quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Depois deste texto Arnaldo Jabor não precisa escrever mais nada.



AI DE TI, BRASIL
Ai de ti, Brasil, eu te mandei o sinal, e não recebeste. Eu te avisei e me
ignoraste, displicente e conivente com teus malfeitos e erros. Ai de ti, eu
te analisei com fervor romântico durante os últimos 20 anos, e riste de mim.
Ai de ti, Brasil! Eu já vejo os sinais de tua perdição nos albores de uma
tragédia anunciada para o presente do século XXI, que não terá mais futuro.
Ai de ti, Brasil – já vejo também as sarças de fogo onde queimarás para
sempre! Ai de ti, Brasil, que não fizeste reforma alguma e que deixaste os
corruptos usarem a democracia para destruí-la. Malditos os laranjas e as
firmas sem porta.
Ai de ti, Miami, para onde fogem os ladrões que nadam em vossas piscinas em
forma de vagina e corcoveiam em “jet skis”, gargalhando de impunidade.
Malditas as bermudas cor-de-rosa, barrigas arrogantes e carrões que valem o
preço de uma escola. Maldita a cabeleira do Renan, os olhos cobiçosos de
Cunha, malditos vós que ostentais cabelos acaju, gravatas de bolinhas e
jaquetões cobertos de teflon, onde nada cola. Por que rezais em vossos
templos, fariseus de Brasília? Acaso eu não conheço a multidão de vossos
pecados???
Ai de vós, celebridades cafajestes, que viveis como se estivésseis na Corte
de Luís XIV, entre bolsas Chanel, gargantilhas de pérola, tapetes de zebra e
elefantes de prata. Portais em vosso peito diamantes em que se coagularam as
lágrimas de mil meninas miseráveis. Ai de vós, pois os miseráveis se
desentocarão, e seus trapos vão brilhar mais que vossos Rolex de ouro. Ai de
ti, cascata de camarões!
Tu não viste o sinal, Brasil. Estás perdido e cego no meio da iniquidade dos
partidos que te assolam e que contemplas com medo e tolerância?
Cingiram tua fronte com uma coroa de mentiras, e deste risadas ébrias e vãs
no seio do Planalto. Ai de vós, intelectuais, porque tudo sabeis e nada
denunciais, por medo ou vaidade. Ai de vós, acadêmicos que quereis manter a
miséria “in vitro” para legitimar vossas teorias. Ai de vós, “bolivarianos”
de galinheiro, que financiais países escrotos com juros baixos, mesmo sem
grana para financiar reformas estruturais aqui dentro. Ai de ti, Brasil,
porque os que se diziam a favor da moralidade desmancham hoje as tuas
instituições, diante de nossos olhos impotentes. Ai de ti, que toleraste uma
velha esquerda travestida de moderna. Malditos sejais, radicais de
cervejaria, de enfermaria e de estrebaria – os bêbados, os loucos e os
burros –, que vos queixais do país e tomais vossos chopinhos com “boa
consciência”. Ai de vós, “amantes do povo” – malditos os que usam esse falso
“amor” para justificar suas apropriações indébitas e seus desfalques
“revolucionários”.
Ai de vós, que dizeis que nada vistes e nada sabeis, com os crimes
