temia levar sozinho o ônus político por viabilizar o endurecimento das regras de obtenção de benefícios previdenciários.

Após a aprovação da MP, parlamentares em plenário começaram a cantar: “PT pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão”.

Conforme os registros de votação da Câmara, 54 dos 64 deputados da bancada do PT votaram a favor da medida provisória. Um petista, o deputado Welinton Prado (MG-SP), votou contra a MP, outros nove parlamentares da bancada não registraram voto. Eles precisarão apresentar atestado médico para comprovar a necessidade de ausência ou terão a remuneração referente a esta terça (6) cortada.
O texto-base aprovado pelos deputados é o relatório do senador Paulo Rocha (PT-PA), votado no dia 29 de abril pela comissão especial criada para analisar matéria. A proposta é mais branda que a versão original da MP, já que estabelece prazos menores para a concessão do seguro-desemprego.
Pelo texto aprovado pela Câmara, o trabalhador terá direito ao seguro-desemprego se tiver trabalhado por pelo menos 12 meses nos últimos dois anos. O prazo inicial proposto pelo governo era de 18 meses. Antes, o trabalhador precisava de apenas seis meses.
Para poder pedir o benefício pela segunda vez, o projeto estipula que o trabalhador tenha nove meses de atividade. Antes, esse prazo exigido era de seis meses de trabalho, e o governo queria ampliar para 12 meses. A proposta mantém a regra prevista na MP (seis meses) se o trabalhador requisitar o benefício pela terceira vez.
Em relação ao abono salarial, o texto prevê que o trabalhador que recebe até dois salários mínimos deverá ter trabalhado por três meses para ter direito ao benefício. O texto do Executivo exigia seis meses.
O abono salarial equivale a um salário mínimo vigente e é pago anualmente aos trabalhadores que recebem remuneração mensal de até dois salários mínimos. Atualmente o dinheiro é pago a quem tenha exercido atividade remunerada por, no mínimo, 30 dias consecutivos ou não, no ano.
O texto aprovado na Câmara mantém o pagamento ao empregado que comprovar vínculo formal de no mínimo 90 dias no ano anterior ao do pagamento. Paulo Rocha explicou que a regra seguirá a mesma linha de pagamento do 13º salario. Por exemplo, quem trabalhou um mês ou cinco meses receberá respectivamente 1/12 e 5/12 do abono, explicou o senador.
Para o seguro-defeso, pago ao pescador durante o período em que a pesca é proibida, o foi mantida a regra vigente antes da edição da medida provisória- o pescador necessita ter ao menos um ano de registro na categoria. A intenção do governo era aumentar essa exigência para três anos.
Com relação ao abono salarial, foi mantido o pagamento ao empregado que comprovar vínculo formal de no mínimo 90 dias no ano anterior ao do pagamento. Paulo Rocha explicou que a regra seguirá a mesma linha de pagamento do 13º salario. Por exemplo, quem trabalhou um mês ou cinco meses receberá respectivamente 1/12 e 5/12 do abono, explicou o senador.
Sindicalistas
Sindicalistas da Força Sindical ocuparam as galerias durante as primeiras horas de votação da medida provisória, mas foram retirados do recinto depois de jogar dezenas de papéis que imitam cédulas de dólar e gritaram palavras de ordem contra o PT.
Os papéis jogados pelos sindicalistas trazem imagens da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Em cada cédula, há a foto de um dos três políticos, com a palavra “PETRO DÓLAR”.
Entre as palavras de ordem gritadas pelos sindicalistas estava: “Fora, PT” e  “trabalhador unido jamais será vencido”. Após a retirada, por seguranças, dos manifestantes do plenário, Cunha retomou a sessão de votação da medida provisória. No entanto, pouco depois uma discussão entre três deputados gerou nova suspensão.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) manifestava seu posicionamento sobre a medida provisória quando o deputado Roberto Freire (PPS-SP) tocou o colega com as mãos pelas costas. Silva reagiu: "Não toque em mim, não toque em mim". Em seguida, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que estava ao lado de ambos, criticou Freire e o acusou de tê-la empurrado.
