sexta-feira, 17 de abril de 2015

EXCLUSIVO-Premiê grego diz estar confiante em acordo com UE apesar de atrito por reformas

Por Renee Maltezou e Deepa Babington
ATENAS (Reuters) - O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse à Reuters que está "firmemente otimista" de que seu governo chegará a um acordo com credores estrangeiros até o final de abril, apesar de discordâncias sobre questões importantes como reformas trabalhistas e de aposentadorias.
Em um comunicado, Tsipras disse que vários pontos de acordo foram alcançados desde que as negociações começaram, especialmente em áreas como arrecadação tributária, corrupção e iniciativas para distribuir o fardo de impostos àqueles que têm capacidade de pagar.
Mas admitiu que os dois lados discordaram em quatro pontos: questões trabalhistas, reforma de aposentadoria, alta em impostos sobre valor agregado e privatizações, às quais ele se referiu como "desenvolvimento de propriedade estatal", em vez de vendas de ativos.
As declarações foram dadas após sugestões de parceiros europeus de que um acordo para destravar a ajuda necessária é improvável de ser alcançado na próxima semana e que a Grécia corre o risco de ficar sem dinheiro e dar default nos pagamentos de dívidas.
"Apesar da cacofonia e vazamentos erráticos e declarações nos últimos dias do outro lado, eu continuo firmemente otimista de que haverá um acordo até o final do mês", disse Tsipras à Reuters em comunicado.
"Porque eu sei que a Europa aprendeu a passar por seus desacordos, a combinar suas partes e avançar."
Tsipras afirmou estar confiante que a Europa não irá "escolher o caminho da chantagem financeira antiética e brutal", mas em vez disso optar pelo "caminho de reduzir diferenças" e de "estabilidade".

Fora dos mercados de títulos e com a ajuda financeira congelada, a Grécia está perigosamente perto de ficar sem dinheiro e pode ser forçada a escolher entre pagar dívidas em maio ou pagar salários e aposentadorias do setor público.

EXCLUSIVO-Novo plano de negócios da Petrobras deve ser 20% menor, diz fonte


RIO DE JANEIRO (Reuters) - O escândalo de corrupção que envolve a Petrobras e importantes fornecedores levará a petroleira a reduzir em cerca de 20 por cento os investimentos em seu próximo plano de negócios de cinco anos, disse à Reuters nesta quinta-feira uma fonte com conhecimento direto do assunto.
Segundo a fonte, que falou sob condição de anonimato, o plano de negócios da Petrobras para o período de 2015 a 2019 deverá ser divulgado em maio.
"Em números absolutos pode ter uma variação para baixo em torno dos 20 por cento, pode ser", afirmou a fonte, ao ser questionada sobre estimativas de analistas de redução de 20 a 30 por cento dos investimentos futuros pela Petrobras.
O plano atual 2014-2018 prevê investimentos de 220,6 bilhões de dólares. Assim, o corte da ordem de 20 por cento representaria um novo plano plurianual de negócios da Petrobras orçado em pouco mais de 176 bilhões de dólares.
"Ainda será um plano de investimento robusto, porém mais dentro da realidade de caixa da empresa e capacidade da empresa de realização desse plano, dado o fato de os fornecedores passarem essa situação perante as investigações", disse a fonte.
Procurada, a estatal disse que não comentaria o assunto.
A Petrobras está no centro de um escândalo de corrupção bilionário investigado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, com envolvimento de funcionários, executivos de empreiteiras e políticos.

As preferenciais da Petrobras recuaram 3 por cento e as ordinárias caíram 1,9 por cento, quebrando a sequência de cinco sessões de ganhos.

