sábado, 12 de novembro de 2016

Lula cita ‘pacto diabólico’ e Janot rebate: ‘não sou religioso’


Ex-presidente fez ontem um discurso duro contra imprensa, delegados da PF, procuradores do Ministério Público e o juiz Sergio Moro

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, evitou comentar a manifestação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse ver um “pacto quase diabólico” entre Polícia, Justiça e Ministério Público na Operação Lava Jato. Ao ser questionado sobre a fala do petista, Janot fez um breve comentário sobre a liberdade de manifestação e concluiu: “O que posso dizer é que eu não sou religioso”.
“Nós vivemos num país livre, onde o direito de crítica e de manifestação é assegurado na constituição. Eu não tenho que me referir ao que ele disse. Ele tem todo direito de externar as opiniões e as críticas que entender necessárias”, afirmou o procurador-geral da República.
  • O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva


Ontem, o ex-presidente fez um discurso duro contra a imprensa, delegados da Polícia Federal, procuradores do Ministério Público e o juiz Sergio Moro. “A menor preocupação é com a verdade”, disse Lula em seu discurso.
Réu em três processos relacionados a casos de corrupção, Lula criticou a força-tarefa da Lava Jato na noite desta quinta-feira, durante ato de lançamento da campanha “Um Brasil Justo pra Todos e pra Lula”, em São Paulo.
“Eu penso que eles cometeram um pequeno erro. É que eles mexeram com a pessoa errada. Eu não tenho nenhuma preocupação de prestar contas à Justiça brasileira. O que eu tenho preocupação é quando eu vejo um pacto quase diabólico entre a mídia, a polícia federal, o ministério público e o juiz que está apurando todo esse processo”, disse o petista, diante de um auditório lotado com centenas de pessoas na Casa de Portugal, na Liberdade, zona sul de São Paulo.
Lula acusou a Lava Jato de mentir para a população. “Não me sinto confortável participando de um ato da minha defesa. Eu me sentiria confortável participando de um ato de acusação à força-tarefa da Lava Jato, que está mentindo para a sociedade brasileira”, afirmou o ex-presidente.
(com Estadão Conteúdo)


Criminalizar caixa 2 pode favorecer réus, avaliam advogados da Lava Jato

12/11/2016 05h00 - Atualizado em 12/11/2016 05h00

Para especialistas, tipificar prática dá argumento para defesa reduzir punições.
Relatório de Onyx Lorenzoni estabelece prisão de até 10 anos para o crime.

Bernardo Caram e Fernanda CalgaroDo G1, em Brasília

A proposta de criminalização da prática de caixa 2, que tramita na Câmara dos Deputados, pode abrir brechas que beneficiariam quem já cometeu a infração, avaliam advogados ouvidos pelo G1 e que defendem pessoas envolvidas nas investigações da Operação Lava Jato.
Na visão desses especialistas, a nova tipificação pode dar aos advogados o argumento de que, antes da edição da lei, a prática não era considerada crime. Outra possibilidade seria a tentativa de enquadrar o réu com a pena de caixa 2 quando houver risco de condenação por outro crime que tenha punição mais severa.
Atualmente, não existe o crime específico de caixa 2, que é uma contribuição que entra na campanha dos candidatos, mas não é declarada formalmente à Justiça Eleitoral. O político que faz uso desse instrumento pode ser punido por falsidade na prestação de contas, com pena de até cinco anos de prisão.

