quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

STF abre processo, e Renan vira réu sob acusação de desvio de dinheiro público



  • Felipe Amorim
    Do UOL, em Brasília

  • Senador Renan Calheiros pode tornar-se réu no STF pela primeira vez

  • Senador Renan Calheiros pode tornar-se réu no STF pela primeira vez
O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quinta-feira (1º) abrir ação penal e transformar em réu o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pelo crime de peculato (desvio de dinheiro público). Os ministros do STF não aceitaram a parte da denúncia que acusava o senador também pelos crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso.
É a primeira vez que Renan se torna réu em uma ação penal. Ele é investigado no STF em mais 11 inquéritos, alguns deles derivados de operações como a Lava Jato e a Zelotes. O senador nega ter cometido qualquer irregularidade.
A denúncia da Procuradoria-Geral da República acusa o senador de ter desviado parte de sua verba parlamentar, à que todo senador tem direito para pagar por atividades do mandato, para pagar a pensão alimentícia de uma filha. O desvio teria ocorrido, segundo a denúncia, por meio da simulação do aluguel de carros para o gabinete do senador.
Oito dos 11 ministros acompanharam o voto do relator, Edson Fachin, e decidiram abrir processo contra Renan pela suspeita de ele ter usado nota fiscais falsas para justificar o pagamento pelo Senado de serviço de locação de veículos para o gabinete do senador.
Votaram a favor do processo contra Renan, além de Fachin, os ministros Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e a presidente do Supremo, Cármen Lúcia. Votaram pelo arquivamento do caso os ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes.
Três ministros -- Barroso, Rosa Weber e Marco Aurélio-- votaram a favor da abertura de processo também pelos crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso, mas o placar não alcançou maioria.
Renan afirmou, após o resultado do julgamento, que vai provar sua inocência e que a denúncia apresentada possui "falhas". Em relação às suspeitas sobre a locação de carros paga com verba do Senado, Renan afirmou que os serviços foram efetivamente prestados e pagos em dinheiro.
"Os serviços foram prestados e pagos em espécie, o que é legal. O senador lembra que a legislação obriga o Ministério Público a comprovar [a acusação], o que não fez em nove anos com todos sigilos quebrados. A investigação está recheada de falhas", diz nota divulgada pela assessoria do senador.
A partir da decisão de hoje, o Supremo deverá ouvir o depoimento de testemunhas de defesa e acusação e analisar documentos apresentados na denúncia. Ao final do processo, será aberto prazo para nova manifestação da defesa do senador e também da Procuradoria. Apenas quando esse trâmite for cumprido, os ministros se reúnem novamente para julgar se Renan é culpado ou inocente da acusação que foi feita contra ele. Não há prazo limite para que o processo seja julgado.
O mandato de Renan na presidência do Senado termina em fevereiro, mas agora sua permanência no cargo pode ser ameaçada caso o Supremo retome o julgamento de uma outra ação. Em novembro, a maioria dos ministros entendeu que réus em ações penais no STF não podem ocupar a presidência do Senado ou da Câmara, já que esses cargos estão na linha direta de substituição do presidente da República. Um pedido de vista de Toffoli interrompeu esse julgamento.