PSDB TABELA COM MORO E PEDE PRISÃO DE LULA E DILMA

247 – Em tabela com o juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato e que determinou ontem a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o PSDB, presidido pelo senador Aécio Neves, pede agora a prisão dos "chefes da quadrilha", em referência à presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula.
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Texto publicado pelo ITV, ligado ao partido presidido por Aécio Neves, diz que, "desde o mensalão, protagonistas dos escândalos de corrupção patrocinados pelo PT começaram a acertar contas com a Justiça", como José Dirceu e José Genoino; "Agora estão caindo também seus operadores incrustados nas entranhas do aparato estatal, como os ex-diretores da Petrobras presos, além dos donos das chaves dos cofres, como João Vaccari"; tucano questionam: "quando as investigações e as punições irão chegar aos chefes desta quadrilha?"; e preveem que, "com o belo trabalho feito pelo Ministério Público Federal, pela Justiça Federal e pela Polícia Federal, este dia parece estar ficando mais perto"
Um texto do Instituto Teotonio Vilela (ITV), ligado ao partido, aponta que "desde o mensalão, protagonistas dos escândalos de corrupção patrocinados pelo PT começaram a acertar contas com a Justiça. Primeiro caíram próceres do partido, como José Dirceu e José Genoino. Agora estão caindo também seus operadores incrustados nas entranhas do aparato estatal, como os ex-diretores da Petrobras presos, além dos donos das chaves dos cofres, como João Vaccari".
E questiona, a seguir: "Desde então, a grande questão que não cala é: quando as investigações e as punições irão chegar aos chefes desta quadrilha?". O texto divulgado no site do PSDB prevê ainda que "com o belo trabalho feito pelo Ministério Público Federal, pela Justiça Federal e pela Polícia Federal, este dia parece estar ficando mais perto".
"Não há dúvidas de que há motivos de sobra para punir quem esteve e quem está no topo da cadeia de comando, seja da organização criminosa, seja do país, ao longo destes últimos 12 anos", finaliza o instituto. O PSDB, que recebeu 42% de doação eleitoral oriunda de empreiteiras investigadas na Lava Jato (leia mais), também não teve receio de apontar o que chamou de "provavelmente enlameado" dinheiro na campanha da reeleição de Dilma.
"Na função de tesoureiro do PT, ele [Vaccari] repassou R$ 30 milhões para a campanha que reelegeu Dilma em 2014 – dos quais R$ 4,8 milhões foram doados por empresas investigadas na Lava Jato. É dinheiro provavelmente enlameado na reeleição da presidente".

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Homenagem aos índios no Senado é marcada por reclamações contra PEC 215 Proposta transfere demarcações de áreas indígenas do Executivo para o Legislativo

