quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Polícia impediu extremistas judeus de chegarem ao Pátio das Mesquitas

Netanyahu reafirmou ao rei da Jordânia que não há intenção de modificar as regras que proíbem judeus de rezarem no lugar que também veneram.
O lufar disputado que extremistas judeus querem controlar AMMAR AWAD/REUTERS
Gritando não apenas pelo direito a ali rezar mas reclamando também a posse do espaço, centena e meia de extremistas judeus manifestaram-se ao princípio da noite desta quinta-feira em Jerusalém, perto do Pátio das Mesquitas – para eles o Monte do Templo.
Um repórter da AFP informou que os manifestantes, jovens na sua maior parte, foram bloqueados pela polícia antes de chegarem ao local, junto ao Muro das Lamentações. “Nós somos os legítimos proprietários. Eles [os muçulmanos] são apenas usurpadores”, disse um antigo deputado, Michael Ben Ari.
“A mesquita será queimada e o templo reconstruído”, gritaram manifestantes citados pelo jornal israelita Yediot. A sua intenção era também rezar pela recuperação de Yehuda Glick, um activista gravemente ferido numa tentativa de assassínio, na semana passada. Glick tem feito campanha por um maior acesso de judeus ao Monte do Templo – podem lá entrar, mas não rezar.
Um cartaz em que se apelava à concentração dizia: “Queremos um verdadeiro Estado judeu. Queremos ver o Templo [reconstruído] no Monte do Templo. Queremos ver Jerusalém reconstruída”.
Lugar sagrado do Islão, o Pátio das Mesquitas – a que os muçulmanos chamam Nobre Santuário – está no espaço do templo judeu destruído pelos romanos no ano 70, e do qual resta apenas como vestígio o Muro das Lamentações.
A convocação da marcha foi vista com preocupação, devido aos incidentes e confrontos que se têm sucedido em Jerusalém nos últimos meses, e que se intensificaram nas últimas semanas. Desde Julho, nove pessoas foram mortas, entre elas quatro presumíveis autores de ataques.
O dia de quarta-feira foi marcado por incidentes e episódios violentos, que fizeram subir a tensão. Dezenas de judeus ultra-religiosos dirigiram-se ao Pátio das Mesquitas reclamando o direito a ali rezarem. Segundo testemunhas citadas pela AFP, polícias israelitas entraram alguns metros no interior da mesquita de Al-Aqsa.
Mais tarde, manifestantes árabes atiraram pedras e fogo-de-artifício contra polícias israelitas, na entrada do Pátio das Mesquitas reservada a não-muçulmanos. Horas depois, um palestiniano lançou o carro contra uma plataforma de metro de superfície, matando uma pessoa e ferindo 13, antes de ser morto pelas forças de segurança. Foi o segundo caso do género em três semanas.
Depois disso, na Cisjordânia, num episódio aparentemente semelhante, três soldados israelitas foram feridos por um automóvel, um deles com gravidade. O condutor entregou-se mais tarde, negando ter-se tratado de um atentado e afirmando que perdera o controlo da viatura. Noite dentro, sucederam-se confrontos entre palestinianos e a polícia israelita, que ergueu barreiras em bairros de Jerusalém Oriental e deteve mais de uma dúzia de pessoas.
A subida de tensão e as preocupações dos muçulmanos levaram o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a voltar a afastar, como tem feito, qualquer intenção de modificar as regras que proíbem aos judeus rezarem no Pátio das Mesquitas. Fê-lo nesta quinta-feira num encontro com o rei da Jordânia, Abdallah II. É a Jordânia, que tem um tratado de paz com Israel, que gere aquele espaço.
O receio da Jordânia, e dos muçulmanos, é que Netanyahu, que lidera uma frágil coligação, ceda às pressões dos extremistas e – para não dar espaço à extrema-direita – permita que os judeus possam rezar no Pátio das Mesquitas. O chefe do Governo israelita e o rei da Jordânia “apelaram ao fim imediato de todos os actos de violência e de incitamento à violência” – segundo informação do gabinete de Netanyahu.
          