O
 parecer do relator Onyx Lorenzoni (DEM-RS) foi apresentado na última quarta-feira (9). O texto prevê pena de dois a cinco anos para quem arrecadar, movimentar ou gastar recursos paralelamente à legislação eleitoral. Se esses valores vierem de fontes vedadas pela lei, como empresas, ou acima do limite permitido, a pena pode chegar a dez anos.
Uma tipificação específica para o caixa 2 está entre as medidas contra corrupção apresentadas pelo Ministério Público em um projeto de iniciativa popular com mais de 2 milhões de assinaturas, que agora tramita na Câmara. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quer votar o texto em plenário até o dia 9 de dezembro.
O relatório – que precisará ser aprovado em comissão, no plenário da Câmara e no plenário do Senado – ainda inclui uma repercussão para as questões eleitorais na lei de lavagem de dinheiro. “A lei colocada no código eleitoral não retira qualquer punição da legislação penal”, explicou Lorenzoni.
Para o relator, é natural que advogados tentem usar artifícios para beneficiar seus clientes. “O mundo jurídico é assim. Para cada frase que você coloca, tem dez interpretações. O advogado, para fazer defesa, usa de tudo. Vai ter que levar um balde de Super Bonder para ver se cola”, brincou o deputado.
Para o advogado Antonio Figueiredo Basto, especialista em delações premiadas, o novo tipo penal que será criado pode beneficiar políticos e pessoas envolvidas nos processos da Operação Lava Jato.
“A nova lei pode ajudar muita gente nessa situação. A aplicação na Lava Jato é duvidosa e nebulosa, mas como a pena vai ser menor que a pena de corrupção, é muito melhor dizer ao juiz que a prática foi de caixa 2, e não de corrupção”, disse. Hoje, a punição para o crime de corrupção chega a 12 anos de prisão.
Entre os clientes de Basto estão o doleiro Alberto Youssef, o empresário Júlio Camargo e o ex-senador Delcídio Amaral, todos delatores do esquema de corrupção investigado pela Lava Jato.
O advogado disse que acha desnecessária a nova tipificação do caixa 2 e avalia que os mecanismos vigentes hoje para enquadrar esse tipo de doação ilegal perderão o efeito a partir da aprovação da lei pelo Congresso.
“Evidentemente que os fatos que ocorreram antes não podem ser vistos como crime”, disse. “É uma questão constitucional”, completou.
O advogado criminalista Marcelo Leal, que também atende envolvidos na Operação Lava Jato, considera a tipificação de caixa 2 um avanço na legislação, mas avalia que a mudança será usada para tentar amenizar punições de réus.
“[A nova legislação] Permite que a defesa utilize a tese de que até aquela data não havia a tipificação”, disse. Para ele, caberá ao juiz avaliar se o argumento é válido. “A Justiça vai ter que definir”, afirmou.
Leal afirmou que, como advogado, usaria o recurso de argumentar que a tipificação não existia antes da lei. “Ao estabelecer que isso é caixa 2, o legislador está reconhecendo que antes não existia tipificação para a conduta”, disse.
No entendimento do advogado Michel Saliba, que faz a defesa de sete investigados na Lava Jato, não seria preciso alterar a legislação atual porque, avalia, já existem meios na lei eleitoral para punir o caixa 2.
“Eu acho absolutamente desnecessária a mudança da legislação. Entendo que essa tentativa de imprimir uma nova redação é simplesmente uma forma de resposta ou tentativa de resposta à sociedade desnecessária, porque basta aplicar a legislação. Temos um dispositivo que prevê a omissão de valores da prestação de contas de uma campanha”, ressaltou.
No entanto, Saliba reconhece que a criminalização da prática pode servir de argumento para poupar quem tenha praticado o ato antes de o ato constar como crime na legislação.
"Sou contrário a essa tipificação específica porque, realmente, pode abrir uma brecha para dizer: 'Se estão criminalizando agora, então significa que antes não era crime'", ponderou.
Câmara
Na Câmara, houve, em setembro, uma tentativa de levar essa proposta de criminalizar o caixa 2 para ser votada diretamente no plenário, antes mesmo de ser debatida na comissão.
Nos bastidores, diversos partidos, incluindo governistas, como o PMDB, PSDB, DEM, PR e PP, e o PT, que está na oposição, articulavam a apresentação de um projeto sobre o tema, mas o texto nem chegou a vir a público.
A inclusão de última hora da proposta na pauta provocou protestos em plenário, principalmente de deputados do PSOL, Rede e PSD. Chegou a haver tumulto entre os parlamentares, que se revoltaram com a situação.
O temor deles era que o texto trouxesse uma emenda para deixar claro que quem fez uso de contribuições ilegais em eleições anteriores ficaria anistiado. Diante da pressão, o texto acabou retirado de pauta.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

AGU diz ao STF que estados não têm direito a repasse maior da repatriação

10/11/2016 21h33 - Atualizado em 10/11/2016 21h44

Doze estados entraram com ação pedindo que fatia seja maior que a atual.
Prazo para regularização de recursos no exterior terminou semana passada.