explodindo em vossas caras.
Ai de ti, que ignoraste meus sinais de perigo e só agora descobriste que há
cartéis de empresas que predam o dinheiro público, com a conivência do
próprio poder. Malditas sejam as empresas-fantasma em terrenos baldios, que
fazem viadutos no ar, pontes para o nada, esgotos a céu aberto e rapinam os
mínimos picuás dos miseráveis.
Malditos os fundos de pensão intocáveis e intocados, com bilhões perdidos na
Bolsa, de propósito, para ocultar seus esbulhos e defraudações. Malditos
também empresários das sombras. Malditos também os que acham que, quanto
pior, melhor.
A grande punição está a caminho. Ai de ti, Brasil, pois acreditaste no
narcisismo deslumbrado de um demagogo que renegou tudo que falava antes, que
destruiu a herança bendita que recebeu e que se esconde nas crises, para
voltar um dia como “pai da pátria”. Maldito esse homem nefasto, que te fez
andar de marcha à ré.
Ai de ti Brasil, porque sempre te achaste à beira do abismo ou que tua vaca
fora para o brejo. Esse pessimismo endêmico é uma armadilha em que caíste e
que te paralisa, como disse alguém: és um país “com anestesia, mas sem
cirurgia”.
Ai de vós, advogados do diabo que conseguis liminares em chicanas que
liberam criminosos ricos e apodrecem pobres pretos na boca do boi de nossas
prisões. Maldita seja a crapulosa legislação que vos protege há quatro
séculos. Malditos os compradiços juízes, repulsivos desembargadores,
vendilhões de sentenças para proteger sórdidos interesses políticos.
Malditos sejam os que levam dólares nas meias e nas cuecas e mais ainda
aqueles que levam os dólares para as Bahamas. Ai de vós! A ira de Deus não
vai tardar...
Sei que não adianta vos amaldiçoar, pois nunca mudareis a não ser pela
morte, guerra ou catástrofe social que pode estar mais perto do que pensais.
Mas, mesmo assim, vos amaldiçoo. Ai de ti, Brasil!
Já vejo as torres brancas de Brasília apontando sobre o mar de lama que
inundará o Cerrado. Já vejo São Paulo invadida pelas periferias, que
cobrarão pedágio sobre vossas Mercedes. Escondidos atrás de cercas elétricas
ou fugindo para Paris, vereis então o que fizestes com o país, com vossa
persistente falta de vergonha. Malditos sejais, ó mentirosos, vigaristas,
intrujões, tartufos e embusteiros! Que a peste negra vos cubra de feridas,
que vossas línguas mentirosas sequem e que água alguma vos dessedente. Ai de
ti, Brasil, o dia final se aproxima.
Se vossos canalhas prevalecerem, virá a hidra de sete cabeças e dez chifres
em cada cabeça e voltará o dragão da Inflação. E a prostituta do Atraso virá
montada nele, segurando uma taça cheia de abominações. E ela estará bêbada
com o sangue dos pobres, e em sua testa estará escrito: “Mãe de todas as
meretrizes e mãe de todos os ladrões que paralisam nosso país”. Ai de ti,
Brasil! Canta tua última canção na boquinha da garrafa.
ARNALDO JABOR


