segunda-feira, 20 de abril de 2015

Ex-agente de Saddam teria sido responsável por avanço do Estado Islâmico na Síria

BERLIM (Reuters) - Um ex-agente de inteligência do então ditador iraquiano Saddam Hussein foi o autor intelectual do avanço do Estado Islâmico no norte da Síria, segundo uma reportagem publicada pela revista alemã Der Spiegel baseada em documentos aos quais obteve acesso.
A publicação diz que revisou 31 páginas manuscritas com gráficos, cronogramas e listas sobre um anteprojeto para um califado na Síria, obra de um homem que a revista identificou como Samir Abd Muhammad al-Khlifawi, ex-coronel do serviço de inteligência da força de defesa aérea de Saddam.
O agente operava com o apelido "Haji Bakr" e notícias indicam que ele morreu em janeiro do ano passado em confrontos com rebeldes sírios.
A Der Spiegel afirmou que os documentos sugerem que a tomada do norte da Síria fazia parte de um plano meticuloso supervisionado por Haji Bakr usando técnicas --incluindo vigilância, espionagem, assassinato e sequestro-- aperfeiçoadas no aparato de segurança de Saddam.
A colaboração de Bakr na tomada de regiões na Síria fortaleceu a posição do Estado Islâmico no vizinho Iraque.
"O que Bakr deixou no papel... era nada menos que um anteprojeto para uma captura (de território na Síria)", disse Christoph Reuter, autor da reportagem.
"Não era um manifesto de fé, mas um plano tecnicamente detalhado para um 'Estado de Inteligência Islâmico', um califado dirigido por uma organização que evocava a Stasi", acrescentou, referindo-se à agência da Alemanha Oriental.
Depois de 2003, quando os Estados Unidos desmantelaram o Exército iraquiano, Bakr ficou desempregado. Entre 2006 e 2008, o agente esteve em centros de detenção norte-americanos, incluindo a prisão de Abu Ghraib.
Em 2010, Bakr e um grupo de ex-agentes de inteligência iraquianos converteram Abu Bakr al-Baghdadi no líder oficial do Estado Islâmico, com o objetivo de dar ao grupo uma "cara religiosa", segundo a reportagem da revista.
Dois anos depois, Bakr viajou ao norte da Síria para supervisionar seu plano de captura de território, optando por lançar o projeto com um grupo de combatentes estrangeiros, entre eles militantes sauditas, tunisianos, chechenos e uzbeques.
(Por Noah Barkin)

MARGARIDA SALOMÃO | DEPUTADA DA COMISSÃO SOBRE MAIORIDADE PENAL “Justiça não rima com vingança. Os jovens são as vítimas da violência”

Margarida Salomão discursa contra a redução da maioridade penal. / DIVULGAÇÃO
A deputada Margarida Salomão (PT-MG) tem motivos para se sentir isolada. Ela é a única, entre seis integrantes da mesa diretora da comissão especial que discute a PEC que reduz a maioridade penal,que se opõe à medida. A parlamentar prevê uma dura luta pela frente, diante de um assunto que vem gerando infindáveis discussões acaloradas. “A preocupação das pessoas, que é a disseminação da violência no cotidiano, é correta. Mas a solução que se busca com aalteração na lei é equivocada”, afirma ela, que é vice-presidente da mesa diretora.adolescentes são hoje mais vítimas do que criminosos”
Pergunta. A redução da maioridade penal tem um grande amparo popular. O que explica isso?
Resposta. A preocupação das pessoas, que é a disseminação da violência no cotidiano, é correta. Mas a solução é equivocada. O número de menores infratores responsáveis por crimes violentos é inferior a 1% do total, segundo dados de pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Universidade de Brasília. Eu penso que esse debate permite que informações objetivas e concretas surjam e influenciem o debate público.
P. Todos os seus colegas da mesa diretora da comissão defendem a redução da maioridade. O PT tem como influenciar o debate?
R. A instalação da comissão especial permite que esse assunto seja debatido. As pessoas têm opiniões cristalizadas com base em sentimentos de medo e de raiva. Justiça não rima com vingança. Respeito quem defende essa posição, geralmente é gente que já lidou diretamente com segurança, como muitos dos meus colegas de comissão, que são ex-delegados e ex-policiais, eles precisam ser ouvidos. Mas acredito na racionalidade básica da condição humana. Acredito que quando as informações sobre a redução da maioridade penal vierem à luz, nós chegaremos a uma conclusão que contemple a angústia dos defensores da redução, mas que garanta que os jovens tenham um futuro.
P. Parlamentares que defendem a redução alegam que o Estatuto da Criança e do Adolescente está desatualizado. A senhora concorda?
R. O ECA tem um sistema de punição para infratores a partir dos 12 anos. É possível pensar em atualizar o ECA à luz da forte mudança social no Brasil, mas você já tem um documento que foi debatido pela sociedade, que prioriza a ressocialização e a recuperação dos infratores.
"As pessoas tem opiniões cristalizadas sobre redução da maioridade penal com base em sentimentos de medo e de raiva"
P. Que efeito a redução da maioridade penal teria na recuperação dos jovens infratores?
R. O Brasil já é a quarta maior população carcerária do mundo, e sabidamente o sistema carcerário do país é deplorável. Os jovens vão se relacionar com criminosos perigosos, dificultando a reintegração posterior à sociedade. E além disso, no nosso entendimento os jovens são as grandes vítimas da violência, e precisam ser protegidos. Os índices de reincidência de jovens infratores sujeitos às punições do ECA são de 54%. É um número alto, mas bem menos do que a porcentagem de reincidentes do sistema prisional comum, que é de 80%, segundo o Conselho Nacional de Justiça.
P. O PT está disposto a negociar esta questão?
R. Minha posição, que está alinhada com a do partido, é a de não há eficácia neste procedimento.

