sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Ataque a Bolsonaro eleva tensão e põe campanha em alerta máximo




Governo federal anunciou reforço na segurança dos presidenciáveis e estuda novas medidas para garantir mais segurança ao pleito de outubro





Ian FerrazCarlos Estênio BrasilinoAna Helena Paixão



Ao cravar uma faca no abdômen do candidato à Presidência da República do PSL, Jair Bolsonaro, o agressor Adélio Bispo de Oliveira expôs a fragilidade na segurança da campanha de sucessão ao Palácio do Planalto deste ano – uma das mais conturbadas da história da República – e pôs as autoridades federais em alerta máximo.
Temendo uma intensificação de conflitos nas ruas da país entre grupos opositores após o atentado ao líder das intenções de voto na corrida presidencial, além de novos ataques aos concorrentes, o governo federal realizou ainda nessa quinta-feira (6/9) duas reuniões emergenciais para tratar do reforço da proteção a candidatos e eleitores. Nas redes sociais, a tensão já aumentou e pode transbordar para o mundo real, adverte especialista.
O próprio presidente Michel Temer (MDB) se reuniu com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, e determinou o aumento do efetivo da Polícia Federal que atua na escolta dos presidenciáveis. O número de agentes nessa função não é revelado, por motivo de segurança, mas desde a edição do Decreto nº 6.381/2008, assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os postulantes podem requerer a proteção extra e contar, inclusive, com o apoio de carros blindados durante todo o período eleitoral. Temer também determinou que as causas do episódio sejam apuradas a fundo. A investigação está a cargo da PF, que já instaurou inquérito policial e prendeu, além de Adélio Bispo de Oliveiraoutro suspeito.
O atentado a Bolsonaro também dominou a pauta da reunião agendada previamente e realizada na noite dessa quinta pelo Comando do Exército Brasileiro e Ministério da Defesa. A pasta deve anunciar medidas extras de segurança em torno da campanha eleitoral e nos dias de votação (7/10 no primeiro turno e 28/10 no segundo). O objetivo é proteger tanto candidatos quanto eleitores, bem como evitar embates entre grupos opositores e assegurar ao brasileiro o direito de ir às urnas e registrar seu voto com tranquilidade. Algumas unidades da Federação já solicitaram à Justiça Federal anteriormente apoio de tropas federais durante o pleito.
A democracia está sob risco para todos os candidatos nesta eleição"
Fernando Francischini (PSL-PR), deputado federal e delegado da Polícia Federal, após visitar Bolsonaro na madrugada desta sexta-feira