Mariana OliveiraDa TV Globo, em Brasília

A Advocacia Geral da União (AGU) enviou documento ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual afirmou que estados e municípios não têm direito a receber uma fatia maior do valor arrecadado pela União com a regularização de recursos de brasileiros mantidos no exterior não declarados à Receita Federal, a chamada repatriação.

Terminou na semana passada o prazo para os contribuintes ficarem em dia com a Receita Federal.
Balanço inicial, divulgado pelo Fisco, apontava que o governo havia arrecadado R$ 50,9 bilhões, com multas e impostos, referentes a R$ 169,9 bilhões regularizados. Na segunda (7), contudo, a Receita divulgou novo balanço, no qual informou que, na verdade, o governo arrecadou R$ 46,8 bilhões.

A manifestação da AGU foi enviada em uma das cinco ações apresentadas por 20 estados que pleiteiam um repasse maior. Ainda não há previsão, porém, do julgamento do caso no Supremo.

Pelas regras atuais, quem aderiu ao programa de repatriação paga 15% de imposto de renda e outros 15% de multa sobre o valor que não havia sido declarado.

A União, então, repassa aos estados, por meio do Fundo de Participação dos Estados (FPE), 21,5% do que arrecadou com imposto de renda. Outros 24,5% são repassados para os municípios, por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), e outros 3%, a projetos produtivos do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Os estados, por sua vez, querem que, além do valor arrecadado com o imposto de renda, também recebam uma fatia do recebido em razão da multa, o que, dizem, praticamente dobraria o montante recebido.

Argumentos
Um dos argumentos dos estados é que a proposta de lei previa partilha da multa, mas o trecho foi vetado pela ex-presidente Dilma Rousseff. Afirmam, ainda, que a lei de 1990, sobre os fundos de participação, prevê partilha não só do imposto de renda, mas da multa arrecadada em razão de atrasos no pagamento.

Para a Advocacia Geral da União, porém, o pleito dos estados não procede porque a multa aplicável aos contribuintes não tem natureza tributária e, portanto, a União não pode ser obrigada a repassar a receita.

O governo afirma, também, que os valores oriundos da multa têm natureza administrativa, porque é uma sanção aplicada ao contribuinte que manteve recursos no exterior sem declarar à Receita.

"Ocorre que, ao contrário do alegado, a referida multa não integra o crédito tributário, nem é devida em razão do inadimplemento do imposto, não tendo, portanto, natureza tributária, mas sim administrativa. [...] Em suma, a multa é a penalidade instituída pelo legislador como sanção por todos os ilícitos cometidos pelos contribuintes que se beneficiarão, e não como pagamento de mora pelo não recolhimento do IR", argumentou a AGU no documento enviado ao Supremo
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Ministro do STF abre inquérito contra a senadora Gleisi Hoffmann

Gleisi já responde por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em outro processo




POLÍTICA INVESTIGAÇÃOHÁ 8 HORASPOR NOTÍCIAS AO MINUTO

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki decidiu hoje (10) abrir inquérito para investigar a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) no âmbito da Operação Lava Jato. Como a investigação está em segredo de Justiça, não é possível saber os detalhes do processo, que começou a ser apurado na Justiça Federal no Paraná e foi remetido ao Supremo porque a senadora tem foro privilegiado.


Gleisi Hoffmann já responde a um processo no Supremo no qual é ré junto ao seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Em maio, o casal foi denunciado ao Supremo sob a acusação de ter recebido R$ 1 milhão para a campanha da senadora em 2010. De acordo com depoimentos de delatores na Lava Jato, o valor é oriundo de recursos desviados de contratos da Petrobras. Ambos foram citados nas delações do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Rodrigo Mudrovitsch, advogado da senadora, afirmou que ainda não teve acesso ao inquérito e que vai se manifestar somente após analisar do conteúdo do material. Com informações da Agência Brasil.



quinta-feira, 10 de novembro de 2016

FUP: governo Temer entrega o pré-sal e a Petrobras: 'São 63 anos indo pelo ralo'