Brasil continua liderando as mortes de ativistas ambientais


Desmatamento na Amazônia. / WILSON DIAS/ AGÊNCIA BRASIL
Raimundo Rodrigues da Silva, um agricultor de 42 anos comprometido com a luta pelos direitos de suas terras, recebeu no ano passado um tiro mortal de escopeta na região de Campestre, a 280 quilômetros de São Luís, a capital do Estado do Maranhã, no nordeste do Brasil. Seu nome, segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), estava incluído há bastante tempo em uma lista negra devido a sua luta contra o latifúndio que ameaça sua comunidade e contra o poderoso proprietário rural local que o encarna.
Este é só um dos 116 assassinatos relatados pelo relatório da ONG Global Witness, que alerta sobre a violência sofrida pelos defensores do meio ambiente. O ano passado terminou com 21 vítimas a mais do que 2013, e o Brasil continua liderando o ranking mundial desse tipo de violência ambiental que permanece impune em 25% das mortes. Em seguida vêm Colômbia (25), Filipinas (15) e Honduras (12) em uma lista de 17 países. América Latina registrou 87 dos casos. Honduras, considerado o país mais violento do mundo segundo a ONU, também mantém sua posição pelo quinto ano consecutivo como o lugar com mais assassinatos de ativistas per capita.
A Global Witness, que investiga casos de corrupção e abusos na exploração de recursos naturais, qualifica as cifras, que podem ser muito mais altas porque não existem dados oficiais, de “dramáticas” e observa “uma tendência alarmante a que alguns Governos usem legislação antiterrorista contra ativistas, descrevendo-os comoinimigos do Estado”.
No caso do Brasil, onde a organização contabilizou 477 assassinatos desde 2002, a maioria das mortes está relacionada a conflitos pela propriedade, controle e uso de terras, além do corte ilegal de árvores. Não à toa, com cerca de 5.000 km2 de área devastada por ano, o desmatamento da Amazônia é um dos maiores do mundo.
As causas se repetem em todo o globo e a situação se complica empequenas comunidades e povos indígenas que batalham pelos títulos de propriedade de suas terras, um direito que acaba conflitando com os interesses da chamada agroindústria, da mineração, da construção de represas hidrelétricas ou do corte industrial. Cerca de 40% das vítimas são indígenas.
A maioria das mortes de ativistas é arquivada sem culpados, segundo o relatório. Nem sempre: o suposto assassino do agricultor Rodrigues espera na prisão o julgamento, uma exceção em um país em que cerca de 90% dos crimes não são resolvidos. Diogo Cabral, advogado da Comissão Pastoral da Terra, afirma que os assassinos de mais de 1.200 trabalhadores rurais envolvidos na defesa ambiental continuam impunes. “O caso de Rodrigues é um dos poucos no Brasil em que o assassino continua preso”, afirma Cabral.
O biólogo espanhol Gonzalo Alonso, assassinado em 2013 no Rio.
Também no Brasil, em agosto de 2013, morreu o biólogo espanhol Gonzalo Alonso Hernández, firme defensor do Parque Cunhambebe, no Estado do Rio de Janeiro. Seus assassinos o executaram em sua própria casa e jogaram seu corpo em uma cachoeira do parque que, durante anos, ele defendeu de caçadores furtivos e incendiários que buscavam abrir espaço para a criação de gado. “Nunca tive outros inimigos além dos que denunciava por suas ilegalidades contra a natureza”, contou ao EL PAÍS sua mulher, Maria de Lourdes Pena, depois do crime. Dois anos depois, não há culpados pelo assassinato, segundo Pena. “A imprensa brasileira não deu nenhuma importância ao caso e, se não aparece nos jornais, ninguém se importa. Mas ainda tenho a esperança de que o crime perfeito não existe”, diz a viúva, emocionada. “A impunidade é um fenômeno que se vê em toda a América Latina, mas especialmente no Brasil. O número de assassinatos cairia se não houvesse essa impunidade”, lamenta Billy Kyte, autor do documento.
Enquanto a Global Witness denuncia que empresas e governos normalmente realizam acordos sobre grandes superfícies de terra e matas para cultivar produtos comerciais, como a borracha ou a palmeira do dendê, o Brasil se prepara para votar uma lei que deixará a demarcação de áreas indígenas, atribuída ao Executivo e protegida pela Constituição, nas mãos de um Congresso em parte financiado pelos principais interessados em explorar essas terras.A organização denuncia também a falta de informação oficial e confiável sobre todos esses assassinatos, mas se arrisca a apontar os culpados que se repetem nos casos mais documentados: grupos paramilitares, policiais, guardas de segurança privados e militares. São eles que apertam o gatilho mas, geralmente, os responsáveis por contratar essas mortes são os grandes proprietários de terras, que conseguem se manter fora do radar das investigações.