                               Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira

Com certeza o que foi escrito é  tudo aquilo que nosso honrado Povo gostaria de dizer em rede nacional.


Como nos tornamos a República dos Concurseiros no campo do Direito




"Duas coisas sempre me impressionaram: as expectativas dos alunos e o perfil dos professores". Professor que trabalhou cinco anos em uma das maiores universidades particulares do Brasil revela a sua experiência em uma instituição de ensino que produz concurseiros


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Rodrigo Perez Oliveira*, via Facebook
Durante cinco anos, trabalhei em uma das maiores universidades particulares do Brasil. Aquela onda operário, professor horista, salário dependendo da quantidade de turmas.
Lecionei para tudo quanto foi curso: moda, administração, pedagogia, história, direito.
O curso de direito é o grande filão de mercadodesse tipo de empresa. Duas coisas sempre me impressionaram, desde a primeira vez em que atuei no curso de direito: as expectativas dos alunos e o perfil dos professores.
A grande maioria dos alunos não buscava os estudos jurídicos movida pela ideia de vocação ou pela vontade de estudar as leis como um exercício de compreensão da realidade. Quase todos viam a universidade como um tipo de curso preparatório para concursos públicos.
concurso público era visto como um fim em si, e não como uma forma de ter acesso ao emprego público e colaborar com a sociedade. O objetivo era o emprego público, pouco importando qual fosse o cargo ou a natureza do trabalho.
Não havia muito interesse em discutir, em ler nenhum assunto que não fosse considerado algo absolutamente necessário para o sucesso no concurso público. O curso de direito naquela universidade particular era pouco mais que isso: fábrica de concurseiros.
O pior é que a mentalidade dos professores, dos meus colegas, não era muito diferente. Não era mesmo.
Convivi com Delegados, Juízes, Advogados, Procuradores, Desembargadores. Uma gente bem vestida, os homens trajando terno e gravata, as mulheres com saia social, saltão.
Alguns eram um tanto cafonas: relógios grandes e dourados, bolsa com estampa de vaquinha, de oncinha. Confesso que de vez em quando eu debochava mentalmente. Ora ou outra nem tão mentalmente assim. Acho que por isso a galera não gostava muito de mim.
Enfim.
Fato é que a convivência sempre foi tensa, agônica, conflituosa, principalmente depois de 2014, quando a crise institucional ficou mais aguda. A sala dos professores se tornou um verdadeiro círco de horrores.
Colegas, professores, que não cultivavam hábitos intelectuais, que não tinham interesse em nada que não tivesse diretamente relacionado ao seu cotidiano de trabalho: não liam literatura, não visitavam exposições de museus, não consumiam cinema, não frequentavam teatros.
Sempre aqueles códigos criminais pesadíssimos na mão, só os códigos. Nenhum Gabriel García Márquez, nada de Clarice ou Guimarães Rosa. De Machado de Assis só ouviram falar.
Vivem normalmente sem conhecer os filmes de Woody AllenAlmodóvarScorsese, sem ter quase contato com os grandes empreendimentos da inteligência humana.
Os profissionais mais importantes para a manutenção do contrato social não têm formação humanista, nenhuma formação humanista.
A maior parte dos meus colegas, que tem a função de arbitrar o conflito social, de zelar pelo bem comum, trata a lei como um manual, como uma receita de bolo.
E aí vocês podem imaginar, né? O círculo vicioso se completa: os alunos chegam com mentalidade de concurseiro e isso é alimentado pelos professores.
Resultado: todo semestre a universidade não diploma operadores do direito, pessoas sensíveis às questões sociais, capazes de tratar a lei como aquilo que ela é: um complexo experimento sociológico. A universidade forma concurseiros.
Concurseiros formando concurseiros. Todos preocupados em marcar o “X” no lugar certo e assim garantir um emprego estável e os privilégios que o Poder Judiciário entrega numa bandeja aos seus servidores.
São essas pessoas que estão decidindo os destinos da nação. Somos a República dos Concurseiros.
*Rodrigo Perez Oliveira é doutor em História Social pela UFRJ e professor adjunto de Teoria da História na Universidade Federal da Bahia.

Na ONU, advogado diz que julgamento de Lula 'é constrangedor para o Brasil'



Na ONU, Geoffrey Robertson se disse "estarrecido" porque no Brasil "não há presunção de inocência". Ele criticou juízes e chamou o sistema de "primitivo". Segundo ele, a acusação não iria adiante na Europa


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Vitor Nuzzi, RBA
Por diversos fatores, o processo envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva relativo ao apartamento tríplex em Guarujá “é muito constrangedor para o Brasil“, na avaliação do advogado australiano-britânico Geoffrey Robertson, que integra a defesa de Lula perante o Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). Autorizado a presenciar o julgamento no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), na semana passada, Robertson questionou o comportamento de magistrados e o sistema judicial brasileiro. “Peço desculpas por usar essa expressão, mas o sistema ainda é primitivo“, disse quase ao final da exposição.
O que me deixa estarrecido é que, no Brasil, não há presunção de inocência“, afirmou o advogado durante seminário realizado na noite de segunda-feira (29), em São Paulo, em que diversos juristas analisaram – e condenaram – o processo de Lula. O princípio da presunção de inocência “está presente em todos os tratados de direitos humanos do mundo“, acrescentou Robertson, 71 anos, referência mundial no tema. “Se Lula é inocente ou culpado, o fato é que seus direitos foram violados.”
Ele fez menção ao fato, por exemplo, de o presidente do TRF-4, Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, ter considerado “irrepreensível” a sentença do juiz federal Sérgio Moro, de primeira instância, meses antes do julgamento. “O sr. Thompson Flores é uma vergonha para qualquer sistema judiciário“, afirmou, lembrando ainda que a chefe de gabinete do presidente, Daniela Kreling Lau, manifestou-se publicamente a favor da prisão de Lula, sem ser advertida.
Todos nós queremos acabar com a corrupção“, disse Robertson. “Mas não se pode eliminar a corrupção de forma eficaz se não agirmos de forma justa“, acrescentou. Segundo o advogado, o fato de ter sido presidente não garante imunidade a Lula, mas ele tem direito a um julgamento justo.