"Serra se comprometeu a entregar o petróleo do pré-sal, e entregou mesmo. Mas a batalha da soberania energética não termina nunca, é permanente", afirma João Antônio de Moraes, dirigente petroleiro

por Eduardo Maretti, da RBA
Petrobras
"O primeiro prejuízo é da soberania energética do Brasil. O petróleo é um bem do país", diz diretor da FUP
São Paulo – Após a conclusão, pela Câmara dos Deputados, da votação do projeto de Lei 4567/16, que aprovou ontem (9) definitivamente as mudanças na Lei de Partilha, o Brasil sofrerá prejuízos praticamente incalculáveis. Tanto em estimativas numéricas, relativas a prejuízos financeiros e econômicos, como em avaliações menos objetivas, já que a recusa do país em destinar recursos do pré-sal a saúde e educação vai deixar um rastro de destruição impossível de medir.
Segundo o diretor de Relações Internacionais e de Movimentos Sociais da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes, o valor que deixará de ir para saúde e educação pode chegar a R$ 50 bilhões, só considerando a área de Libra, da qual a Petrobras controla hoje 40% – os outros 60% são da anglo-holandesa Shell (20%), da francesa Total (20%) e de grupos chineses (20%).
Como pré-sal é avaliado em mais de dez vezes a área de Libra, diz o dirigente, o cálculo é o seguinte: "Pode-se estimar em 600 bilhões, em termos de pré-sal como um todo, podendo chegar a 1 trilhão de reais, só o prejuízo em saúde e educação. Fora todo o resto".
Moraes falou à RBA após a votação do projeto originário do Senado, de autoria do senador licenciado José Serra (PSDB-SP), que retira da Petrobras a condição de operadora exclusiva na exploração da camada do pré-sal. O texto segue agora para sanção presidencial.
Para Moraes, Serra "tem que ser responsabilizado pelo povo brasileiro como um todo". "Ele foi flagrado na campanha presidencial (em 2009) quando se comprometeu a entregar o petróleo do pré-sal, e entregou mesmo", diz. Segundo o site WikiLeaks, o atual ministro das Relações Exteriores prometeu à petroleira Chevron, em 2009, que o marco de exploração do petróleo seria alterado, se ele ganhasse as eleições de 2010.
Mal a lei foi aprovada, o presidente mundial da Shell, Ben van Beurden, declarou no Brasil que a nova realidade "torna o mercado ainda mais atraente para a Shell". Segundo ele, a multinacional quer "operar no Brasil tendo a Petrobras como parceiro estratégico”. A declaração foi dada hoje (10), "após reunião no Palácio do Planalto em que se discutiu o investimento de US$ 10 bilhões da empresa no Brasil", segundo o jornal Valor.
Quanto dinheiro o país poderá perder, em benefício das exploradoras internacionais, após a lei entrar em vigor?

