sábado, 20 de agosto de 2016

Servidor ligado a Bispo Renato é apontado como emissário da propina


Rafaela Felicciano/Metrópoles

O responsável por pedir recursos ilegais a um empresário seria Alexandre Braga Cerqueira, secretário executivo da Terceira Secretaria da Casa, indicado por Bispo Renato (foto). Defensor público diz que recursos irregulares também seriam usados para pagar dívidas de campanha



No depoimento que o empresário Afonso Assad, presidente da Associação Brasiliense de Construtores, prestou ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) há cerca de um mês, ele afirma que um emissário da Câmara Legislativa o procurou para cobrar propina. Segundo Assad, essa pessoa falava em nome de deputados distritais. Testemunhas do caso ouvidas pelo Metrópoles revelaram a suposta identidade do homem que seria o responsável por pedir a propina destinada aos parlamentares. Trata-se de Alexandre Braga Cerqueira (foto), secretário executivo da Terceira Secretaria da Casa, indicado por Bispo Renato (PR).

Dívidas de campanha e almoço na churrascaria
Cerqueira, que recebe R$ 17 mil mensais na CLDF, é funcionário da Casa há 20 anos e tem ligações com o ex-distrital Aylton Gomes, réu na Operação Caixa de Pandora. Mas hoje, responde a Bispo Renato. O distrital evangélico é um dos citados nos grampos de Liliane Roriz (PTB) por envolvimento num suposto esquema de cobrança de propina em contratos da saúde do DF. Cerqueira seria justamente o responsável por “coletar” esses recursos.
Além da propina, a verba destinada pelos deputados distritais para a saúde seria desviada para o pagamento de dívidas de campanha. Quem garante é o defensor público André de Moura. Ele acompanhou seis dos oito depoimentos das testemunhas que relataram a promotores a denúncia gravada pela deputada Liliane Roriz (PTB) em escutas clandestinas. Moura afirma ainda que o esquema funcionaria exatamente nos moldes como pode se inferir dos áudios divulgados desde quarta-feira (17).
Em um desses áudios, o ex-secretário-geral da CLDF Valério Neves afirma que Renato Andrade e Júlio César (PRB), líder do governo na Casa, teriam tentado fazer uma negociação com Afonso Assad. De acordo com o que Neves diz em um dos áudios, o empresário poderia intermediar contratos com a Secretaria de Educação. Mas Assad não teria levado a cabo o “compromisso”. “O Afonso disse que não poderia garantir nada”, diz Valério Neves em um dos trechos.
Segundo Moura, a história contada por Valério Neves é confirmada no depoimento de Assad. Os dois parlamentares, integrantes da bancada evangélica na Câmara Legislativa, teriam procurado o empresário para um almoço. O encontro ocorreu em dezembro de 2015, em uma churrascaria, e, na ocasião, teriam convidado o empresário para entrar no esquema. “Queriam que o Afonso desse uma contribuição para eles pagarem dívidas de campanha”, garante o defensor.
Ainda conforme o relato de Assad ao MPDFT e ao Ministério Público de Contas do DF (MPC-DF), os distritais destinariam R$ 15 milhões para a Educação e outros R$ 15 milhões para a Saúde. “Eles não falaram como seria feita a divisão (no caso de propina), mas o Afonso disse que não pagaria, pois não trabalha com isso, prefere dormir de cabeça tranquila”, completa André de Moura.
A associação de Afonso representa pelo menos 30 empresas que fazem reparos em escolas e hospitais, como a troca de lâmpadas e outros detalhes. Com a negativa de Assad, os distritais teriam decidido destinar quase a totalidade das emendas à Saúde. Apenas R$ 1 milhão ficou para a Educação. “Como esse valor foi para as obras da associação, um emissário procurou o Afonso para cobrar (a propina), mas ele negou mais uma vez, alegando que trabalha de forma séria”, disse o representante da Defensoria Pública do DF. Esse interlocutor seria justamente Alexandre Braga Cerqueira.

