quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Julgamento de Lula antecipa campanha eleitoral de 2018





Julgamento do ex-presidente Lula, marcado para o dia 24, vai antecipar campanha e temas políticos que tradicionalmente só entram no calendário dos partidos após a folia


postado em 03/01/2018 06:00 / atualizado em 03/01/2018 07:33


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Lula foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em 2017

Recheado de expectativas, 2018 começa mais cedo para a política brasileira. O julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcado para o dia 24, vai antecipar as decisões que influenciarão o processo eleitoral de outubro, tradicionalmente deixadas para depois do carnaval. O calendário de todos os partidos e dos pré-candidatos, mesmo daqueles que não concorrerão ao Palácio do Planalto, aguarda o desenrolar da sessão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, que julgará o caso do triplex no Guarujá pelo qual o petista foi condenado em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro.

A possível condenação de Lula tem gerado uma ampla mobilização da esquerda nas redes sociais. Apoiadores de Lula dizem que, se o petista não participar das eleições, elas serão uma fraude. Houve até quem criticasse a data escolhida para o julgamento, devido ao fato de ela coincidir com o dia em que dona Marisa, mulher de Lula, teve o AVC que a acabou matando, em 2017. Ocorre que, pela Lei da Ficha-Limpa, caso o TRF confirme a condenação do petista, ele poderá ficar impedido de concorrer ao Palácio do Planalto. Há ainda a possibilidade de ele participar do pleito sub judice, com a candidatura questionada na Justiça Eleitoral.

Movimentos sociais também já se organizam para ocupar a capital do Rio Grande do Sul e, por causa disso, o Ministério Público Federal entrou com pedido para impedir os protestos. A decisão do juiz federal Osório Ávila Neto foi por proibir a instalação de acampamento no local do julgamento e delimitar área para que os manifestantes fiquem na data da sessão.

O ex-presidente Lula foi condenado a nove anos e seis meses de prisão por causa do apartamento triplex no litoral de São Paulo, que nega possuir. O juiz Sérgio Moro o sentenciou pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O ex-presidente é acusado, dentro da Operação Lava-Jato, de ocultar a propriedade que teria sido recebida como propina da construtora OAS como uma troca de favores para a empreiteira na Petrobras. Nas 218 páginas da decisão, Moro diz que caberia até a prisão preventiva do petista, mas que optou por não tomar tal atitude por prudência. Moro determinou ainda na sentença que Lula não poderá exercer cargo ou função pública. O ex-presidente sempre negou as acusações.

TROCA DE FAVORES De acordo com a acusação do MPF, em troca de contratos com a Petrobras, Lula teria recebido R$ 3,7 milhões em propina da OAS por meio da reforma do triplex no condomínio Solaris. A empreiteira também o teria favorecido com o pagamento de R$ 1,3 milhão para a empresa Granero guardar itens que o petista recebeu no exercício da presidência. No caso do armazenamento, o ex-presidente Lula foi absolvido.

Lula lidera as pesquisas eleitorais para a sucessão do presidente Michel Temer (PMDB), à frente do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) e dos demais candidatos. Segundo um dos últimos levantamentos, divulgado em dezembro pelo DataFolha, Lula tem 34% das intenções de voto, contra 17% de Bolsonaro e 9% de Marina Silva (Rede). Em seguida aparecem o tucano Geraldo Alckmin e Ciro Gomes (PDT), com 6% das intenções cada um deles.

Depois de condenado pelo juiz Sérgio Moro, o ex-presidente Lula iniciou uma peregrinação pelo interior do Brasil, com caravanas passando pelos principais municípios de cada região. A primeira volta foi pelo Nordeste e, em outubro, ele visitou cidades de Minas Gerais. Alvo preferencial de ataque dos adversários, Lula vem repetindo que está com 72 anos, mas “energia de 30”.

