quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Jornalista da NBC destaca contradição na versão de nadador sobre assalto

Ryan Lochte contou a âncora da emissora uma versão um pouco diferente da relatada à polícia
ESPORTE SOB SUSPEITAHÁ 51 MINSPOR NOTÍCIAS AO MINUTO
Apresentador de um programa no canal NBC, dos Estados Unidos, o jornalista Matt Lauer afirmou ter conversado por telefone com o nadador Ryan Lochte, que teria sido vítima de um assalto enquanto voltava de uma festa, no último domingo, na companhia de outros três nadadores.
De acordo com o Globoesporte.com, Lauer afirma ter ouvido de Lochte uma versão diferente da contada pelo atleta à polícia.
Uma das contradições seria a forma da suposta abordagem por parte dos bandidos. Às autoridades, o atleta afirma que os criminosos teriam feito uma blitz policial falsa. Ao apresentador, a versão foi a de que o táxi em que estavam teria sido abordado em um posto de gasolina.
A segunda contradição: o norte-americano disse à polícia que um dos assaltantes teria colocado o cano do revólver em sua testa. Ao jornalista, afirmou que o criminoso apenas apontou a arma em sua direção.
A polícia está analisando as imagens do posto de gasolina onde os atletas tomaram o táxi. Ryan Lochte já está nos Estados Unidos. Os outros dois atletas, Gunnar Bentz e Jack Conger, foram impedidos pela Justiça de deixarem o país. 

Servidora da SPU expulsa de reunião diz que processará Hélio José


Geraldo Magela/Agência Senado


Em áudios que relatam o encontro, senador do PMDB ordena que Valéria Caetano saia da secretaria por “não estar jogando no mesmo time”. Parlamentar disse que tem o poder de nomear até “melancia”



Após ser expulsa de uma reunião da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) pelo senador Hélio José (PMDB-DF) no início deste mês, a servidora pública Valéria Caetano informou que vai processar o político por danos morais e difamação. A funcionária era superintendente substituta da SPU e estava no órgão havia 11 anos.
Durante o encontro na SPU, Hélio José falava da nomeação do apadrinhadoFrancisco Nilo Gonsalves Júnior para o cargo de superintendente, o que despertou a oposição de alguns servidores. Hélio não gostou de saber do posicionamento dos funcionários e afirmou que o descontentamento seria uma “armação” de Valéria. “Isso aqui é nosso. Isso aqui eu ponho quem eu quiser. A melancia que eu quiser colocar”, afirmou. Os áudios foram divulgados pela TV Globo.


Na reunião, o político ordenou ainda que a servidora saísse da SPU por “não estar jogando no mesmo time”. Em entrevista à TV Globo, Valéria afirmou: “Foram palavras muito fortes (…) Meus colegas ficaram extremamente ofendidos. Passei mal, muito constrangedor e ainda não estou me sentindo bem com essa situação”.
A servidora disse ainda que outros colegas da SPU entraram com uma representação na Corregedoria do Ministério do Planejamento para relatar o que ocorreu na reunião com Hélio José. Segundo Valéria, o senador não a conhecia. (Com informações do G1)

Intensicare é a empresa de UTIs envolvida no escândalo dos grampos


Michael Melo/Metropoles


Após a divulgação de áudios da distrital Liliane Roriz sobre um suposto esquema de pagamento de propina para liberar recursos da saúde, a empresa, citada nas gravações de Marli Rodrigues, entrou de vez no foco do Ministério Público. A sede da terceirizada em Goiânia não condiz com uma empresa que movimenta milhões de reais




Os grampos da distrital Liliane Roriz (PTB) têm ao menos um ponto em comum com as denúncias feitas nas gravações da sindicalista Marli Rodrigues. O elo nos dois escândalos é a Intensicare, empresa goiana responsável pela unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). A Intensicare, que opera desde 2010 sem licitação, entrou de vez no radar das investigações envolvendo desmandos na saúde, inclusive aquelas sob a batuta do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).