Delegado Francischini defende a intensificação da escolta federal dos presidenciáveis. Ele lembrou que o apoio dos colegas de corporação a candidatos no período eleitoral já foi bastante criticado, mas destacou: a presença dos agentes da PF na atividade de campanha de Bolsonaro nessa quinta foi fundamental para salvar a vida de seu correligionário.
“A PF agiu firme no primeiro momento. Tenho ouvido por aí muita gente falando da equipe de segurança [da corporação], o que é um absurdo. Foi a equipe de segurança que evitou que ele [Bolsonaro] estivesse morto hoje”, disse Francischini. “Numa velocidade imensa, fizeram todos os procedimentos no caminho. Muitos médicos já comentaram que o atendimento rápido da Polícia Federal, o procedimento correto no deslocamento, foi o que garantiu com que ele pudesse chegar com mais chances [de vida ao hospital]”, acrescentou.
Todo o custeio e organização das viagens para os policiais envolvidos na segurança dos presidenciáveis, inclusive os gastos com reservas de hotel, é bancado pela própria corporação. Inicialmente, cada candidato teria uma equipe com 21 agentes, com previsão de aumento do efetivo a depender do local ou risco do evento.
A PF pretendia limitar a segurança dos representantes de partidos nanicos – com menos de cinco parlamentares na Câmara dos Deputados – a ocasiões específicas e previamente avisadas à corporação. Assim, nem todos os candidatos teriam policiais à disposição 24 horas por dia. Mas não foi confirmado se o plano está em prática. Além de Jair Bolsonaro, outros quatro presidenciáveis solicitaram a escolta, mas a corporação não informou o nome dos outros candidatos hoje protegidos pelos agentes federais.
Segundo a PF, o alto número de postulantes ao Planalto – 13 no total – e a disseminação de eventos espontâneos, como recepções nos aeroportos, são considerados os maiores desafios à proteção dos presidenciáveis.
Nível 1 de riscoBolsonaro vinha sendo acompanhado por policiais federais em sua agenda há pelo menos um mês. O nome do PSL ao Planalto também fez uso de colete à prova de balas em vários atos públicos (foto em destaque), o que não ocorreu em Juiz de Fora (MG). Na véspera do ataque no município mineiro, o presidenciável participou de carreta no Distrito Federal, nas cidades de Taguatinga e Ceilândia, e também não vestiu o dispositivo de proteção.
Ao portal UOL, em agosto, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, afirmou que o candidato era de “nível 1 [máximo] de risco”, muito em função de suas posições polêmicas e por estar à frente das pesquisas eleitorais, o que justificaria medidas extras de segurança. No entanto, se o presidenciável com o maior aparato de proteção ao seu redor sofreu um atentado, os demais postulantes tampouco estão imunes – e isso disparou o sinal de alerta das autoridades federais para a necessidade de reforçar os mecanismos de segurança em torno dos candidatos.
REPRODUÇÃO
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Socorro ao presidenciável do PSL: segurança reforçada com equipe da PF há pelo menos um mês

Veja vídeo do ataque: 
As presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, e do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Rosa Weber, expressaram sua preocupação com a violência durante a campanha – as duas Cortes estão no centro do processo eleitoral. Cármen Lúcia manifestou preocupação “com a garantia das liberdades dos candidatos e dos eleitores, qualquer que seja a posição ou ideologia adotada por quem quer que seja e ainda que contrárias, como expressão de um processo eleitoral democrático, devendo ser renegada qualquer forma de violência ou de desrespeito aos direitos”.
“O Tribunal Superior Eleitoral repudia toda e qualquer manifestação de violência, seja contra eleitores, seja candidatos ou em virtude do pleito. As eleições são uma manifestação de cidadania por meio da qual o povo expressa sua vontade. Inaceitável que atitudes extremadas maculem conquista tão importante quanto é a democracia”, afirmou Rosa Weber.
À flor da peleO clima belicoso da campanha eleitoral tomou conta das redes sociais e se intensificou com o atentado contra o candidato mais polêmico da corrida presidencial. Reações baseadas em emoções negativas tomaram de assalto o Facebook, Twitter, Instagram e outras plataformas virtuais após Bolsonaro ser esfaqueado. É o que mostra uma análise feita pelo diretor de Big Data da AP/Exata, Sérgio Denicoli, professor com pós-doutorado em comunicação digital pela Universidade do Minho, em Portugal.
Segundo ele, o atentado a Bolsonaro fez com que sentimentos negativos dessem a tônica aos embates entre os internautas. Tristeza, medo e raiva são as emoções mais à flor da pele. A confiança está numa curva decrescente e a alegria praticamente inexiste: está próxima do zero. Veja o gráfico:


A “análise de emoções” feita por Denicoli é baseada na teoria do professor norte-americano Robert Plutchik, a “Roda das Emoções”, que considera a existência de oito emoções básicas em todo sentimento humano: raiva, medo, tristeza, nojo, surpresa, curiosidade, aceitação e alegria.
É difícil prever o reflexo dos acontecimentos de hoje [quinta-feira]. Mas temo que as emoções negativas possam transpor o mundo virtual e atingir o mundo real"
Sérgio Denicoli, diretor da AP/Exata
Quase setes horas após o atentado contra Bolsonaro, o cenário das emoções nas redes sociais mostrava-se bem pessimista, com tristeza, medo e raiva oscilando no primeiro lugar. “É um momento muito passional”, destacou Denicoli. “O sentimento de raiva pode estimular outros atos de violência. Há agressões muito fortes por parte dos internautas. Muitos podem querer vingar o ocorrido”, ressaltou.
A partir das análises gráficas feitas ao longo da quinta-feira, Denicoli viu que, a princípio, houve um sentimento entre os adversários de Bolsonaro de que tudo não passava de “armação”. Confirmado o atentado, as insinuações de que o PT estava por trás das agressões ganharam volume. “Ou seja: a dicotomia entre direta e esquerda ficou ainda maior”, observou o especialista.
Outro fator poderá ser resultado do carrossel de emoções visto no mundo virtual ao longo do dia. E ele será positivo para o candidato do PSL, segundo Denicoli. A tristeza pode resultar em empatia por Bolsonaro. “Tristeza é um sentimento que pode virar afeto, e é o que geralmente ocorre com quem é vítima. Isso certamente o beneficiaria”, concluiu.
Colaborou Cláudia Pires, especial para o Metrópoles em Juiz de Fora (MG)



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quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Datafolha para o Senado: Leila tem 22%; Cristovam, 21%; e Izalci, 20%



Pela margem de erro, os três primeiros candidatos estão empatados tecnicamente na corrida por uma das duas vagas de senador pelo DF


Igo Estrela/Metrópoles

Caio Barbieri



Os três primeiros colocados do DF na corrida ao Senado Federal estão empatados tecnicamente, segundo a pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (6/9). O levantamento aponta: Leila do Vôlei (PSB) tem 22% das intenções de voto; Cristovam Buarque (PPS), 21%; e Izalci Lucas (PSDB), 20%. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Candidato pela Rede, Chico Leite alcançou 14% da preferência dos entrevistados. Wasny de Roure (PT) foi indicado por 9% dos eleitores, e Fadi Faraj (PRP), por 6%. A primeira amostragem foi divulgada no dia 22 de agosto.
A professora Amábile (PR) arrebanhou 3% da preferência do eleitorado, mesmo percentual alcançado pelo juiz Everardo Ribeiro (PMN) e pelo petista Marcelo Neves. Ainda, empatado com esse grupo, o empresário Hélio Queiroz (PP) reuniu 2%, junto com Paulo Roque (Novo), João Pedro Ferraz (PPL), Fernando Marques (SD) e Chico Sant’Anna (PSol).
Brigadeiro Átila Maia (PRTB) e Robson (PSTU) tiveram 1% da preferência dos entrevistados, assim como Danilo Matoso (PCO) e Marivaldo Pereira (PSol). Walisson Nascimento (PTB) e Romilda Teixeira (PSDB) não pontuaram.
Sem candidatos
Brancos e nulos para a primeira vaga somaram 22%. Já para a segunda, o número atingiu 31%. Os que não souberam responder sobre o primeiro voto chegaram a 12%. Para o segundo, 19%. Como os eleitores votam duas vezes para senador nas eleições deste ano, os percentuais apurados na pesquisa somam 200%.
Veja como ficou o resultado da pesquisa:
  • Leila do Vôlei (PSB): 22%
  • Cristovam Buarque (PPS): 21%
  • Izalci (PSDB): 20%
  • Chico Leite (Rede): 14%
  • Wasny de Roure (PT): 9%
  • Fadi Faraj (PRP): 6%
  • Professora Amábile (PR): 3%
  • Juiz Everardo Ribeiro (PMN): 3%
  • Marcelo Neves (PT): 3%
  • Hélio Queiroz (PP): 2%
  • Paulo Roque (Novo): 2%
  • João Pedro Ferraz (PPL): 2%
  • Fernando Marques (SD): 2%
  • Chico Sant’Anna (PSol): 2%
  • Brigadeiro Átila Maia (PRTB): 1%
  • Robson (PSTU): 1%
  • Danilo Matoso (PCO): 1%
  • Marivaldo Pereira (PSol): 1%
  • Walisson Nascimento (PTB): 0%
  • Romilda Teixeira (PSDB): 0%
  • Em branco/nulo/nenhum para 1ª vaga: 22%
  • Em branco/nulo/nenhum para 2ª vaga: 31%
  • Não souberam para 1ª vaga: 12%
  • Não souberam para 2ª vaga: 19%