• A denúncia contra Lula por causa das relações com a OAS foi aceita em setembro de 2016. O Ministério Público Federal acusa o petista dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva

• Segundo os procuradores, o petista teria recebido R$ 3,7 milhões em propina por três contratos da OAS com a Petrobras. O dinheiro teria vindo pela reforma de um apartamento triplex no Guarujá (foto)e com o pagamento de uma empresa para guardar os presentes que Lula ganhou na presidência

• Também foram denunciados a mulher de Lula, Marisa Letícia, que faleceu em 3 de fevereiro de 2017, o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, Paulo Okamotto, do Instituto Lula, Paulo Gordilho e Agenor Franklin Magalhães Medeiros, ex-executivos da OAS, Fábio Yonamine, ex-presidente da OAS Investimentos e Roberto Moreira Ferreira, ligado à OAS

• Em 12 de julho, Lula foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção

• Moro considerou que Lula ocultou vantagem recebida pela OAS, como propina para participar de contratos da Petrobras, dinheiro pago a ele em decorrência de ocupar o cargo de presidente da República

• Segundo o MPF, a OAS destinou a Lula um apartamento triplex no Condomínio Solaris, no Guarujá, litoral de São Paulo, de frente para o mar

• A suposta propina teria chegado a R$ 2,76 milhões, equivalentes à diferença do que a família de Lula pago

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Michel Temer é diagnosticado com mais uma doença

Michel Temer é diagnosticado com mais uma doença: Na véspera de réveillon, o presidente Michel Temer recebeu a visita de médicos e foi diagnosticado com infecção urinária.   A urina coletada do presidente foi encaminhada ao Hospital das Forças Armadas (HFA), e o resultado do exame confirmou a infecção.   Temer está sendo medicado com um antibiótico chamado Ertapenem, medicamento de última geração,…

Governo decide não publicar novo decreto até STF julgar indulto






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4 - Os pontos do indulto de Temer suspensos por Cármen Lúcia
GUSTAVO URIBE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O governo decidiu esperar o STF (Supremo Tribunal Federal) julgar de vez o caso do decreto natalino do presidente Michel Temer antes de avaliar a publicação de uma nova medida para substituir os trechos suspensos na quinta (28) pela presidente da corte, Cármen Lúcia.
Até a manhã desta sexta (29), o ministro da Justiça, Torquato Jardim, havia dito que o governo emitiria novo decreto, mas que ainda não havia prazo para tanto. Em nota divulgada nesta tarde, o Ministério da Justiça informou que pretende esperar uma decisão do Supremo "o mais breve possível".
A decisão de Cármen Lúcia foi em caráter liminar, ou seja, provisório. Somente em fevereiro, após o fim do recesso, o relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso, levará o tema a plenário.
"Obediente à decisão de Sua Excelência (Cármen Lúcia), o governo aguarda, em face do exposto, que o Supremo Tribunal Federal possa decidir o mais breve possível sobre o tema", disse o ministério.
O presidente quis aguardar para não correr o risco de criar uma crise institucional com o Judiciário. Em reunião nesta sexta-feira (29), no Palácio do Jaburu, foi avaliado que o gesto de publicar um novo decreto foi mal recebido no campo jurídico e poderia ser interpretado como um atropelo do Executivo.
O ministério afirmou ainda em nota que o indulto natalino de Temer, tornado público no dia 22, não teve a intenção de prejudicar a Lava Jato. "O governo federal jamais praticou ato qualquer de restrição ou inibição à Operação Lava Jato. Ao contrário, apoia todas as investigações em curso", disse.
"O indulto é tradição humanitária praticada todos os anos e favorece condenados por crimes não-violentos", afirmou, na nota.
Segundo a pasta, a decisão de Cármen Lúcia "impede, neste momento, que milhares de condenados por crimes sem grave ameaça ou violência à pessoa possam se beneficiar do indulto, contrariando a nossa tradição".
A ministra atendeu a um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que apontou inconstitucionalidade e abuso de poder. Segundo Dodge, a medida colocou a Lava Jato em "risco".
Pelas regras do indulto, o beneficiado fica livre de cumprir o restante da pena e de outras medidas judiciais. O indulto está previsto no artigo 84 da Constituição. Tradicionalmente concedido no Natal, é de competência exclusiva do Presidente da República.
O decreto de Temer recebeu críticas de integrantes da Lava Jato porque afrouxou regras de modo a beneficiar, por exemplo, presos condenados por corrupção e lavagem de dinheiro.
A presidente do STF suspendeu os efeitos de três artigos e de trechos de outros dois do decreto. Entre eles o que concede o indulto, genericamente, a quem cumpriu um quinto da pena, se não reincidente, nos casos de crime sem grave ameaça ou violência a pessoa -decreto de 2016 estabelecia o mínimo de um quarto.
Segundo Cármen Lúcia, sua decisão vale até que o caso seja analisado pelo relator, Luis Roberto Barroso, ou pelo plenário. Isso vai ocorrer a partir de fevereiro, quando o tribunal retornará do recesso.
A ministra qualificou o conteúdo do decreto de "benemerência sem causa". Disse que o princípio da proporcionalidade "parece afrontado pelos dispositivos impugnados", "porque dão concretude à situação de impunidade, em especial aos denominados 'crimes de colarinho branco'" e invadem competências do Judiciário e do Legislativo.