O voto do relator

Fachin votou que Renan se tornasse réu apenas pelo crime de peculato (desvio de dinheiro público), por suspeitas de ter apresentado notas fiscais falsas para comprovar despesas com locação de veículos pagos pelo Senado. O senador teria simulado a locação para receber o dinheiro relativo à verba parlamentar à que os senadores têm direito.
Evaristo Sa/AFP
Ministro Luiz Edson Fachin é o relator da denúncia contra Renan no STF
A suspeita sobre a locação dos carros surgiu a partir de investigação do Conselho de Ética do Senado em 2007, na época iniciada para apurar o caso das despesas familiares do senador.
A denúncia contra Renan foi oferecida pela PGR (Procuradoria-Geral da República) ao STF em 2013. O senador de Alagoas é acusado de apresentar documentos falsos ao tentar comprovar a origem do dinheiro usado para pagar pensão a uma filha que teve fora do casamento. O caso, divulgado em 2007, foi um dos fatores que levaram Renan a renunciar à presidência do Senado. Na época, Renan foi acusado de pagar a pensão com dinheiro recebido de uma empreiteira.
Para justificar os pagamentos da pensão à sua filha, o senador disse que uma parte do dinheiro era proveniente de venda de gado e apresentou documentos, como notas fiscais e guias de transporte de gado.
A denúncia da Procuradoria considerou a justificativa da venda de gado como fonte dos pagamentos da pensão como falsa e apontou "inconsistências" nas notas fiscais apresentadas, segundo afirmou na sessão o vice-procurador-geral da República José Bonifácio de Andrada.
O ministro Edson Fachin, no entanto, considerou que a suspeita de uso de documentos falsos por Renan, para comprovar a legalidade dos pagamentos, já está prescrita. Ou seja, não é mais possível condenar o senador por causa do tempo já decorrido desde que os fatos denunciados foram praticados.
A prescrição é calculada proporcionalmente à pena do crime. No caso, o uso de documento falso tem pena máxima de três anos, se o documento for particular, e cinco anos, se o documento for público. Os documentos em questão foram apresentados por Renan ao Conselho de Ética do Senado em 2007.
Apesar de a denúncia envolver também documentos públicos apresentados por Renan –como as guias de transporte de gado--, cujo crime não estaria prescrito, Fachin entendeu que a acusação da PGR não especificou na denúncia quais são os documentos públicos falsos que teriam sido utilizados por Renan, e também rejeitou esse ponto da acusação.
O relator também rejeitou a denúncia pelo crime de falsidade ideológica. Fachin considerou que a Procuradoria não demonstrou quais eram as eventuais informações falsas inseridas nos documentos. "Cumpria ao Ministério Público apontar e demonstrar qual informação específica do documento está em desacordo com a verdade", disse Fachin.

Outros votos

Terceiro na votação desta terça-feira, após o relator Edson Fachin e o ministro Luís Roberto Barroso (que votou sim para as denúncias de peculato e uso de documento falso), Teori Zavascki acompanhou o voto de Fachin, mas fez críticas à denúncia apresentada pela Procuradoria, que chamou de "capenga" na parte referente à acusação do uso de documentos falsos por Renan para comprovar a origem dos pagamentos de pensão à sua filha.
Já o ministro Ricardo Lewandowski, sétimo na ordem de votação, criticou a demora da PGR para oferecer a denúncia contra Renan. "Causa a maior espécie que entre a data dos fatos e o oferecimento da denúncia transcorreram exatos cinco anos e cinco meses", afirmou Lewandowski.

Outro lado

Renan Calheiros afirmou, em nota divulgada pela presidência do Senado, que recebeu a decisão com "tranquilidade" e disse estar "confiante na Justiça". O senador afirma que não há provas contra ele.
 
"O debate entre os ministros evidenciou divisão e dúvidas quanto à consistência dos indícios do Ministério Público, qualificados como precários por vários deles, inclusive por alguns que aceitaram a denúncia. Não há prova contra o senador, nem mesmo probabilidades, apenas suposição", diz o texto da nota.
 
Antes da sessão, o advogado de Renan no caso, Aristides Junqueira, afirmou que a denúncia da Procuradoria não aponta adequadamente a participação do senador nos supostos crimes e, portanto, deveria ser rejeitada. "Denúncia que não descrever adequadamente o fato criminoso é denúncia inepta", disse.

Embate entre poderes

O julgamento do caso de Renan ocorre em meio à elevação da tensão entre membros do Judiciário e do Congresso Nacional.
Na última quarta-feira (30), Renan tentou acelerar a votação do projeto que cria o crime de abuso de autoridade de juízes e membros do Ministério Público, um dia depois de a medida ser inserida pela Câmara, numa votação que avançou pela madrugada, no projeto das chamadas medidas contra a corrupção. A manobra de Renan foi derrotada em votação no plenário do Senado, e o projeto terá que passar primeiro pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
O projeto do crime de abuso de autoridade para magistrados e membros do Ministério Público foi duramente criticado por procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato, que ameaçaram renunciar às investigações caso o texto se torne lei
Em debate no Senado nesta quinta-feira (1º), Renan afirmou que a Lava Jato é "sagrada" e que a criação do crime de abuso de autoridade, previsto também em um segundo projeto no Senado, não tem a intenção de ameaçar a operação.