Dados da pesquisa
O levantamento foi encomendado pela TV Globo e pelo jornal Folha de S.Paulo. Foram ouvidos 910 eleitores com idade para votar, de todas as regiões do Distrito Federal, entre 4 a 6 de setembro. Os números estão registrados no Tribunal Superior Eleitoral sob o número DF-06008/2018. O nível de confiança utilizado é de 95%.

A imagem pode conter: 3 pessoas, pessoas sorrindo, atividades ao ar livre
Foto: Romulo Sanches de Oliveira e Leila do Vôlei



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Após ser esfaqueado em campanha, Bolsonaro é operado e vai para UTI





Reprodução
Ian Ferraz



 O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa da Misericórdia de Juiz de Fora (MG). Ele foi submetido a uma cirurgia no hospital para controlar hemorragia: o presidenciável teve uma artéria perfurada ao ser esfaqueado na região do abdômen. O ataque a Bolsonaro ocorreu na tarde desta quinta-feira (6/9), quando o político cumpria agenda de campanha no município mineiro.
Veja fotos abaixo: 


bolsonaro esfaqueado


O presidenciável deu entrada na emergência da Santa Casa às 15h40 e chegou a levar pontos para fechar o ferimento, pois o exame preliminar apontava corte superficial. No entanto, após passar por uma ultrassonografia, foi constatado que uma artéria havia sido rompida, e isso levou o paciente a ter uma queda brusca de pressão. Diante do risco de perfuração de órgãos, como fígado e pulmão, e hemorragia interna, a equipe médica decidiu operá-lo. O procedimento terminou por volta das 19h e concluiu que o intestino do político havia sido perfurado. Ele deixou o centro cirúrgico com uma bolsa intestinal.
A família pretende transferi-lo para o Hospital Sírio-Libanês em São Paulo, mas ainda é avaliado se ele terá condições de deixar a Santa Casa de Juiz de Fora ainda nesta noite ou posteriormente. Uma equipe da unidade de saúde paulista já acompanha a recuperação do candidato em Minas.
O ataqueLíder das pesquisas de intenção de voto à Presidência da República, Jair Bolsonaro cumpria agenda em Juiz de Fora quando foi atacado. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o deputado federal sendo carregado por apoiadores após ser atingido na região do abdômen. Nas imagens (assista abaixo), Bolsonaro aparece com as mãos na barriga. O fato foi confirmado pelos filhos do parlamentar nas redes sociais e também pela polícia local.
Candidato a senador pelo Rio de Janeiro e filho do presidenciável, Flávio Bolsonaro comentou o episódio. “Jair sofreu um atentado agora em Juiz de Fora, uma estocada com faca na região do abdômen. Graças a Deus, foi apenas superficial e ele passa bem. Peço que intensifiquem as orações por nós”, escreveu. Mais tarde, a família soube que, na verdade, a facada havia perfurado órgãos e o candidato sofreu o rompimento de uma artéria.
No vídeo, é possível ver que o agressor é contido por populares logo depois de atingir o presidenciável. A Polícia Federal confirmou que deteve o homem e vai abrir inquérito policial para apurar as circunstâncias do fato. Em nota, a PF informou que o parlamentar contava com a escolta de policiais federais quando foi atacado. A Polícia Militar do estado de Minas Gerais, por sua vez, relatou que o agressor, Adélio Bispo de Oliveira, já tinha passagem por lesão corporal.
Em suas agendas, Bolsonaro tem sido acompanhado por uma equipe da Polícia Federal. Por lei, candidatos à Presidência da República têm direito a serem escoltados durante o período eleitoral. Em agenda no interior de São Paulo, ele chegou a utilizar colete à prova de balas. No momento do ataque, ele não estava utilizando o item de proteção.