Algumas das vítimas

CPT
Lúcio Gonçalves dos Santos, foi assassinado a tiros em dezembro de 2014, por um suposto comprador de terras, e enterrado de cabeça para baixo no local em que residia, no município de Alto Alegre dos Parecis, em Rondônia. Maisde 100 famílias estão acampadas no local há mais de 16 anos e até hoje a terra não foi regularizada como área de assentamento. 
Julia Venezuela Almeida Guarani Kaiowá foi baleada, em dezembro do ano passado, na comunidade Tekoha Tey’i Juçu, em Caarapó, no Mato Grosso do Sul. Durante um ataque de pistoleiros e fazendeiros à comunidade indígena, a jovem Julia, de 17 anos, caiu depois de ser baleada. O ataque lembra o episódio que culminou com o assassinato do cacique Nísio Gomes Guarani Kaiowá, em novembro de 2011. Os indígenas, que lutam pela retomada de sua comunidade, afirmaram que um consórcio envolvendo fazendeiros, advogados e uma empresa de segurança deram fim ao corpo do indígena depois de levá-lo numa caçamba de caminhonete.
Marinalva Manoel foi assassinada em novembro com 35 facadas, às margens da BR-163, perto de Dourados, no Mato Grosso do Sul. Marinalva era uma liderança importante na luta pela demarcação de terras. Nos últimos tempos, antes de morrer, ela denunciava nas Assembleias Indígenas em que participativa, as inúmeras ameaças e perseguições que sofria por parte de fazendeiros locais e de pessoas contratadas por eles. 
Luiz Alves de Campos foi assassinado a pauladas em agosto de 2014, em uma área de assentamento do Movimento Sem Terra, no município Porta da Folha, no Sergipe. Maria de Lourdes, prima da vítima, contou que Luiz Alves, 47 anos, já tinha informado à família que estava sendo ameaçado de morte.
Luís Carlos Silva morreu degolado em janeiro de 2014 por dois homens desconhecidos em um acampamento do município Presidente Vargas, no Maranhão. Os colegas afirmaram que Luís fazia parte de uma lista de lideranças marcadas para morrer, por causa da luta pela reforma agrária.
Maria do Carmo Moura e Gonçalo Araújo. O casal morreu assassinado a tiros e golpes de marreta em sua própria resid6encia no assentamento Juruena, no Mato Grosso. O crime foi relacionado à comercialização ilegal de lotes em áreas de assentamento da reforma agrária. Os responsáveis pelo crime foram presos dois dias após a ocorrência do fato. Maria do Carmo e Gonçalo Araújo já tinham sido vítimas de tentativa de assassinato.
Fonte: Global Witness

Ex-presidente FHC diz que impeachment não pode ser tese Declaração foi feita no 14º Fórum de Comandatuba

No momento em que os partidos de oposição ao governo se uniram no Congresso para avançar juntos no movimento pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) criticou a iniciativa. "Impeachment não pode ser tese. Quem diz se houve uma razão objetiva é a justiça e a polícia. Os partidos não podem se antecipar a tudo isso, não faz sentido. É precipitação", afirmou.