 
Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira

Indivíduo que pratica atividades criminosas com legitimidade de poder público deveria devolver em dobro tudo que recebeu, sem dó e sem piedade, inclusive os salários.

A verticalização do crime gera criminalidade com recursos públicos e todo tipo de problema como estamos vendo. Sou de uma época que o crime era horizontal, para sair do nada e chegar ao topo não era qualquer um? Hoje políticos apequenados negociam direto com o poder, ameaçam, roubam, envolvem pessoas inocentes e graças a Deus temos uma Lava Jato!

O mais importante é: Acabar com “incubadora de bandidos” Reforma do Artigo 17 da Constituição Federal de 1988 Já! Urgente!

Se o STF acatar a tese da Lava Jato, que considera propina qualquer dinheiro de empresas para políticos, não vai sobrar ninguém mesmo e fica caracterizado o verdadeiro prostíbulo.



Negócios fajutos com países apequenados sem expressão nenhuma no cenário político internacional em nome da sobrevivência de uma plataforma política falida que não congrega a natureza da sociedade. Não existe ideologia no Brasil



STF decide se Renan Calheiros vira réu em meio à guerra entre os Poderes


Presidente do Senado é acusado de ter despesas pagas por empreiteira. Caso é analisado nesta quinta

Em meio a um intenso confronto entre o Legislativo e o Judiciário, o presidente do
Congresso Nacional, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), terá seu futuro julgado nesta quinta-feira pelo Supremo Tribunal Federal. O plenário da maior corte judicial do Brasil decidirá se o peemedebista se tornará réu em uma investigação da qual é suspeito de ter cometido os crimes de peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso. Essa ação se refere ao caso envolvendo pagamentos feitos pelo senador à jornalista Mônica Veloso, com quem ele tem uma filha de um relacionamento extraconjugal. A ação tramita no STF há nove anos e a denúncia foi oferecida há três. Os investigadores suspeitam que a empreiteira Mendes Júnior fez os pagamentos, de maneira irregular, a Renan em troca da apresentação de emendas a projetos de lei que beneficiariam a empresa. Ele responde ainda a outros 11 inquéritos nesta esfera judicial, inclusive no âmbito da Operação Lava Jato.
Caso se torne réu, Renan poderá ser afastado preventivamente do cargo de presidente do Senado. O motivo seria o mesmo que resultou em maio passado no afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara dos Deputados. Na ocasião, quando o então deputado se tornou réu, foi suspenso da função porque estava na linha sucessória da Presidência da República e, no entender dos ministros do Supremo, uma pessoa que responde oficialmente a crimes não poderia vir a ocupar o cargo de presidente.
No atual cenário em que a presidenta Dilma Rousseff (PT) foi destituída e o seu vice, Michel Temer (PMDB), assumiu o poder, Renan tornou-se o segundo na linha sucessória. Na frente dele, há apenas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Presidente do poder Legislativo, Renan tem patrocinado ou incentivado uma série de medidas que podem frear investigações policiais ou reduzirem o poder de membros do Ministério Público. Já defendeu o endurecimento das regras sobre a lei de abuso de autoridade e criticou publicamente um juiz que autorizou uma operação que tinha como alvo servidores do Senado Federal.
Seu último movimento na tentativa de interferir em investigações ocorreu nesta quarta-feira, quando ele tentou apressar a votação do desfigurado pacote anticorrupção aprovado na madrugada pela Câmara. Apesar do intento, foi derrotado. Por 44 votos a 14 os senadores entenderam que o projeto anticorrupção deveria ser analisado de maneira que respeitasse todos os trâmites comuns, como passar por comissões especiais e ser debatido em mais de uma sessão do Senado.