Numa Rara Entrevista, Deltan Dallagnol Se Manifesta Sobre A Eleição Sem Lula



  • 02/01/2018




Um dos principais membros integrantes da força-tarefa de investigação da maior operação de combate à #Corrupção em toda a história brasileira e uma das maiores já desencadeadas em todo o mundo, a Operação Lava Jato ], o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador geral da apuração no âmbito do Ministério Público Federal, manifestou de modo enfático e contundente em sua análise exclusiva a respeito do cenário político que possa ser traçado para 2018.
De acordo com o procurador federal Deltan Dallagnol, que é um dos principais membros da força-tarefa sediada em Curitiba, no estado do Paraná, a #Lava Jato pode vir a se fortalecer em 2018, assim também em se tratando de 2019 e até 2020, dependendo das ações a serem tomadas no espectro político.

Por exemplo, o fim do foro privilegiado, o que pode ser algo extremamente benéfico para o prosseguimento e aprofundamento das investigações relacionadas ao crime de colarinho branco, já que autoridades que estejam envolvidas em casos de corrupção não poderão ter mais a possibilidade de serem julgadas somente no âmbito da mais alta Corte de Justiça do país, o Supremo Tribunal Federal (STF)
Julgamento do ex-presidente Lula em segunda instância no TRF4
Um dos temas extremamente polêmicos abordados durante a entrevista à imprensa neste final de ano o coordenador-geral da Operação Lava Jato se referiu a respeito da situação do julgamento em segunda instância inerente ao caso que envolve o ex-presidente da República Luiz Inácio #Lula da Silva. Vale ressaltar que o ex-presidente foi condenado a nove anos e seis meses de prisão em regime fechado pela prática de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em se tratando da aquisição do apartamento tríplex localizado em Guarujá, litoral do estado de São Paulo.
Segundo a decisão judicial, o imóvel foi obtido através de recursos ilícitos provenientes de empreiteiras envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobras. A decisão que culminou na condenação de Lula foi tomada em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro, a partir da 13ª Vara Criminal da Justiça Federal de Curitiba.
Entretanto, o processo do petista segue em tramitação na segunda instância, cujo julgamento para que se confirme ou não a condenação proferida por Moro se dará no próximo dia 24 de janeiro, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
De acordo com Dellagnol, se o TRF4 condenar Lula, ao confirmar a sentença de Sérgio Moro, a provável prisão do ex-presidente seria “uma decorrência natural da condenação em segundo grau, já que não haveria razão alguma para se distinguir entre Francisco e Chico, pois, a lei vale para todos”. Ao ser questionado sobre se seria algo inadequado uma eleição presidencial sem a participação do ex-presidente Lula, Deltan foi categórico ao afirmar que não se dirige à suposta nova situação com olhos voltados para o processo eleitoral, mas, sim, sob a perspectiva da justiça criminal.