Votos já prontos

No início do julgamento de quarta-feira passada, em Porto Alegre, Robertson disse ter pensado que eram quatro e não três juízes, dada a proximidade do promotor federal. “Estava comendo com eles, cochichando com eles. Isso é incrível para mim. E tudo foi piorando. Estávamos em um julgamento de recurso, mas ninguém ouviu ninguém. Os juízes entraram no tribunal com os votos já prontos, digitados.”
Ele observou que, em um julgamento assim, os magistrados precisam ouvir os argumentos das partes antes de tomar uma decisão – e não já ter seus votos prontos antecipadamente. “Não foi uma oitiva, uma audiência justa. Isso não poderia acontecer na Europa“, afirmou Robertson, desde 1988 um QC (Queens Counsel, conselheiro da rainha) na Inglaterra.
O advogado também criticou o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato. “Parece que nada pode deter o sr. Dallagnol. Na Grã-Bretanha, ele seria preso. Ele escreveu um livro e difamou Lula no meio do julgamento“, disse Robertson.
Outra crítica refere-se ao método usado para obter delações: “Aprisionar os acusados sem julgamento até que eles decidam dizer aquilo que os promotores querem ouvir. Essa foi uma característica do caso Lula. É errado prender pessoas para forçá-las a fazer acusações, porque essas acusações podem ser falsas“. O advogado afirmou que Lula “nunca foi dono do triplex” e que “não houve contrapartida à OAS“, em episódio que, além disso, ocorreu anos depois de sua saída da Presidência da República. “Nenhum juiz em nenhum país da Europa aceitaria essa acusação.”

Investigação e julgamento?

Um problema que ele afirmou considerar “essencial” para o Estado brasileiro é a definição dos papéis do juiz no processo. “O juiz não pode ser responsável pela instrução, pela investigação e depois pelo julgamento. Essa separação é necessária. É fundamental separar a etapa de instrução do julgamento“, enfatizou. Moro, por exemplo, jamais poderia acumular essas funções.
Em entrevista recente à RBA, o sociólogo e jurista português Boaventura de Sousa Santos fez a mesma crítica: “Continuo sem entender como é que um juiz que faz uma investigação criminal e faz determinada acusação é quem julga. A primeira instância é uma confusão entre o juiz que investiga e acusa e o juiz que julga“.
Robertson citou ainda grampos telefônicos ilegais envolvendo Lula e sua família, além de advogados. “O escritório da defesa teve muitas conversas grampeadas, e os promotores tinham acesso a essas conversas“, disse, lembrando que em muitos se discutiam estratégias de defesa, às quais a acusação acabou tendo acesso. O advogado chamou ainda de “quebra espantosa de privacidade” a divulgação de diálogos entre o ex-presidente e a então presidenta Dilma Rousseff. “Na Europa, Moro não poderia continuar. Ele pediu desculpas ao falecido juiz Teori Zavascki (do Supremo Tribunal Federal, morto em acidente há pouco mais de um ano) e ficou por isso mesmo.”
Advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins afirmou que o processo contém “todas as violações possíveis e imagináveis, que poderão ser usadas por muito tempo pela academia no mundo jurídico, inclusive internacionais“. Lembrou que há hoje nove processos contra o ex-presidente, alguns com investigações secretas, mas ponderou que “não se pode fazer uma crítica a todo o sistema de Justiça“.
O caso de Lula, segundo o advogado, traz uma “acusação em andamento“, que vai na medida em que é desconstruída introduz mais elementos, adicionados para chegar à condenação – que não tem relação com a acusação inicial. Quanto ao recurso à Organização das Nações Unidas, que aguardará exame de admissibilidade para se saber se irá a julgamento, a ONU pode, de acordo com Zanin, reconhecer que o sistema judicial brasileiro cometeu grosseiras violações, negando um julgamento justo ao ex-presidente.