Gado-fantasma

O inquérito contra Renan leva o número 2593 e tramita no Supremo em caráter sigiloso. O escândalo ocorrido em 2007 fez com que Renan renunciasse à presidência do Senado na época para manter o seu mandato, já que respondia a um processo por quebra de decoro parlamentar na Comissão de Ética da Casa.
Na denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, os procuradores alegaram que o senador não possuía recursos financeiros disponíveis para custear os valores repassados a jornalista Mônica Veloso de janeiro de 2004 a dezembro de 2006. Conforme a acusação, o parlamentar inseriu “informações diversas das que deveriam ser escritas sobre seus ganhos com atividade rural, com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, sua capacidade financeira”.
Renan entregou ao Conselho de Ética documentos de venda de gados em Alagoas no valor de 1,9 milhão de reais, mas a pessoa que ela apresentou como a compradora do rebanho negou que tenha adquirido os gados.
O mandato de Renan na presidência da Câmara vai até fevereiro de 2017 e ele não pode concorrer à reeleição, dessa vez. Caso o STF não julgue seu possível afastamento, quando o mérito da questão for analisado, ele ocorrerá em uma das turmas do Supremo e não mais no plenário, já que a instância serve para analisar os casos envolvendo os presidentes da Câmara e do Senado.

Outro lado

Em nota, a assessoria de Renan informou que ele está “tranquilo e confiante na Justiça brasileira”. O texto diz que foi o próprio parlamentar quem “pediu oficialmente essa investigação ao Ministério Público no ano de 2007 e é o maior interessado nesse julgamento”.
No documento, a assessoria informa que o senador “ao mesmo tempo por ter e não ter recursos para fazer face à despesa mencionada”. Segundo a nota, o senador responde em um inquérito por não ter os recursos e em outro por dispor de meios financeiros antes inexistentes.

TV JUSTIÇA – AO VIVO

Deputados do DF que aprovaram punição negam retaliação a juíze



Daniel Ferreira/Metrópoles


A bancada do DF na Câmara se dividiu para votar o destaque do abuso de autoridade: placar ficou em quatro a quatro


Após a repercussão negativa dos brasilienses com a aprovação de um projeto distorcido do original, seis dos oito deputados federais do DF vieram a público para se explicar sobre a votação do pacote anticorrupçãona madrugada desta quarta-feira (30/11). O principal ponto comentado por eles foi a polêmica aprovação de sanções a juízes e promotores por abuso de autoridade. Esse ponto foi incluído no texto original na calada da noite.
Metade dos parlamentares da capital votou favoravelmente à proposta: Erika Kokay (PT), Laerte Bessa (PR), Alberto Fraga (DEM) e Rôney Nemer (PP). Os demais — Rogério Rosso (PSD), Ronaldo Fonseca (Pros), Augusto Carvalho (SD) e Izalci Lucas (PSDB) — se manifestaram contrários ao tema, encarado como uma tentativa de frear ações como a Operação Lava Jato.