O depoimento de Afonso Assad aos promotores ocorreu há cerca de um mês, assim como os das outras testemunhas, incluindo Liliane Roriz e servidores da Câmara Legislativa. “Todas trazem indícios fortes de que a história que Valério (Neves) narrou é verdade”, comenta André de Moura.
Depoimento de servidorSegundo o depoimento de um funcionário da Casa ao Ministério Público do DF, logo após o almoço na churrascaria, os parlamentares, com a ajuda de Cristiano Araújo (PSD), teriam pressionado os servidores da chamada “mesinha” para mudar a destinação da emenda. Com a recusa de Assad, a intenção era colocar os R$ 30 milhões para a saúde, onde já haveria um “esquema” garantido. “De 20 em 20 minutos, eles perguntavam se a emenda estava pronta”, teria dito o servidor ao MPDFT.
Outro ladoO deputado Júlio César (PRB) afirmou que só vai se pronunciar sobre o caso quando tiver acesso ao processo. No momento, ele disse desconhecer as informações. O deputado Bispo Renato Andrade (PR) refutou todas as denúncias, afirmou que Alexandre é servidor da Casa há 20 anos e que se alguém falou por ele, em qualquer negociação, mentiu. “Não tenho qualquer relação com essa emenda. A emenda era da deputada Liliane Roriz (PTB), nem poderia tratar sobre isso com ninguém. Almocei, sim, com o Afonso, assim como almoço com representantes do setor produtivo. Sou presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Produtivo, é meu trabalho”, afirmou.
Para o Bispo Renato, toda a história faz parte de uma armação para prejudicar a Mesa Diretora da Casa, e todas as afirmações serão refutadas no momento oportuno. “Apresentaremos aquilo que de fato é verdade. Todo mundo vai ficar de queixo caído quando, no momento certo, isso vier à tona. A armação do grupo deu errado”, disse.
A reportagem tentou falar com Alexandre Braga Cerqueira em três telefones celulares e um fixo, mas ele não atendeu nem retornou os contatos até a publicação desta reportagem. Por meio de um interlocutor, Afonso Assad disse que não quer comentar o caso.

RETROCESSO Direitos humanos, das mulheres e dos negros: em poucas horas, a desconstrução

Governo interino não precisou de 100 dias. Bastou a primeira edição extra do Diário Oficial da União para anunciar o recuo em ações afirmativas que levaram décadas para ser construídas

por Luciano Velleda para a RBA 

CRISTINA ÍNDIO DO BRASIL/MARCELO CAMARGO/JOSÉ CRUZ/ ABR
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Alexandre Moraes na Justiça, Etchegoyen no GSI, Fátima na Política para Mulheres. Governo errado, pessoas erradas
São Paulo - A temática das mulheres, dos direitos humanos, da juventude e dos negros no governo interino de Michel Temer precisou de apenas algumas horas para sofrer um forte revés. No mesmo dia em que o Senado decidiu pela abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, em 12 de maio, Temer mandou rodar uma edição especial do Diário Oficial da União com a nova configuração da esplanada dos ministérios.
Sem delongas, o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos foi extinto, transformado em secretarias sob a aba do Ministério da Justiça. Em poucas horas, uma histórica conquista dos movimentos sociais perdeu protagonismo, importância e voz.
Menos de 30 dias depois, o Ministério da Justiça publicou a Portaria nº 611/2016. Com ela, o governo interino completou o serviço ao engessar as demandas relacionadas à Secretaria Especial de Direitos Humanos. A portaria, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, em seu Artigo 1º determina: “Ficam suspensas, por noventa dias, as delegações de competência relativas à celebração de contratos, convênios e instrumentos congêneres, a nomeação de servidores, a autorização de repasses de quaisquer valores não contratados, a realização de despesas com diárias e passagens, e a realização de eventos, no âmbito do Ministério da Justiça e Cidadania”.
A decisão esvazia serviços e programas e impede o funcionamento dos órgãos colegiados que reúnem governo e sociedade civil no diálogo para a elaboração de propostas. Ficam sem condições de atuar programas como o de Proteção a Vítimas e Testemunhas, de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte e a Implementação do Sistema Socioeducativo.
O documento deixa de fora dessas restrições as operações e atividades da Força Nacional de Segurança Pública, às ações de preparação e mobilização para a realização dos Jogos Olímpicos de 2016, o cumprimento de decisões judiciais, à execução do orçamento impositivo e a gestão da folha de pagamento de pessoal.
No parágrafo único, a Portaria 611/2016 determina que “a liberação de recursos financeiros para a execução de convênios e instrumentos congêneres ficará condicionada à autorização do Ministro de Estado da Justiça e Cidadania”. A seguir, o Artigo 2º reforça os plenos poderes do ministro – conhecido por seu pouco apreço à cidadania –, ao estabelecer que ele “poderá, durante o período de suspensão, autorizar a realização dos atos referidos no art. 1º”.
Em outras áreas, o governo interino igualmente não demonstra receio em afrontar os direitos humanos. É o caso da nomeação do general Sérgio Etchegoyen para chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Filho do general Leo Etchegoyen, incluído na lista de 377 agentes do Estado responsáveis por crimes durante a ditadura, Sérgio Etchegoyen foi o único general da ativa que criticou publicamente o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, apresentado em dezembro de 2014.