A declaração foi feita no 14º Fórum de Comandatuba, maior evento empresarial do país, depois de um debate com ex-presidentes da América Latina. O PSDB deve receber na próxima quarta-feira uma série de pareceres de juristas que servirão de base para um eventual pedido de impedimento.

Questionado se a presidente pode ser responsabilizada pelas pedaladas fiscais, utilização de recursos de bancos públicos para inflar artificialmente os resultados fiscais e melhorar as contas da União, FHC também rechaçou a ideia. "É especulação dizer que Dilma pode ser responsabilizada pelas pedaladas".

O ex-presidente também comentou a declaração feita ontem no mesmo evento pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que a prática vem sendo executada "nos últimos 12 ou 15 anos" ou seja, nas gestões tucanas. "Eu não sei andar de bicicleta, como vou dar uma pedalada? A Lei de Responsabilidade Fiscal é de 2001. (, enviados especiais)

Hillary, Francisco e um mundo difícil As dificuldades do Mundo não são só económico-financeiras mas também ambientais Ler mais: http://visao.sapo.pt/hillary-francisco-e-um-mundo-dificil=f816615#ixzz3XqHM8McL

HILLARY CLINTON
Sempre gostei de Hillary Clinton, que apesar de ter perdido as eleições para Barack Obama, é sua amiga e aceitou ser sua secretária de Estado.
Li com muito interesse o livro que recentemente publicou, O Tempo das Decisões, e tive ocasião de me referir à inteligência de Hillary Clinton e, obviamente, do seu marido Bill Clinton.
Agora resolveu candidatar-se - e muito bem - à próxima Presidência dos Estados Unidos da América. Penso que é uma boa decisão, não só para a própria, como para o futuro dos Estados Unidos no pós-Barack Obama.
Será, depois de um extraordinário Presidente afro-americano, a primeira mulher que irá ocupar a Casa Branca.
PAPA FRANCISCO
Na sua última intervenção, o Papa Francisco, que tanto admiro, apesar de não ser religioso, condenou o genocídio de milhares de arménios, o que foi a primeira vez que aconteceu.
Note-se que nos últimos tempos a religião muçulmana tem vindo a crescer, podendo vir a ultrapassar a religião católica, como há dias referi.
Ora, o Papa Francisco tem sabido fazer um diálogo muito significativo com todas as religiões e em termos de União Europeia isso está muito longe de ser uma questão menor.
Contudo, para além de ter utilizado o termo genocídio, o Papa fez ainda referência condenatória ao nazismo, ao estalinismo e aos extermínios em massa no Camboja, Ruanda, Burundi e Bósnia.
É importante que o Papa Francisco não queira silenciar os casos referidos, uma vez que, como ele próprio disse, "ocultar ou negar o mal é como permitir que uma ferida continue a sangrar sem a tratar".
O desenvolvimento do islamismo, no meio de tantas guerras e dificuldades, mostra que as preocupações do Papa são justas.
É interessante que tenha condenado em termos semelhantes o nazismo e o estalinismo. 
O MUNDO ESTÁ MUITO DIFÍCIL
Nos últimos tempos assistimos a atentados muito violentos na Turquia, na Tunísia, no Quénia e no Iémen.
As guerras crescem, sucedendo mesmo que, pela primeira vez, nove países árabes sob a direção da Arábia Saudita atacaram a região de Aden, no Iémen, e também que o conflito entre a Ucrânia e a Rússia de Putine, ex-dirigente do KGB, continue sem fim à vista. Mas não são só questões deste tipo que merecem atenção, porque no plano ambiental cresce a desertificação no Mundo, aumenta assustadoramente o degelo e, ainda recentemente, o Chile foi atingido por fortes inundações e também por enormes incêndios nas montanhas.
Em Portugal cada vez há menos areia nas praias e, apesar de estarmos no início do verão, mais de 90% de Portugal continental está em situação de seca.
As dificuldades do Mundo não são só económico-financeiras mas também ambientais, como no ano passado já sucedeu.
Entre os muitos livros que têm sido lançados em Portugal, não obstante a crise, tive o gosto de receber um livro do meu querido amigo Manuel Pedroso Marques, com o título Os Exilados - Não esquecem nada mas falam pouco.
Pedroso Marques foi um militar que, muito antes de Abril, se bateu contra o salazarismo, que participou no golpe de Beja, tendo-se refugiado na Embaixada do Brasil e finalmente exilado em França e no Brasil.
É um livro atual, de grande interesse, cuja leitura aconselho.


