quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Ao vivo: “Moro não é suspeito para julgar caso Lula”, diz relator


Ex-presidente é pré-candidato às eleições deste ano, mas pode ficar inelegível após sessão do tribunal nesta quarta-feira (24/1)

Divulgação/TRF-4
https://youtu.be/zHNOQpl00_I
Enviados Especiais a Porto Alegre (RS) – A análise de recurso da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva transcorre em ritmo acelerado na 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Com início às 8h30 em ponto, a sessão teve, em um primeiro momento, a leitura do relatório do processo, que resultou, em primeira instância, na condenação de Lula a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Em seguida, o procurador regional da República Maurício Gotardo Gerum fez sua sustentação oral, defendendo a pena imposta ao ex-presidente. “Qualquer tentativa de classificar esse julgamento de político ofende não só a mim e às suas excelências, mas também as vítimas do esquema de corrupção que atingiu o povo brasileiro”, disse. Depois, falaram o assistente da acusação, René Dotti, que representa a Petrobras, e o advogado Fernando Fernandes, que defende o ex-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.
Foi a vez, então, do advogado de Lula, Cristiano Zanin. O defensor criticou a manifestação do Ministério Público Federal: “Claramente, a palavra do MPF mostrou como a força-tarefa da Lava Jato vem atuando neste e em outros casos. O pensamento é de censura à defesa, à academia, ao povo. Se vossa excelência ficou impressionado com a manifestação de juristas nacionais e internacionais, há algo de errado neste processo. Isto não pode ser admitido”.
Antes de encerrar a sustentação oral, Zanin alegou ainda que o ex-presidente não recebeu vantagem indevida: “O triplex não é do presidente Lula. Todos nós sabemos que o triplex pertence e sempre pertenceu à OAS Empreendimentos. Ficou claro que o ex-presidente jamais recebeu as chaves, passou um dia ou passou uma noite no local. Não há nenhuma prova que ele tenha recebido o imóvel”.
Após um intervalo de 5 minutos, o relator João Pedro Gebran Neto profere seu voto neste momento. Ele é o primeiro de três desembargadores responsáveis por decidir se condenam ou absolvem o ex-presidente. De acordo com Gerban Neto, a tese de que o julgamento tem teor político não é verdadeira. “Estamos diante de decisões de primeiro grau fundamentadas e com base”, afirma.

Em torno do julgamento, foi montada uma verdadeira operação de guerra em Porto Alegre, com homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica de prontidão; tropas da Força Nacional incumbidas de proteger o patrimônio público federal; policiais militares, rodoviários federais e civis no policiamento ostensivo e velado nas ruas da capital.
Desde terça (23), Porto Alegre é uma cidade “sitiada”, com bloqueios em terra, ar e no rio Guaíba, vizinho ao prédio do TRF-4. Ao todo, 257 jornalistas do país e 43 do exterior, bem como cerca de 50 mil apoiadores do petista – originários de todas as regiões brasileiras – e um número não mensurado de manifestantes que cobram a punição exemplar do ex-presidente estão na cidade para acompanhar de perto a deliberação dos desembargadores do TRF-4 – veja imagens da mobilização:

Cenário turvo e polarizado
No entanto, o julgamento desta quarta (24) não representa uma desfecho no processo contra Lula, já que, independentemente do resultado, tanto a defesa quanto o Ministério Público podem apresentar novas apelações. A sessão, contudo, pode indicar a inelegibilidade do petista, líder das intenções de voto na disputa para o Palácio do Planalto nas eleições gerais de outubro.
Segundo a Lei da Ficha Limpa, condenados em segunda instância não podem se candidatar a cargos públicos. Portanto, caso o TRF-4 mantenha a sentença de primeira instância, Lula se torna, em tese, inelegível. Se esse for o cenário confirmado, a disputa pela Presidência, que já é incerta, torna-se ainda mais turva. E aumenta a confusão na cabeça da população, como mostra o vídeo a seguir – e o Metrópoles esclarece:
“É difícil dizer o que vai acontecer. Caso Lula seja condenado e se torne inelegível, resta saber como a esquerda e, principalmente o PT, vai se posicionar: se vão ficar concentrados em alguma outra candidatura de centro ou extrema-esquerda ou se devem simplesmente configurar oposição a qualquer candidato eleito”, comenta o cientista político e professor da Universidade de Brasília Everaldo Moraes. “Essa é uma situação improvável, mas tudo pode acontecer”, ressalta.
Caso a Justiça Federal reforme a sentença de Moro e absolva o ex-presidente, o pesquisador prevê um agravamento na polarização da política nacional. “No caso de uma absolvição, vai haver um fortalecimento da candidatura de Lula, que é capaz de conseguir muitos votos. E, também, provavelmente, uma polarização do sentimento de “antipetismo”, que hoje a gente enxerga com mais facilidade na figura do deputado federal Jair Bolsonaro [PSC-RJ, mas de malas prontas para o PSL”, aponta o especialista.
Moraes acredita que boa parte dos votos destinados ao parlamentar são provenientes do movimento de rejeição ao PT, visto que Bolsonaro se manifesta contra o partido há um bom tempo. No entanto, alerta que a posição radical do deputado pode alienar eleitores de centro-direita. “O problema do Bolsonaro é que ele tem posições controversas e age com muita truculência no debate. Para uma disputa no Congresso, isso não é um grande problema, mas para uma eleição presidencial, pode ser negativo”, explica.
Recursos
Mesmo se o TRF-4 mantiver a condenação de Lula, a inelegibilidade do ex-presidente não é automática. Além de apresentar embargos à Corte, o petista pode apelar ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) para manter a candidatura. Segundo a professora de direito eleitoral da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Silvana Batini, esses recursos podem manter o líder petista na disputa.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula poderá obter registro de candidatura à Presidência em 2018, se conseguir uma liminar do STJ [Superior Tribunal de Justiça]. Mesmo sem conseguir a liminar, poderá pleitear o registro perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e fazer campanha enquanto o tribunal não indeferir definitivamente o pedido."
Silvana Batrini, professora de direito eleitoral da FGV
Isto porque, explica a educadora, a inelegibilidade não é reconhecida na condenação criminal, mas apenas na Justiça Eleitoral. Ainda de acordo com a especialista, se a decisão da Justiça só sair após a validação da candidatura pelo TSE, Lula também pode concorrer nas eleições. Independentemente do resultado, o PT afirma manter a intenção de endossar o ex-presidente na disputa.
Segundo o líder do PT na Câmara, deputado federal Paulo Pimenta (RS), “não há nenhuma relação entre qualquer decisão que venha a ser tomada pelo Poder Judiciário e a candidatura do presidente Lula. Essa decisão já está tomada.  Ele será inscrito candidato no dia 15 de agosto”, crava. A confirmação da candidatura deverá ser anunciada durante reunião da Executiva Nacional do PT, em São Paulo, na manhã de quinta-feira (25).
Campanha feroz
Além de Lula e Bolsonaro, Everaldo Moraes afirma que outros candidatos mais notáveis, como Marina Silva e Geraldo Alckmin, estão enfraquecidos e que ainda é difícil fazer uma previsão precisa das próximas eleições, uma vez que não se sabe ainda como essas forças vão se configurar. De qualquer forma, o pesquisador tem uma certeza: a campanha de 2018 será ainda mais “feroz” que a de 2014.
“Como essa discussão vai ocorrer – se no campo do debate de ideias e projetos ou por meio de emoções exaltadas – ainda não dá para antecipar. Mas acho pouco provável que seja uma campanha de alto nível”, finaliza.
JulgamentoAlém dos pedidos relacionados ao ex-presidente, também serão analisados durante a sessão do TRF-4 recursos das defesas de três condenados, e do MPF quanto a outros três absolvidos no processo (veja como será o trâmite no infográfico abaixo).
Enquanto o julgamento se desenrola no prédio da Justiça Federal gaúcha, militantes defensores do ex-presidente que estão em Porto Alegre acompanharão o julgamento, por meio de transmissão na internet, durante vigília no Anfiteatro Pôr do Sol. Já os críticos de Lula farão uma manifestação às 18h, organizada pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e batizada de CarnaLula, no Parque Moinhos de Vento, também na cidade.
Em São Paulo, onde o ex-presidente aguardará o resultado, os grupos de oposição ao político marcaram manifestação na Avenida Paulista, para onde migrarão seus apoiadores após se reunirem na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Mas nem mesmo Lula parece arriscar um palpite sobre seu destino, conforme frase dita, em tom lacônico, na despedida após ato, nesta terça (23), na capital gaúcha: “Qualquer que seja o resultado [do julgamento], continuarei lutando”.




Lula permanece em São Paulo



Capitais de todo país registram ato pró-Lula no dia do julgamento



Os manifestantes defendem que o ex-presidente seja absolvido para participar das eleições deste ano



FILIPE BISPO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO


Sara Alves



Além da capital gaúcha, Porto Alegre, e da grande São Paulo, outras cidades registram manifestações a favor do ex-presidente Lula, que é julgado nesta quarta-feira (24/1) pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Em Brasília (DF), o encontro marcado para as 9h no Conic não havia acontecido até as 10h30, segundo a Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social (SSP-DF).
GoiásEm Goiânia, capital goiana, os apoiadores de Lula se reuniram na porta do prédio da Justiça Federal. A Polícia Militar está no local e são poucos manifestantes, que protestam de maneira pacífica. Muitos carregam a faixa com os dizeres: “Eleição sem Lula é fraude”.
ABC PaulistaEm São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, local onde o ex-presidente acompanha o julgamento, tem a manhã movimentada nesta quarta-feira. Mais de uma centena de simpatizantes do líder petista já está nas cercanias da entidade para apoiar o petista.
HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO CONTEÚDOPin this!
HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO CONTEÚDO

Porto Velho
Em Porto Velho, manifestantes estão desde as 4h em vigília. Eles defendem “a democracia e o direito de Lula ser candidato”, em frente à sede da Justiça Federal de 1º Grau em Rondônia. Participam do ato integrantes do PT, movimentos sociais, centrais sindicais e simpatizantes.

O movimento foi organizado pelo Coletivo de Mulheres do Partido dos Trabalhadores de Rondônia, Frente Brasil Popular e PCdoB. Segundo Ernani Coelho, secretário de organização, o grupo irá permanecer até o final do julgamento.
“Espera-se que prevaleça a razão, mas como o julgamento tem sido meramente uma ação política a possibilidade de se passar por cima de todos os ritos legais e chegar em uma condenação é uma realidade. Mas estamos aqui em vigília pelo companheiro Lula”, disse.
Bahia
Em Salvador, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Lauro de Freitas (Asprolf) foi responsável pela organização de ato com cerca de 300 pessoas. Elas ocuparam os dois sentidos da Estrada do Coco, uma das principais vias de acesso ao aeroporto da cidade.

O tráfego ficou lento no sentido da capital baiana, mas os carros transitavam. O grupo seguiu caminhada em direção à Câmara Municipal de Lauro de Freitas, que fica no Centro da cidade. De lá eles vão acompanham ao vivo o julgamento de Lula.
Os manifestantes são sindicalistas e pessoas ligadas a movimentos sociais. De acordo com a assessoria da Asprolf, “atos como esse são importantes para garantir a participação de Lula nas eleições 2018”. Ainda nesta quarta, conforme a CUT, estão previstos outras manifestações em Salvador, por volta das10 horas. Os locais ainda não foram divulgados.
No sul do estado, integrantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) bloquearam a rodovia BR-101, em Teixeira de Freitas, na manhã desta quarta-feira, em defesa do ex-presidente Lula e para reivindicar a reforma agrária. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) deslocou viaturas para o local e informou que agentes negociam a liberação da pista.

Mato Grosso do Sul

Os militantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), movimento dirigido por José Rainha Junior, bloquearam a entrada da unidade da empresa JBS, na Vila Popular, em Campo Grande (MS), na manhã desta quarta-feira. Os manifestantes pedem o direito do ex-presidente Lula de concorrer à eleição presidencial deste ano. A Polícia Militar acompanha o protesto. (Com informações da Agência Estado)

Verdadeiros culpados pelo tráfico de drogas são protegidos da mídia brasileira



Carl Hart, neurocientista e especialista em drogas: "mídia brasileira esconde os verdadeiros responsáveis pelo tráfico"


culpados tráfico de drogas protegidos mídia imprensa brasil globo veja


Brasil continua atraindo holofotes. Outrora pela Copa do Mundo e Olimpíadas, agora pelo o caos político e a violência generalizada, uma diretamente ligada a outra, inclusive. A situação é tão ruim, as políticas públicas são tão equivocadas, que o Rio – especialmente – virou um lugar em que todo bom pesquisador de política de drogas precisa fazer pelo menos uma peregrinação na sua carreira. Para o professor de neurociência da Universidade ColumbiaCarl Hart, esta já é a sexta.
Desta vez, Hart se encontrou com jovens que integram o Movimentos – um grupo de jovens de várias favelas e periferias do Brasil que acredita que uma nova política de drogas é urgente e precisa ser discutida com eles, que sofrem o impacto direto da “guerra às drogas”. O papo foi no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro, na última sexta feira (08). “Nós somos a população que mais morre em circunstância dessa ‘guerra’, mas a gente não faz parte de nenhum dos debates que pensam as políticas para a sociedade e especificamente para dentro da favela”, reitera Jéssica Souto, membro do Movimentos, fundadora do Estúdio Abaeté, uma empresa de serviços em audiovisual, e moradora do Complexo do Alemão.

Fizemos isso nos EUA 30 anos atrás e percebemos que é uma cilada

Hart é autor do livro “Um Preço Muito Alto”, que conta a história da sua infância e juventude num dos bairros mais violentos de Miami e como – a despeito da desigualdade e da falta de oportunidades – tornou-se o primeiro professor negro da Universidade de Columbia e foi levado a um trabalho inovador no terreno da dependência química e das drogas. E exatamente por isso ele vê muitas similaridades com o Brasil, mas sempre destacando o atraso gritante do país ao lidar com as questões que envolvem drogas.
Uma das coisas que me perturbam quando venho ao Brasil: Eu odeio ouvir as pessoas falando sobre os traficantes. O tipo de linguagem coloca a culpa no lugar errado. As pessoas que estão lucrando com o tráfico de drogas no Brasil são os poderosos, políticos, autoridades. Mas na mídia e na TV o que se mostra é que a juventude negra é o problema das drogas. Fizemos isso nos EUA 30 anos atrás e percebemos que é uma cilada, um truque. Mas era tarde demais, porque todos os meninos e homens negros dos EUA já estão na prisão. E vejo que o mesmo pode vir a acontecer ou já está acontecendo aqui no Brasil”, compara.
De fato, o Brasil importa políticas de segurança racistas e falidas implantadas nos EUA do século passado, e mesmo John Ehrlichman, então chefe de política doméstica do presidente Nixon, tendo admitido para o jornalista Dan Baum o objetivo claramente racista da política de drogas, as coisas seguem intocadas, com negros matando negros na base da pirâmide, enquanto o dinheiro do tráfico de drogas movimenta bilhões, inclusive na economia formal.

Defesa de Lula quer a nulidade do processo e alega falta de provas



Cristiano Zanin Martins questiona a competência de juiz Sérgio Moro, argumenta cerceamento da defesa e diz que depoimento de Léo Pinheiro não é válido



 postado em 24/01/2018 10:34 / atualizado em 24/01/2018 10:43
Sylvio Sirangelo/TRF4
Porto Alegre – O advogado de Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins, último a falar antes dos votos dos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), pediu a nulidade do processo que condenou o ex-presidente a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção. Martins questionou a jurisdição e a escolha do juiz Sérgio Moro para julgar o processo sobre o apartamento triplex do Guarujá em primeira instância. 

“O juiz (Moro) está incomodado com a parte (Lula) e não tem imparcialidade para julgar o caso”, afirmou. Martins também argumentou que a denúncia diz uma coisa e a sentença, outra. “A denúncia diz que as vantagens indevidas são referentes a três contratos. No entanto, o juiz, ao proferir a sentença, criou ele próprio uma outra denúncia”, defendeu.

Outra alegação da defesa é de que não teve oportunidade de produzir as provas que havia requerido no curso da ação.  “Houve cerceamento da defesa”, disse. Moro teria negado a realização de provas para verificar de quem é propriedade do apartamento e se ele está vinculado a operações financeiras.

“Não há recebimento de vantagem indevida. O tríplex sempre pertenceu à OAS. Não há posse. O ex-presidente jamais recebeu a chave, ou passou um dia ou uma noite no apartamento”, explicou. Martins ainda alegou que a palavra do co-réu na ação, o empreiteiro da OAS, Léo Pinheiro, não vale para o processo. “Se tem um processo nulo, com uma sentença nula. Peço que sejam acolhidos os pedidos formulados”, finalizou o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins.

Julgamento de recurso no TRF-4

A 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, julga hoje o recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A apelação é contra a condenação a 9 anos e 6 meses de prisão no caso do triplex do Guarujá – aplicada pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal, em Curitiba (PR).