Em meio à confusão que se formou no plenário, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) foi a um dos microfones, contestou a acusação da deputada e disse que “mulher que bate como homem, tem que apanhar como homem também".
Ninguém pode se prevalecer da posição de mulher para querer agredir quem quer que seja. E eu digo sempre que mulher que participa da política e bate como homem, tem que apanhar como homem também. É isso mesmo, presidente"
Deputado Alberto Fraga (DEM-DF)
"Ninguém pode se prevalecer da posição de mulher para querer agredir quem quer que seja. E eu digo sempre que mulher que participa da política e bate como homem, tem que apanhar como homem também. É isso mesmo, presidente", afirmou Fraga, o que gerou tumulto em plenário e a suspensão da sessão por mais alguns minutos.
Jandira Feghali afirmou aos jornalistas, posteriormente, que vai protocolar requerimento contra Fraga por quebra de decoro parlamentar e que avalia processá-lo judicialmente.
Discussão
A previsão era de que a MP 665 fosse votada nesta terça (5), mas, em uma manobra que surpreendeu o PT, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), inverteu a pauta do plenário para analisar antes da PEC da Bengala, proposta de emenda à Constituição que eleva de 70 para 75 anos a idade de aposentadoria compulsória de ministros de tribunais superiores.
Durante a discussão da PEC, o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), anunciou que o partido não mais apoiaria as chamadas MPs do ajuste fiscal. A decisão, segundo ele, foi motivada pelo pronunciamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em cadeia nacional de rádio e TV, em que o petista criticou a aprovação pelos deputados do projeto de lei que regulamenta contratos de terceirização.
A avaliação do peemedebista era de que PT e governo “posam” de defensores do trabalhador, enquanto pedem que a base aliada aprovem propostas que restringem direitos previdenciários. Após o posicionamento do PMDB, os deputados petistas realizaram uma reunião nesta quarta-feira (6) e divulgaram nota oficial oficializando o fechamento de questão em torno das medidas provisórias.
“Fechamos questão no apoio integral aos PLVs da 665 e 664. É um interesse hoje do país, pelas razões que já foram apresentadas, a necessidade do ajuste na economia”, anunciou o líder do PT, Sibá Machado (AC), da tribuna da Câmara. Enquanto discursava, o petista foi vaiado por sindicalistas presentes às galerias da Casa. O líder do governo, José Guimarães (CE), e o presidente da Câmara pediram silêncio aos manifestantes.
Guimarães também subiu à tribuna para destacar que o governo apoia as medidas de restrição aos benefícios previdenciários previstas nas MPs. “O governo quer votar a matéria, o governo tem interesse em colocar suas digitais. Não há problema nenhum entrarmos em debate de mérito sobre a importância dessa medida.”
Já a oposição utilizou instrumentos previstos no regimento para postergar ao máximo a votação. Para PPS, DEM e PSDB, as medidas provisórias prejudicam o trabalhador. O deputado Bruno Araújo (PSDB-CE) questionou a ausência de sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores, sindicato que fez uma grande mobilização contra o projeto de lei que regulamenta terceirização- proposta apoiada pela oposição e pelo PMDB, mas criticada pelo PT.
“A CUT traz uma cota pequena de seus sindicalizados. Aliás, não se ouve a CUT. Vamos assumir uma posição enfática contra a medida provisória. Queremos ver a CUT nas ruas. Essa posição é de verdade ou de mentirinha?”, questionou.
“Estamos tirando dinheiro do trabalhador brasileiro para cobrir o rombo fiscal do país”, criticou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).