Políticas para mulheres

A montagem do primeiro escalão do governo interino sem a presença de mulheres e negros foi, desde o primeiro momento, indício inequívoco do que viria pela frente. Criticado, Michel Temer tentou remendar a situação nomeando a professora Flávia Piovesan para a Secretaria Especial de Direitos Humanos, Silvia Marques para a presidência do BNDES e Fátima Pelaes para a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.
Se Flávia Piovesan, conhecida e respeitada por sua luta na defesa e promoção dos direitos humanos é, para muitos, a pessoa certa no governo errado, Fátima Pelaes é pessoa errada condizente com o governo errado. Ex-deputada federal (PMDB-AP), Fátima é contra a descriminalização do aborto – inclusive em casos de estupro, permitido por lei no Brasil. Evangélica, diz não levantar “bandeiras contrárias aos valores bíblicos”.
Nomeada dias depois do caso de estupro coletivo no Rio de Janeiro, ela viu o governo criar, como reação ao fato que revoltou o país, o Núcleo de Proteção à Mulher fora da estrutura da secretaria que comanda. Um sinal do esvaziamento da pasta, apesar de a secretária ser integrante do grupo.
Reflexos desse contexto desfavorável já são visíveis: o Prêmio Construindo Igualdade de Gênero ainda não teve inscrições abertas e está fora do cronograma; o Programa Pró-equidade de Gênero e Raça igualmente está sem cronograma; convênios foram cancelados por total desconhecimento dos encaminhamentos que deveriam ter sido feitos; a implementação das Diretrizes Nacionais para enfrentar o Feminicídio (que vai além da segurança pública) não tem o acompanhamento do governo federal, além da ausência de monitoramento e acompanhamento da Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.

Igualdade Racial

A extinção do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos e a incorporação das competências da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) ao Ministério da Justiça e Cidadania, resultaram na redução de sua estrutura e condições de operar e articular programas e ações.
Um dos principais programas relacionados com a Seppir, por exemplo, chama-se Juventude Viva. O objetivo é reunir ações de prevenção para reduzir a vulnerabilidade de jovens negros e de periferia à violência física e simbólica. Considerando que grande parte dessa violência é cometida pelas forças policiais, e que o atual ministro é conhecido por seu gosto em reprimir movimentos sociais e por não ter contido a violência da PM paulista quando era secretário de Segurança, não é difícil imaginar qual o futuro do Juventude Viva sob o comando maior de Alexandre de Moraes.
Cem dias depois, o que começou ruim, segue ruim. E pode piorar.

Metrô sofre dupla derrota na Justiça e terá que convocar concursados e substituir terceirizados


Foto tirada no(a) Estação Arniqueiras - METRÔ-DF por Reyder R. em 9/25/2012

POR MARLLA SABINO

Em meio a uma briga que se arrasta há meses, o Metrô do Distrito Federal sofreu dupla derrota na Justiça numa briga que trava com o Ministério Público do Trabalho MPT). O órgão entrou com uma ação civil pública contra a empresa, exigindo que convocasse os aprovados em concurso público e substituísse cerca de 300 terceirizados na área de segurança.

Hoje, depois de muito vaivém, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) ratificou a liminar que o MPT havia conseguido para obrigar o Metrô a preencher pelo menos 300 vagas que a própria companhia diz haver de deficit de pessoal. A obrigatoriedade valerá se a empresa não recorrer da decisão.

Também a Justiça de primeira instância deu 20 dias para que o Metrô convoque os aprovados, preenchendo todas as vagas previstas em edital. A empresa pode recorrer.