Nova pesquisa Datafolha apresenta cenários sem Lula




Nova pesquisa Datafolha: mesmo após a condenação pelos desembargadores do TRF-4, Lula ainda tem larga vantagem sobre os demais na corrida presidencial em todas as simulações em que aparece. Instituto também divulgou cenários sem o ex-presidente


pesquisa Datafolha eleição 2018

Após ter a condenação por corrupção e lavagem de dinheiro confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve os índices de intenção de voto na corrida presidencial que tinha em dezembro, segundo pesquisa do Instituto Datafolha divulgada na madrugada desta quarta-feira, 31, pelo jornal Folha de S.Paulo.
O petista lidera os cinco cenários em que é incluído, com 34% a 37% da preferência do eleitorado – mesma faixa do levantamento de dezembro.
O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) vem em segundo lugar, com 15% a 18% das intenções de voto – no mês passado, o parlamentar tinha entre 17% e 18%.
A pesquisa foi feita na segunda-feira, 29, e na terça-feira, 30 – após, portanto, o julgamento no TRF-4, que ocorreu na quarta-feira, 24, e que pode tirar Lula da disputa por causa da Lei da Ficha Limpa.

CENÁRIO SEM LULA

Quando o ex-presidente é retirado dos cenários da pesquisa, Bolsonaro surge como líder absoluto. Nas quatro simulações desse tipo, o parlamentar aparece com 18% a 20% da preferência do eleitorado. Em dezembro, Bolsonaro somava entre 21% e 22% nos cenários sem o petista.
Na ausência de Lula, os ex-ministros Ciro e Marina aparecem na segunda colocação em dois cenários cada um. Ciro soma entre 10% e 13% das intenções de voto – em dezembro, tinha entre 12% e 13%. Já Marina foi testada apenas em dois cenários sem Lula, nos quais aparece com 13% e 16% – em dezembro, tinha 16% e 17%.
Nos três cenários em que é testado, Alckmin aparece com 8% a 11% das intenções de voto. Luciano Huck (sem partido) tem 8% no cenário em que foi incluído. Alvaro Dias tem entre 5% e 6%. Doria e Joaquim Barbosa (sem partido) foram incluídos em apenas uma simulação cada, na qual aparecem com 5% dos votos.
O ex-ministro e ex-governador Jaques Wagner (PT-BA), um dos substitutos de Lula cotados para a corrida presidencial, caso o ex-presidente fique inelegível, aparece com 2% dos votos em dois cenários. Nas simulações de segundo turno, Bolsonaro perde para Marina (42% a 32%) e empata tecnicamente com Alckmin (35% a 33%).

SEGUNDO TURNO

No segundo turno, Lula venceria o tucano Geraldo Alckmin por 49% a 30%; a ex-senadora Marina Silva (Rede) por 47% a 32%; e o deputado Jair Bolsonaro (PSC) por 49% a 32%.
Nas simulações de segundo turno, Bolsonaro também seria derrotado por Marina Silva (42% a 32%) e estaria em situação de empate técnico com Alckmin (35% a 33%). Esta segunda hipótese estaria dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
A simulação envolvendo Alckmin e Ciro Gomes aponta, também, um empate técnico — nesse cenário, Alckmin teria 34%, e Ciro, 32%,
O Datafolha fez 2.826 entrevistas em 174 municípios. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR 05351/20018.

QUE OS BRASILEIROS NÃO SE ENGANEM PORQUE EM SETEMBRO ESTE HOMEM ASSUMIRÁ O STF







QUE OS BRASILEIROS NAO SE ENGANEM PORQUE EM SETEMBRO ESTE CORRUPTO ASSUMIRÁ O STF E SE ENCARREGARA DE “APEQUENA-LO”, SOLTANDO NAO SOMENTE O LULA MAS CENTENAS DE OUTROS BANDIDOS.







O que acontece depois da segunda condenação de Lula?



Para onde vamos depois da segunda condenação de Lula? O que se coloca, agora, é o debate de rumos. Ou qual a tática a seguir. Há duas pretensas saídas que devem ser liminarmente descartadas

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Gilberto Maringoni, via Facebook

Para onde vamos?

Passada a violência externada pela voz monocórdia dos três desembargadores do TRF-4, em Porto Alegre, o que se coloca para a banda democrática da sociedade brasileira é o debate de rumos. Ou qual a tática a seguir. Isso é essencial, pois a narrativa conservadora – expressa pela mídia, por juristas empolados e por porta vozes do mercado – busca estabelecer desde já uma eleição sem Lula.
O jogo ainda não está jogado e um oceano ainda nos separa de outubro. Falando sério: candidato de verdade existe apenas um. Outros, à esquerda e à direita, são intenções ou figurações.