Ler mais: http://visao.sapo.pt/hillary-francisco-e-um-mundo-dificil=f816615#ixzz3XqHB5vYn

Naufrágio pode ter matado até 700 pessoas na costa da Líbia

ROMA (Reuters) - Até 700 pessoas podem ter morrido após embarcação que transportava imigrantes ter virado na costa da Líbia durante a noite em um dos piores desastres na região do Mediterrâneo, disse um funcionário da ONU neste domingo.
Ao menos 28 pessoas foram resgatadas em uma área próxima das águas líbias, a 120 milhas ao sul da ilha italiana Lampedusa, acrescentou o funcionário da ONU.
Várias embarcações da Marinha e da guarda costeira italiana foram enviadas ao local.
Se o desastre for confirmado, será o pior da crise de imigrantes ao sul do Mediterrâneo em décadas e elevando o número total de falecidos desde o começo do ano a mais de 1.500.
“Tememos que este momento seja uma tragédia de proporções realmente grande”, disse Carlotta Sami, porta voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, ao canal de televisão SkyTG24.
A emergência foi declarada em torno de meia-noite local. Acredita-se que a embarcação tombou quando imigrantes se moveram para um dos lados em um momento em que um barco mercante se aproximava.
Este último desastre provavelmente reforçará os apelos para uma maior resposta da Europa depois que duras críticas recebidas da operação de proteção de fronteiras Triton, que no ano passado substituiu a Mare Nostrum, operação de busca e salvamento mais ampla.
O estado sem lei da Líbia, após a derrubada do ex-líder Muammar Gadaffi em 2011, deixou o campo livre para gangues criminosas de traficantes promoverem uma onda de embarcações de transporte de imigrantes desesperados da África e Oriente Médio. Este ano, cerca de 20 mil imigrantes chegaram à costa italiana, de acordo com estimativas da Organização Internacional para Migrações.
 

Grupo Pão de Açúcar: comitê vai investigar supostos pagamentos a Bastos Reportagem da revista Época afirma que a varejista teria feito repasses em dinheiro para advogado

O Grupo Pão de Açúcar (GPA) informou neste domingo, 19, por meio de nota que irá investigar as informações publicadas na imprensa sobre suposta realização de pagamentos pela companhia ao criminalista Márcio Thomaz Bastos. Reportagem da revista Época afirma que a varejista teria feito repasses em dinheiro para o advogado e que os valores mais tarde foram entregues ao ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, um dos investigados na operação Lava Jato da Polícia Federal.

O GPA afirmou na nota que seu Conselho de Administração se reuniu hoje e deliberou por unanimidade solicitar ao Comitê de Auditoria que dê início a uma investigação sobre "a suposta existência e a origem dos pagamentos realizados; caso se verifique que ocorreram, os serviços que a eles corresponderam, e a cadeia de aprovações de tais pagamentos".

A companhia afirma que, até a publicação da reportagem, o Conselho de Administração não tinha informação sobre a existência dos pagamentos nela referidos. A empresa destaca que as informações da revista dão conta de que tais pagamentos ocorreram antes da aquisição do controle da Companhia pelo Grupo Casino, ocorrida em julho de 2012.

De acordo com a reportagem da revista, os pagamentos teriam sido feitos pelo GPA depois da vitória da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2010 e da indicação de Palocci à Casa Civil. A revista afirma que os pagamentos existiram para que Palocci ajudasse na fusão entre o grupo, então controlado pelo empresário Abílio Diniz, com as Casas Bahia.

A nota do GPA diz ainda que, uma vez encerrada a análise dos fatos, a companhia voltará a informar ao mercado e, se for o caso, às autoridades.