Em uma das gravações de Liliane, a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PPS), cita um “projeto”, no qual seriam destinados R$ 30 milhões para a “UTI”. Essa UTI é justamente a de Santa Maria, gerida pela Intensicare. Apenas neste ano, já foram empenhados ao menos R$ 23 milhões para a empresa. Segundo levantamento do Metrópoles com base no Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo), a terceirizada já recebeu mais de R$ 200 milhões dos cofres públicos distritais desde que iniciou a operação na unidade.
Essa mesma negociação de R$ 30 milhões foi citada nas conversas gravadas pela presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde em Brasília (SindSaúde-DF), Marli Rodrigues, com o ex-subsecretário de Logística e Infraestrutura de Saúde Marco Júnior. Na conversa, ele fala da liberação de valores entre R$ 22 milhões e R$ 30 milhões para a Intensicare.
No grampo, Marco Júnior conta que a destinação das verbas foi comemorada pelos deputados Robério Negreiros (PSDB) e Cristiano Araújo (PSD), que teriam envolvimento no processo, ao lado do ex-diretor executivo do Fundo de Saúde no DF Ricardo Cardoso. A celebração teria envolvido a visita a uma boate de striptease em São Paulo, chamada Scandallo Lounge. Na época em que o caso veio à tona, os três negaram irregularidades.
Agora, o nome de Cristiano Araújo é mencionado novamente. Em uma das gravações de Liliane vazadas nesta quarta-feira (17), o ex-secretário-geral da Câmara Legislativa Valério Neves fala que o distrital “arrumou aquela parceria lá com as UTIs”. Ao dizer o quanto os “hospitais iam retornar”, Valério sussurra que seria “em torno de 7%”. Ao Metrópoles, a assessoria de Cristiano Araújo afirmou que ele não vai se pronunciar por não saber o conteúdo da investigação.

NOTAS DE EMPENHO PARA A INTENSICARE NESTE ANONotas de empenho para a Intensicare neste ano
Notas de empenho para a Intensicare neste ano. Valores são referentes a exercícios passados, como destacam as gravações