Bancos

Após pane, sistema da Caixa Econômica volta ao normal

Alguns canais de atendimento do banco ficaram indisponíveis por horas

Caixa não tem previsão de quando sistemas voltarão ao normal
Caixa não tem previsão de quando sistemas voltarão ao normal (Lia Lubambo/VEJA)
(Atualizado às 18h45)
Depois de ficar horas com sua rede de atendimento fora de operação em algumas regiões do país, a Caixa Econômica Federal divulgou no início da noite desta quinta-feira nota explicando que o problema já foi resolvido e os canais estão funcionando normalmente. A agência também comunicou que vai abrir suas agências uma hora mais cedo nesta sexta para atender os clientes. "A Caixa  afirma que os clientes do banco não serão prejudicados pela indisponibilidade do sistema", disse o banco no comunicado. 
O sistema havia sofrido uma pane mais cedo, mas a Caixa não falou por quanto tempo alguns canais de atendimento ficaram indisponíveis. "A Caixa Econômica Federal informa que os sistemas das agências, lotéricos e autoatendimento apresentam indisponibilidade no momento. A CEF está trabalhando para restabelecer os serviços. Internet Banking, mobile banking e cartões de débito e crédito estão funcionando normalmente", afirmou em nota mais cedo. Os serviços de internet banking, mobile banking e cartões de débito e de crédito continuaram funcionando normalmente.
(Com agência Reuters)
05/11/2014 13h24 - Atualizado em 05/11/2014 14h57

Motorola lança Moto Maxx, 1º celular após ser comprada pela Lenovo

Smartphone chega ao Brasil, 2º mercado para empresa, por R$ 2,2 mil.
Companhia começa a vender também o relógio inteligente Moto 360.

Helton Simões GomesDo G1, em São Paulo
Smartphone Moto Maxx, da Motorola, o primeiro da companhia após ser oficialmente adquirida pela chinesa Lenovo. (Foto: Divulgação/Motorola)Smartphone Moto Maxx, da Motorola, o
primeiro da companhia após ser oficialmente
adquirida pela chinesa Lenovo. (Foto:
Divulgação/Motorola)
Uma semana após ter sua aquisição concluída pela chinesa Lenovo, a Motorola lança o Moto Maxx, primeiro smartphone após ser vendida pelo Google e a aposta da companhia para competir com Samsung e Apple no segmento de aparelhos mais potentes.
A empresa começa ainda a vender a partir desta quarta-feira (5) o relógio inteligente Moto 360 por R$ 800. Já o celular custa R$ 2,2 mil, o preço mais elevado entre a família Moto.
Por outro lado, o smartphone possui características para brigar entre os top do mercado. Com câmera de 21 MP, capaz de captar vídeos em 4K, e a resolução de 565 pontos por polegada da tela de 5,2 polegadas, o celular desponta entre os rivais. A título de comparação, o iPhone 6 e o Galaxy Note 4 têm câmera de 8 MP e 16 MP, respectivamente. Outro aspecto do Moto Maxx que o destaca é a bateria, com autonomia de 40 horas. Um acessório dá ao aparelho carga extra de até 6 horas em 15 minutos.
Debaixo do chassi, o Maxx possui processador Snapdragon, da Qualcomm, e capacidade de armazenamento de 64 GB. O revestimento é uma combinação de kevlar e nylon balístico, materiais que compõem coletes a prova de bala e tecidos militares, respectivamente.
O Maxx roda o Android puro, ou seja, sem alterações ao sistema operacional desenvolvido pelo Google. Por meio de comandos de voz em português, é possível enviar mensagens ou consultar informações como a situação do tempo ou do trânsito. Para diminuir o nível de notificações, basta configurar modos como “dormindo” ou “dirigindo”. Para retirar o celular desses estados, comandos de voz podem ser usados. Ao dizer “Moto Maxx, bom dia”, por exemplo, o aparelho ativa todas as notificações e ainda avisa dos compromissos do dia.
Tirar fotos é outra função que pode ser acionada apenas falando, o que permite que o celular seja posicionado à distância. Combinando o relógio Moto 360 e o smartphone, é possível ditar comandos ao relógio para que o celular obedeça.
Presidente-executivo da Motorola, Rick Osterlah, apresenta o smartphone Moto Maxx, no Brasil. (Foto: Helton Simões Gomes/G1)Presidente-executivo da Motorola, Rick Osterloh,
apresenta o smartphone Moto Maxx, no Brasil.
(Foto: Helton Simões Gomes/G1)
Brasil
O lançamento do aparelho em São Paulo contou com a presença do presidente-executivo da companhia, Rick Osterloh, que vem ao país pela segunda vez neste ano --a primeira foi para apresentar o Moto E. A assiduidade ocorre porque o país é, depois dos Estados Unidos, o maior mercado para a empresa. "Nós consideramos o Brasil a nossa segunda casa; depois dos EUA, é o Brasil", disse. Tanto que o Maxx é fabricado em solo nacional, na planta de Jaguariúna (SP). O Moto 360 também terá produção no Brasil a partir do primeiro semestre de 2015.
Falando em se sentir em casa, o principal executivo da Motorola comentou a mudança da empresa para debaixo do teto da maior fabricante de computadores do mundo, a Lenovo. "Juntos, somos o número três em prover smartphones no mundo.” A chegada do Moto Maxx marca também a estreia da chinesa no mercado de celulares brasileiros. "Uma das razões pelas quais a Lenovo adquiriu a Motorola foi a nossa participação no Brasil, América do Norte e América Latina."
A empresa informa que, com a chegada do Moto G, em 2013, sua participação nas vendas no país avançou de entre 8% e 10% para entre 18% e 20%. Isso porque o telefone foi o mais vendido no Brasil nos oito primeiros meses do ano. Por custar R$ 700, o aparelho é posicionado em uma categoria intermediária. Com o Moto Maxx, porém, a Motorola “está entrando na categoria ultra premium”, afirma Sérgio Bruniac, vice-presidente da empresa para América Latina. Nesse patamar, enfrentará iPhones e os aparelhos da linha Galaxy. “Nós queremos dar às pessoas o direito de escolher”, diz Osterloh.