CRISE NA VENEZUELA » “Dilma é sensível para questões de direitos humanos e prisão injusta” No Brasil, mulheres de políticos venezuelanos presos se reúnem com FHC e irão a Brasília

Tintori e Mitzy com Fernando Henrique. / REPRODUÇÃO/TWITTER
“Sabemos que a presidenta [Dilma Rousseff] é sensível para a questão dos direitos humanos, das torturas e da prisão injusta... [Temas] Que ela conhece tão bem”. As palavras de Lilian Tintori, mulher do opositor venezuelano Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular e preso há um ano e três meses acusado de tentativa de golpe por Nicolás Maduro, remetem ao passado da petista, detida e torturada durante a ditadura militar. Tintori e Mitzy de Ledezma, mulher do prefeito de Caracas Antonio Ledezma, preso em fevereiro deste ano, estão no Brasil para chamar atenção para o caso. Para isso, contam com o apoio de políticos do PSDB, entre eles o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador paulista, Geraldo Alckmin, com quem se encontraram nesta terça-feira, e com os holofotes que esperam atrair em Brasília. Na quinta, falarão na Comissão de Relações Exteriores do Senado,  em audiência pública quinta. É lá que esperam que deputados da oposição as ajudem a constranger o Governo Dilma, a quem julgam estar fazendo menos do que pode para libertar seus maridos
Os dois políticos presos são acusados de conspirar contra o Governo de Maduro, no entanto seus advogados alegam que nenhuma prova concreta foi apresentada no processo, e que as prisões são arbitrárias. Eles teriam assinado um manifesto contra o presidente, que vem sendo usado pela promotoria como principal evidência dos crimes. Contra López pesa ainda a acusação de ter ajudado a inflamar os violentos protestos contra o Governo em 2014, que terminaram com dezenas de mortos. A ONU e vários líderes – como o vice-presidente americano Joe Biden – defendem a libertação dos políticos: de acordo com Tintori, atualmente existem “98 presos políticos” em seu país. “Eles estão detidos por pensar diferente do regime de Maduro. Querem eliminar a oposição. Não podemos ter democracia sem oposição”, afirmou após encontro com o governador Alckmin, que as chamou de “guerreiras”. Mais cedo, as duas se reuniram com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
FHC se uniu à iniciativa do ex-primeiro-ministro espanhol Felipe González de defender os políticos presos venezuelanos. González prepara viagem para Caracas em 17 de maio, e o ex-presidente tucano estuda acompanhá-lo. O PSDB tem condenado abertamente o Governo de Maduro pelas prisões e acusa o Governo Dilma de ser omisso no caso. O PT tem cerrado filas ao lado dos chavistas, enquanto o Itamaraty e o Planalto têm feito críticas veladas, mas insistem que a mediação por meio da Unasul está funcionando para baixar as tensões. A declaração do Governo brasileiro mais comemorada pelos críticos de Maduro veio da própria presidenta,durante a Cúpula das Américas, em abril: “Não pensamos que a melhor relação com a oposição seja prender quem quer que seja”, afirmou Dilma em entrevista à CNN.
Esperamos ser recebidas por todos que respeitam os direitos humanos, a democracia e a liberdade”
As duas seguem amanhã para Brasília, onde devem ser recebidaspelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além de participar da audiência na Comissão de Relações Exteriores. Elas esperam ainda conseguir uma audiência com Dilma. “Esperamos ser recebidas por todos que respeitam os Direitos Humanos, a democracia e a liberdade”, afirmou Tintori. A mulher de López, no entanto, fez questão de elogiar a postura de Dilma com relação às prisões no país: “Agradecemos enormemente as palavras que pronunciou a presidenta [Dilma Rousseff] na Cúpula das Américas. Ela pediu a libertação dos presos políticos na Venezuela".
Em seu discurso após o encontro, Alckmin afirmou que “a democracia é um compromisso de todos nós, aliás no Mercosul há uma cláusula que é a cláusula democrática. Para integrar o Mercosul há que ter o compromisso com o exercício da democracia, e não há democracia sem contraditório”. A Venezuela ingressou no bloco econômico apenas em 2012. No Senado brasileiro, que teve que ratificar a inclusão do novo país-membro, o PSDB votou contra.

Conservadores têm 1 ponto de vantagem na véspera de eleição britânica, diz pesquisa TNS

LONDRES (Reuters) - O Partido Conservador britânico, de situação, tem um ponto de vantagem para o Partido Trabalhista, de oposição, um dia antes da eleição geral no país, de acordo com pesquisa TNS divulgada nesta quarta-feira.
O apoio aos conservadores está em 33 por cento, queda de 1 ponto em relação ao levantamento da semana passada, enquanto os trabalhistas também perderem 1 ponto, passando a 32 por cento.
Os liberais-democratas, parceiros dos conservadores na coalizão governista, ficaram com 8 por cento; o Ukip, contra a União Europeia, com 14 por cento; e os Verdes com 6 por cento.
"Com o dia da votação logo à frente, as pesquisas sugerem que trabalhistas e conservadores estão em um empate", disse Michelle Harrison, chefe de pesquisa política e social do TNS.
(Reportagem de Estelle Shirbon)
 

Cidades registram panelaço durante programa do PT na televisão Propaganda do partido foi ao ar às 20h30 desta terça. Ato convocado por redes sociais ocorreu em ao menos 18 estados e DF.

Gritos, vaias e batidas de panelas foram ouvidos na noite desta terça-feira (5) durante o programa partidário apresentado pelo Partido dos Trabalhadores na televisão das 20h30 às 20h40 (horário de Brasília). Os protestos foram convocados pelas redes sociais e aconteceram em ao menos 18 estados (AM, BA, CE, ES, GO, MA, MG, MT, PB, PE, PA, PI, PR, RJ, RN, RS, SC, SP) mais o Distrito Federal, segundo relatos ouvidos pelo G1 até as 21h25.

No programa, o PT disse que vai expulsar integrantes do partido se forem condenados pela Justiça (assista).

Em março, outros "panelaços" foram registrados como protesto: no dia 8, durante discurso da presidente Dilma Rousseff em rede nacional; no dia 15, durante entrevista coletiva dos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Miguel Rossetto (Secretaria Geral); e no dia 16, no momento em que o Jornal Nacional veiculava reportagens sobre a presidente Dilma.

Ao G1, o vice-presidente do PT, Alberto Cantalice, comentou o "panelaço" e ressaltou que, enquanto a propaganda da legenda ia ao ar, o tópico "tô na luta pelo Brasil", proposto pela legenda e replicado por internautas, estava entre o assuntos mais publicados no Twitter. "Enquanto parte deles batia panelas, a gente colocava a hastag 'TôNaLutaPeloBrasil' nos Trending Topics (do Twitter)", declarou o vice-presidente do PT.

Veja abaixo vídeos do panelaço desta terça:

Espírito Santo:

Rio Grande do Sul:
 Bahia: