terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Advogados competentes já provaram minha inocência, diz Lula em manifestação em Porto Alegre



Ex-presidente discursou no Centro de Porto Alegre na noite desta terça-feira (23), um dia antes do julgamento do recurso de sua defesa no TRF-4.


Por G1 RS
 

Lula e Dilma participam de manifestação na Esquina Democrática, em Porto Alegre (Foto: Roberto Vinícius/Estadão Conteúdo)Lula e Dilma participam de manifestação na Esquina Democrática, em Porto Alegre (Foto: Roberto Vinícius/Estadão Conteúdo)Lula e Dilma participam de manifestação na Esquina Democrática, em Porto Alegre (Foto: Roberto Vinícius/Estadão Conteúdo)


Diante de milhares de manifestantes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou no Centro de Porto Alegre na noite desta terça-feira (23), um dia antes do julgamento do recurso de sua defesa no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), também na capital gaúcha. O presidente afirmou que já teve a inocência no processo do triplex em Guarujá provada pelos advogados.
"Não vou falar do meu processo, não vou falar da Justiça, primeiro porque eu tenho advogados competentes que já provaram minha inocência, segundo porque acredito que aqueles que vão votar deverão se ater aos autos do processo, e não convicções políticas de cada um. E terceiro, porque estou na luta há 40 anos e vocês sabem da minha essência", discursou.
Multidão em torno do palanque onde Lula discursou em Porto Alegre (Foto: Jonas Campos/RBS TV)Multidão em torno do palanque onde Lula discursou em Porto Alegre (Foto: Jonas Campos/RBS TV)
Multidão em torno do palanque onde Lula discursou em Porto Alegre (Foto: Jonas Campos/RBS TV)
Lula falou em um palanque montado na Esquina Democrática, cruzamento entre a Avenida Borges de Medeiros e a Rua dos Andradas, conhecido na cidade como ponto de manifestações. Segundo os organizadores do ato, havia cerca de 70 mil pessoas assistindo – a Brigada Militar não informou estimativa.
Várias personalidades políticas participaram, como a ex-presidente Dilma Rousseff, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann; os ex-governadores gaúchos Tarso Genro e Olívio Dutra, a pré-candidata à presidência pelo PC do B, Manuela D'Ávila, e o presidente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile.


O presidente também teceu críticas à imprensa, e ressaltou ser inocente. "Duvido que neste país tenha um magistrado mais honesto do que eu. Por isso tenho a tranquilidade dos inocentes", afirmou.
Atos são realizados em Porto Alegre na véspera do julgamento do recurso de Lula
Antes do discurso de Lula, a ex-presidente Dilma Rousseff também falou no palanque. Ela afirmou que o PT seria "covarde" se apontasse um plano B para a candidatura do ex-presidente neste ano. "Nós precisamos do presidente Lula, para nos encontrarmos com nós mesmos, para que esse país que esta sendo estraçalhado por políticas extremamente conservadoras tenha um caminho de esperança."
Também foi realizado um ato contrário ao ex-presidente no Parque Moinhos de Vento, na Zona Norte da capital gaúcha. Conforme os organizadores, cerca de 500 pessoas participaram. A Brigada Militar não informou estimativa de público. Os manifestantes exibem bandeiras do Brasil e cartazes de apoio ao juiz Sergio Moro. Velas foram posicionadas no chão formando a sigla TRF-4.
Manifestação a favor da Lava-Jato e contra corrupção ocorre no Parcão

Dia de atos na capital gaúcha

Lula desembarcou em Porto Alegre por volta das 17h, segundo informou a assessoria do PT no estado. Mas desde a manhã de terça eram registrados protestos em Porto Alegre.
Pela manhã, foi realizada uma caminhada pela Região Central da cidade. No início da tarde, em frente à Assembleia Legislativa, na Praça da Matriz, compareceram políticos como a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, a pré-candidata à Presidência da República pelo PC do B, Manuela d'Ávila, a deputada federal Maria do Rosário e a ex-presidente Dilma Rousseff, entre outros.
Apoiadores de Lula caminham pela Avenida Borges de Medeiros em direção ao Centro de Porto Alegre, onde ocorre ato com a presença do ex-presidente (Foto: Rafaella Fraga/RBS TV)Apoiadores de Lula caminham pela Avenida Borges de Medeiros em direção ao Centro de Porto Alegre, onde ocorre ato com a presença do ex-presidente (Foto: Rafaella Fraga/RBS TV)
Apoiadores de Lula caminham pela Avenida Borges de Medeiros em direção ao Centro de Porto Alegre, onde ocorre ato com a presença do ex-presidente (Foto: Rafaella Fraga/RBS TV)
Após o ato, teve início uma nova caminhada, que causou bloqueio de ruas e avenidas na cidade, e culminou na espera do ex-presidente na Esquina Democrática. Além das manifestações, vários ônibus chegavam ao longo do dia ao acampamento montado no Anfiteatro Pôr do Sol, também na região Central de Porto Alegre, às margens do Guaíba.

Julgamento de Lula

O julgamento do recurso apresentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo do triplex em Guarujá será realizado às 8h30 do dia 24 de janeiro de 2018, na sede do TRF-4, em Porto Alegre.
A apelação será analisada pelos desembargadores João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF-4, Leandro Paulsen, que é o revisor, e Victor Luiz dos Santos Laus. Eles integram a 8ª Turma do Tribunal Regional da 4ª Região.