Criticada nas redes sociais, Erika Kokay usou o Facebook para dizer que “assume as próprias posições”. “Nunca vou esconder o que penso sobre as matérias. Por isso, votei para que as medidas se deem dentro do estado democrático de direito. E para que todos os Poderes estejam submetidos à lei”, defendeu-se a petista.
Já Fraga negou que estivesse tentando favorecer políticos corruptos. “Nas redes sociais, estão divulgando mentiras dizendo que votei contra a Lava Jato e que estamos tentando criminalizar o Judiciário. Valer-se da Lava Jato para coibir direitos e garantias da Constituição Federal não conta com meu apoio. Por isso, meu voto consciente em favor do aperfeiçoamento dos instrumentos de combate à corrupção, mas sem beneficiar grupos ou corporações”, disse o deputado ao Metrópoles.
Argumento semelhante foi usado por Rôney Nemer. “Votei a favor da responsabilização de juízes e procuradores que cometerem crimes e abusos, pois ninguém está acima da lei. Sou totalmente favorável à liberdade de investigação do Ministério Público e da Operação Lava Jato. Também adianto que sou contra o foro privilegiado para qualquer autoridade. Necessitamos que todos os Poderes sejam passados a limpo, sem exceções”, comentou, por meio de nota enviada à reportagem.
Laerte Bessa também é contra benefícios a integrantes do Judiciário. “Votei todos os artigos favoráveis à Lava Jato. Fui contrário a um artigo porque não posso admitir que, como delegado que fui, juízes e promotores fiquem livres de punições. Promotor não pode ser imune às responsabilidades”, criticou Bessa, por meio de redes sociais.
Ações e condenações
Coincidência ou não, todos os que votaram pelas alterações têm condenações ou respondem a processos. Fraga foi condenado por porte ilegal de arma e é acusado de corrupção por supostamente receber propina na época em que foi secretário de Transportes. Laerte Bessa é alvo de uma ação de improbidade administrativa, de quando foi diretor da Polícia Civil do DF, por conta de denúncias de irregularidades em um concurso público para delegado.
Érika Kokay foi denunciada, mês passado, pelo Ministério Público Federal, acusada de peculato e lavagem de dinheiro porque teria usado a conta de um funcionário para receber dinheiro do Sindicato dos Bancários. Rôney Nemer já tem condenação em segunda instância por improbidade administrativa e está entre os envolvidos da Caixa de Pandora.
Frustração
Entre os deputados que eram contra as medidas classificadas como intimidação ao Judiciário, o sentimento era de frustração. “Na minha opinião, incluir a punição a juízes em crimes de abuso de autoridade desconfigura absolutamente a lógica do relatório das 10 medidas contra a corrupção”, disse Rogério Rosso.
Augusto Carvalho também criticou a aprovação do tema. “É legítima a discussão acerca do tema, porém, esta deveria ser feita em outro momento para que não fosse sinalizado qualquer tipo de retaliação aos investigadores de operações em curso, como a Lava Jato”, comentou Augusto Carvalho.
Ronaldo Fonseca e Izalci Lucas não se manifestaram sobre o assunto publicamente nem retornaram os contatos da reportagem.
Nas redes sociais, circularam mensagens criticando os deputados que aprovaram a sanção a juízes e procuradores.
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Iniciativa popular
O projeto das 10 medidas anticorrupção foi motivado por iniciativa popular. Mais de 2 milhões de brasileiros assinaram as propostas, elaboradas pelo Ministério Público Federal (MPF) para combater a corrupção no país. Enviadas ao Congresso, as sugestões foram transformadas no Projeto de Lei 4.850/2016.
Na madrugada de quarta-feira (30), a Câmara dos Deputados colocou a proposta em votação, mas, quando poucas pessoas acompanhavam a sessão, os deputados emplacaram várias mudanças no texto.
Das 10 propostas originais, apenas quatro passaram — entre elas, a criminalização do caixa 2. Pelo menos 11 mudanças foram feitas no texto do projeto aprovado na comissão especial da Casa.
Veja como os deputados do DF votaram os principais temas discutidos na madrugada de quarta (30)

 Arte/Metrópoles
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Polícia Federal deflagra 8ª fase da Operação Zelotes



No total, estão sendo cumpridos 34 mandados em São Paulo, Pernambuco e Rio de Janeio




POLÍTICA CAÇA ÀS BRUXASHÁ 46 MINSPOR NOTÍCIAS AO MINUTO


A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (1º) a 8ª fase da Operação Zelotes.


De acordo com a Folha de São Paulo, já estão sendo cumpridos 13 mandados de condução coercitiva e 21 de busca e apreensão em São Paulo, Pernambuco e Rio de Janeiro.
Esta fase "aponta a existência, entre os anos de 2006 e 2015, de conluio entre um conselheiro do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) e uma instituição financeira. O esquema criminoso envolvia escritórios de advocacia e empresas de consultoria", segundo nota enviada pela PF.





Autoridades colombianas finalizam identificação das 71 vítimas


Corpos devem ser liberados até o início da tarde e chegar a Chapecó por volta das 19h





ESPORTE RECONHECIMENTOHÁ 15 MINSPOR NOTÍCIAS AO MINUTO


O Instituto Médico Legal da Colômbia finalizou na manhã desta quinta-feira a identificação das 71 vítimas do voo da companhia Lamia, que matou jogadores, comissão técnica e convidados da Chapecoense, além de jornalistas e funcionários da empresa. No início do dia eram 16 os corpos que ainda careciam de reconhecimento - agora, de acordo com o Ministério de Relações Exteriores, todos já estão aptos a serem liberados, o que deve ocorrer até às 14h.


Ainda de acordo com o ministério, os legistas passaram a madrugada trabalhando em 12 equipes e a expectativa é que os corpos cheguem a Chapecó por volta das 19h, transportados por aviões da FAB.
Nesta quarta-feira, dirigentes do clube catarinense afirmaram que pretendem fazer um velório coletivo na Arena Condá, o estádio da Chape, para o qual esperam a presença de 100 mil pessoas.