Água do sistema Alto Tietê pode acabar em dezembro

Por Ana Flávia Oliveira - iG São Paulo 
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Previsões apostam no fim da água já no começo de dezembro; sistema tem opera com 8,6% da capacidade

Uma das maiores preocupações atuais dos paulistas, a crise hídrica pode se agravar ainda mais. Isso porque a água do segundo maior sistema de abastecimento do Estado de São Paulo, o Alto Tietê, pode acabar entre o dia 14 e 19 de dezembro, caso não chova nos próximos dias nas regiões onde ficam os rios que compõem o reservatório. A estimativa é de Antonio Carlos Zuffo, professor associado da área de hidrologia e gestão de recurso hídricos da Unicamp.
O sistema é composto por cinco represas, responsáveis por abastecer 4,5 milhões de pessoas na zona leste da cidade de São Paulo, Arujá, Itaquaquecetuba, Poá, Ferraz de Vasconcelos, Suzano, Mauá, Mogi das Cruzes, parte de Santo André e de Guarulhos. Nesta quarta-feira o nível do sistema chegou a 8,6% da sua capacidade.
A situação já ficou pior e na última sexta-feira (31) atingiu sua pior marca histórica – 6,6%. As chuvas do fim de semana na região fizeram o sistema ganhar mais 2%, segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).
Mais pessimista, engenheiro civil e professor José Roberto Kachel, que também é membro do Comitê das Bacias Hidrográficas do Alto Tietê, diz que se não chover logo na região, a água do Alto Tietê pode acabar já no começo do mês.
Apesar de um outubro seco, em que choveu apenas 17% do volume esperado para a bacia do Alto Tietê (117,1 mm), as previsões para os próximos meses são animadoras. Meteorologistas preveem precipitações fiquem dentro das expectativas. Em novembro, são esperados 128,4 mm de chuvas, em dezembro 193 mm e 214 mm no primeiro mês do ano que vem.
Segundo Zuffo, são necessários 500 mm de chuvas nos próximos três meses para que o conjunto de represas atinja 50% de sua capacidade – quantidade que, diz ele, dura cerca de 250 dias. “Não daria até o fim do ano que vem, mas já seria um alívio”, diz.
Veja fotos das represas de São Paulo
Represa do Jaguari, na cidade de Vargem, em setembro; veja mais imagens da situação dos reservatórios do Sistema Cantareira. Foto: Luiz Augusto Daidone/Prefeitura de Vargem
O engenheiro critica o governo estadual que, segundo ele, errou ao ficar esperando as chuvas no ano passado, quando deveria ter assumido publicamente a crise hídrica. “Apostou-se da normalidade histórica e volta das chuvas em outubro. No começo do ano, o governo negou que houvesse crise e não pediu para a população economizar água”, afirma Zuffo.
Mais usuários e menos água
Zuffo também aponta como erro o fato de a Sabesp ter incluído na conta de abastecimento do Alto Tietê mais 1,5 milhão de usuários, originalmente atendidos pelo sistema Cantareira. 
Para suprir o abastecimento original e ainda incluir novos usuários, a Sabesp vemdesrespeitando o limite de retirada de água suportado pelo sistema, diz o Ministério Público. Segundo o Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), do MP, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) deu autorização para a Sabesp aumentar a captação de água do Alto Tietê de 10 mil para 15 mil litros por segundo em fevereiro deste ano, quando o Estado já sofria com a crise de estiagem. O fato prejudicou ainda mais o sistema, que apresentou quedas sistêmicas ao longo dos meses.
Por causa disso, companhia e Daee foram alvo de uma ação civil pública por parte do Gaema na última semana. A Justiça, no entanto, não acatou o pedido da promotoria e o Ministério Público recorreu da decisão.