DenúnciaA emenda aditiva que garantiu crédito suplementar para as UTIs partiu do gabinete da vice-presidência da Câmara Legislativa, ocupado por Liliane Roriz até a tarde desta quarta-feira (17). Ela renunciou ao cargo momentos antes da divulgação, na imprensa, dos grampos em que é mencionado o suposto esquema de pagamento de propinas para distritais em troca da liberação de recursos para empresas com contrato na saúde pública local.
Os valores repassados pela Câmara Legislativa à gestão das UTIs seguem um rito particular, por se tratarem de sobras orçamentárias. Nesse caso específico, apenas a Mesa Diretora da Casa pode elaborar o texto que pede a transferência de recursos. E são justamente os integrantes da Mesa — incluindo Liliane — que estariam envolvidos no escândalo, segundo os grampos da própria distrital.
Instalações precáriasA reportagem do Metrópoles foi até Goiânia para conhecer a sede da Intensicare, no Setor Marista. A fachada do prédio onde funciona a empresa que gerencia a UTI do Hospital Regional de Santa Maria é modesta, principalmente para uma um grupo empresarial que faturou R$ 23 milhões apenas nos primeiros seis meses deste ano e mais de R$ 200 milhões nos últimos cinco anos apenas em Brasília.
Vidros sujos, estrutura corroída pela ferrugem e a ausência do outdoor com o nome da empresa dão a tônica de abandono na entrada do prédio. A recepção da Intensicare conta apenas com algumas cadeiras e uma bancada. Ao fundo, a porta que leva a uma área externa chama a atenção para a existência de duas grandes piscinas vazias, totalmente abandonadas e cheias de lodo. Nas duas bordas, ainda havia duas cestas de basquete. A impressão é de que a empresa ocupou a estrutura de uma antiga escola.
Subindo a escada em direção ao segundo andar do prédio, há um salão com várias estações de trabalho. No entanto, apenas cinco funcionários estavam no local. Mesmo sendo uma empresa de grande porte, com movimentação financeira milionária, a Intensicare não contava sequer com um portfólio dos serviços prestados.
Questionada sobre o trabalho que a empresa oferece, uma funcionária destacou, em um pedaço de papel escrito a mão, serviços da companhia, como a gestão de leitos de UTI. Em diversos momentos, a funcionária ressaltava que a empresa seria a “dona” do Santa Maria, um hospital público.
Governo ArrudaA Intensicare chegou em Brasília em 2009, quando assumiu a administração da UTI durante a gestão da Real Sociedade Espanhola no Santa Maria, ainda durante a administração José Roberto Arruda. A Real operava como organização social na saúde (OSs), modelo que o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) quer ativar novamente. Uma vez desfeito o contrato com a Real em 2010, devido a uma série de irregularidades na prestação de contas, a Intensicare se manteve no comando do setor.
A estratégia utilizada pela empresa para se manter operando a UTI sem licitação já foi alvo de ao menos três representações do Ministério Público de Contas (MPC), entre 2012 e 2014. A empresa, segundo consta nos documentos, simula situações de emergência após parar a prestação de serviços na UTI. Dessa forma, segundo o MPC, uma emergência é forjada e eles podem ser contratados sem um processo licitatório.
TONINHO TAVARES/AGÊNCIA BRASÍLIAToninho Tavares/Agência Brasília
Hospital regional de Santa Maria, onde opera a UTI da Intensicare
Neste ano a empresa informou publicamente no dia 8 de julho que havia parado de receber novos pacientes na UTI, que é a maior do Distrito Federal. Até o dia 26 de julho, pelo menos, eles ainda não estavam recebendo novos pacientes, alegando falta de pagamento, apesar dos milhões destinados à empresa.
Procurado para comentar as recentes denúncias, o proprietário da Intensicare, Rodrigo Teixeira de Aquino, não foi encontrado. No número de telefone da empresa, ninguém atendeu às ligações da reportagem.

Policiais e promotores fazem operação no Palácio do Buriti em busca de provas de extorsão


Crédito: Marcelo Ferreira


Publicado em CB.Poder
Agentes da Polícia Civil e representantes do Ministério Público cumpriram mandados de busca e apreensão no anexo do Palácio do Buriti. Eles estiveram na Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão em busca de provas da suposta extorsão praticada contra a  presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde (SindSaúde-DF), Marli Rodrigues.
Os principais alvos da operação, segundo os investigadores, são o ex-ouvidor da vice-governadoria do DF Valdecir Medeiros, o ex técnico em políticas públicas e gestão governamental da Secretaria de Planejamento Edvaldo Simplício da Silva e Christian Michael Popov, ex-gerente de Cessões, Requisições e Ressarcimentos da Seplag.
A operação deflagrada pelo MP e pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira busca provas das acusações de Marli Rodrigues. A sindicalista gravou uma conversa com o ex-ouvidor da Vice-Governadoria e com Edvaldo. Valdecir faz parte do Sindsaúde mas se licenciou para ocupar cargo no governo. A conversa registrada por Marli Rodrigues ocorreu porque a sindicalista se sentia extorquida por alguns funcionários públicos.

O sindicato havia recebido uma convocação assinada por Christian Michael Popov, à época gerente de Cessões, Requisições e Ressarcimentos da Secretaria de Planejamento. A pasta exigia documentos como certidões para que o Sindsaúde não perdesse o direito a controlar consignações descontadas em folha de pagamento dos servidores. Procurado por Marli, Valdecir entrou em contato com Edvaldo. Segundo a sindicalista, ele teria oferecido uma consultoria no valor de R$ 200 mil para resolver as pendências do sindicato. Ela entendeu a proposta como uma cobrança de propina. Em novembro do ano passado, Marli procurou a Casa Civil para fazer uma denúncia formal sobre o caso.