O Uso Das Forças Armadas No Combate Ao Crime Organizado Cresceu Pelo Menos Três Vezes Nesta Década




  • 02/01/2018




O uso das Forças Armadas no combate ao crime organizado cresceu pelo menos três vezes nesta década. As informações são do Diário do Poder . Comparado aos anos 1990 a presença dos militares nas ruas do País também cresceu e somou em média 293 dias por ano fora dos quartéis, cerca de três vezes mais do que nas décadas anteriores. Dados colhidos pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre 181 ações do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e do Ministério da Defesa nos últimos 25 anos – a maioria de Garantia de Lei e da Ordem (GLO) – mostram um retrato inédito sobre essas operações no Brasil. Ao todo, cada uma mobilizou em média 3.717 homens.
A percepção de que o emprego dos militares no combate à criminalidade está cada vez mais comum é sustentada pelos números. É o que disse nesta sexta-feira, 29, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, no Twitter. “Preocupa-me o constante emprego do Exército em ‘intervenções’ (GLO) nos Estados. Só no Rio Grande do Norte, as Forças Armadas já foram usadas 3 vezes, em 18 meses. A segurança pública precisa ser tratada pelos Estados com prioridade ‘zero’.”
De fato, a média anual de ações desse tipo saiu de 0,55 nos anos 1990 para 1,8 nesta década, na contagem mais conservadora. Isso porque esse número pode dobrar, caso se considere em separado cada fase da atual Operação Furacão, no Rio. Como foram feitas sob a autorização de um mesmo decreto presidencial, o Ministério da Defesa conta as 14 fases ocorridas em favelas, com tropas e datas diferentes, como sendo apenas uma única ação.
Para criar o primeiro retrato dessas operações no Brasil, o jornal consultou dados das Forças Armadas desde 1992, quando pela primeira vez os militares ocuparam com tanques uma cidade, a fim de garantir a segurança da ECO 92, a conferência sobre o meio ambiente das Nações Unidas. Depois disso, o uso dos militares se ampliou e modificou.
O chefe de operações conjuntas do Ministério da Defesa, general César Augusto Nardi de Souza, diz que a maioria das ações de combate à criminalidade nos anos 1990 tinha como causa a greve de polícias. O Exército era então chamado para impedir a ação de saqueadores e bandidos aproveitadores, como no Ceará e na Bahia. Ao todo, foram registradas dez greves de policiais naquela década – incluindo uma da Polícia Federal, em 1994. Essa situação voltou a preocupar o Exército na década atual, que registrou oito casos com a intervenção das Forças Armadas – o mais recente no Rio Grande do Norte.
Presídios
O perfil agora é outro. Até para a revista de presídios o Exército já foi convocado: a Operação Varredura, que acaba no dia 17 de janeiro. “Foram operações pontuais, principalmente na Amazônia, Nordeste e Centro-Oeste”, contou o general. Nessas ações, a polícia estadual separava os presos enquanto os homens do Exército vasculhavam as celas de 31 presídios. “Isso mostrou a fragilidade do acesso à arma branca. Encontramos uma para cada dois presos.”
Para ser feita como GLO, a Operação Varredura teve de ser autorizada pelo presidente Michel Temer. Assim como a Operação Furacão, de intervenção nas favelas do Rio. Para o ex-secretário nacional de Segurança Pública e coronel da PM José Vicente da Silva Filho, é “ridículo” o uso do Exército na revista de celas. “Você humilha a instituição.”
Dezenas de documentos das Forças Armadas alertam para os riscos de seu emprego no combate ao crime. Desde os danos colaterais (mortes de civis inocentes, crimes militares, etc) até para o desgate que esse tipo de missão provoca na imagem das Forças Amadas.
O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, comandante da 1.ª Brigada de Infantaria de Selva, que analisou as ações de GLO na Escola de Comando e Estado-Maior (Eceme), afirma em seu estudo A Degradação da Segurança Pública e as Suas Consequências Para as Forças Armadas que as ações de GLO apresentavam “uma quantidade de possíveis reflexos negativos significativamente superior aos reflexos positivos”. Para ele, a atual conjuntura de segurança pública “induz cada vez mais ao emprego das Forças Armadas nesse escopo de tarefas, enquanto as modernizações e adequações necessárias ao sistema não são adotadas”.