D acordo com a ação do MP, a Sabesp ainda vem, desde agosto do mês passado, desrespeitando o limite de 26,8 milhões de metros cúbicos mensais autorizados para retirada do sistema. Segundo a promotoria, em janeiro desde ano, por exemplo, foram retirados 39 milhões de metros cúbicos de água do Alto Tietê.
“A gente busca que o gerenciamento [das bacias] seja feito de uma forma cautelosa, respeitando a segurança do sistema, para garantir que reservatório não entre em colapso. É necessário que as retiradas [de água] sejam controladas a ponto de o sistema não ficar só dependente de chuva. É preciso também que haja uma gestão para verificar a quantidade de água a ser retiradas e garantir abastecimento na estiagem”, explica Ricardo Manuel Castro, promotor do Gaema Cabeceiras. 
Plano B
Próxima do esgotamento, especialistas consultados pelo iG dizem não ver muita solução para o problema do Alto Tietê.
O governo informou que realiza obras para captar água abaixo do ponto de captação. Em nota, a Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos informou que a Sabesp recebeu autorização do Daee para “executar obras rompimento de um dique de contenção no reservatório de Biritiba, com o objetivo de propiciar a captação, por bombeamento, de água de parte do volume útil dessa represa, que estava inacessível por gravidade”. A quantidade a ser retirada e o andamento das obras não foram informados.
Segundo engenheiros, o problema é que o sistema praticamente não tem água abaixo do nível de captação. Diferente do sistema Cantareira, no qual as duas cotas do volume morto somavam 475 milhões de metros cúbicos, a cota abaixo dos pontos de captação do Alto Tietê é de apenas 20 milhões de metros cúbicos – metade no reservatório de Jundiaí e o restante no reservatório de Biritiba, dizem especialistas.
A Sabesp também não informou quando a cota começou a ser usada. De acordo com o engenheiro e sanitarista José Roberto Kachel, a reserva técnica de Biritiba começou a ser utilizada em 10 de outubro e 50% da água já foram bombeadas para os usuários.
Kachel diz que, além do volume morto da represa Biritiba, há previsão de uso de mais 10 milhões de metros cúbicos de água do fundo da represa Jundiaí, que também compõe o sistema Alto Tietê. As obras, porém, ainda não foram concluídas, diz ele. A Sabesp também não se pronunciou sobre obras neste sistema.
Outra opção apontada pelo engenheiro Zuffo, professor da Unicamp, é a transferência de usuários do Alto Tietê para outros sistemas, assim como foi feito com a Cantareira.
“Mas isso iria acelerar a queda do nível dos outros sistemas e democratizar a crise”, afirma. Nesta quarta-feira (5), o nível da Cantareira, com a utilização de duas cotas do volume morto, está em 11,8%. O sistema Guarapiranga tem 37,5% da água disponível, Alto Cotia, 29,9% e Rio Claro 40%. Em melhor condição, o sistema Rio Grande tem 67,9% da capacidade disponível.
Para Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam) defende o rodízio o mais rápido possível. “O governo tem que adotar o rodízio urgente com amplo processo de comunicação para população. Mesmo durante o período das chuvas, vamos precisar manter rodizio”.
O governo ainda rechaça o rodízio e, como medida para conter o consumo, anunciou na semana passada aumento das faixas de bônus para quem economizar água. Agora, clientes que reduzirem o consumo entre 10% e 20% receberam descontos de 20% na conta de água.
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