Brasília, 16h10min


Reformas no MinC: perde a cultura brasileira, ganham grandes corporações













Para ex-secretário da pasta, mudanças promovidas pelo ministro interino Marcelo Calero são "arbitrárias" e indicam enfraquecimento dos artistas nacionais; cenário pode piorar com PEC 241

por Gabriel Valery, da RBA 
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Dez dias após extinguir o MinC, Temer recuou e nomeou Marcelo Calero para assumir a pasta
São Paulo – O governo Michel Temer (PMDB) completa hoje (19) 100 dias de interinidade. Após a admissibilidade do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff no dia 12 de maio, o chefe provisório do Executivo não demorou mais que um dia para realizar fortes mudanças na condução da política brasileira. Entre elas, a extinção do Ministério da Cultura (MinC), uma das mais rechaçadas pela sociedade. A pressão foi tanta que, dez dias após a medida, Temer recuou.
“A extinção do MinC foi suficiente para mostrar qual é a visão deste governo sobre a Cultura. O retorno do ministério foi uma derrota muito grande para eles e uma vitória do setor cultural e de toda a sociedade”, afirmou João Brant, secretário executivo do MinC até o rebaixamento da pasta e exoneração do então ministro Juca Ferreira. Sobre os rumos da pasta, agora sob gestão do interino Marcelo Calero, Brant afirma estar desconfiado. “Primeiro, porque até agora não foi apresentado nenhum projeto. Segundo, porque mudanças já indicam um rumo onde perdem artistas brasileiros e ganham as grandes corporações”, disse à RBA.
As mudanças citadas foram anunciadas ontem (18) por Calero. O ministério publicou uma reforma administrativa na pasta. O conteúdo exonera 36% do quadro de funcionários e exclui competências da Lei 12.853/13, que atribui ao MinC funções de supervisão de direitos autorais. “A lei resultou de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado e foi aprovada a partir de grande mobilização de autores e artistas. Agora, vemos uma situação de desmonte. O processo de fiscalização do Escritório Central de Arrecadação (Ecad) deve ser descontinuado”, disse.
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Brant: 'Existe a tendência da política de direitos autorais de proteger mais o cinema americano, por exemplo'
O resultado de tal desmonte deve significar na prática, de acordo com Brant, uma “tendência da política de direitos autorais de proteger mais o cinema americano, por exemplo, as grandes corporações (…) na verdade, a classe artística brasileira tem bons motivos para desconfiar dos rumos do ministério (…). Ao suprimir tais competências, a reestruturação cria uma situação de insegurança jurídica para autores, usuários, associações e Ecad”.

Discurso oportunista

Para justificar o desmonte de setores importantes do Estado brasileiro, os ministros vêm recorrendo ao argumento de que existia nas pastas um suposto “aparelhamento”. Calero, assim como o ministro da Saúde, Ricardo Barros, e outros integrantes no governo interino insistem nesta ideia, que já foi contestada por diferentes especialistas, incluindo o ex-ministro Juca Ferreira: "Está querendo bancar o sabido, justificando suas arbitrariedades e incompetências com essa história de aparelhamento", disse Juca.
Para Brant, a natureza do discurso é “oportunista”. “É mentira que houve qualquer aparelhamento. Por conta de uma reforma administrativa que faz o ministério perder 36% de seus cargos, ele tinha que colocar muita gente para fora e escolheu os servidores que não eram de carreira. Mas com isso, colocou para fora muita gente boa, competente, com enorme dedicação e de perfis técnicos. Então, além de ofender a antiga gestão, esse discurso ofende boa parte dos servidores que dedicaram parte de suas vidas ao ministério”, completou.
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Juca Ferreira: 'Calero está querendo bancar o sabido, justificando suas arbitrariedades'
Segundo Brant, a arbitrariedade das demissões fica clara com o exemplo da Cinemateca Brasileira. No dia 26 de julho, Calero exonerou a diretoria da instituição, bem como integrantes da equipe técnica. Quatro dias depois, mais um recuo dos interinos. “O MinC assumiu o caso como um 'erro'. Na verdade, este erro aconteceu porque as 81 exonerações que afetaram a Cinemateca foram realizadas sem o menor tipo de análise. A questão lá ficou evidente, porque o setor audiovisual estava atento para denunciar. Agora, o MinC perde diversos servidores com o mesmo perfil dos que voltaram para a Cinemateca, em função deste processo arbitrário de exonerações dos servidores sem estabilidade”, disse.