Derrotismo e baluartismo

Por isso, há duas pretensas saídas que devem ser liminarmente descartadas: A). Entregar os pontos, propagando que a derrota no sul é irreparável e que outra chance para as correntes progressistas levará décadas para se firmar; e B). Desconhecer o resultado do tribunal e partir para a propagação exaltada de incertas “desobediência civil” e “rebelião”.
No fundo, as duas alternativas são expressões do derrotismo e da impotência de se encontrarem opções positivas. Talvez a segunda seja a mais complicada e deletéria para a esquerda do que a primeira. Ela embute uma solução que não dá sinais de existir e uma tendência ao que se poderia chamar de “pensamento mágico”. Ou seja, esgotadas as saídas institucionais, as forças sociais apoiadoras de Lula deveriam investir em ações fora da institucionalidade e que seria preciso ir para o “enfrentamento” nas ruas.
Não se explicou até agora o que isso significa. Seria enfrentar a tropa de choque nas ruas? Seria desconhecer as determinações arbitrárias dos juízes, a começar por Lula não ter entregue o passaporte à Polícia Federal? Seria não ter um comportamento “bundamole”, como um dirigente do MST chegou a afirmar publicamente?
Uma das lições básicas da ação política é a de não se propagandear a tática, mas de concretizá-la – coisa que os dirigentes do PT que advogam a “desobediência civil” não estão fazendo. Assim, tudo parece se resumir ao calor de discursos e de entrevistas momentâneas.
Mas é necessário esmiuçar um pouco a possibilidade se se realizarem ações de “desobediência civil fora da institucionalidade”.

De volta para o futuro

As últimas grandes ações do que se poderia classificar como tal foram as barulhentas manifestações de junho de 2013, sobre as quais até hoje ninguém logrou apresentar explicação acabada. Forças de ultraesquerda veem o fenômeno como a antessala de uma insurreição popular e a direção petista – pela voz de alguns membros – o interpreta como a primeira manifestação do golpe de 2016. Aparentemente, não foi coisa e nem outra. Assim como irrompeu na cena política, as manifestações refluíram em pouco mais de um mês. Nesse intervalo – quem foi às ruas percebeu – houve uma intensa disputa de rumos nas passeatas. O que começou como mobilização progressista terminou como palco da intolerância de grupos violentos da extrema-direita.
O comportamento do PT variou da oposição aberta à pasmaceira. Começou com Fernando Haddad negando o atendimento da demanda inicial de redução dos preços das passagens – o que esvaziaria o movimento – e chegou ao surreal, com a presidente Dilma Rousseff fazendo um pronunciamento em rede nacional, enumerando cinco pontos das ruas que seriam atendidos. O primeiro deles foi… responsabilidade fiscal.
Quem prega no vazio responsabilidade fiscal e arrebenta a economia brasileira – 2015-16 – com o “maior ajuste fiscal de nossa História” não pode ser levado a sério quando saca da manga o palavrório da “desobediência civil”.
Realizar ações desse tipo implica contar com organização de base, indignação popular e cumplicidade de objetivos.

Do Centro para os Grotões

Artur Araújo e João Guilherme Vargas Netto atentam para uma reportagem de ‘O Globo’ deste domingo (28) que ajuda a responder os dilemas da “desobediência civil”.
A matéria tem por título “Possível impugnação da candidatura Lula coloca 53 milhões de votos em disputa”. A laudas tantas, é dito: “Lula deslocou o apoio majoritário ao PT dos grandes centros urbanos para o interior do país, e esse é o cenário no qual vai se travar uma fundamental disputa pelos votos que poderão eleger o próximo presidente do Brasil”. Vale atentar para o gráfico anexo.
A ação do PT no governo fez com que os votos da agremiação que se localizavam fortemente nas grandes cidades onde o movimento social tem maior organização se deslocasse para pequenas localidades, onde há voto mas não organização. O gráfico mostra, especialmente a partir de 2006, e após o escândalo do “mensalão”, que nos maiores centros urbanos a popularidade do partido cai de forma expressiva.