STF decide nesta quinta se Renan vira réu por falsidade e peculato

01/12/2016 05h00 - Atualizado em 01/12/2016 08h32=

Acusação aponta informações falsas de renda e desvio de verba de gabinete.
Denúncia surgiu a partir de suspeita de que lobista pagava pensão da filha.

Renan RamalhoDo G1, em Brasília
Renan Calheiros concede entrevista no Senado sobre projeto que reabrirá prazo para repatriação de recursos (Foto: Jane de Araújo / Agência Senado)Renan Calheiros é alvo de 12 inquéritos no STF (Foto: Jane de Araújo / Agência Senado)
O Supremo Tribunal Federal (STF) deverá decidir nesta quinta-feira (1º) se abre uma ação penal e torna réu o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O parlamentar é acusado de prestar informações falsas, usar documentos falsos e desviar verbas públicas.

A denúncia a ser analisada pelos ministros surgiu de um escândalo revelado em 2007, a partir da suspeita de que um lobista da construtora Mendes Júnior pagava a pensão de uma filha de Renan Calheiros com a jornalista Mônica Veloso.

No total, Calheiros é alvo de 12 inquéritos no STF, em diversos casos. O que será analisado nesta quinta não tem relação com a Operação Lava Jato (que apura desvios na Petrobras, na qual o senador é alvo de outros 8 inquéritos) nem com a Operação Zelotes (relacionada à suposta venda de medidas provisórias, em que ele é alvo de uma outra investigação).
Renan Calheiros é acusado de apresentar ao Senado informações falsas sobre sua renda na tentativa de mostrar que pagava do próprio bolso a pensão da filha. Na época, ele também presidia o Senado e chegou a renunciar ao cargo para escapar de um processo de cassação.

A denúncia, apresentada em 2013 pelo então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, é resultado da análise de notas fiscais e outros documentos relativos à venda de gado que o senador apresentou ao Conselho de Ética do Senado para se defender.
"Apurou-se que Renan Calheiros não possuía recursos disponíveis para custear os pagamentos feitos a Mônica Veloso no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, e que inseriu e fez inserir em documentos públicos e particulares informações diversas das que deveriam ser escritas sobre seus ganhos com atividade rural, com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, sua capacidade financeira", diz a peça.

A análise dos papéis apresentados por Renan também indica que ele usou verba indenizatória do Senado (destinada a despesas de gabinete) para pagar uma locadora de veículos que, segundo a PGR, não prestou efetivamente os serviços contratados. A empresa teria feito diversos empréstimos ao senador, também usados para justificar sua renda.

Em abril deste ano, a própria PGR alertou o STF para o risco de prescrição em parte dos crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso atribuídos a Renan Calheiros. A prescrição ocorre quando não se pode mais haver punição em razão dos tempo decorrido das suspeitas. No julgamento desta quinta, a questão também será analisada pelos ministros.

"Todas as operações comerciais e financeiras do noticiado foram devidamente registradas e contabilizadas. Não há um único centavo que tenha transitado nas contas bancárias do
noticiado que não seja resultante dos subsídios parlamentares, verba indenizatória, venda de imóveis, empréstimos financeiros e venda de gado", disse a defesa no processo.
Defesa
Desde o início das investigações, Renan Calheiros tem reiterado que pagou a pensão da filha e que os documentos apresentados ao Senado refletem sua renda efetiva na criação de gado. No mês passado, quando o julgamento desta quinta foi anunciado, o senador disse estar "tranquilo e, como sempre, confiante na Justiça".

No processo, a defesa de Renan Calheiros buscou explicar em detalhes as supostas inconsistências apontadas pela PGR na receita obtida com a venda de gado.
noticiado que não seja resultante dos subsídios parlamentares, verba indenizatória, venda de imóveis, empréstimos financeiros e venda de gado", disse a defesa no processo.
Na nota divulgada em novembro, Renan Calheiros disse que ele mesmo pediu a investigação e "é o maior interessado nesse julgamento".
"O senador está tranquilo e, como sempre, confiante na Justiça brasileira sublinhando que, neste episódio, responde - ao mesmo tempo - por ter recursos para fazer face à despesa mencionada e por não dispor dos recursos. Em um inquérito o senador responde por não ter os recursos. Em outro por dispor dos meios financeiros antes inexistentes", afirmou, por meio de sua assessoria.