O Senado realizou nesta quinta-feira (16) uma sessão especial para homenagear os Povos Indígenas, pelo Dia do Índio, que será comemorado no próximo domingo (19). A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que transfere do Executivo para o Legislativo as demarcações de áreas indígenas, foi apontada nos discursos como símbolo das injustiças históricas cometidas contra esses povos no Brasil.
Diversas lideranças indígenas de todo o país foram recebidas no plenário do Senado durante a sessão especial, que antecipou as comemorações do Dia do Índio.
“Nós, povos indígenas do Brasil, não queremos essa PEC. Ela é uma cobra grande. Vamos matar a cobra. Vamos matar a cobra antes que ela cresça. Vamos matar, vamos enterrar e vamos queimar essa cobra grande, para não nascer mais a raiz. Não pode engavetar, porque depois vem de novo para a nossa futura geração”, declarou Davi Kupenawa Yanomami, considerado uma das principais lideranças indígenas do país.
Uma camiseta onde se lia Fora PEC 215 foi entregue aos parlamentares e autoridades presentes pelo líder dos Povos Indígenas do Brasil, Neguinho Truká. Em discurso, Truká lembrou que essa PEC é simbólica, mas não é uma proposta isolada de intervenção negativa sobre as demarcações de terras indígenas. “A PEC nº 215 é um instrumento que se tornou mais atrevido por parte da Câmara de Deputados, mas nós temos aqui no Senado a PEC nº 038, que tem o mesmo conteúdo e que muda simplesmente o número e a Casa. Um é na Câmara e outro no Senado. Nós temos a Portaria nº 303, da AGU, que é no mínimo absurda, também, tentando intervir na demarcação, na regularização fundiária do nosso Território”, disse o líder indígena.
Além da preocupação com a política de demarcação de terras indígenas, os representantes dos índios também chamaram a atenção para outras questões relevantes. Truká lembrou que o país precisa desenvolver uma política de educação que seja inclusiva e que respeite a cultura e as peculiaridades de cada etnia.
“A busca que nós temos, de fato, hoje, no País afora, na prestação de serviços essenciais, é o modelo que a gente lutou aqui nesta Casa em 2000, que foi a aprovação da Lei Arouca, criando o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. Nós defendemos o subsistema também para a educação indígena em todo o País, mas um subsistema que respeite as especificidades e respeite as diferenças”, disse Truká.
A coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sônia Guajajara, também aproveitou a oportunidade para criticar o projeto do novo Marco da Biodiversidade, que foi aprovado ontem (15) no Senado. Sônia lembrou que o projeto, que trata diretamente dos interesses dos povos indígenas, foi aprovado na Câmara sem que eles fossem ouvidos. Quando chegou ao Senado, segundo ela, os representantes dos índios apresentaram emendas ao texto, mas elas foram desconsideradas, como a que propunha a modificação do termo “populações indígenas” por “povos indígenas”.
“Ontem, o Senado aprovou o texto, desconsiderando-nos, simplesmente nos negando nossa identidade, quando retirou desse projeto de lei a palavra povos, colocando-nos como população. O conceito de povos já é garantido na Constituição Federal. Então, quero lamentar esse fato acontecido aqui ontem”, disse. Logo após o discurso, Sônia seguiu para encontro com o vice-presidente da República e novo articulador político do governo, Michel Temer.
As queixas sobre a forma como os índios foram tratados no Marco da Biodiversidade se reproduziram ainda em outros discursos de lideranças indígenas e foram apoiadas pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). “Vocês são povos diferentes, não são população, como querem denominar na marra, na força, porque população é um conceito demográfico, está na geografia. Povo é um conceito da história que cada um de vocês construiu muito antes de os brancos aqui chegarem, muito antes”, disse o senador ao plenário repleto de indígenas.
O presidente dos trabalhos foi o senador João Capiberibe (PSB-AP), autor do requerimento para que a sessão solene ocorresse. Ele comemorou que os índios tenham tido acesso aos microfones do Senado. “Muito importante participar deste momento, um momento fantástico de ver um descendente assumir da tribuna do Senado essa condição de indígena. Isso é muito forte e pedagógico. Este é o povo brasileiro. Somos nós, povo brasileiro”, disse Capiberibe.
No entanto, apesar de ainda haver espaço no plenário, parte dos índios que estavam acampados no gramado em frente ao Congresso Nacional não pode entrar no prédio. A Polícia Militar fez um cordão de isolamento para garantir que o grupo não entrasse.

Professor Carlos Nobre é escolhido para presidência da Capes

professor e pesquisador Carlos Afonso Nobre, da Academia Brasileira de Ciências (ABC), será o novo presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). De acordo com nota divulgada pelo Ministério da Educação (MEC), o convite foi feito nesta quarta-feira (15) pelo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro.
Na nota, o ministro destaca que Nobre é um dos maiores cientistas brasileiros e uma "referência importante no debate ético sobre vida e sustentabilidade”. O pesquisador assumirá o cargo ocupado pelo professor Jorge Guimarães, que deixa a presidência do órgão após 12 anos.
Entre 2006 e 2008, Nobre atuou como coordenador da Comissão de Cursos Multidisciplinares da Capes. Desde fevereiro de 2011, exerce a função de secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Ele representa o Brasil no International Institute for Applied System Analysis (Iiasa) e é membro do International Scientific Advisory e do High Level Scientific Advisory Panel on Global Sustainability, da Organização das Nações Unidas (ONU). Durante a formação, passou pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e pelo  Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde concluiu o doutorado.
A Capes é uma fundação vinculada ao MEC, voltada para a área de pós-graduação no Brasil. Com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), é responsável pelo programa Ciência sem Fronteiras.
Suas principais linhas de ação são a avaliação do mestrado e doutorado, divulgação daprodução científica, investimentos na formação de recursos de alto nível no país e exterior, promoção da cooperação científica internacional, além da formação inicial e continuada de professores para educação básica.