Pré-Candidato Com Baixa Rejeição, Alvaro Dias Apresenta Suas Teses De Campanha



  • 02/01/2018



Correio Braziliense
O senador Alvaro Dias (Pode-PR) entra na corrida para a Presidência da República apostando que o baixo nível de rejeição ao seu nome será o diferencial nas eleições de 2018 contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que estão à frente nas pesquisas de intenção de voto. Com 43 anos na política, o parlamentar vem sendo pouco lembrado no cenário, mas garante que a corrida está só começando e acredita ter chances. Uma das bandeiras do senador será o combate aos privilégios. Dias também defende um forte enxugamento do tamanho do Estado e, principalmente, do Congresso. Para isso, quer promover uma verdadeira reforma política com a redução de 20% dos integrantes da Câmara e de um terço do Senado.
O senhor diz que o governo não está bom, mas, mesmo com 6% de aprovação da população, ele tem o apoio de grande parte do Congresso. Isso não representa alguma coisa?
Isso reflete a cultura da política brasileira. Tenho 43 anos de mandato eletivo e nunca vi um presidente da República, por mais impopular que seja, ter minoria no Congresso. Lamento que essa maioria, muitas vezes, é conquistada a um preço exorbitante, como ocorre atualmente com esse balcão de negócios. O Congresso virou um almoxarifado a serviço do Executivo quando se instala uma verdadeira feira persa. Esse sistema foi clonado e transplantado também para estados e municípios e é a causa de tantos males que afligem o país hoje.
Qual a principal bandeira de campanha?
É exatamente a ruptura com esse sistema. As pesquisas mostram que a sociedade busca um candidato novo, um outsider, fora da política atual. Vejo diferente. O eleitor quer experiência administrativa e passado limpo, alguém com coragem para combater a corrupção e com experiência administrativa. Essa história do novo surge até um pouco em função do Emannuel Macron, presidente da França, mas muitos esquecem que ele tinha larga experiência administrativa. O que a população busca é a alternativa de uma ruptura com o sistema atual.
Como o senhor pretende fazer o eleitor se identificar com as suas propostas? Há alguma semelhança com o Podemos espanhol, que é de esquerda?
Não temos nada a ver com o Podemos espanhol. Só o nome. Aqui se preferiu, desde o início colocar como inspiração o “Yes, We Can”, do Obama. Mas também temos uma aproximação maior com a proposta do Macron, que é exatamente a caminhada pelo centro, valendo-se das virtudes possíveis de serem encontradas na direita e na esquerda. A população quer distância dessa dicotomia de rótulos. Melhor que essa nova política chegue através de alguém que defende isso há muito tempo.
O senhor é autor do projeto que extingue o foro privilegiado. Irá lutar pelo combate aos privilégios?
Essa é uma das minhas bandeiras. Tenho várias propostas que, se fossem aprovadas, estaríamos eliminando os últimos resquícios de privilégios de autoridades contidos na Constituição. E quem combate os privilégios deve abrir mão dos seus. Eu abri mão da aposentadoria de ex-governador há 26 anos. São mais de R$ 10 milhões nesse período. E, há 10 anos, abri mão da verba indenizatória, de R$ 15 mil por mês, e do auxílio-moradia, de R$ 5,5 mil por mês. O fim dos privilégios é uma exigência da sociedade e uma questão de inteligência da classe política. Ou mudamos ou seremos atropelados por essa vontade irresistível de mudança que há hoje.
E o que mais defende?A minha proposta é de ruptura com esse sistema. É uma reforma não só no Executivo, mas no Legislativo e no Judiciário. Ela começa por reduzir o número de estatais federais (hoje 149). Temos que reduzir esses cabides de emprego. No Judiciário, a mudança é em relação ao modelo de escolha de ministros dos tribunais superiores, estabelecendo a meritocracia. Já o Legislativo precisa ficar mais enxuto, econômico e qualificado. É preciso uma redução de senadores, de três para dois por estado, e de deputados, em 20%. Hoje, uma reunião de líderes na Câmara mais parece um comício. Isso inviabiliza o processo legislativo.
O senhor tem aparecido com números entre 1% e 2% das intenções de votos espontâneos nas pesquisas. Isso é reversível?
Na verdade, tenho 6% na simulação de voto. Mas 1% espontâneo é ótimo porque eu existo. No Sul, por exemplo, chego a 20%, mas ainda estamos muito longe da campanha eleitoral. A verdade é que muitos defendem uma nova política, mas não se desgarram dos velhos conceitos. Não há o entendimento de que, para ser bem sucedido, será preciso ter grandes alianças. As pesquisas ainda não apontam a realidade.
Mas, nas últimas pesquisas de intenção de voto, em todos os cenários, o ex-presidente Lula está na frente. O segundo é o deputado Jair Bolsonaro…
Isso é uma questão de interpretação. Lula e Bolsonaro estão inviabilizados pela rejeição. Em uma campanha, você pode reduzir a rejeição, mas é muito difícil porque é nela onde os fatos são expostos. Se há uma rejeição agora, imagina no decorrer da campanha. No caso do Lula, pela lei, ele se tornará inelegível.
E a reforma da Previdência?
Não há dúvida de que há a necessidade de uma reforma da Previdência, mas é preciso modernizar o sistema previdenciário. O que o governo faz é um estardalhaço que torna a Previdência o calcanhar de Aquiles da administração federal, e não fala da dívida pública. O essencial em uma reforma é eliminar conflitos e não alimentá-los. Essa reforma não foi discutida, principalmente, no Senado, que tem ficado à margem, como na reforma trabalhista. Virou um mero chancelador.
Por isso o senhor votou contra a reforma trabalhista?
O meu voto foi mais simbólico. Sempre defendi a reforma trabalhista, mas entendi que meu voto tinha que ser do protesto em relação à forma e ao modelo adotado pelo governo, que, em vez de eliminar privilégios e conflitos, preferiu estimular os conflitos.