PEC 241 e o fim do MinC

“Na última década, com os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, vínhamos tentando consolidar uma política de Estado para a cultura. Com o cenário de desconstrução do MinC, imaginamos uma perda muito grande na capacidade de realização de políticas públicas do ponto de vista estrutural”, disse Brant em uma perspectiva comparada.
Entretanto, o cenário pode ser muito pior do que o imaginado, segundo Brant, caso o Congresso aprove a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 241/16), de autoria do Executivo, que limita os gastos anuais do governo à inflação do ano anterior. “Esse ponto é preciso destacar. É gravíssimo para a cultura. A PEC 241 destrói o Estado, a capacidade federal de realizar políticas públicas. Para a cultura ela é ainda pior, porque a pasta só tem orçamento discricionário, não conta como despesa obrigatória. A tendência é de arrocho violento. Se a PEC passar, o MinC acaba em uma década”, disse.

Contra-ataque

Questionado sobre uma possível alteração de panorama nos governos latino-americanos, que viveu na última década a ascensão de governos progressistas, Brant dispara: “Acho que o problema maior que estamos vendo é que os governos de direita têm pouco ou nenhum compromisso com a democracia. O caso brasileiro é gritante, sobre o que identificamos como Golpe de Estado. O caso da Argentina tem características muito preocupantes, por exemplo, em relação ao decreto que acaba com a Lei de Meios. Por decreto, modificam instrumentos positivados em lei, utilizando mecanismos da ditadura militar para isso”, disse o ex-secretário que também é cientista político.
Entretanto, a reversão deste cenário é possível, de acordo com Brant. “É preciso lembrar que as últimas quatro eleições presidenciais saíram com vitórias da esquerda. Contra tudo e todos, Dilma ganhou em 2014. Então, a população está atenta às condições de vida e de garantia de direitos”.
"Contra tudo e todos, Dilma ganhou em 2014. Então, a população está atenta às condições de vida e de garantia de direitos", disse Brant
Brant vê alguns passos para que a esquerda possa se reorganizar e retomar uma agenda positiva. “A primeira coisa é que vamos precisar dialogar com a população e mostrar o tamanho dos retrocessos que estão acontecendo e os que estão porvir. O segundo passo é a capacidade da esquerda de trabalhar de forma unitária mais ampla. Não podemos cair no isolamento da esquerda ou em uma política purista em relação à capacidade de construir alianças. A questão, é que precisamos retomar a ideia de alianças programáticas. O terceiro, diria que é uma capacidade de reinventar as modalidades de desenvolvimento da política. Precisamos ter a capacidade de tratar com a maneira com que se faz política no Brasil”.
Utilizar a política, sem rechaçá-la ou criminalizá-la pode ser essencial. “Um dos problemas de hoje é o enfraquecimento dos partidos. Algumas pessoas 'dão isso de barato', como se fosse o caso de desistir deles. Acho que, ao contrário, precisamos fortalecer. Os modelos alternativos não cumprem o mesmo papel. Quando dizemos que os partidos estão mortos, estamos largando as instituições nas mãos dos partidos vivos. Deixamos o PMDB fazer a política que ele quer, deixamos que setores fundamentalistas da igreja ocupem este cenário. Não podemos cair nesta armadilha. Se os partidos estão se enfraquecendo, vamos ocupar a política”, concluiu.

Em meio à campanha salarial, adversários tentam derrubar diretor-geral da Polícia Civil


02/01/2015. Crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press.
Publicado em CB.Poder