Popularidade de Lula

Como ali está retratado o voto presidencial, pode-se inferir que se trata em grande medida das taxas de popularidade de Lula (mesmo quando a candidata é Dilma Rousseff). Ou seja, teríamos um retrato em várias fases dos apoios ao ex-presidente, indicador completado em 2017 pela pesquisa Datafolha.
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João Guilherme resume a disjuntiva em uma frase: “Onde há organização não há multidão e onde há multidão não há organização”.
A conclusão que se pode chegar é: a pregação pela “desobediência civil” é feita para a sociedade organizada. Onde ela existe, decresce a audiência ao PT. Não adianta propagar a ideia pelo interior – ou pelos locais onde Lula iniciou suas caravanas –, pois aí o apoio tem outra qualidade. É eleitoral e não militante, na maior parte dos casos.
Assim, o fraseado incendiário careceria de audiência onde poderia virar ação.

A teoria

Qual o fundamento teórico para a conclamação à desobediência civil? É a de que não vivemos mais em um regime democrático, mas sim em uma ditadura. E contra um regime dessa natureza, vale tudo.
É preciso ir com calma. Embora vários ritos democráticos tenham sido atropelados, a grande maioria da população não vive em situação estrutural e sensorialmente distinta – nesse quesito – daquela que conhecia até abril de 2016. Isso, apesar da vida ter piorado. É necessário lembrar também de que democracia falamos.
A chamada “democracia burguesa” está longe de garantir liberdade, igualdade e fraternidade. Nos Estados Unidos, a democracia se materializa em um sistema bipartidário, na Inglaterra em uma monarquia e no México em virtual ausência de Estado em serviços fundamentais e na dominância das máfias pela cena política. Falar em ditadura e não perceber a vida real das pessoas pode nos arrastar para equívocos sérios na interpretação da realidade.

Vietcongue de microfone

Assim, a pregação vietcongue de microfone serve muito mais para aplacar ansiedades de quem a emite do que para ativar qualquer ação concreta. De mais a mais, o balanço de forças para qualquer enfrentamento físico com as polícias é para lá de desigual.
No fundo, estamos diante de uma espécie de “pensamento mágico” que sublima a política. Bravatas baluartistas parecem aquecer as lutas, mas só servem como catarse para um setor valoroso da militância extravasar a indignação pela condenação em Porto Alegre. É algo tão paralisante quanto o derrotismo falado no início.

Qual a saída, então?

Parece que, até aqui, quem tem a tática mais acertada é Lula e seu incrível senso prático. Seu comportamento tem sido o de um bravo e é muito superior ao exercido durante a prisão de1980. Não apenas não dá sinais de esmorecimento, como conclama á continuidade de sua campanha eleitoral. Caso não seja preso, seguirá a correr o Brasil, denunciando os golpistas e arrastando multidões. Capacita-se não apenas como candidato, mas – no pior cenário – como eleitor fundamental a apontar um substituto para a corrida presidencial. (Não estou falando de seu programa de governo).

O exemplo de Chávez

Embora previsível, sua prisão pode representar uma batata quente para os golpistas. Vale lembrar Hugo Chávez. Quando fez sua ruidosa irrupção na cena política, em fevereiro de 1992 – ao tentar uma sublevação militar contra o governo de Carlos Andrés Pérez – o país vivia dias dramáticos. Derrotado, após sangrento enfrentamento, fez apenas uma exigência: que pudesse ler sua declaração de rendição em cadeia nacional de rádio e TV.
O brevíssimo manifesto – recitado em um minuto e 12 segundos – foi tão contundente que o transformou na personalidade central do país, aos 37 anos de idade. Preso, sua cela tornou-se escritório político e centro de peregrinação das grandes personalidades da política local. O presidente seguinte, Rafael Caldera, não teve outro remédio que não anistiá-lo em 1994.
A hipotética prisão de Lula pode ter efeito semelhante.
Não é somente a oposição. O golpismo também está debatendo sua tática.

Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira "Falando sério: candidato de verdade existe apenas um. Outros, à esquerda e à direita, são intenções ou figurações."!


Lula Cada Vez Mais Próximo Da Cadeia!!!









Na decisão, o ministro afirmou que o STJ tem entendimento no sentido de que “o habeas corpus preventivo tem cabimento quando, de fato, houver ameaça à liberdade de locomoção, isto é, sempre que fundado for o receio de o paciente ser preso ilegalmente. E tal receio haverá de resultar de ameaça concreta de iminente prisão”. Para Martins, não há possibilidade imediata de prisão no caso concreto.