A mudança se dá em toda a área de pré-sal e, por exemplo, a única área do regime de partilha que foi feito leilão é Libra. Libra foi estimado em 15 bilhões de barris de petróleo. Essa área, que corresponde à mudança (da lei), pode ser de 170 a 300 bilhões de barris. O pré-sal é estimado, portanto, em mais de dez vezes Libra. Nós estimamos que, se essa mudança já tivesse ocorrido com Libra, significaria 50 bilhões de reais em saúde e educação. Como não é nenhum exagero estimar o pré-sal em bem mais de dez vezes Libra, você pode falar em dez vezes isso. Só em função dos custos operacionais, que as multinacionais já anunciaram que vai ser bem mais caro do que da Petrobras, significaria 500 bilhões. Isso pode aumentar muito se levar em consideração outros prejuízos.
Por exemplo?
Por exemplo, a falta de aplicação do conteúdo local. O fato de as empresas estrangeiras não comprarem no país. Significa que vai deixar de girar em nossa economia.
Quem serão os principais prejudicados com a entrega do pré-sal?
Primeiro prejuízo é da soberania energética do Brasil. O petróleo é um bem do país. Quando você permite que empresas estrangeiras passem a controlar essa riqueza você coloca em risco a sua soberania energética. Isto é, você vai mandar petróleo para fora ao invés de mandar para dentro do país. O segundo grande prejuízo é o conteúdo nacional. As empresas estrangeiras compram os insumos nas suas nações de origem, e não onde atuam. A Petrobras efetua suas compras dentro do Brasil; as estrangeiras, fora do país, principalmente em seus países de origem. Isso significa um grave prejuízo à economia nacional, às empresas nacionais, que deixarão de vender para a indústria do petróleo.
Consequentemente, o prejuízo recai sobre o povo, o trabalhador, a educação...
Vamos lá. Terceiro prejuízo: os royalties para saúde e educação. As empresas estrangeiras têm um custo de operação cerca do dobro da Petrobras. Elas produzem no pré-sal a 7 ou 8 dólares o barril e as estrangeiras já anunciaram que não produzirão por menos do que 15. Esse dinheiro vai sair do que iria para saúde e educação. São 50 bilhões de reais só da área de Libra. E podemos estimar em 600 bilhões, em termos de pré-sal como um todo, podendo chegar a 1 trilhão de reais, só em saúde e educação. Fora todo o resto.. Quarto prejuízo: os trabalhadores, porque as empresas estrangeiras também operam com piores condições para o trabalhador. E quando falo em trabalhador, pode incluir  a questão ambiental, porque elas operam em condições de trabalho piores, e assim colocam mais em risco o meio ambiente.
Há como falar em campos de exploração que seriam os mais desejados pelas petroleiras multinacionais?
Toda a área do pré-sal desperta muita cobiça internacional. Porque tradicionalmente, na indústria do petróleo, a cada quatro poços que se furam, se encontra petróleo em um. No pré-sal, nós já perfuramos cerca de 60 poços, e desses os poços secos, os que você perfura e não encontra nada, estão na casa de seis poços. Pode-se dizer que o petróleo do pré-sal não é a ser buscado, é petróleo encontrado. A margem de risco é muito pequena.
Um negócio de ganho certo...
Ganho certo, exatamente. Quando o governo vai lá fora anunciar essas mudanças ele fala: “É um grande negócio, não se terá mais oportunidade como essa”. É um grande negócio entregar o que é nosso.
Qual o papel das petroleiras internacionais em todo o processo? Elas estão saqueando o Brasil?
Eu acho que a culpa não é delas, não. A culpa é do governo e do Congresso que aprovou essas mudanças. As empresas estão no negócio delas.
Ou seja, os norte-americanos e estrangeiros cuidam do interesse deles, nós é que não cuidamos dos nossos.
Exatamente. É grave quem deveria defender o interesse do país atuar para entregar.
Algumas pessoas defendem que o senador José Serra poderá ser responsabilizado por crime de lesa-pátria no futuro. Qual sua opinião sobre isso?
Ele tem que ser responsabilizado pelo povo brasileiro como um todo, porque nesse caso é deslavado. Ele foi flagrado na campanha presidencial (em 2009) quando se comprometeu a entregar o petróleo do pré-sal, e entregou mesmo.
Futuramente, um governo progressista no país poderia resgatar o pré-sal ou o que for vendido na atual conjuntura, como Cristina Kirchner fez com a YPF na Argentina?
Acho que sim. Essa batalha da soberania energética não termina nunca, é permanente. Por exemplo, agora tiraram da Petrobras a condição de operadora exclusiva. Já tem projetos no Congresso que buscam voltar ao modelo de concessão. Se lá na frente se conseguir uma correlação de forças, tem que ser cobrada a responsabilidade de quem fez esses crimes.
Essa luta tem um aspecto do bem em si, do recurso natural do petróleo, e tem o aspecto da capacidade tecnológica e econômica de explorar esse bem.  Esse governo está atacando o país nesses dois fronts. Por um lado, ele entrega o pré-sal com essa mudança na lei, e por outro promove o desmonte da Petrobras. Isso significa que, se nós permitirmos que esse desmonte vá até o final, mesmo retomando o recurso natural amanhã, teremos dificuldade por não termos mais a empresa estruturada para explorar esse recurso. É o que vive a Argentina hoje. Porque na Argentina a YPF foi privatizada e, apesar da Cristina Kirchner ter buscado renacionalizar e criar a empresa novamente, eles não estão tendo capacidade econômica e tecnológica para recriar a Petrobras deles.
Ou seja, é muito mais grave do que parece
É muito mais grave do que parece. Porque você precisa ter o recurso natural , mas também precisa ter o conhecimento, a tecnologia. O Brasil tem os dois. E o governo Temer está entregando os dois. Entrega o pré-sal quando muda a lei e a Petrobras com essa venda de ativos do seu Pedro Parente (presidente da empresa).
Como está a questão da venda dos ativos? Por exemplo, da BR Distribuidora?
Privatizar a BR, que é uma empresa importantíssima, certamente vai deixar a Petrobras manca. A característica de todas as grandes empresas de petróleo do mundo é que elas atuam de forma integrada. Não atuam só num segmento da indústria. Ela tem que atuar em todos, porque ora um segmento está mais rentável, ora é o outro. Quando você não tem, por exemplo, uma grande distribuidora, você tem dificuldade porque as outras podem não querer comprar de você. Você acha que a distribuidora da Shell vai comprar de quem? Da Shell ou da Petrobras? Então, quando você vende a distribuidora, você dança.
E outra característica. Nessa indústria, quando você enfrenta períodos de petróleo em baixa, como agora – já esteve em 120 dólares o barril, agora está entre 50 e 60 – você ganha na venda de derivados, no caso a venda das refinarias. Quando o preço sobe, você ganha menos nos derivados e mais no óleo cru. Vender a BR, como Pedro Parente e Temer estão anunciando, vai aumentar a dificuldade da Petrobras.
Eles já anunciaram que pretendem vender Liquigás, a BR. Já venderam Carcará, alguns gasodutos, anunciam a venda de refinarias e termoelétricas. É uma verdadeira bacia das almas. É um momento muito duro da nacionalidade. Se o povo brasileiro não acordar, vai ter sérias dificuldades para se recuperar. Levamos 63 anos para construir a Petrobras, 63 anos de muito suor, lágrimas e sangue, e estão indo pelo ralo. Tem que lutar sempre, ir para as ruas, impedir que isso aconteça.