STJ nega perdão judicial a delator de esquema de corrupção no DF Ele foi condenado por desvios em contratos da Codeplan e de prestadora de serviços

A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o delator do esquema de corrupção no Governo do Distrito Federal (GDF), Durval Barbosa, não tem direito ao perdão judicial. O entendimento vale para a ação que ele responde por improbidade administrativa.
Durval foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) por desvios em contratos da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) e de uma empresa que prestava serviço de publicidade ao GDF.
Com base nos depoimentos de delação premiada de Barbosa, a Polícia Federal deflagrou, em 2009, a Operação Caixa de Pandora. No julgamento no STJ, os ministros entenderam que a colaboração do delator no caso específico não foi decisiva para a investigação, que contou com documentos do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF).
A descoberta do esquema de desvio de dinheiro público e pagamento de propina entre integrantes do Executivo e do Legislativo do Distrito Federal, conhecido como Mensalão do DEM, resultou na saída do então governador José Roberto Arruda e de seu vice, Paulo Octávio.
As ações penais contra 19 réus tramitam na Justiça do DF. Eles respondem aos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Colisão de sonda com Mercúrio, a 30 de abril, marca fim da missão Messenger

© NASA NASA / ReutersA sonda espacial, lançada em 2004, irá chocar com Mercúrio (na imagem), a mais de 3,91 quilómetros por segundo, do lado do planeta mais afastado da Terra, o que impedirá os engenheiros da NASA de verem em tempo real a exata localização do impacto.

A missão Messenger, que estudou Mercúrio, vai chegar ao fim a 30 de abril, dia em que é esperada a colisão da sua sonda com a superfície do planeta, anunciou hoje a agência espacial norte-americana NASA.


A sonda espacial, lançada em 2004, irá chocar com Mercúrio, a mais de 3,91 quilómetros por segundo, do lado do planeta mais afastado da Terra, o que impedirá os engenheiros da NASA de verem em tempo real a exata localização do impacto.

A última manobra para impedir a colisão da sonda com o planeta, através de correções da órbita do aparelho, está agendada para 24 de abril.

Depois disso, esclarece a NASA num comunicado, a sonda não conseguirá escapar à forte atração gravitacional exercida pelo Sol sobre o planeta, o mais próximo do "astro-rei".

A sonda Messenger, da NASA, está na órbita de Mercúrio desde 18 de março de 2011, após ter feito uma viagem de mais de 6,5 anos.

As observações do aparelho permitiram dar, por exemplo, suporte à hipótese de que Mercúrio tem água gelada em abundância nas suas crateras polares, que estão permanentemente à sombra.

Segundo a equipa científica da missão, a água agora armazenada nos depósitos de gelo das crateras polares parece ter sido transportada para Mercúrio pelos cometas e asteroides que colidiram com a sua superfície.  

Além das descobertas científicas, a missão testou com êxito novas tecnologias, que possibilitaram proteger os instrumentos e componentes eletrónicos da radiação solar direta, dada a proximidade do planeta com o Sol.

Uma outra sonda, a BepiColombo, será lançada, em janeiro de 2017, para estudar igualmente Mercúrio, mas numa missão euro-nipónica com tecnologia portuguesa, da empresa Active Space Technologies, que concebeu a mecânica e o isolamento térmico de um dos instrumentos.