Assista ao momento da agressão em câmera lenta:
Filhos de Bolsonaro comentam episódio em Juiz de Fora:
As informações que tenho são preliminares e neste tipo de situação sempre há muita notícia desencontrada.

Mas chegou a mim que Jair Bolsonaro foi esfaqueado num evento em MG, mas está fora de risco de morte. Peço que orem por ele e sabendo de algo mais publico aqui🙏
Jair Bolsonaro sofreu um atentado agora em Juiz de Fora, uma estocada com faca na região do abdômen. Graças a Deus, foi apenas superficial e ele pesa bem. Peço que intensifiquem as orações por nós!
Presidenciáveis comentam ataque em Minas GeraisAdversários de Jair Bolsonaro (PSL) na corrida presidencial comentaram a agressão em Juiz de Fora ao militar da reserva. Para Guilherme Boulos (Psol), “violência não se justifica”. Representante do PSDB, Geraldo Alckmin falou em “ato deplorável”, enquanto o emedebista Henrique Meirelles afirmou que o Brasil precisa encontrar o “caminho da paz”. O petista Fernando Haddad (PT) desejou pronto restabelecimento a Bolsonaro.

Colaborou Rafaela Benez



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Fachin nega pedido de Lula para afastar impedimento à candidatura ao Planalto




A defesa de Lula fez o pedido ao STF com base no comunicado da ONU






Ministro Edson Fachin(foto: Carlos Moura/Ascom/TSE )

(foto: Carlos Moura/Ascom/TSE
Ministro Edson Fachin )

O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu negar um pedido formulado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para afastar impedimento à candidatura do petista ao Palácio do Planalto.

Com base no comunicado do comitê da ONU, a defesa de Lula pretendia afastar os efeitos da condenação de Lula no caso do triplex do Guarujá (SP), no qual o ex-presidente foi condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Por conta dessa condenação, o petista foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

De acordo com os advogados Cristiano Zanin e Valeska Zanin, não cabe aos órgãos judiciários brasileiros sindicar as decisões proferidas pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU, mas, sim, dar cumprimento às obrigações internacionais assumidas pelo Brasil.

Até a publicação deste texto, a íntegra da decisão de Fachin não havia sido divulgada. Na quarta-feira, a expectativa dentro do STF era de que o ministro levasse o tema ao plenário.

Conforme trecho da decisão de Fachin publicado no site oficial do STF, o ministro entendeu que o pronunciamento do Comitê de Direitos Humanos da ONU não alcançou o efeito de suspender a decisão do TRF-4 que condenou Lula.

"O pronunciamento do Comitê dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas não alcançou o sobrestamento do acórdão recorrido (do TRF-4), reservando-se à sede própria a temática diretamente afeta à candidatura eleitoral; ii) as alegações veiculadas pela defesa não traduzem plausibilidade de conhecimento e provimento do recurso extraordinário, requisito normativo indispensável à excepcional concessão da tutela cautelar pretendida", decidiu Fachin.

"Indefiro o pedido formulado. Publique-se. Intime-se. Após, arquivem-se", determinou o ministro.

Pendências

Além do pedido negado por Fachin, a defesa de Lula ainda conta com outros dois processos que aguardam definição judicial - um recurso extraordinário no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF), que contestam a decisão colegiada do TSE, que, na madrugada do último sábado, negou o registro de Lula por 6 a 1.

Fachin foi o único voto a favor do registro de Lula no TSE, sob a alegação de que a posição do Comitê de Direitos Humanos da ONU afastava a inelegibilidade do petista, abrindo caminho para sua candidatura à Presidência da República.

O comunicado, emitido no dia 17 de agosto, solicitou que o Brasil "tome todas as medidas necessárias para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa desfrutar e exercer seus direitos políticos, enquanto esteja na prisão, como candidato para as eleições presidenciais".

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