E a reforma tributária?
Essa é essencial. O governo não fala muito sobre ela porque não tem estratégia para o futuro, só pensa no que arrecada hoje. E arrecada muito e não quer perder receita num primeiro momento. Não entende que a redução da carga tributária vai fazer com que a roda da economia gire com mais força. Tive uma experiência minúscula diante do problema nacional no governo do Paraná, onde tínhamos uma grande sonegação na área da carne. Os frigoríficos sonegavam. A alíquota do ICMS era de 17%. Reduzimos para 7% e a receita aumentou em 300%.
E os temas polêmicos? Qual sua posição sobre o projeto da escola sem partido, aborto e o porte de armas mais flexível?
Há situações em que é inevitável o porte de arma e temos que estabelecer normas rigorosas para permitir o uso. Vamos buscar especialistas para elaborar um mecanismo competente. Sobre o aborto, acho que as normas vigentes são suficientes. Não vejo a necessidade de falar sobre isso novamente na campanha. Escola sem partido nem deveria ter discussão. É evidente. Temos que ter a escola que queremos, mas é importante discutir os problemas do país na escola.

FATURA DO GOVERNO COM CARTÃO COORPORATIVO SOMOU R$43 MILHÕES EM 2017



  • 02/01/2018




Os gastos com cartões corporativos no governo Temer, entre janeiro e novembro, representam metade da farra do último ano do governo Lula, em 2010. Caíram de R$80 milhões para R$43,4 milhões. Decreto de Lula tornou as despesas secretas, alegando “segurança nacional”, após a revelação de que os ministros usavam cartão corporativo até para pagar cabeleireiro ou para reformar uma mesa de sinuca. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Criados em 2002 para dar maior transparência, os cartões corporativos viraram caixa preta: decreto de Lula tornou as despesas “secretas”.
Seguranças de Lurian, filha de Lula, usaram cartões corporativos para fazer compras em lojas de autopeças e material de construção.
Orlando Silva, ministro do Esporte de Lula, também abusou do cartão corporativo: pagou até conta de tapioca.