Em nota, a  Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag) esclareceu que, em 24 de junho de 2016, entregou à Delegacia Especial de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap) o ofício nº 118/2016, em que encaminhava denúncia sobre suposto esquema de pagamento de propina que estaria ocorrendo na Seplag.  “Trata-se, portanto, de investigação de iniciativa do próprio governo de Brasília, uma vez que o encaminhamento da denúncia aos órgãos especializados antecede os áudios noticiados pela imprensa, o que ocorreu a partir da segunda quinzena de julho”, esclarece a Seplag. “Quanto aos servidores, os dois são efetivos da secretaria, contudo não ocupam mais cargo de chefia nem função de confiança. Um deles estava cedido por solicitação da CLDF e foi devolvido após a divulgação dos primeiros áudios. Processos administrativos internos também foram abertos para apurar os fatos. Por fim, a Seplag reitera que atuará firmemente em casos assemelhados, apoiando incondicionalmente a ação de órgãos de combate à corrupção e crimes contra a administração pública”.

Região Amazônica vai receber R$ 21 bilhões em financiamentos

Financiamentos incentivam o desenvolvimento regional, a geração de emprego e a circulação de renda nos Estados
BRASIL DESENVOLVIMENTOHÁ 13 MINSPOR NOTÍCIAS AO MINUTO
A Região Amazônica do Brasil receberá R$ 21,3 bilhões em financiamentos dos fundos de desenvolvimento regional nos próximos quatro anos. O valor representa um aumento de 12% em relação ao quadriênio anterior, quando foram investidos R$ 19,02 bilhões.
Os dois fundos administrados pelo Ministério da Integração Nacional - Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) e o de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) – são importantes instrumentos da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) que contribuem para a geração de emprego e circulação de renda para os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
A expectativa é de que o FDA disponibilize R$ 1,4 bilhão ao ano para grandes projetos de investimento. Os recursos do FNO, que reserva 51% dos recursos para pequenos produtores e micro e pequenas empresas, terão crescimento anual: em 2017, de R$ 3,65 bilhões; em 2018, de R$ 3,84 bilhões; em 2019 é de R$ 4,2 bilhões; e em 2020 será de R$ 4,19 bilhões.
No ano passado, os investimentos nos dois fundos foram demandados principalmente pelos setores rural, industrial, de turismo, infraestrutura, comércio e serviços.
Ampliação de recursos
O aumento no volume de recursos disponibilizados aos fundos de desenvolvimento regionais em todo o País foi divulgado pelo governo federal na última semana. Serão R$ 117,46 bilhões para o quadriênio 2017-2020, com disponibilidade anual de R$ 28,41 bilhões em 2017, um aumento de 5,6% em relação aos valores disponibilizados em 2016, que somaram R$ 26,9 bilhões, de acordo com o Portal Brasil. 
Para 2018, o montante previsto é de R$ 29,05 bilhões; para 2019 atinge R$ 29,68 bilhões e, em 2020, supera os R$ 30,32 bilhões. Os recursos vão atender a projetos produtivos nos Estados das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Origem das verbas
Os Fundos Constitucionais de Financiamento têm como fonte de recursos 3% da arrecadação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) e não são passíveis de contingenciamento no Orçamento Geral da União (OGU). Os valores também são cumulativos, ou seja, a arrecadação do ano anterior permanece no fundo para garantir a programação financeira dos anos posteriores.
Os Fundos de Desenvolvimento Regional, apesar de serem passíveis de contingenciamento, não sofreram cortes nos últimos anos.
Novas regras
As novas regras, publicadas no Diário Oficial da União (DOU) da última sexta-feira (12), trazem novidades importantes para aumentar a atratividade do setor privado e impulsionar o aumento dos investimentos. Entre elas, está a decisão do presidente em exercício, Michel Temer, de incentivar projetos voltados para a geração de energia limpa, que não liberam resíduos ou gases poluentes durante seu processo de produção ou consumo. O aporte de financiamento para essas iniciativas não estará mais restrito a 60% e poderá atingir até 80% do total dos investimentos projetados.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Liliane Roriz denuncia esquema de propina liderado por Celina Leão e entrega gravações ao MP