Apenas este processo, que possui outros seis réus, está na pauta do dia 24. O G1 vai transmitir o julgamento ao vivo.
Em julho, Lula foi condenado pelo juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo envolvendo o triplex.
De acordo com a denúncia, a OAS pagou R$ 3,7 milhões em propina a Lula por meio da entrega e reforma do imóvel, além do armazenamento do acervo presidencial. Lula foi absolvido da acusação sobre o armazenamento. O ex-presidente nega ser dono do imóvel.
Outros dois réus no mesmo processo também foram condenados, e quatro, absolvidos.
A data do julgamento da apelação foi marcada em 12 de dezembro. Em nota, a defesa de Lula criticou a "tramitação recorde" do processo.
De acordo com a assessoria do TRF4, a marcação do julgamento ocorreu pela necessidade de prazo hábil mínimo para intimação das partes e por conta do recesso do tribunal, que será de 20 de dezembro a 6 de janeiro.
No dia 15 de dezembro, o TRF4 publicou um despacho do presidente da corte Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz com informações sobre os processos julgados neste ano, até o dia 13. Segundo o documento, mais de 49% dos casos foram concluídos em menos de 150 dias – no caso do ex-presidente, a demora será de 127 dias.

JULGAMENTO DO RECURSO DE LULA NO TRF-4

Milhares se manifestam em defesa do ex-presidente Lula, em Porto Alegre




Manifestação ocorre na véspera do julgamento de Lula e ocorre com a presença de Dilma Rousseff




 postado em 23/01/2018 11:15 / atualizado em 23/01/2018 13:08


Porto Alegre - O dia amanheceu quente na capital gaúcha, nesta terça-feira, 23 de janeiro, e a cidade nunca esteve tão segura, com um enorme aparato policial em todas ruas centrais. Manifestantes em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lotam a Praça da Matriz, neste momento, durante o ato Mulheres em nome da Democracia e em Defesa do Direito de Lula ser Presidente, com a presençada  ex-presidente Dilma Rousseff. 

O evento iria começar às 9h30 no auditório Dante Barone, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, mas  começou apenas às 10h45, ao ar livre, na praça, porque o Palácio Farroupilha, que sedia o Legislativo gaúcho, ficou totalmente sem energia.
Petistas e manifestantes consideram que houve um corte deliberado de energia. "Não tenho dúvidas de que a falta de energia foi premeditada pelo governo", disse a deputada federal Maria do Rosário (PT).


A organização do evento providenciou um carro de som e iniciou o evento do lado de fora da Assembleia, ao lado do Palácio Piratini, sede do Executivo gaúcho.
Para o ex-governador Olívio Dutra, o atual governo montou um esquema de repressão muito forte para evitar manifestações. "O braço armado do Estado não está a serviço do povo. Este governo criminaliza manifestações democráticas”, afirmou.

O deputado estadual do PT Nelsinho Metalúrgico também considerou "no mínimo estranho" o fato de só a região onde estava marcado o ato ter ficado sem energia. "O aparato de segurança é excessivo e foi uma forma de intimidar os manifestantes. Milhares de pessoas que poderiam estar aqui agora não vieram com medo", avaliou.
O deputado acredita que Lula será absolvido no julgamento de amanhã no Tribunal Regional Fé da 4ª Região. 
Os petistas, inclusive, nem trabalham com a possibilidade de Lula não ser candidato à presidência na eleição de outubro. "Essa hipótese não existe", disse Maria do Rosário. "Lula é nosso único candidato", assinalou Nelsinho. 


A deputada estadual Manoela D'Ávila (PCdoB) disse que o corte de luz na Assembleia e o clima bélico da cidade serviram para mostrar a capacidade de resistência das mulheres. "Nada impediu de estarmos realizando o nosso ato em defesa da democracia e por uma eleição livre", destacou. "Como moradora de Porto Alegre, espero que o governador faça uso desse aparato em outras ocasiões já que o RS incrementou os dados de insegurança do país", comentou.
Para a comunista, se a Justiça "for justa e agir de acordo com as leis", Lula será absolvido. "Ninguém pode ser condenado sem provas. Eu sou pré-candidata do meu partido e nossa luta aqui hoje é pela democracia”, disse.
Para a aposentada Jane Ferreira, 57, Lula será absolvido. "Mesmo se for condenado, cabe recurso. Ele será nosso presidente", afirmou.
O professor Carlos Magno Augusto Sampaio, 45, considerou que o que está em jogo é a credibilidade do Judiciário brasileiro. "Não sou petista, mas vim apoiar a democracia como trabalhador. Se a Justiça condenar Lula sem provas vai mostrar que está a serviço da política", ressaltou.







Brasil vai as ruas pela condenação de Lula






Brasileiros patriotas fazem ato a favor da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na noite desta terça-feira (23) na Avenida Paulista, na região central de São Paulo.
Organizado pelo ‘Movimento Vem pra Rua SP’, os manifestantes realizam uma vigília em apoio à Operação Lava Jato e a prisão da ex-presidente, Lula.
O julgamento do petista começa amanhã, quarta-feira (24), em Porto Alegre (RS).
O grupo se concentrou em frente ao prédio do Tribunal Reginal Federal (TRF-3).
Via: papotv