Rock in Rio Card: Começa venda de ingressos; inteira custa R$ 435

10/11/2016 22h00 - Atualizado em 10/11/2016 22h00

Venda de lote de 100 mil entrada foi iniciada na noite desta quinta-feira. 
Aerosmith, Red Hot Chili Peppers e Maroon 5 são atrações confirmadas.

Do G1, em São Paulo

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DIA 3 - Anthony Kiedis se apresenta com o Red Hot Chili Peppers no sábado (30) de Lollapalooza (Foto: Amy Harris/Invision/AP)Anthony Kiedis se apresenta com o Red Hot Chili Peppers no Lollapalooza EUA (Foto: Amy Harris/Invision/AP)
As vendas do Rock in Rio Card, que equivalem a ingressos para a edição de 2017, começaram nesta quinta-feira, às 22h. A compra antecipada do cartão garante a presença no evento antes da confirmação de todas as atrações. Até agora, estão certos os shows de Aerosmith, Red Hot Chili Peppers e Maroon 5. A venda é pelo site Ingresso.com.
Cem mil unidades do cartão estão à venda agora. O preço do ingresso por dia é de R$ 435 (inteira) e R$ 217,50 (meia-entrada). Por ser uma venda especial, o limite de compra é de até quatro entradas por CPF, sendo até uma meia-entrada.
Os fãs que comprarem o Rock in Rio Card vão ter até fevereiro de 2017, quando toda a lista de atrações já estará divulgada, para escolher em qual data vão usar o ingresso.
Mudança de local
O festival acontecerá entre os dias 15 e 24 de setembro do ano que vem, no Rio. A Cidade do Rock será montada no Parque Olímpico, que recebeu a maior parte das competições da Olímpiada do Rio em 2016.
Segundo a organização do evento, o novo local é duas vezes maior que a antiga Cidade do Rock, também na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, e vai facilitar o acesso do público. A produção disse que o público agora poderá usar o sistema de transportes usado durante os Jogos Olímpicos 2016
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STF autoriza inquérito para investigar ex-presidente do Corinthians


Lava Jato investiga suposta propina em construção da Arena Corinthians em São Paulo




POLÍTICA ARENA CORINTHIANSHÁ 21 MINSPOR NOTÍCIAS AO MINUTO



O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki autorizou nesta quinta-feira (10) a abertura de um inquérito para investigar o ex-presidente do Corinthians e deputado federal Andres Sanchez (PT-SP) na Operação Lava Jato. De acordo com publicação do G1, Sanchez é suspeito de corrupção passiva na construção da Arena Corinthians, em São Paulo.


A força-tarefa investiga o suposto pagamento de R$ 500 mil em propinas na construção do estádio.
A suspeita foi levantada após os investigadores terem acesso a uma planilha da empreiteira Odebrecht, onde constavam valores pagos como propina pela empresa.