Crédito: Carlos Moura/CB/D.A Press
Publicado em CB.Poder

A deputada distrital Liliane Roriz (PTB) gravou conversas com a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PPS), em que a chefe do Legislativo teria tratado sobre um suposto esquema de cobrança de propina. Celina Leão e um grupo de distritais da Mesa Diretora teriam exigido dinheiro de empresários para liberar recursos para o pagamento de dívidas de hospitais. A denúncia foi revelada pelo jornal O Globo na tarde desta quarta-feira. O caso é investigado pelo Ministério Público do DF.

No áudio, Celina conversa com Liliane sobre a liberação de R$ 30 milhões.  Os recursos haviam sobrado do orçamento da Câmara Legislativa e poderiam ser realocados por decisão do comando da Casa. Inicialmente, a bolada seria remanejada para pagar reformas de escolas públicas. Mas, segundo a denúncia de Liliane, o empresário abordado não aceitou pagar propina. Diante da negativa, deputados teriam buscado outros setores. Segundo a presidente da Câmara, os colegas teriam conseguido “com um cara” que iria ajudar.  “Se vai ajudar tem que ajudar todo mundo”, afirmou Celina a Liliane.  “Você não tá fora do projeto, não. Você tá no projeto. Mandei o Valério já falar com você”. A chefe do Executivo faz menção a Valério Neves, ex-secretário-geral da Câmara Legislativa, que foi preso na Operação Lava Jato acusado de ser operador do ex-senador Gim Argello.

Em outra conversa, de Liliane com Valério, o então secretário-geral da Câmara Legislativa diz que o distrital Cristiano Araújo (PSD) conseguiu o “negócio” das UTIs. Segundo Valério, o “negócio” de Cristiano poderia render “no mínimo 5% e no máximo 10, em torno de 7%”. “Quem sabe disso são só os cinco membros da Mesa e o Cristiano”, acrescenta Valério. Fazem parte da Mesa Diretora Bispo Renato Andrade (PR), Júlio César (PRB), Raimundo Ribeiro (PPS) e Celina Leão. Liliane renunciou à vice-presidência ontem.

O Ministério Público do Distrito Federal informou que foi aberto um procedimento investigativo na esfera criminal para apurar as denúncias apresentadas por Liliane Roriz. Também há apurações em curso para verificar se houve improbidade administrativa.

Delegados deixam cargos à disposição e deflagram greve branca na PCDF


Daniel Ferreira/Metrópoles


Ao todo, 1.063 servidores em cargo de chefia — entre os quais, 197 delegados — assinaram termo no qual recusam a função comissionada. Medida vai paralisar as investigações e travar os serviços da corporação



A partir desta terça-feira (16/8), a pressão da Polícia Civil sobre o GDF é intensificada, com a deflagração de uma espécie de “greve branca” por parte de 1.063 servidores em cargo de chefia —entre os quais, 197 delegados. Agora, as delegacias ficarão acéfalas, e todas as determinações, como saídas de diligências e investigações, ficarão suspensas.
Os chefes e delegados continuarão nas respectivas unidades até que as exonerações sejam publicadas, mas não vão exercer todas as atribuições do cargo. “Quem vai homologar as ocorrências e ordenar diligências ou pedir investigações?”, questiona um servidor que pediu para não ser identificado.
O Sinpol convocou nova assembleia para quinta-feira (18), em frente ao Palácio do Buriti, às 14h, e a categoria pode aprovar nova paralisação geral.