Em meio à campanha salarial dos policiais civis, há muita conspiração.
Enquanto a maioria da categoria briga por condições de trabalho e pela recomposição salarial, nos bastidores, há uma tentativa de criar o caos político no governo de Rodrigo Rollemberg e, principalmente, derrubar o atual diretor-geral da Polícia Civil.
Adversários de Eric Seba (foto) aproveitam o momento conturbado na segurança pública para tentar ocupar a cadeira de diretor-geral.
A entrega dos cargos de chefia nas delegacias facilita muito esse movimento. Seba terá a administração inviabilizada pela falta de comandos em investigações importantes.
Mas nem todos pararam. Alguns delegados e agentes entregaram oficialmente o cargo, como determinaram as assembleias, em solidariedade à vontade dos colegas, mas continuam trabalhando em seus inquéritos.
Questão de tempo
O governo do DF estuda as medidas a serem tomadas para evitar o vácuo no poder da Polícia Civil.
A expectativa é de que os cargos comissionados sejam paulatinamente trocados.
Em tempos de salários congelados, não é fácil abrir mão de gratificações que variam entre R$1,5 mil para chefes de seção a R$ 4 mil para diretores de departamento.
Quem não quiser permanecer nas chefias será aos poucos substituído. É questão de tempo, avaliam integrantes do governo. O Executivo estuda até mesmo medidas judiciais para não deixar as delegacias acéfalas.
De bandeja
Há vários nomes sendo trabalhados para substituir o diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba.
Entre os que estão no jogo: Maurílio Lima, João Carlos Lóssio, Rodrigo Larizatti, Flávio Messina e Moisés Martins.
Nenhum deles tem experiência em investigações complexas ou a confiança do governador Rodrigo Rollemberg porque simbolizam grupos políticos adversários ao governo, mas pode surgir um nome de composição que os represente.
À coluna Eixo Capital, Rollemberg disse: “Eric não vai sair”.
Mas a falta de uma proposta para a categoria transforma o embate com a Polícia Civil na pior crise que Rollemberg enfrentou até agora.
Vai acabar sem o controle da categoria. E o pior: pode entregá-lo de bandeja para os adversários políticos.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Google vai encerrar suporte para apps do Chrome no Windows, Mac e Linux 19/08/2016 - 19h03

Segundo companhia, decisão acontece pois porcentagem muito pequena usa ativamente os aplicativos nos citados sistemas operacionais
Google anunciou nesta sexta-feira (19) seus planos de encerrar gradualmente o suporte para aplicativos que utilizam o navegador Chrome em todas as plataformas, exceto os presentes no Chrome OS.
 
Dessa forma, os apps não estarão mais disponíveis nos sistemas operacionais Windows, Mac e Linux a partir do segundo semestre de 2017.
 
Em resumo, em algum momento do segundo semestre de 2017, a Chrome Web Store não exibirá mais aplicativos do Google Chrome nesses sistemas operacionais. 
 
E no início de 2018, não será sequer mais possível carregar aplicativos do Google Chrome no Windows, Mac ou Linux. 
 
Segundo o Google, a decisão acontece por que uma porcentagem muito pequena de pessoas usa ativamente aplicativos do Google Chrome, no caso apenas 1% dos usuários de Windows, Mac e Linux usa.
 
Já no sistema operacional do Chrome, os aplicativos desempenhariam um papel fundamental e, por essa razão, serão mantidos, diz o Google.

Vista-se lança página para ajudar eleitores que se importam com os animais a decidirem o seu voto 19/08/2016 às 17:25

Veja alguns candidatos que já estão na lista e indique o seu.

Fabio Chaves 
Do Vista-se

No início de outubro, os brasileiros irão decidir quem são os vereadores e prefeitos que os representarão no governo de seus municípios.
Com a recente liberação para o início das campanhas, alguns candidatos veganos, ovolactovegetarianos ou simpatizantes da causa animal iniciaram sua divulgação pelas redes sociais. Para ajudar a agregar todas essas informações, lançamos na tarde desta sexta-feira (19) uma página com uma lista simples de candidatos.
Qualquer candidato poderá aparecer na lista sem nenhum custo, independentemente de seu partido. Basta enviar um e-mail com o link da campanha conforme instruções na própria página. No início, claro, a página terá poucos candidatos. Vamos atualizar a lista conforme recebermos os nomes e links das campanhas dos candidatos.
Ressaltamos que a divulgação dos candidatos não tem qualquer custo ou ligação partidária. O critério para divulgar um nome é apenas a intenção do político de ajudar os animais expressada em sua campanha. A intenção é ter um local para que os eleitores que se importam com os animais possam conhecer candidatos que querem trabalhar por eles.
A página Eleições 2016 não é uma indicação de candidatos que conhecemos e confiamos. É simplesmente uma lista de candidatos que dizem ser a favor dos animais. Cabe ao leitor conhecer a fundo os candidatos de seu interesse.
Serviço
Acesse a página Eleições 2016, do Vista-se: www.vista-se.com.br/eleicoes2016