Os servidores deixaram à disposição do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) os cargos de chefia. A categoria bateu o martelo em assembleia realizada na tarde desta terça-feira (16/8), no clube da Associação dos Delegados de Polícia do Distrito Federal (Adepol). Após a assinatura dos termos — em um deles, é entregue o cargo de chefia; em outro, há a recusa em assumir cargo de confiança —, os documentos foram levados à sede da PCDF, no Departamento de Polícia Especializada.
Os termos têm como destinatário o diretor-geral da corporação, Eric Seba, que participou da assembleia. Sindicalistas cobravam a renúncia do dirigente. Seba, no entanto, não cedeu à pressão e disse que permanecerá no posto.
“Temos consciência da dificuldade do governo em atender às reivindicações, mas o posicionamento da categoria permanece. Não haverá abandono de postos, mas os cargos ficarão vagos. Os trâmites burocráticos das delegacias precisarão ser feitos por ordem de serviço”, disse.
A principal reivindicação da categoria é a isonomia salarial em relação à Polícia Federal.
Ouça áudio com Eric Seba:
No fim da tarde, o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) divulgou nota, na qual diz que “a medida é uma resposta ao GDF pela recusa em enviar a mensagem (ao Congresso Nacional) que mantém a isonomia da PCDF com a Polícia Federal”.
Ainda segundo a entidade, “haverá impacto direto nas investigações policiais. Os cargos colocados à disposição envolvem as delegacias circunscricionais e especializadas, os institutos de Identificação, de Criminalística e Médico Legal, além do Departamento de Atividades Especiais (Depate), Departamento de Polícia Circunscricional (DPC) e Departamento de Polícia Especializada (DPE)”.
ReajusteNa última semana, Rollemberg argumentou que o DF não tem caixa para bancar o aumento.  “Nós reconhecemos que a isonomia é justa, mas precisamos apresentar uma proposta concreta. Nós tivemos dois anos de recessão, de redução da arrecadação e é claro que isso cria dificuldade para qualquer tipo de aumento. Nós estamos examinando com a maior boa vontade, para ver qual a proposta que podemos fazer para a Polícia Civil. Não adianta de nada eu fazer uma promessa se não puder honrar esse compromisso”, declarou o governador ao Metrópoles.
Após a reunião, o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio repetiu o discurso. Pediu paciência aos policiais, Explicou que o governador esteve reunido até com o presidente em exercício Michel Temer (PMDB), semana passada, para tentar viabilizar o aumento, já que no momento não há recursos em caixa para bancar o reajuste.
Em encontro no último dia 2, o GDF ofereceu aumento escalonado: 7% em outubro de 2017; 10% em outubro de 2018; e 10% no mesmo mês de 2019. Já no fim da tarde do mesmo dia, durante um novo encontro, surgiram outras duas propostas.
A primeira estipulava 23% em agosto de 2017; 4,75% em janeiro de 2018 e 4,5% em janeiro 2019. Na outra sugestão, os percentuais são de 10% em janeiro de 2017; 13% em agosto de 2017; 4,75% em janeiro de 2018 e 4,50% em janeiro de 2019. As duas propostas foram rejeitadas.



Convocação
Numa última tentativa de reverter a radicalização do movimento, o GDF nomeou nesta terça 143 policiais civis, segundo publicação no Diário Oficial do Distrito Federal. São 118 agentes e 25 escrivães, dos quais sete foram convocados por decisão da Justiça. Todos são aprovados do último concurso da categoria, feito em 2013 e homologado em 2014. Com isso, fica zerado o cadastro reserva do certame, com exceção dos candidatos sub judice.
O salário bruto inicial de cada cargo é de R$ 8.284,55. As nomeações têm o objetivo de repor cargos que ficaram vagos devido a aposentadorias e falecimentos. Como o governo de Brasília permanece acima do limite prudencial para gastos com pessoal estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), está impedido de fazer contratações, com exceção das áreas de saúde, educação e segurança pública.
A Polícia Civil do Distrito Federal conta com cerca de 4,9 mil policiais em diversas carreiras — delegado, agente de polícia, agente de custódia, perito, médico perito, papiloscopista e escrivão.